O Diabo do sacerdócio romano está para o Espiritismo, assim como o Diabo do sacerdócio hebreu estava para o Cristianismo; é o mesmo espírito de intolerância e aversão a todas as verdades que vêm libertar os homens do sofrimento e da ignorância.
Nada há mais prejudicial, dizia o saudoso mestre Doutor Bezerra de Menezes, do que o espírito de sistema.
O sectarismo ferrenho e retrógrado vê perigos em toda parte, e, não contente com os sofrimentos da Humanidade, inventa males, imagina suplícios que só podem ser concebidos por inteligências maléficas, destruidoras de todos os sentimentos nobres.
O Diabo e o Inferno são os cavalos de batalha do Catolicismo Romano, que já começa a ver os seus dogmas se esboroarem a mais leve aragem da Verdade, e, com eles, tombar por terra todo esse castelo de convenções de que os homens já se estão afastando. Remontemos à origem dessas palavras que tanto lucro têm dado aos sacerdotes de Roma e tanto pavores têm infundido nas almas ingênuas!
Diabo vem da palavra latina diabolus e originou-se do grego, em que significa: acusador, caluniador.
Demônio vem do grego, e, antes do Catolicismo lhe dar a significação de anjo mau, anjo decaído, já a palavra significava gênio.
Lúcifer, que é o mesmo que ferens lucem, significa a estrela Vênus, quando aparece de manhã, e Lusbel, ou Luzbel, é corruptela da palavra Lúcifer.
Satanás, ou Satã, é uma palavra hebraica, que passou para o grego e significa: adversário, inimigo.
Belzebu, ou belzebul, na língua santa quer dizer ídolo da mosca: assim se chamava o ídolo que os Acaronitas adoravam e que invocavam contra a praga das moscas. Os hebreus, que tinham por sacerdotes os escribas e fariseus, viram-se obrigados a crer no diabo dos Acaronitas, inventado pelos seus curas de almas, assim como os católicos crêem no diabo do Hebraísmo, herdado, pelos sacerdotes do Vaticano, dos seus antecessores hebreus.
Note-se que Belzebu não é uma invenção do Cristo, mas, sim, dos padres que crucificaram o Cristo! Lê-se em Lucas, XI, 15 (palavras do Apóstolo): "Porém alguns deles diziam - ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios: E no versículo 18, Jesus diz: “Pois dizeis que expulso os demônios por Belzebu:”
Os fariseus e os escribas faziam causa comum e os sacerdotes dedicavam-se, como o atual sacerdócio romano, a estudar as Escrituras, constituindo as suas deliberações artigos de fé.
Como os ministros do Vaticano, os escribas e fariseus eram observadores servis das práticas exteriores, do culto e das cerimônias: cheios de um zelo ardente de proselitismo - e inimigos acérrimos dos inovadores, afetavam grande devoção, mas ocultavam hábitos dissolutos, muito orgulho e, ainda mais, amor de dominação. A religião para eles era um meio de chegarem aos seus fins; de virtudes só tinham aparências; eram, como dizia Jesus, "lobos cobertos com pele de cordeiros".
É preciso não esquecer que o Divino Mestre dedicou muito tempo da sua missão na Terra em desmascarar a hipocrisia desses falsos apóstolos, ministros fraudulentos, na frase do iluminado de Damasco; e quem tiver a paciência de percorrer as páginas dos Evangelhos verá o terrível libelo de condenação contra aqueles impostores que ligavam pesados fardos aos ombros dos homens; eles porém, nem com um dedo queriam movê-los.
"Eles fazem todas as obras - dizia o Cristo - para serem vistos pelos homens, pois trazem largos filactérios e estendem as franjas dos seus vestidos; amam os primeiros lugares nas ceias, as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados Rabi, Rabi (padre mestre)". (Mateus, XXIII)
Eram esses os verdadeiros diabos, os Satanases ou adversários, inimigos da Verdade: só das forjas das suas consciências podia ter saído à personificação do mal, assalariado pelos vícios e pelas paixões que tornavam tenebrosos os seus espíritos!
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