Terça-feira, 24 de Abril de 2007

PERANTE A DOR ALHEIA

Quando alguém se corta, se machuca, quando possui uma enfermidade que provoca dores, essa pessoa grita, essa pessoa procura um remédio para diminuir a sua dor, essa pessoa chora. Então, a dor física é uma dor que provoca uma reação, também física, e a busca de um lenitivo. Quem nunca passou por terríveis dores de cabeça e de dente? Quer logo um medicamento para sanar essa dor... Então, é o instinto natural de defesa da pessoa: sentiu dor, procura um medicamento; adoeceu, procura um médico.
Mas, as dores espirituais são silenciosas e difíceis, às vezes, de serem compreendidas por aqueles que estão de fora, porque cada um é senhor da sua alma, cada um é dono absoluto dos seus sentimentos e, só ele, sabe explicar e compreender esses sentimentos. Então, para que alguém possa invadir o campo do sentimento de alguém, é preciso de que este alguém esteja disposto a falar, sensível à ajuda e disposto a procurar o medicamento para a sua cura.
Quase todas as dores morais, espirituais, estão no comportamento da pessoa ou de outras pessoas, interferindo nos sentimentos das criaturas. É preciso, então, buscar aqueles recursos que, nós sabemos, funcionam no campo da alma: a prece, para ter equilíbrio; a leitura edificante, para a disciplina; muita cautela, para não ter, como coniventes, pessoas que possam agravar as dores espirituais e morais. É necessário saber, então, como vai falar, com quem vai falar e a hora que vai falar.
Nós, do plano espiritual, observamos que, na grande maioria, as pessoas são incapazes de compreender a dor da outra, por isso, não conseguem ajudar. As pessoas que conseguem ajudar são aquelas que, realmente, se apagam nas suas limitações, trancam a porta dos deus traumas, das suas neuroses, para entender as neuroses e os traumas dos outros. Mas, na grande maioria, mesmo as pessoas muitos ligadas diretamente, por elos até biológicos e de afetividade – porque, nem sempre, os elos biológicos estão ligados ao campo da afetividade, às vezes estão ligados ao campo provacional - essas pessoas, às vezes, não são capazes de entender porque o outro sofre, a extensão do que o outro sofre. Diante, às vezes, de uma reação de desequilíbrio extremo, mesmo assim, não é capaz de ver que ali tem uma alma gritando de dor, de insegurança, de desespero, de carência.
A prece será sempre a busca de um remédio com o médico das almas, que é Jesus. Através da prece nós recebemos ajuda dos amigos que estão altamente ligados a nós, mantemos uma convivência salutar com a luz, nos fortalecemos dentro dos nossos princípios renovadores, encontramos aquilo que buscamos dentro do nosso ser, no âmago mais profundo do nosso coração. A prece será sempre o recurso maior e aquela necessidade de conversar com Deus, usando intermediários diretos e indiretos dele, é muito importante, porque vamos buscar os seres que estão disponíveis, às vezes, esses seres nos cercam com extremo amor. Vocês são cercados de entidades inferiores, de entidades sofredoras, de entidades intrusas e oportunistas, imaginam vocês que não são cercados de entidades bondosas, amigas, preocupadas com o trabalho, felizes por ver que vocês debruçam diante do trabalho redentor, com isso levam consolo e, ao mesmo tempo, crescem? Claro que qualquer gota de trabalho, nesse oceano imenso de necessidade é um sol imenso de luz, nas trevas densas de cada um.
Que esse médico das almas possa ajudar a todos vocês.

Bezerra de Menezes
Mensagem recebida por Shyrlene Soares Campos,
dia 02/03/2000, no Núcleo Servos Maria de Nazaré
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 21:46

