Sábado, 10 de Outubro de 2009

PEQUENO ROTEIRO DE VIGILÂNCIA DOUTRINÁRIA

 

PEQUENO ROTEIRO DE VIGILÂNCIA DOUTRINÁRIA
Estude seriamente a Doutrina Espírita.
Uma leitura indiferente das obras básicas do Espiritismo não lhe dará fortaleza, que nasce na convicção racional, a fim de manter um padrão de equilíbrio compatível com as necessidades evolutivas.
 
Consulte freqüentemente a Codificação Kardequiana.
Nos livros fundamentais você encontrará os recursos para conduzi-lo com valor em todas as situações.
 
Revise os ensinos espíritas, insertos em "O Livro dos Espíritos" sempre que deseje firmeza doutrinária.
O Espiritismo, para ser melhor entendido e praticado, deve ser detidamente examinado.
 
Alargue os horizontes doutrinários com a literatura mediúnica.
No entanto, recorde os fundamentos Kardecistas para ser lógico e sentir com discernimento.
 
Faça dos livros espíritas seus melhores conselheiros.
Selecione, todavia, os autores, mantendo a diretriz do "bom senso" e a independência de exame que norteou o eminente Missionário lionês
 
Em qualquer dúvida doutrinária, procure as fontes autênticas da Terceira Revelação.
As mais preciosas opiniões guardam as idéias daqueles de quem procedem. Nas obras básicas da Doutrina você encontrará sempre as respostas dos Espíritos sábios e as ponderadas elucidações do eminente codificador.
 
Medite cada questão apresentada na Codificação e complemente-a com o estudo das obras responsáveis com que os Espíritos da Luz têm enriquecido a Terra, na atualidade.
Um curso de Espiritismo não pode ser improvisado.
 
Receba com cuidado as "conclusões" de pesquisadores apressados em matéria doutrinária e não se deixe seduzir pelas "revelações" do Mundo Espiritual.
Zele pelo Espiritismo não propagando informes sem comprovação, Allan Kardec continua atual e irrepreensível. Recorde a austeridade e o discernimento com que ele examinava as informações que procediam de todo o lugar.
 
Não aceite as explicações simplistas, sobre temas espíritas.
Pesquise sem cessar. O que hoje parece nebuloso, amanhã ressurgirá, após exame cuidadoso, com aspecto novo e claro. Por isso estude as obras do Codificador com espírito de indagação e sede de esclarecimento.
 
Viva, cada dia, como um verdadeiro espírita, sendo hoje melhor do que ontem e amanhã mais cristão do que hoje, porque o verdadeiro espírita, como esclarece Allan Kardec, é um verdadeiro cristão.
 
Assim fazendo, você descobrirá que o Espiritismo que lhe aquece a vida é sol de abençoada luz, clareando-o por dentro.
 
                          Leopoldo Cirne

 

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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:13

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Sexta-feira, 9 de Outubro de 2009

PRINCÍPIOS BÁSICOS ESPÍRITA

De Que Trata O Espiritismo ?

O espiritismo responde às questões fundamentais da nossa vida, como estas:
· Quem é você?
· Antes de nascer, quem era você?
· Depois da morte, quem será?
· Por que anda neste mundo?
· Por que umas pessoas sofrem mais do que outras?
· Por que alguns nascem ricos e outros pobres?
· Por que alguns cegos, aleijados, débeis mentais, etc, enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis?
· Por que Deus permitiria tamanha desigualdade entre seus filhos? Por que há tanta desgraça no Mundo e a tristeza supera a alegria?
· De três pessoas que viajam num veículo - por exemplo - após pavoroso desastre, uma perde a vida, outra fica gravemente ferida e a terceira escapa sem ferimentos. Por que sortes tão diferentes? Onde está a justiça de Deus?
· Por que uns que são "maus", sofrem menos que outros que são "bons"?

Princípios Básicos do Espiritismo
· Existência de Deus
· Imortalidade da Alma
· Reencarnação
· Esquecimento do Passado
· Comunicabilidade dos Espíritos
· Fé Raciocinada
· Lei da Evolução
· Lei Moral

EXISTÊNCIA DE DEUS
Deus existe. É a origem e o fim de tudo. É o Criador, causa de todas as coisas.
Deus é a Suprema Perfeição, com todos os atributos que a nossa imaginação possa imaginar e muito mais. Não podemos conhecer a sua natureza, porque somos imperfeitos.
Como que uma inteligência limitada e imperfeita como a nossa poderia abranger o conhecimento ilimitado e perfeito, que é Deus?
"Deus não é questão fechada pelas teologias nem matéria de laboratório.
O pensamento tenta definir ou entender a Divindade, contudo, qualquer idéia humana não deixa de ser limitadíssima diante da potência cósmica que rege a vida e os universos. Deus é Amor - escreveu o evangelista João. Se você deseja identificar-se com Deus, o assunto é diferente.
Esse é o caminho. Se Deus é Amor, acenda a luz do Amor em seu coração.Conhecimento mesmo quer dizer identificação. Desenvolva ao máximo possível a sua capacidade de amar e assim poderá ter mais perfeita concepção de Deus."

IMORTALIDADE DA ALMA
Antes de sermos seres humanos filhos de nossos pais, somos, na verdade, espíritos, filhos de Deus. O Espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus esforços.
Como espíritos, já existíamos antes de nascermos e continuaremos a existir, depois da morte física.
Quando o espírito está na vida do corpo, dizemos que é uma alma ou espírito encarnado. Quando nasce, dizemos que reencarnou; quando morre, que desencarnou. Desencarnado volta para o Plano Espiritual ou Espiritualidade, de onde veio ao nascer.
Os espíritos são, portanto, pessoas desencarnadas que, presentemente, estão na Espiritualidade.

REENCARNAÇÃO
Criado simples e ignorante, o espírito, é quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolher entre o bem e o mal. Desse modo, ele tem a possibilidade de se desenvolver, evolucionar, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais perfeito, como um aluno na escola, passando de uma serie para outra, através dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado e o espírito só pode alcançá-la encarnando no mundo e reencarnando quantas vezes necessárias para adquirir mais conhecimentos, através das múltiplas experiências de vida.
O progresso adquirido pelo espírito, pelas experiências vividas nas inúmeras existências, não é somente intelectual, mas, sobretudo o progresso moral, que vai aproximá-lo cada vez mais de Deus.
Mas assim como o aluno pode repetir o ano escolar, uma, duas ou mais vezes, o espírito que não aproveita bem a sua existência na Terra pode permanecer estacionário por muito tempo, conhecendo maiores sofrimentos e atrasando-se assim a sua evolução.
Não sabemos quantas encarnações já tivemos e muito menos quantas temos pela frente. Sabemos, no entanto, que como espíritos atrasados, teremos muitas e muitas encarnações, até alcançarmos o desenvolvimento moral necessário para nos tornarmos espíritos puros.
Todavia, nem todas as encarnações se verificam na Terra. Existem mundos superiores e inferiores ao nosso. Quando evoluímos muito, podemos renascer num planeta de ordem elevada. O Universo é infinito e "na casa meu Pai há muitas moradas" , já disse Jesus. A terra é um mundo de categoria moral inferior, haja visto o panorama lamentável em que se encontra a Humanidade. Contudo, ela está sujeita a se transformar numa esfera de regeneração, quando os Homens decidirem a praticar o Bem e a Fraternidade reinar entre elas.