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PERANTE A DOR ALHEIA

Quando alguém se corta, se machuca, quando possui uma enfermidade que provoca dores, essa pessoa grita, essa pessoa procura um remédio para diminuir a sua dor, essa pessoa chora. Então, a dor física é uma dor que provoca uma reação, também física, e a busca de um lenitivo. Quem nunca passou por terríveis dores de cabeça e de dente? Quer logo um medicamento para sanar essa dor... Então, é o instinto natural de defesa da pessoa: sentiu dor, procura um medicamento; adoeceu, procura um médico.
Mas, as dores espirituais são silenciosas e difíceis, às vezes, de serem compreendidas por aqueles que estão de fora, porque cada um é senhor da sua alma, cada um é dono absoluto dos seus sentimentos e, só ele, sabe explicar e compreender esses sentimentos. Então, para que alguém possa invadir o campo do sentimento de alguém, é preciso de que este alguém esteja disposto a falar, sensível à ajuda e disposto a procurar o medicamento para a sua cura.
Quase todas as dores morais, espirituais, estão no comportamento da pessoa ou de outras pessoas, interferindo nos sentimentos das criaturas. É preciso, então, buscar aqueles recursos que, nós sabemos, funcionam no campo da alma: a prece, para ter equilíbrio; a leitura edificante, para a disciplina; muita cautela, para não ter, como coniventes, pessoas que possam agravar as dores espirituais e morais. É necessário saber, então, como vai falar, com quem vai falar e a hora que vai falar.
Nós, do plano espiritual, observamos que, na grande maioria, as pessoas são incapazes de compreender a dor da outra, por isso, não conseguem ajudar. As pessoas que conseguem ajudar são aquelas que, realmente, se apagam nas suas limitações, trancam a porta dos deus traumas, das suas neuroses, para entender as neuroses e os traumas dos outros. Mas, na grande maioria, mesmo as pessoas muitos ligadas diretamente, por elos até biológicos e de afetividade – porque, nem sempre, os elos biológicos estão ligados ao campo da afetividade, às vezes estão ligados ao campo provacional - essas pessoas, às vezes, não são capazes de entender porque o outro sofre, a extensão do que o outro sofre. Diante, às vezes, de uma reação de desequilíbrio extremo, mesmo assim, não é capaz de ver que ali tem uma alma gritando de dor, de insegurança, de desespero, de carência.
A prece será sempre a busca de um remédio com o médico das almas, que é Jesus. Através da prece nós recebemos ajuda dos amigos que estão altamente ligados a nós, mantemos uma convivência salutar com a luz, nos fortalecemos dentro dos nossos princípios renovadores, encontramos aquilo que buscamos dentro do nosso ser, no âmago mais profundo do nosso coração. A prece será sempre o recurso maior e aquela necessidade de conversar com Deus, usando intermediários diretos e indiretos dele, é muito importante, porque vamos buscar os seres que estão disponíveis, às vezes, esses seres nos cercam com extremo amor. Vocês são cercados de entidades inferiores, de entidades sofredoras, de entidades intrusas e oportunistas, imaginam vocês que não são cercados de entidades bondosas, amigas, preocupadas com o trabalho, felizes por ver que vocês debruçam diante do trabalho redentor, com isso levam consolo e, ao mesmo tempo, crescem? Claro que qualquer gota de trabalho, nesse oceano imenso de necessidade é um sol imenso de luz, nas trevas densas de cada um.
Que esse médico das almas possa ajudar a todos vocês.

Bezerra de Menezes
Mensagem recebida por Shyrlene Soares Campos,
dia 02/03/2000, no Núcleo Servos Maria de Nazaré
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 21:46

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Segunda-feira, 16 de Abril de 2007

18 DE ABRIL - 150 ANOS LIVRO DO ESPIRITOS

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: 150 ANOS
18 de abril de 1857

Cesar Soares dos Reis
Certa feita perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos. Encontramos a resposta em Mateus (22:37), em Marcos (12:3) e em Lucas (10:26). O amor sintetiza a base real do Cristianismo.
A aquisição dessa capacidade de amar, do amor que estabelece um elo entre Deus e as criaturas, do amor que tornará possível a coexistência de seres humanos tão distintos uns dos outros, deve ser uma conquista individual. Onde houver amor haverá trabalho incessante, solidariedade regeneradora, tolerância fraternal. São as bases do dinamismo cristão, a essência do processo evolutivo. Todos temos que atuar duramente no esforço constante da vida, fazendo surgir desse esforço o bem comum, transformando sentimento em comportamento amoroso.
Por certo Jesus sabia que eram ensinamentos muito avançados para aquele tempo. Prometeu então enviar o Consolador (João, 14:16) com a dupla finalidade de rememorar seus ensinamentos e ampliá-los com novos aspectos. Jesus semeou para o tempo da eternidade.
O Espiritismo é o herdeiro da dinâmica cristã porque não se cansa de apregoar a importância da responsabilidade pessoal e de proclamar que cabe ao homem a solução do seu magno problema de felicidade. O Espiritismo desperta no homem a noção da grande seriedade no estudo e na exemplificação, no conhecimento e na prática dos valores cristãos para que possa, com seu trabalho próprio, transformar a Terra de provas e expiações num paraíso de redenção.
Para os espíritas chegou à hora de colocar a mão no arado.
A Terceira Revelação tem uma grande novidade: agrega o aspecto científico aos aspectos morais e religiosos. Na verdade apresenta ao homem, pela primeira vez, um conjunto em que ciência, filosofia e religião são ramos de uma mesma árvore que tem suas raízes assentadas no coração de Deus, nosso Pai.
O Espiritismo tem várias novidades extraordinárias. A idéia de Deus causa primária de todas as coisas. Um Deus-presença integral em cada ponto e em cada não-ponto do Universo. Sábio, justo, perfeito, um Deus sem humores variáveis, sem barba, sem cetro, porque não é uma pessoa física.
Um Deus, ao mesmo tempo lei inexorável e misericórdia permanente e construtiva. A evolução também é apresentada pela primeira vez ao ser humano como uma conseqüência da própria criação. Não haveria criação sem evolução e não haveria evolução sem criação contínua e permanente, partindo do hausto da divindade, nele se alimentando e crescendo continuadamente até onde nossa inteligência não percebe nosso entendimento não alcança. A evolução não é apenas a prevalência do mais forte.
Ela é da natureza de tudo que é criado. Essa percepção é uma novidade do Consolador.
Nesse contexto, a reencarnação se coloca naturalmente dentro do processo evolutivo.
Do elemento mais primitivo ao arcanjo, há todo um contínuo. Do reino mineral, através dos vírus cristalinos, a vida desabrocha e evolui. Desde os elementos de uma só célula às multicomplexas estruturas vegetais, a evolução permite o surgimento da respiração, da alimentação, da excreção, da reprodução. Do reino vegetal passamos ao reino animal onde percebemos o grande predomínio das funções instintivas, o nascimento da inteligência, dos processos de agrupamentos, com o surgimento de lideranças e de diversos aspectos psicológicos e sociológicos. Chegamos ao ser humano onde além de todas as funções encontradas nos reinos mineral, vegetal e animal, surge à sensibilidade, que lhe permite a poesia, a música, a criatividade, de maneira geral, e a fé, a esperança e a caridade.
Ao lado da sensibilidade, o livre-arbítrio cresce proporcionalmente à sua evolução.
Pela primeira vez na História da humanidade, a reencarnação é apresentada como instrumento de evolução e na aplicação direta da lei de causa e efeito. E mais, o limite superior da reencarnação está ligado ao limite da própria evolução humana, chegando a um novo reino, apresentado anteriormente por Jesus: o reino dos Céus.
Também não foi o Espiritismo que inventou a mediunidade. Pela primeira vez, porém, ela aparece como atributo humano, indissociável da sua condição de ser divino em processo de aproximação em relação a Deus. A mediunidade está ligada à nossa condição de seres divinos. Hoje, assume, muitas vezes, aspectos primitivos. No futuro, será pura intuição e poderemos também dizer: já não sou mais eu quem vive, é o Pai que vive em mim (Paulo: Gálatas, 2:20).
A mediunidade colocada sob o aspecto da comunicação transcendente é uma novidade espírita.
Fecha-se, assim, o circuito do conhecimento humano. Por isso o Espiritismo possui – e isso é outra novidade – tríplice aspecto que, na verdade, é uno: ciência, filosofia e religião. Não é uma revelação bíblica, mosaica ou judaica, não é uma revelação evangélica associada a uma leitura piedosa, mística, de culto ou ritual. É uma síntese que abarca todas as questões humanas, morais, intelectuais, científicas, técnicas, organizacionais, sociais, de conduta, de ética. Pela primeira vez temos respostas claras sobre nossa origem, nossa destinação e a explicação dos dilemas, problemas, alegrias, angústias, paz, felicidade.
Outra questão interessante e nova do Espiritismo é que, pela primeira vez, aparece uma revelação que não se diz definitiva, pronta e acabada. É o Codificador Allan Kardec que adverte: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” (“A Gênese”, capítulo 1, item 55).
É ainda Allan Kardec que ensina: “Por meio do Espiritismo, a humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável” (“O Livro dos Espíritos”, Conclusão, capítulo 5).
“O Livro dos Espíritos” foi lançado numa época muito especial. Surgiu na França, cérebro do mundo, na oportunidade.
Apareceu num tempo onde o materialismo dilacerava as religiões dominantes, com perguntas inquietantes e sem respostas. Darwin lançou, em 1858, seu trabalho sobre a evolução com base na seleção natural. Final do século XIX, início do século XX, nascem uma nova Física, uma nova Química, uma Biologia nova, além do nascimento da Psicologia, da Sociologia, da Psicanálise. Tempo em que a produção, a economia, a indústria se reformularam inteiramente. Logo viriam os automóveis, os aviões e, também, as guerras mundiais. O século XX gerou um incrível progresso científico e tecnológico.
Resolvemos de maneira brilhante os problemas da inteligência. Já os problemas da convivência, aí estão ameaçando o século XXI.
Neste cenário tão diferente, a humanidade clama por novos conceitos de fé, conceitos que sustentem o progresso científico.
Agora é a hora da fé por sintonia vibratória, da fé pela razão. Não mais o tempo do crê ou morre. Entender para crer, crer para sintonizar, sintonizar para vibrar no mesmo diapasão de estímulos superiores que geram o bem, a luz e a paz.
Há um plano do Alto para a Humanidade. Aproxima-se a era da regeneração. “O Livro dos Espíritos” é a primeira clarinada da nova era. Lançado em 1857, re-arruma as idéias sobre Deus, as causas primárias, o Universo, a Criação, o princípio vital, bases da sua filosofia, em 75 questões. Seguem-se 538 questões com as revelações do mundo espiritual. Encontramos o Espírito, sua origem e natureza, suas atividades, os mundos habitados, a reencarnação, o perispírito. Na terceira parte, com 306 questões, há o monumento de sabedoria constituído pelas leis morais, que não diferem, em sua essência, das demais leis universais e que caracterizam a mensagem para uma nova conduta moral do homem e da sociedade humana. Seguem-se mais 99 questões sobre as esperanças e consolações, que nos levam ao entendimento da conquista da felicidade. O livro tem ainda uma introdução que sintetiza a obra e prolegômenos, onde Allan Kardec anuncia os espíritos como força da natureza, declara que o livro foi escrito por ordem e sob o ditado de Espíritos Superiores, para o estabelecimento de uma filosofia racional, isenta de preconceitos do espírito de sistema. Finalmente, na Conclusão, aparece claramente a idéia de que o progresso da Humanidade tem seu princípio baseado na lei de justiça, amor e caridade. Diz ainda que essa lei seja fundada na certeza do futuro.
Quando comemoramos os 150 anos de “O Livro dos Espíritos”, lembramos que ele é a clarinada da nova era. Que possamos despertar, nessa alvorada anunciada, para construir o tempo novo, um futuro melhor.
Que nossa homenagem ao lançamento desse livro de luz seja a iluminação de nós mesmos pelo esforço de renovação íntima e pelo trabalho diuturno no Bem, para que o Amor seja a razão profunda da nossa vida.
Foi para isso que “O Livro dos Espíritos” veio.
Retira do SEI nº. 2037
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 23:34