ESQUECIMENTO DO PASSADO
Não nos lembramos das vidas passadas e nisso está a sabedoria de Deus. Se nos lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram, ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos, que presentemente se encontram junto a nós para a reconciliação. Por isso, existe a reencarnação.
Certamente, hoje estamos corrigindo erros praticados contra alguém, sofrendo as conseqüências de crimes perpetrados, ou mesmo sendo amparados, auxiliados por aqueles que, no pretérito, nos prejudicaram. Daí a importância da família, onde se costumam reatar os laços cortados em existências anteriores.
A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Quando reencarnamos, trazemos um "plano espiritual", compromissos assumidos perante a Espiritualidade e perante nós mesmos, e que dizem respeito à reparação do mal e à pratica de todo o bem possível. Dependendo de nossas condições espirituais, podemos ou não ter escolhido as provas, os sofrimentos, as dificuldades que provarão nosso desenvolvimento espiritual.
A reencarnação, portanto, como mecanismo perfeito da Justiça Divina, explica-nos porque existe tanta desigualdade de destinos das criaturas na Terra.
A finalidade da vida na Terra é, portanto:
para expiarmos o mal praticado, pagando com sofrimento nossos erros;
para provarmos ou medirmos nosso grau evolutivo, ante as dificuldades da vida;
para ajudarmos a humanidade e exemplificarmos o bem diante dos outros;
para desempenharmos missão especial, no caso de espíritos elevados que prestam grandes serviços à humanidade.
Pelo mecanismo da reencarnação, verificamos que Deus não castiga. Somos nós os causadores dos próprios sofrimentos, pela "lei da ação e reação".

COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS
Os espíritos são seres humanos desencarnados. Eles são o que eram quando vivos: bons ou maus, sérios os brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, verdadeiros os mentirosos.
Eles estão por toda a parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm as suas ocupações, como nós, os encarnados, temos as nossas.
Não há lugar determinado para os espíritos. Geralmente os mais imperfeitos estão junto de nós, por causa das nossas imperfeições. Não os vemos, pois se encontram numa dimensão diferente da nossa, mas eles podem ver-nos e até conhecer nossos pensamentos.
Os espíritos agem sobre nós, mas essa ação é quase que restrita ao pensamento, porque eles não conseguem agir diretamente sobre a matéria. Para isso, eles precisam de pessoas que lhes ofereçam recursos especiais: essas pessoas são chamadas médiuns.
Pelo médium, o espírito desencarnado pode comunicar-se, se puder e quiser. Essa comunicação depende do tipo de mediunidade ou da faculdade do médium: pode ser pela fala ( psicofonia ), pelas escrita ( psicografia ), por batidas ( tiptologia ), etc. Mas, toda e qualquer comunicação não deve ser aceite cegamente; precisa ser encarada com reserva, examinada com devido cuidado, para não sermos vítimas de espíritos enganadores. A comunicação depende da conduta moral do médium. Se for uma pessoa idônea, de bons princípios morais, oferece campo para a aproximação e manifestação de bons espíritos. Chico Xavier, por exemplo, é um bom médium, pelas qualidades morais de que é portador.
A Doutrina Espírita alerta as pessoas muito crédulas contra as mistificações e contra os falsos médiuns, que tentam iludir o público menos avisado em troca de vantagens materiais. Por isso, é importante, que antes de ouvir uma comunicação, a pessoa se esclareça a respeito do Espiritismo.

FÉ RACIOCINADA
Para podermos crer de verdade, antes de mais nada, precisamos compreender aquilo em que devemos crer. A crença sem raciocínio não passa de uma crença cega, de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos algo como verdade, devemos analisá-lo bem. O mal de muita gente é acreditar facilmente em tudo que lhe dizem, sem cuidadoso exame.
"Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade". Alan Kardec.

LEI DA EVOLUÇÃO
Cada um de nós é um espírito encarnado a caminho de Deus. A vida na Terra é sempre uma oportunidade de reajustamento no caminho do bem. A escolha nos pertence. Logo, as conseqüências boas ou más são resultado de nossas próprias decisões. É a lei da "ação e reação", das causas e das conseqüências. Se, agora, estamos sofrendo, podemos concluir que a causa desse sofrimento advém de erros anteriores. Se, portanto, fizermos o mal, cedo ou tarde, sofreremos a sua conseqüência. "A cada um segundo as suas obras" - disse Jesus. Isso explica a razão de tanto sofrimento no mundo.
Por isso, um caminha mais depressa que outro, como os diferentes alunos de uma mesma classe escolar. Quanto melhor nossa conduta, mais depressa nos libertamos dos sofrimentos, encurtando o caminho da evolução.
Não há céu nem inferno, conforme pintam as religiões tradicionais. Existe sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas antes espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão no caminho da perfeição, os bons se tornaram melhores e os maus se regenerando. Deus não quer que nenhum dos seus filhos se perca, e a Vontade de Deus, a Suprema Vontade, é a Lei.
Se a sorte do ser humano fosse inapelavelmente selada após a morte, todos estaríamos perdidos, visto termos sido muito mais maus do que bons e quase ninguém, hoje em dia, mereceria ir para o céu da bem-aventurança, onde só caberiam os puros.
Por outro lado, uma vida, por mais longa que seja, não é suficiente para nos esclarecermos a respeito dos planos de Deus. Muitos não têm sequer como garantir a própria sobrevivência e muitos menos ainda oportunidade de uma boa educação. Muitos nunca foram orientados para o bem. Outros, morrem cedo demais, antes mesmo de se esclarecerem sobre o melhor caminho a seguir.
Para medirmos o quanto de absurdo existe na idéia do céu e do inferno, como penas eternas, basta que formulemos as seguintes perguntas:
"Como é que Deus, sendo o Supremo saber, sabendo inclusive o nosso futuro, criaria um filho, sabendo que ele iria para o inferno para toda a eternidade? Que Deus seria esse? Onde a sua bondade e a sua misericórdia?".
"E, como ficaria no céu uma mãe amorosa, sabendo que seu filho querido está ardendo no fogo do inferno?"