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18 DE ABRIL - 150 ANOS LIVRO DO ESPIRITOS

O LIVRO DOS ESPÍRITOS: 150 ANOS
18 de abril de 1857

Cesar Soares dos Reis
Certa feita perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos. Encontramos a resposta em Mateus (22:37), em Marcos (12:3) e em Lucas (10:26). O amor sintetiza a base real do Cristianismo.
A aquisição dessa capacidade de amar, do amor que estabelece um elo entre Deus e as criaturas, do amor que tornará possível a coexistência de seres humanos tão distintos uns dos outros, deve ser uma conquista individual. Onde houver amor haverá trabalho incessante, solidariedade regeneradora, tolerância fraternal. São as bases do dinamismo cristão, a essência do processo evolutivo. Todos temos que atuar duramente no esforço constante da vida, fazendo surgir desse esforço o bem comum, transformando sentimento em comportamento amoroso.
Por certo Jesus sabia que eram ensinamentos muito avançados para aquele tempo. Prometeu então enviar o Consolador (João, 14:16) com a dupla finalidade de rememorar seus ensinamentos e ampliá-los com novos aspectos. Jesus semeou para o tempo da eternidade.
O Espiritismo é o herdeiro da dinâmica cristã porque não se cansa de apregoar a importância da responsabilidade pessoal e de proclamar que cabe ao homem a solução do seu magno problema de felicidade. O Espiritismo desperta no homem a noção da grande seriedade no estudo e na exemplificação, no conhecimento e na prática dos valores cristãos para que possa, com seu trabalho próprio, transformar a Terra de provas e expiações num paraíso de redenção.
Para os espíritas chegou à hora de colocar a mão no arado.
A Terceira Revelação tem uma grande novidade: agrega o aspecto científico aos aspectos morais e religiosos. Na verdade apresenta ao homem, pela primeira vez, um conjunto em que ciência, filosofia e religião são ramos de uma mesma árvore que tem suas raízes assentadas no coração de Deus, nosso Pai.
O Espiritismo tem várias novidades extraordinárias. A idéia de Deus causa primária de todas as coisas. Um Deus-presença integral em cada ponto e em cada não-ponto do Universo. Sábio, justo, perfeito, um Deus sem humores variáveis, sem barba, sem cetro, porque não é uma pessoa física.
Um Deus, ao mesmo tempo lei inexorável e misericórdia permanente e construtiva. A evolução também é apresentada pela primeira vez ao ser humano como uma conseqüência da própria criação. Não haveria criação sem evolução e não haveria evolução sem criação contínua e permanente, partindo do hausto da divindade, nele se alimentando e crescendo continuadamente até onde nossa inteligência não percebe nosso entendimento não alcança. A evolução não é apenas a prevalência do mais forte.
Ela é da natureza de tudo que é criado. Essa percepção é uma novidade do Consolador.
Nesse contexto, a reencarnação se coloca naturalmente dentro do processo evolutivo.
Do elemento mais primitivo ao arcanjo, há todo um contínuo. Do reino mineral, através dos vírus cristalinos, a vida desabrocha e evolui. Desde os elementos de uma só célula às multicomplexas estruturas vegetais, a evolução permite o surgimento da respiração, da alimentação, da excreção, da reprodução. Do reino vegetal passamos ao reino animal onde percebemos o grande predomínio das funções instintivas, o nascimento da inteligência, dos processos de agrupamentos, com o surgimento de lideranças e de diversos aspectos psicológicos e sociológicos. Chegamos ao ser humano onde além de todas as funções encontradas nos reinos mineral, vegetal e animal, surge à sensibilidade, que lhe permite a poesia, a música, a criatividade, de maneira geral, e a fé, a esperança e a caridade.
Ao lado da sensibilidade, o livre-arbítrio cresce proporcionalmente à sua evolução.
Pela primeira vez na História da humanidade, a reencarnação é apresentada como instrumento de evolução e na aplicação direta da lei de causa e efeito. E mais, o limite superior da reencarnação está ligado ao limite da própria evolução humana, chegando a um novo reino, apresentado anteriormente por Jesus: o reino dos Céus.
Também não foi o Espiritismo que inventou a mediunidade. Pela primeira vez, porém, ela aparece como atributo humano, indissociável da sua condição de ser divino em processo de aproximação em relação a Deus. A mediunidade está ligada à nossa condição de seres divinos. Hoje, assume, muitas vezes, aspectos primitivos. No futuro, será pura intuição e poderemos também dizer: já não sou mais eu quem vive, é o Pai que vive em mim (Paulo: Gálatas, 2:20).
A mediunidade colocada sob o aspecto da comunicação transcendente é uma novidade espírita.
Fecha-se, assim, o circuito do conhecimento humano. Por isso o Espiritismo possui – e isso é outra novidade – tríplice aspecto que, na verdade, é uno: ciência, filosofia e religião. Não é uma revelação bíblica, mosaica ou judaica, não é uma revelação evangélica associada a uma leitura piedosa, mística, de culto ou ritual. É uma síntese que abarca todas as questões humanas, morais, intelectuais, científicas, técnicas, organizacionais, sociais, de conduta, de ética. Pela primeira vez temos respostas claras sobre nossa origem, nossa destinação e a explicação dos dilemas, problemas, alegrias, angústias, paz, felicidade.
Outra questão interessante e nova do Espiritismo é que, pela primeira vez, aparece uma revelação que não se diz definitiva, pronta e acabada. É o Codificador Allan Kardec que adverte: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” (“A Gênese”, capítulo 1, item 55).
É ainda Allan Kardec que ensina: “Por meio do Espiritismo, a humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável” (“O Livro dos Espíritos”, Conclusão, capítulo 5).
“O Livro dos Espíritos” foi lançado numa época muito especial. Surgiu na França, cérebro do mundo, na oportunidade.
Apareceu num tempo onde o materialismo dilacerava as religiões dominantes, com perguntas inquietantes e sem respostas. Darwin lançou, em 1858, seu trabalho sobre a evolução com base na seleção natural. Final do século XIX, início do século XX, nascem uma nova Física, uma nova Química, uma Biologia nova, além do nascimento da Psicologia, da Sociologia, da Psicanálise. Tempo em que a produção, a economia, a indústria se reformularam inteiramente. Logo viriam os automóveis, os aviões e, também, as guerras mundiais. O século XX gerou um incrível progresso científico e tecnológico.
Resolvemos de maneira brilhante os problemas da inteligência. Já os problemas da convivência, aí estão ameaçando o século XXI.
Neste cenário tão diferente, a humanidade clama por novos conceitos de fé, conceitos que sustentem o progresso científico.
Agora é a hora da fé por sintonia vibratória, da fé pela razão. Não mais o tempo do crê ou morre. Entender para crer, crer para sintonizar, sintonizar para vibrar no mesmo diapasão de estímulos superiores que geram o bem, a luz e a paz.
Há um plano do Alto para a Humanidade. Aproxima-se a era da regeneração. “O Livro dos Espíritos” é a primeira clarinada da nova era. Lançado em 1857, re-arruma as idéias sobre Deus, as causas primárias, o Universo, a Criação, o princípio vital, bases da sua filosofia, em 75 questões. Seguem-se 538 questões com as revelações do mundo espiritual. Encontramos o Espírito, sua origem e natureza, suas atividades, os mundos habitados, a reencarnação, o perispírito. Na terceira parte, com 306 questões, há o monumento de sabedoria constituído pelas leis morais, que não diferem, em sua essência, das demais leis universais e que caracterizam a mensagem para uma nova conduta moral do homem e da sociedade humana. Seguem-se mais 99 questões sobre as esperanças e consolações, que nos levam ao entendimento da conquista da felicidade. O livro tem ainda uma introdução que sintetiza a obra e prolegômenos, onde Allan Kardec anuncia os espíritos como força da natureza, declara que o livro foi escrito por ordem e sob o ditado de Espíritos Superiores, para o estabelecimento de uma filosofia racional, isenta de preconceitos do espírito de sistema. Finalmente, na Conclusão, aparece claramente a idéia de que o progresso da Humanidade tem seu princípio baseado na lei de justiça, amor e caridade. Diz ainda que essa lei seja fundada na certeza do futuro.
Quando comemoramos os 150 anos de “O Livro dos Espíritos”, lembramos que ele é a clarinada da nova era. Que possamos despertar, nessa alvorada anunciada, para construir o tempo novo, um futuro melhor.
Que nossa homenagem ao lançamento desse livro de luz seja a iluminação de nós mesmos pelo esforço de renovação íntima e pelo trabalho diuturno no Bem, para que o Amor seja a razão profunda da nossa vida.
Foi para isso que “O Livro dos Espíritos” veio.
Retira do SEI nº. 2037
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 23:34