LEI MORAL
Portanto, ninguém está perdido. Cada qual tem a oportunidade que merece. Se um pai humano, que é imperfeito e mau, não é capaz de condenar eternamente um filho, por pior que seja, quanto mais Deus, que é Pai Misericordioso e Perfeito, que faz chover sobre os bons e os maus, que faz com que a luz do sol ilumine os justos e os injustos, indistintamente.
Disse Cristo:- " Ninguém poderá ver o Reino dos Céus se não nascer de novo ". Referia-se ao nascimento do corpo e ao renascimento moral das criaturas, isto é, ao nascimento pela "água e pelo espírito". Daí sabermos que a vida é sempre uma nova oportunidade de reconciliação com os ideais superiores do bem e da verdade.
Seguir o exemplo vivo de Jesus deve ser o ideal de todo o cristão sincero.
Não adianta você dizer que pertence a esta ou aquela religião. Não adianta permanecer orando o tempo todo. O importante é a pratica, é a vida de todos os dias, porque, como disse Tiago: " A Fé Sem Obras É Morta ".

Obras Básicas da Codificação Espírita
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
O Evangelho Segundo o Espiritismo
O Céu e o Inferno
A Gênese

Obras Complementares da Codificação Espírita
Obras Póstumas
O Que é o Espiritismo
O Espiritismo Em Sua Mais Simples Expressão
Resumo das Leis dos Fenômenos Espíritas
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 20:40

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Quarta-feira, 7 de Outubro de 2009

INICIAÇÃO AO CONHECIMENTO DA DOUTRINA ESPÍRITA

Princípios Básicos do Espiritismo

Existência de Deus
Deus existe. É a origem e o fim de tudo. É o criador, causa de todas as coisas. Deus é a Suprema Perfeição, com todos os atributos que a nossa imaginação possa imaginar, e muito mais. Não podemos conhecer sua natureza, porque somos imperfeitos. Como uma inteligência limitada e imperfeita como a nossa poderia abranger o conhecimento ilimitado e perfeito, que é Deus?

Imortalidade da Alma
Antes de sermos seres humanos filhos de nossos pais, somos, na verdade, espíritos, filhos de Deus. O Espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços.
Como espíritos, já existíamos antes de nascermos e continuaremos a existir, depois da morte física.
Quando o espírito está na vida do corpo, dizemos que é uma alma ou espírito encarnado. Quando nasce, dizemos que reencarnou; quando morre, que desencarnou. Desencarnado, volta para o Plano Espiritual ou Espiritualidade, de onde veio ao nascer.
Os espíritos são, portanto, pessoas desencarnadas que, presentemente, estão na Espiritualidade.

Reencarnação
Criado simples e ignorante, o espírito é quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolher entre o bem e o mal. Desse modo, ele tem possibilidade de se desenvolver, evoluir, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais perfeito, como um aluno na escola, passando de uma série para outra, através dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado, e o espírito só pode alcançá-la encarnando no mundo e reencarnando, quantas vezes forem necessárias, para adquirir mais conhecimentos, através das múltiplas experiências de vida.
O progresso adquirido pelo espírito, pelas experiências vividas nas inúmeras existências, não é somente intelectual, mas, também, o progresso moral, que vai aproximá-lo cada vez mais de Deus.
Mas, assim como o aluno pode repetir o ano escolar - uma, duas ou mais vezes - o espírito que não aproveita bem a sua existência na Terra pode permanecer estacionário por muito tempo, conhecendo maiores sofrimentos, e atrasando, assim, sua evolução.
Não sabemos quantas encarnações já tivemos, e muito menos quantas temos pela frente. Sabemos, no entanto, que, como espíritos atrasados, teremos muitas e muitas encarnações, até alcançarmos o desenvolvimento moral necessário para nos tornarmos espíritos puros.
Todavia, nem todas as encarnações se verificam na Terra. Existem mundos superiores e inferiores ao nosso. Quando evoluirmos muito, poderemos renascer num planeta de ordem elevada. O universo é infinito e "na casa de meu Pai há muitas moradas", já dizia Jesus. A Terra é um mundo de categoria moral inferior, haja vista o panorama lamentável em que se encontra a humanidade. Contudo, ela está sujeita a se transformar numa esfera de regeneração, quando os homens se decidirem a praticar o bem e a fraternidade reinar entre eles.

Esquecimento do Passado
Não lembramos das vidas passadas e nisso está a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos, que presentemente se encontram junto de nós para a reconciliação. Por isso, existe a reencarnação.
Certamente, hoje estamos corrigindo erros praticados contra alguém, sofrendo as conseqüências de crimes perpetrados, ou mesmo sendo amparados, auxiliados por aqueles que, no pretérito, nos prejudicaram. Daí a importância da família, onde se costumam reatar os laços cortados em existências anteriores.
A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, como é também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Quando reencarnamos, trazemos um "plano de vida", compromissos assumidos perante a Espiritualidade e perante nós mesmos, e que dizem respeito à reparação do mal e à prática de todo o bem possível. Dependendo de nossas condições espirituais, podemos ou não ter escolhido as provas, os sofrimentos, as dificuldades que provarão nosso desenvolvimento espiritual.
A reencarnação, portanto, como mecanismo perfeito da Justiça Divina, explica‑nos porque existe tanta desigualdade de destino das criaturas na Terra.

A finalidade da vida na Terra é, portanto:
1ª) para expiarmos o mal praticado, reparando nossos erros;
2ª) para provarmos ou medirmos nosso grau de evolução, ante as dificuldades da vida;
3ª) para ajudarmos a humanidade e exemplificarmos o bem diante dos outros;
4ª) para desempenharmos missão especial, no caso de espíritos elevados que prestam grandes serviços à humanidade.

Pelo mecanismo da Reencarnação, verificamos que Deus não castiga. Somos nós os causadores dos próprios sofrimentos, pela lei de "ação e reação".

Comunicabilidade dos Espíritos
Os espíritos são seres humanos desencarnados. Eles são o que eram quando vivos: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, sinceros ou mentirosos.
Eles estão por toda parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm as suas ocupações, como nós, os encarnados, temos as nossas.
Não há lugar determinado para os espíritos. Geralmente os mais imperfeitos estão junto de nós, por causa de nossas imperfeições. Não os vemos, pois se encontram numa dimensão diferente da nossa, mas eles podem ver-nos e até conhecer nossos pensamentos.
Os espíritos agem sobre nós, mas essa ação é quase que restrita ao pensamento, porque eles não conseguem agir diretamente sobre a matéria. Para isso, eles precisam de pessoas que lhes ofereçam recursos especiais: essas pessoas são chamadas médiuns.
Pelo médium, o espírito desencarnado pode comunicar-se, se puder e se quiser. Essa comunicação depende do tipo de mediunidade ou de faculdade do médium: pode ser pela fala (psicofonia), pela escrita (psicografia), por batidas (tiptologia), etc. Mas, toda e qualquer comunicação não deve ser aceita cegamente; precisa ser encarada com reserva, examinada com o devido cuidado, para não sermos vítimas de espíritos enganadores. A comunicação depende da conduta moral do médium. Se for uma pessoa idônea, de bons princípios morais, oferece campo para a aproximação e manifestação de bons espíritos. Chico Xavier, por exemplo, é um bom médium, pelas qualidades morais de que é portador.
A Doutrina Espírita alerta as pessoas muito crédulas contra as mistificações e contra os falsos médiuns, que tentam iludir o público menos avisado em troca de vantagens materiais. Por isso, é importante que, antes de ouvir uma comunicação, a pessoa se esclareça a respeito do Espiritismo.