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Terça-feira, 3 de Abril de 2007

REENCARNAÇÃO

1) CONCEITO DE REENCARNAÇÃO
Encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, mais precisamente em seu capítulo IV, a definição de reencarnação como o retorno da alma ou do espírito à vida corporal, mas em um outro corpo novamente formado para ela, e que nada tem de comum com o antigo. Atualmente o referido vocábulo está presente até mesmo nos dicionários da língua portuguesa, que definem a palavra reencarnar como a possibilidade do espírito reassumir a sua forma material.

Reencarnar (prefixo “re” + encarnar, do latim incarnare) é voltar à carne, ou seja, tornar o espírito a habitar um corpo carnal com o objetivo de se burilar e se aperfeiçoar na senda do progresso a que todos estamos predestinados.

Nos dias de hoje a reencarnação é amplamente discutida e debatida entre todos os seguimentos da sociedade; até mesmo as religiões não-reencarnacionistas guardam enorme respeito aos adeptos da crença das vidas sucessivas do espírito. É cediço que nós espíritas constituímos o único seguimento que ainda se intitula como religião reencarnacionista-cristã. As demais congregações cristãs, como por exemplo o catolicismo ou o protestantismo, admitem a imortalidade da alma, mas não compactuam com a hipótese de o espírito ter a faculdade de renascer em um novo corpo. Entretanto, prosélitos de outras seitas desvinculadas do cristianismo, tais como a Seicho-No-Ie e o Budismo, as religiões afro-brasileiras como a Umbanda e o Candomblé, aceitam a reencarnação como forma natural do aprimoramento e amadurecimento do ser humano, assim como outras doutrinas espiritualistas que vislumbram no Cristo um ente iluminado, crêem na possibilidade da reencarnação, mas não possuem característica religiosa, como é o caso do racionalismo cristão, entre outros.

2) ESQUECIMENTO DO PASSADO
Os críticos mais pertinazes do tema em debate atribuem a não existência da reencarnação ao fato de não nos recordarmos das vidas anteriores. Porém, um estudo superficial não nos daria condições de analisar com a devida clareza as finalidades e justificativas das vidas sucessivas. Talvez em razão disso seja a descrença encontrada no posicionamento de cépticos e censores.