Fé Raciocinada
Para podermos crer na verdade, antes de mais nada, precisamos compreender aquilo em que devemos crer. A crença sem raciocínio não passa de uma crença cega, de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos algo como verdade, devemos analisa-lo bem. O mal de muita gente é acreditar facilmente em tudo que lhe dizem, sem cuidadoso exame.

"Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade". Allan Kardec.

Lei da Evolução
Cada um de nós é um espírito encarnado a caminho de Deus. A vida na Terra é sempre uma oportunidade de reajustamento no caminho do bem. A escolha nos pertence. Logo, as conseqüências boas ou más são resultado de nossas próprias decisões. É a lei da "ação e reação", das causas e conseqüências. Se, agora, estamos sofrendo, podemos concluir que a causa do sofrimento advém de erros anteriores. Se, portanto, fizermos o mal, cedo ou tarde, sofreremos a sua conseqüência "A cada um segundo as suas obras" - disse Jesus. Isso explica a razão de tanto sofrimento no mundo.
Por isso, um caminha mais depressa que o outro, como os diferentes alunos de uma mesma classe escolar. Quanto melhor nossa conduta, mais depressa nos libertaremos dos sofrimentos, encurtando o caminho da evolução.
Não há céu nem inferno, conforme pintam as religiões tradicionais. Existem, sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas apenas espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão a caminho da perfeição - os bons se tornando melhores e os maus se regenerando. Deus não quer que nenhum de seus filhos se perca, e a Vontade de Deus, a Suprema Vontade, é a Lei.
Se a sorte do ser humano fosse inapelavelmente selada após a morte, todos estaríamos perdidos, visto termos sido muito mais maus do que bons e quase ninguém, hoje em dia, mereceria ir para o céu de bem-aventuranças, onde só caberiam os puros.
Por outro lado, uma vida, por mais longa que seja, não é suficiente para nos esclarecera respeito dos planos de Deus. Muitos não têm sequer como garantir a própria sobrevivência e muito menos ainda oportunidade de uma boa educação. Muitos nunca foram orientados para o bem. Outros, morrem cedo demais, antes mesmo de se esclarecerem sobre o melhor caminho a seguir.
Para medirmos o quanto de absurdo existe na idéia do céu e o inferno, como penas eternas, basta que formulemos as seguintes perguntas:
- "Como é que Deus, sendo o Supremo saber, sabendo inclusive o nosso futuro, criaria um filho, sabendo que ele iria para o inferno para toda a eternidade? Que Deus seria esse? Onde a sua bondade e a sua misericórdia?"
- "E, como ficaria no céu uma mãe amorosa, sabendo que seu filho querido está ardendo no fogo do inferno?"

A Lei Moral
Portanto, ninguém está perdido. Cada qual tem a oportunidade que merece. Se um pai humano, que é imperfeito e mau, não é capaz de condenar eternamente um filho, por pior que seja, quanto mais Deus, que é o Pai Misericordioso e Perfeito, que faz chover sobre os bons e os maus, que faz com que a luz do sol ilumine os justos e injustos, indistintamente.
Disse o Cristo: - "Ninguém poderá ver o Reino dos Céus se não nascer de novo". Referia-se ao nascimento do corpo e ao renascimento moral das criaturas, isto é, ao nascimento pela "água e pelo espírito". Daí sabermos que a vida é sempre uma nova oportunidade de reconciliação com os ideais superiores do bem e da verdade.
Seguir o exemplo vivo de Jesus deve ser o ideal de todo cristão sincero.
Não adianta você dizer que pertence a esta ou àquela religião. Não adianta permanecer orando o tempo todo. O importante é a prática, é a vida de todos os dias, porque,
como disse Tiago: "A FÉ SEM OBRAS É MORTA". E por falar em fé, veja como está sua vida!
- Como você vem tratando seus familiares: seu pai, sua mãe, seus irmãos, seu esposo ou sua esposa, seus filhos?
- Como você trata as pessoas estranhas?
- Como você se conduz no trabalho, na escola, no clube, na via pública em relação às outras pessoas com quem convive?
- Como você reage a uma ofensa? a um gesto de agressão? a uma calúnia? a uma ingratidão? a uma decepção na vida?
- Como você reage a um problema familiar? à perda de um ente querido? a urna doença incurável?
- E o. que você vem fazendo em favor dos outros?
“Amai-vos uns aos outros" - recomendou Jesus.
E não há outra maneira de amar, se não formos caridosos. Caridade é ser benevolente, paciente, tolerante, humilde. E fazer para os outros o que desejamos que nos façam. Como não queremos que nos façam o mal, mas todo o bem possível, assim também devemos agir para com eles: familiares, parentes, amigos, estranhos e até inimigos.
A obrigação do cristão é ser um trabalhador do bem, dando sua parte, por pequena que seja, na luta por um mundo melhor.
Podemos fazer tudo isso, cuidando melhor de nossas atitudes, vigiando nosso comportamento diário, sendo mais atenciosos e gentis, vendo, nos outros, mais suas qualidades, e finalmente, sendo mais exigentes para conosco mesmos.
Ajudar o pobre, socorrer o desesperado, assistir ao doente, orientar o desajustado, levar palavras de conforto e esperança ao aflito, divulgar e viver os ensinamentos de Jesus, tudo isso constitui as bases do verdadeiro amor por ele ensinado e exemplificado, há quase 2.000 anos.
Seguindo as pegadas de Jesus, pelo amor vivo que manifestou ao mundo, Allan Kardec proclama.
"FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO".
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:12

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Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009

60 ANOS DE PACTO ÁUREO

EM HOMENAGEM AOS 60 ANOS DO PACTO ÁUREO
No dia 5 de outubro de 1949, foi assinado o “Pacto Áureo” na então sede da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro. Este foi assim designado por representar a oportunidade de ouro para se promover a união e estimular o intercâmbio entre os espíritas.
A origem é muito interessante. Há relação com os ideais de unificação que foram potencializados com a realização do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita, no ano de 1948, em São Paulo. Este evento mereceu uma mensagem psicográfica de Francisco Cândido Xavier, assinada por Emmanuel, intitulada “Em Nome do Evangelho”, inspirando-se em Jesus: “Para que todos sejam um” (João, 17: 22), onde o Autor Espiritual conclama: “Reunidos, assim, em grande conclave de fraternidade, que os irmãos do Brasil, se compenetrem, cada vez mais, do espírito de serviço e renunciação, de solidariedade e bondade pura que Jesus nos legou”1.
Nos primeiros dias de outubro de 1949, várias lideranças espíritas estavam participando de um Congresso Espírita Panamericano, na cidade do Rio de Janeiro. Carlos Jordão da Silva, um dos integrantes da delegação da USE-SP e depois seu presidente, relata que numa das noites do congresso, após as exaustivas reuniões todos tinham se recolhido em seus hotéis. Mas, ele resolveu tomar um pouco de ar e se dirigiu para uma praça próxima ao hotel: “[...] para surpresa nossa todas as delegações foram chegando ao mesmo local, como que convocados por forças invisíveis. Achamos graça por ter o Plano Espiritual nos reunido daquela forma e àquela hora da madrugada e ali mesmo marcamos uma reunião para as 8 horas da manhã, no Hotel Serrador, onde estávamos hospedado eu e minha senhora e, realizada tal reunião, incumbiu-se Artur Lins de Vasconcellos a tarefa de aproximar-se da FEB para promover o encontro”.
O encontro em que se firmou o “Pacto Áureo” foi conhecido como a “Grande Conferência Espírita” e realizou-se na sede da Federação Espírita Brasileira, no dia 5 de outubro de 1949. A reunião foi dirigida pelo presidente da FEB Antônio Wantuil de Freitas, com a participação de representantes de Federações e Uniões de âmbito estadual: Federação Espírita Catarinense, Federação Espírita do Paraná, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, União Espírita Mineira, União Social Espírita de São Paulo (USE), e também da Liga Espírita do Brasil e da Comissão Executiva do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita. Da Ata de 18 itens, destacamos o item 2: “A FEB criará um Conselho Federativo Nacional, permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da sua atual Organização Federativa”3.
Assinaram o Acordo, o presidente da FEB Antônio Wantuil de Freitas e os representantes da USE-SP, Liga Espírita do Brasil, Comissão Executiva do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita, Federação Espírita Catarinense, Federação Espírita do Paraná e União Espírita Mineira.
Como desdobramento desse acordo de unificação, no dia 1º de janeiro de 1950 foi instalado o Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira. Neste ano também se desenvolveu o trabalho da “Caravana da Fraternidade” que teve por finalidade divulgar os objetivos da unificação e colher adesões de onze Estados do Norte e do Nordeste ao “Pacto”. Os caravaneiros Artur Lins de Vasconcelos, Carlos Jordão da Silva, Francisco Spinelli, Ary Casadio e Leopoldo Machado realizaram as visitas e contatos: “quarenta dias de excursão no terreno da Ação Unificadora”4, que Leopoldo Machado considerou como “um movimento de alta significação espiritual, objetivando aproximar os espíritas do País”4 e que também levou orientações sobre a divulgação do Espiritismo, estímulo às obras de assistência social e de ambientação doutrinária aos lares. Numa visita de alguns “caravaneiros” a Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, no dia 11 de dezembro de 1950, estes foram brindados com uma mensagem de Emmanuel. O Autor Espiritual comenta: “Cultuemos, acima de tudo, a solidariedade legítima. Nossa união, portanto, há de começar na luz da boa vontade. Guardemos boa vontade uns para com os outros, aprendendo e servindo com o Senhor, e felicitando aos companheiros que se confiaram à tarefa sublime da confraternização, usando o próprio esforço”5.
Nestes 60 anos de “Pacto Áureo” é evidente o aperfeiçoamento do processo de união e de unificação, pois o CFN congrega as Entidades Federativas Estaduais dos 27 Estados e do Distrito Federal e tem experimentado a prática da análise e da discussão para a elaboração de documentos normativos de recomendações ao Movimento Espírita.
Nestes anos, o CFN gerou documentos e ações como: “A Adequação do Centro Espírita para o Melhor Atendimento de suas Finalidades”; “Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas”; “Orientação ao Centro Espírita”; as Campanhas: Estudo Sistematizado de Doutrina Espírita, Evangelização da Infância e Juventude, Em Defesa da Vida, Viver em Família, Construamos a Paz Promovendo o Bem!, Divulgação do Espiritismo; o projeto de Capacitação para Dirigentes de Centros Espíritas; o “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2007-2012)”; a realização de Congressos Brasileiros de Espiritismo; comemorações do bicentenário de Kardec, Sesquicentenários de O Livro dos Espíritos, Revista Espírita e da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e diversas atuações em forma de cursos e de seminários. Uma importante ação do CFN, mais operacional, tem ocorrido com as Reuniões de suas Comissões Regionais.
As Reuniões das Comissões Regionais do CFN tem sido e devem se caracterizar cada vez mais como uma autêntica e continuada Caravana da Fraternidade!
A evocação dos 60 anos do “Pacto Áureo” sugere-nos a efetivação de ações que contribuam para a consolidação e ampliação do ideal de união e de unificação. Na mensagem “Em nome do Evangelho”1, Emmanuel propõe: “[...] unamo-nos no mesmo roteiro de amor, trabalho, auxílio, educação, solidariedade, valor e sacrifício que caracterizou a atitude do Cristo em comunhão com os homens, servindo e esperando o futuro, em seu exemplo de abnegação, para que todos sejamos um em sintonia sublime com os desígnios do Supremo Senhor”.

Referências:
1. XAVIER, Francisco C. Em nome do Evangelho. Pelo Espírito Emmanuel. Reformador. Janeiro, 2008, p.14-15.
2. MONTEIRO, Eduardo Monteiro e D’OLIVO, Natalino. USE – 50 Anos de Unificação. São Paulo: Ed.USE, 1997, p. 127-28.
3. Grande Conferência Espírita realizada no Rio de Janeiro. Reformador. Outubro, 1999, p.10-11.
4. MACHADO, Leopoldo. A Caravana da Fraternidade. Nova Iguassú: Lar de Jesus, 1954, p. 13-7.
5. Ibidem, p. 176-7.