O esquecimento do passado é uma bênção. Deus, na sua infinita sabedoria, permite aos seus filhos voltar à Terra, novamente encarnados, reunidos em um mesmo grupo ou família. Espíritos afins reencontram-se com o objetivo de se aprimorarem e as lembranças de vidas pretéritas prejudicariam o desempenho da criatura na atual existência. Ódios, rancores, amarguras, rusgas e desentendimentos poderiam vir à tona atrapalhando o exercício do amor fraternal no seio familiar ou no grupo de convívio.

A providência divina se encarrega de atender todas as necessidades do espírito encarnado na sua atual existência e as recordações do passado poderiam prejudica-lo em sua missão. O déspota, ao retornar à vida carnal, certamente iria envergonhar-se de sua condição e atravancar o seu progresso em busca da redenção. O soberbo renascido entre os miseráveis e estropiados não admitiria ser rebaixado da posição social em que outrora se encontrava. Inimigos e desafetos encarnados no mesmo círculo familiar, como pais, filhos ou irmãos, fatalmente se digladiariam na hipótese de se recordarem dos malefícios que fizeram um ao outro.

O ato de perdoar ainda é muito difícil de ser praticado em nossa condição evolutiva. Por isso, o esquecimento do passado vem de encontro com às necessidades do espírito. Algozes ferrenhos poderiam aprender o exercício do amor, da paciência e da tolerância, desde que não se recordem das feridas que foram provocadas e o perdão virá de forma natural a dissolver as intrigas existentes entre as criaturas.

Eis o significado da não recordação do que fomos, sentimos ou com quem nos relacionados em existências anteriores. O que deve permanecer tão-somente é a consciência imortal do espírito, que o levará a habitar moradas mais sublimas da Casa do Pai.

3) DIFERENÇA ENTRE RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO
A palavra ressurreição é oriunda do latim, resurrectione, e tem como significado o ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar.

Nos termos trazidos pelo Evangelho Segundo o Espiritismo, a ressurreição supõe o retorno à vida do corpo que morreu, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo estão, desde há muito, dispersos e absorvidos.

O dogma trazido pela igreja tem o condão de fazer seus fiéis acreditarem na possibilidade acima discutida, o que verificamos ser algo irrealizável.

Os ensinamentos cristãos, oriundos do nosso Mestre Jesus, diziam respeito à reencarnação e não à ressurreição, como veremos a seguir.

4) REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA
A bíblia possui inúmeras assertivas acerca da reencarnação, como por exemplo aquela em que Jesus afirma ser João Batista a reencarnação do profeta Elias.

Todavia, o trecho abaixo transcrito do evangelho de São João, nos parece mais adequado ao estudo ora desenvolvido:

Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodememos, senador dos judeus - que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele."

Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo."

Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"

Retorquiu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. - O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. - Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. - O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito."

Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?" - Jesus lhe observou: "Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?" (S. JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12).

Quando Jesus disse a Nicodemos que a carne procede da carne e o espírito procede do espírito, quis dizer que o corpo carnal nasce de um outro corpo carnal, como o filho que cresce no ventre de sua mãe, mas enfatizou que o espírito é imortal e a sua procedência é divina e nascerá em um novo corpo toda vez que houver necessidade de reparação, ajustamento ou evolução.

5) FINALIDADES E JUSTIFICATIVAS
a) Expiação

O vocábulo expiação também é oriundo do latim, expiatione, e tem como significação o ato ou efeito de expiar, isto é, castigo, penitência, cumprimento de pena.

Todavia, sabemos que Deus não castiga ninguém e o sofrimento pelo qual estamos sendo infligidos é fruto dos nossos próprios erros. É bem verdade que a encarnação muitas vezes constitui um aprisionamento para o espírito e poderíamos comparar o planeta Terra, que ainda é um mundo de expiações e provas, a um grande presídio de almas, que padecem dos mais diversos problemas ligados às doenças, à miséria, à violência, etc. Porém, como podemos encontrar na apostila do Curso Básico de Espiritismo da Federação Espírita do Estado de São Paulo, tais sofrimentos, quando suportados com resignação, paciência e entendimento, apagam erros passados e purificam o espírito que assim vai, encarnação após encarnação, libertando-se das imperfeições da matéria.