(Transcrito de “Reformador”, edição de março de 2009, p. 22-24)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 23:48

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Sábado, 3 de Outubro de 2009

EM HOMENAGEM AOS 205 ANOS DE NASCIMENTO DO CODIFICADOR ALLAN KARDEC

 

 

 

o  primeiro  capítulo
Irmão X
  
Allan Kardec, o respeitável professor Donizard Rivail, já havia organizado extensa porção das páginas reveladoras que constituem O Livro dos Espíritos.
Devotado observador, aliara inteligência e carinho, método e bom senso na formação da primeira obra que lançaria os fundamentos da Doutrina Espírita.
Não desconhecia que a sobrevivência da alma era tema empolgante no século. Entretanto, apontamentos e experimentações, em torno do assunto, alinhavam-se desordenados e nebulosos. Os fenômenos do intercâmbio, pareciam ameaçados pela hipertrofia de espetaculosidade.
Saindo de humilde vilarejo da América do Norte, a comunicação com  os Espíritos desencarnados atingira os mais cultos ambientes da Europa, originando infrutífero sensacionalismo. Era necessário surgisse alguém com bastante coragem para extrair do labirinto a linha básica da filosofia consoladoras que os fatos consubstanciavam, irrefutáveis e abundantes.
Advertido por amigos da Espiritualidade de que a ele se atribuía, em nome do Senhor, a elevada missão de codificar os princípios espíritas, destinados à mais ampla reforma religiosa, pusera mãos ao trabalho, sem cogitar de sacrifícios. E adotando o sistema de perguntas e respostas, conseguiria vasta colheita de esclarecimento e de luz.
Guardava consigo preciosas anotações acerca da constituição geral do Universo, surpreendente informes sobre a vida de além-túmulo e belas asserções definindo as leis morais que orientam a Humanidade.
 
O material esparso equivalia quase que praticamente ao livro pronto. Contudo, era preciso estabelecer um ponto de partida. O primeiro compêndio do Espiritismo, endereçado ao presente ao  futuro, não podia prescindir de sólidos alicerces.
E, debruçado sobre a mesa de trabalho, em nevada noite do inverno de 1856, o Codificador interrogava a si mesmo: - Por onde começar? Pelas conclusões científicas ou pelas indagações filosóficas? Seria justo desligar a Doutrina, que vinha consagrar o antigo ensinamento do Cristo, de todo e qualquer apoio da fé, na construção das bases que lhe diziam respeito?
O conhecimento humano!... - pensava ele – não se modificava o conhecimento humano todos os dias?... As  ilações filosófico-científicas não eram as mesmas em todos os séculos... E valeria escravizar o Espiritismo à exaltação do cérebro, em prejuízo do sentimento?
Atormentado, via mentalmente os homens de seu tempo e de sua pátria extraviados na sombra do materialismo demolidor...
A grande revolução que pretendera entronizar os direitos do Homem ainda estava presente no ar que ele respirava. Desde 2 de Dezembro de 1851, o governo de Luis Napoleão, que retomava as linhas do Império, permitia prisões em massa, com deliberada perseguição aos elementos de todas as classes sociais que não aplaudissem os planos do poder. Muitos membros da Assembléia haviam sofrido banimento e mais de vinte mil franceses jaziam deportados,  muitos deles sem qualquer razão justa. Homens dignos eram enviados a regiões inóspitas, quando não eram confiados, no cárcere, à morte lenta.
O pensamento do missionário foi mais longe... Recordou-se de Voltaire e Rousseau, admiráveis condutores da inteligência, mas também precursores da ironia e do terror. Lembrou Condorcet, o filósofo e matemático, envenenando-se para escapar à guilhotina, e Marat, o médico e publicista, assassinado num banho de sangue, quando instigava a matança e a destruição.
 
Valeria a cultura da inteligência, só por si, quando, a par dos bens que espalhava, podia desmandar-se em sarcasmo arrasador e loucura furiosa?
Com o respeito que ele consagrava incondicionalmente à Ciência e à Filosofia, Kardec orou com todo o coração, suplicando a inspiração do Alto. Erguia-se-lhe a prece comovente, quando raios de amor lhe envolveram o espírito inquieto e ele ouviu, na acústica da própria alma, vigoroso apelo íntimo: - “Não menosprezes a fé!... Não comeces a obra redentora sem a Bênção Divina!...”.
 
E o Codificador, nimbado de luz, com a emotividade jubilosa de quem por fim encontrara solução o terrível problema, longamente sofrido, consagrou o primeiro capítulo de O Livro dos espíritos à existência de Deus.
(De “Doutrina Escola”, de Francisco Cândido Xavier – Autores Diversos)
Digitado por: Lucia Aydir.
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 04:58

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EM HOMEHAGEM AOS 205 ANOS DE NASCIMENTO DO CODIFICADOR


Nascido em Lion, a 3 de outubro de 1804, de uma família antiga que se distinguiu na magistratura e na advocacia, Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail) não seguiu essas carreiras. Desde a primeira juventude, sentiu-se inclinado ao estudo das ciências e da filosofia.

Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdun (Suíça), tornou-se um dos mais eminentes discípulos desse célebre professor e um dos zelosos propagandistas do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu sobre a reforma do ensino na França e na Alemanha.
Dotado de notável inteligência e atraído para o ensino, pelo seu caráter e pelas suas aptidões especiais, já aos catorze anos ensinava o que sabia àqueles dos seus condiscípulos que haviam aprendido menos do que ele. Foi nessa escola que lhe desabrocharam as idéias que mais tarde o colocariam na classe dos homens progressistas e dos livre-pensadores.
Nascido sob a religião católica, mas educado num país protestante, os atos de intolerância que por isso teve de suportar, no tocante a essa circunstância, cedo o levaram a conceber a idéia de uma reforma religiosa, na qual trabalhou em silêncio durante longos anos com o intuito de alcançar a unificação das crenças. Faltava-lhe, porém, o elemento indispensável à solução desse grande problema.
O Espiritismo veio, a seu tempo, imprimir-lhe especial direção aos trabalhos.
Concluídos seus estudos, voltou para a França. Conhecendo a fundo a língua alemã, traduzia para a Alemanha diferentes obras de educação e de moral e, o que é muito característico, as obras de Fénelon, que o tinham seduzido de modo particular.
Era membro de várias sociedades sábias, entre outras, da Academia Real de Arras, que, em o concurso de 1831, lhe premiou uma notável memória sobre a seguinte questão: Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?
De 1835 a 1840, fundou, em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia, etc., empresa digna de encômios em todos os tempos, mas, sobretudo, numa época em que só um número muito reduzido de inteligências ousava enveredar por esse caminho.
Preocupado sempre com o tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou, ao mesmo tempo, um método engenhoso de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, tendo por objetivo fixar na memória as datas dos acontecimentos de maior relevo e as descobertas que iluminaram cada reinado.
Entre as suas numerosas obras de educação, citaremos as seguintes: Plano proposto para melhoramento da Instrução pública (1828); Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método Pestalozzi, para uso dos professores e das mães de família (1824); Gramática francesa clássica (1831); Manual dos exames para os títulos de capacidade; Soluções racionais das questões e problemas de Aritmética e de Geometria (1846); Catecismo gramatical da língua francesa (1848); Programa dos cursos usuais de Química, Física, Astronomia, Fisiologia, que ele professava no Liceu Polimático; Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona, seguidos de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849), obra muito apreciada na época do seu aparecimento e da qual ainda recentemente eram tiradas novas edições.
Antes que o Espiritismo lhe popularizasse o pseudônimo de Allan Kardec, já ele se ilustrara, como se vê, por meio de trabalhos de natureza muito diferente, porém tendo todos, como objetivo, esclarecer as massas e prendê-las melhor às respectivas famílias e países.
Pelo ano de 1855, posta em foco a questão das manifestações dos Espíritos, Allan Kardec se entregou a observações perseverantes sobre esse fenômeno, cogitando principalmente de lhe deduzir as conseqüências filosóficas. Entreviu, desde logo, o princípio de novas leis naturais: as que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. Reconheceu, na ação deste último, uma das forças da Natureza, cujo conhecimento haveria de lançar luz sobre uma imensidade de problemas tidos por insolúveis, e lhe compreendeu o alcance, do ponto de vista religioso.
Suas obras principais sobre esta matéria são: O Livro dos Espíritos, referente à parte filosófica, e cuja primeira edição apareceu a 18 de abril de 1857; O Livro dos Médiuns, relativo à parte experimental e científica (janeiro de 1861); O Evangelho segundo o Espiritismo, concernente à parte moral (abril de 1864); O Céu e o Inferno, ou A justiça de Deus segundo o Espiritismo (agosto de 1865); A Gênese, os Milagres e as Predições (janeiro de 1868); A Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, periódico mensal começado a 1º de janeiro de 1858. Fundou em Paris, a 1º de abril de 1858, a primeira Sociedade espírita regularmente constituída, sob a denominação de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cujo fim exclusivo era o estudo de quanto possa contribuir para o progresso da nova ciência. Allan Kardec se defendeu, com inteiro fundamento, de coisa alguma haver escrito debaixo da influência de idéias preconcebidas ou sistemáticas. Homem de caráter frio e calmo, observou os fatos e de suas observações deduziu as leis que os regem. Foi o primeiro a apresentar a teoria relativa a tais fatos e a formar com eles um corpo de doutrina, metódico e regular.
Demonstrando que os fatos erroneamente qualificados de sobrenaturais se acham submetidos a leis, ele os incluiu na ordem dos fenômenos da Natureza, destruindo assim o último refúgio do maravilhoso e um dos elementos da superstição.
Durante os primeiros anos em que se tratou de fenômenos espíritas, estes constituíram antes objeto de curiosidade, do que de meditações sérias. O Livro dos Espíritos dez que o assunto fosse considerado sob aspecto muito diverso. Abandonaram-se as mesas girantes, que tinham sido apenas um prelúdio, e começou-se a atentar na doutrina, que abrange todas as questões de interesse para a Humanidade.
Data do aparecimento de O Livro dos Espíritos a fundação de Espiritismo que, até então, só contara com elementos esparsos, sem coordenação, e cujo alcance nem toda gente pudera apreender. A partir daquele momento, a doutrina prendeu a atenção de homens sérios e tomou rápido desenvolvimento. Em poucos anos, aquelas idéias conquistaram numerosos aderentes em todas as camadas sociais e em todos os países. Esse êxito sem precedentes decorreu sem dúvida da simpatia que tais idéias despertaram, mas também é devido, em grande parte, à clareza com que foram expostas e que é um dos característicos dos escritos de Allan Kardec.
Evitando as fórmulas abstratas da Metafísica, ele soube fazer que todos o lessem sem fadiga, condição essencial à vulgarização de uma idéia. Sobre todos os pontos controversos, sua argumentação, de cerrada lógica, poucas ensanchas oferece à refutação e predispõe à convicção. As provas materiais que o Espiritismo apresenta da existência da alma e da vida futura tendem a destruir as idéias materialistas e panteístas. Um dos princípios mais fecundos dessa doutrina e que deriva do precedente é o da pluralidade das existências, já entrevisto por uma multidão de filósofos antigos e modernos e, nestes últimos tempos, por João Reynaud, Carlos Fourier, Eugênio Sue e outros. Conservara-se, todavia, em estado de hipótese e de sistema, enquanto o Espiritismo lhe demonstrara a realidade e prova que nesse princípio reside um dos atributos essenciais da Humanidade. Dele promana a explicação de todas as aparentes anomalias da vida humana, de todas as desigualdades intelectuais, morais e sociais, facultando ao homem saber donde vem, para onde vai, para que fim se acha na Terra e por que aí sofre.
As idéias inatas se explicam pelos conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores; a marcha dos povos e da Humanidade, pela ação dos homens dos tempos idos e que revivem, depois de terem progredido; as simpatias e antipatias, pela natureza das relações anteriores. Essas relações, que religam a grande família humana de todas as épocas, dão por base, aos grandes princípios de fraternidade, de igualdade, de liberdade e de solidariedade universal, as próprias leis da Natureza e não mais uma simples teoria.
Em vez do postulado: Fora da Igreja não há salvação, que alimenta a separação e a animosidade entre as diferentes seitas religiosas e que há feito correr tanto sangue, o Espiritismo tem como divisa: Fora da Caridade não há salvação, isto é, a igualdade entre os homens perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.
Em vez da fé cega, que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inabalável, senão a que pode encarar face a face a razão, em todas as épocas da Humanidade. A fé, uma base se faz necessária e essa base é a inteligência perfeita daquilo em que se tem de crer. Para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é para este século. É precisamente ao dogma da fé cega que se deve o ser hoje tão grande o número de incrédulos, porque ela quer impor-se e exige a abolição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.
Trabalhador infatigável, sempre o primeiro a tomar da obra e o último a deixá-la, Allan Kardec sucumbiu, a 31 de março de 1869, quando se preparava para uma mudança de local, imposta pela extensão considerável de suas múltiplas ocupações. Diversas obras que ele estava quase a terminar, ou que aguardavam oportunidade para vir a lume, demonstrarão um dia, ainda mais, a extensão e o poder das suas concepções.
Morreu conforme viveu: trabalhando. Sofria, desde longos anos, de uma enfermidade do coração, que só podia ser combatida por meio do repouso intelectual e pequena atividade material. Consagrado, porém, todo inteiro à sua obra, recusava-se a tudo o que pudesse absorver um só que fosse de seus instantes, à custa das suas ocupações prediletas. Deu-se com ele o que se dá com todas as almas de forte têmpera: a lâmina gastou a bainha.
O corpo se lhe entorpecia e se recusava aos serviços que o Espírito lhe reclamava, enquanto este último, cada vez mais vivo, mais enérgico, mais fecundo, ia sempre alargando o círculo de sua atividade.
Nessa luta desigual não podia a matéria resistir eternamente. Acabou sendo vencida: rompeu-se o aneurisma e Allan Kardec caiu fulminado. Um homem houve de menos na Terra; mas, um grande nome tomava lugar entre os que ilustraram este século; um grande Espírito fora retemperar-se no Infinito, onde todos os que ele consolara e esclarecera lhe aguardavam impacientemente a volta!
A morte, dizia, faz pouco tempo, redobra os seus golpes nas fileiras ilustres!... A quem virá ela agora libertar?
Ele foi, como tantos outros, recobrar-se no Espaço, procurar elementos novos para restaurar o seu organismo gasto por um vida de incessantes labores. Partiu com os que serão os fanais da nova geração, para voltar em breve com eles a continuar e acabar a obra deixada em dedicadas mãos.
O homem já aqui não está; a alma, porém, permanecerá entre nós. Será um protetor seguro, uma luz a mais, um trabalhador incansável que as falanges do Espaço conquistaram. Como na Terra, sem ferir a quem quer que seja, ele fará que cada um lhe ouça os conselhos oportunos; abrandará o zelo prematuro dos ardorosos, amparará os sinceros e os desinteressados e estimulará os mornos. Vê agora e sabe tudo o que ainda há pouco previa! Já não está sujeito às incertezas, nem aos desfalecimentos e nos fará partilhar da sua convicção, fazendo-nos tocar com o dedo a meta, apontando-nos o caminho, naquela linguagem clara, precisa, que o tornou aureolado nos anais literários.
Já não existe o homem, repetimo-lo. Entretanto, Allan Kardec é imortal e a sua memória, seus trabalhos, seu Espírito estarão sempre com os que empunharem forte e vigorosamente o estandarte que ele soube sempre fazer respeitado.
Uma individualidade pujante constituiu a obra. Era o guia e o fanal de todos. Na Terra, a obra subsistirá o obreiro. Os crentes não se congregarão em torno de Allan Kardec; congregar-se-ão em torno do Espiritismo, tal como ele o estruturou e, com os seus conselhos, sua influência, avançaremos, a passos firmes, para as fases ditosas prometidas à Humanidade regenerada.

PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:07

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Quinta-feira, 1 de Outubro de 2009

EM MEMÓRIA AOS 63 DE DESENCARNE DE MEIMEI (IRMA DE CASTRO ROCHA)



(*22/10/1922 - +01/10/1946)



RESUMO BIOGRÁFICO:
Homenageada por tantas casas espíritas, que adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier, entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... e, no entanto, tão pouco conhecida pelos testemunhos que teve de dar quando em vida, Irma de Castro - seu nome de batismo - foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou todos os prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos e de esperanças. Meimei nasceu em 22 de outubro de 1922, na cidade de Mateus Leme - MG e transferiu residência para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946, na cidade de Belo Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma nefrite crônica.

A Origem da Doença
Durante toda a infância Meimei teve problemas em suas amígdalas. Tinha sua região glútea toda marcada por injeções. Logo após o casamento, voltou a apresentar o quadro, tendo que se submeter a uma cirurgia para extração dessas glândulas. Infelizmente, após a operação, um pequeno pedaço permaneceu em seu corpo, dando origem a todo o drama que viria a ter que enfrentar, pois o quadro complicou-se com perturbações renais que culminaram com hipertensão arterial e craniana.

O Sofrimento
Devido à hipertensão, passou a apresentar complicações oculares, perdendo progressivamente a visão e tendo que ficar dia e noite em um quarto escuro, sendo que nos dois últimos dias de vida já estava completamente cega. Durante os últimos dias de vida, o sofrimento aumentou. Tinha de fazer exames de urina, sangue e punções na medula, semanalmente. Segundo Arnaldo Rocha, seu marido, Meimei viveu esse período com muita resignação, humildade e paciência.

O Desencarne
Os momentos finais foram muito dolorosos. Seus pulmões não resistiram, apresentando um processo de edema agudo, fazendo com que ela emitisse sangue pela boca. Seus últimos trinta minutos de vida foram de desespero e aflição. Mas, no final deste quadro, com o encerramento da vida física, seu corpo voltou a apresentar a expressão de calma que sempre a caracterizou. Meimei foi enterrada no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.

Surge Chico Xavier
Aproximadamente cinqüenta dias após a desencarnação da esposa, Arnaldo Rocha, profundamente abatido, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, descia a Av. Santos Dumont, em Belo Horizonte, quando avistou o médium Chico Xavier. Arnaldo não era espírita e nunca privara da companhia do médium até aquele momento. Quase dez anos atrás haviam-no apresentado a ele, muito rapidamente. Ele devia ter pouco mais de doze anos. O que aconteceu ali, naquele momento, mudou completamente sua vida. E é ele mesmo quem narra o ocorrido: "Chico olhou-me e disse: "Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei"... Afagando-me, com a ternura que lhe é própria, foi-me dizendo: "Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira." E, dessa forma, após olhar a foto que Arnaldo lhe apresentara, Chico lhe disse: - Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!"
E, naquela noite, em uma reunião realizada em casa de amigos espíritas de Belo Horizonte, Meimei deixou sua primeira mensagem psicografada. E, com o passar dos anos, Chico foi revelando aos amigos mais chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra "Entre a Terra e o Céu" (capítulos 9 e 10), que morava na cidade espiritual "Nosso Lar"; disse, também, que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena, que Emmanuel descreve no romance "Ave Cristo", e que viveu no terceiro século depois de Jesus.
Enfim, para concluir, resta apenas dizer que "Meimei" era um apelido carinhoso que o casal Arnando-Irma passou a usar, após a leitura de um conto chamado "Um Momento em Pequim", de autor americano. Ambos passaram a se tratar dessa forma: "Meu Meimei". E, segundo Arnaldo, Chico não poderia saber disso.

(Meimei - expressão chinesa que significa "amor puro")

Materialização de Meimei
"Uma noite, sentimos um delicioso perfume. Intimamente, achei que era o mesmo que Meimei costumava usar. Surpreendi-me quando percebi que o corredor ia se iluminando aos poucos, como se alguém caminhasse por ele portando uma lanterna. Subitamente, a luminosidade extinguiu-se. Momentos depois, a sala iluminou-se novamente. No centro dela, havia como que uma estátua luminescente. Um véu cobria-lhe o rosto. Ergueu ambos os braços e, elegantemente, etereamente, o retirou, passando as mãos pela cabeça, fazendo cair uma cascata de lindos cabelos pretos, até a cintura. Era Meimei. Olhou-me, cumprimentou-me e dirigiu-se até onde eu estava sentado. Sua roupagem era de um tecido leve e transparente. Estava linda e donairosa! Levantei-me para abraçá-la e senti o bater de seu coração espiritual. Beijamo-nos fraternalmente e ela acariciou o meu rosto e brincou com minhas orelhas, como não podia deixar de ser. Ao elogiar sua beleza, a fragrância que emanava, a elegância dos trajes, em sua tênue feminilidade, disse-me: - "Ora, meu Meimei, aqui também nos preocupamos com a apresentação pessoal! A ajuda aos nossos semelhantes, o trabalho fraterno fazem-nos mais belos e, afinal de contas, eu sou uma mulher! Preparei-me para você, seu moço! Não iria gostar de uma Meimei feia!"

Texto de Arnaldo Rocha. Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor". União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:07

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