Muitas pessoas ainda ficam estupefatas quando afirmamos que o sofrimento se faz necessário para a correção das falhas que possuímos. Obviamente, as almas possuem a faculdade de se melhorarem sem as dores e dificuldades infligidas na encarnação, isto quando despertam para uma nova consciência de trabalho em prol da reforma íntima e amor ao próximo. Entretanto, é sabido que muitos desses espíritos ainda relutam em se despojar dos vícios e das más inclinações. Endurecidos e cegos pelo egoísmo e pela vaidade, não conseguem se libertar dos sentimentos que aviltam o homem e, por isso, carecem da expiação terrena para compreenderem melhor os desígnios de Deus.

A expiação é, assim, a alavanca que move o espírito estacionário ao caminho da perfeição.

b) Prova

Entendemos aqui a acepção prova como sinônimo de aprendizado para o espírito. O Livro do Espíritos nos ensina que, em sentido amplo, cada nova existência corporal é uma prova para o espírito.

Prova não significa necessariamente sofrimento, como é o caso da expiação, mas sim a aquisição de novos conhecimentos em virtude de testes a que será submetido o espírito encarnado.

Exemplificativamente, em uma nova existência o espírito encarnado estará sujeito a provas de paciência, de tolerância, de amor, de fé, de perseverança, entre outras, para que possa se depurar e adquirir mais virtudes. É a reforma íntima operando no espírito para que este possa um dia atingir a perfeição.

c) Missão

Também oriunda do latim, missione, possui o sentido de encargo, incumbência de realizar alguma coisa. Ora, todos os espíritos, ao encarnarem, possuem uma missão pré-estabelecida que, segundo os ensinamentos trazidos pelo Colégio Allan Kardec, da cidade de Sacramento, em Minas Gerais, podemos denomina-la de planejamento encarnatório.

Os espíritos mais adiantamos vislumbram quais as possibilidades mais favoráveis ao adiantamento do espírito e, antes deste encarnar, traçam um planejamento de toda a sua existência, desde o nascimento até o desencarne. A família que o receberá, as pessoas de sua convivência, o emprego, a escola, as escolhas e as opções que deverá fazer em sua encarnação.

Tais missões, de modo geral, enquadram-se em papéis de maior ou menor intensidade, de acordo com a capacidade e a elevação do espírito reencarnante. Não podemos confundir a missão definida para cada espírito com a encarnação de espíritos missionários, que são os avatares incumbidos de grandes realizações no planeta, como é o caso dos espíritos sublimes que nos trazem tantos ensinamentos de conduta moral é ética. É por isso que preterimos a palavra missão pelo vocábulo tarefa, pois nossas realizações ainda são pequenas diante da grande responsabilidade assumida por um espírito missionário.

Mas, são essas pequenas tarefas que nos ajudarão a crescer moral e espiritualmente e que nos conduzirão ao reino de felicidade anunciado por Jesus.

d) Cooperação na Obra do Criador

Aprendemos no capítulo XI, item 24, da Gênese de Allan Kardec, que o trabalho inteligente realizado pelo espírito encarnado em seu proveito sobre a matéria, concorre para a transformação e o progresso material do globo em que habita; assim é que, progredindo ele mesmo, colabora na obra do Criador, de que é agente inconsciente.

Todas as almas estão obrigadas a esta cooperação de que fala a codificação kardequiana. Além daquilo que temos a expiar, além das provas a que somos submetidos e além de cumprir fielmente a missão ou tarefa a que nos propomos, devemos colaborar com esta grande obra, que é o alcance da perfeição humana.

Algumas almas mais preguiçosas poderiam esbravejar dizendo o seguinte: quer dizer então que, além de sofrer (expiação), ser submetido a testes (prova) e cumprir tarefas estipuladas em minha vida (missão), ainda devo ajudar a Deus? E a resposta é SIM. Obviamente que sim. Ninguém alcançará a perfeição sozinho. Ninguém estará plenamente feliz enquanto houver uma alma sequer sofrendo. A caridade trazida como o caminho para a salvação é a máxima cristã da mais pura beleza e veracidade. O capítulo XIII do Evangelho Segundo o Espiritismo contém pérolas de ensinamentos que trazem aos homens o real significado de uma existência: auxiliar ao próximo em suas carências sem ostentação. Eis a nossa verdadeira missão. A despeito da pergunta formulada acima, Jesus fatalmente nos responderia o que segue: se desejosos de atingires a perfeição, olhai primeiro para baixo de vós, e vereis quantos estão a sofrer e padecer das mais cruéis e inúmeras dificuldades da matéria. Auxiliai primeiro estes para serdes auxiliados depois.

Trabalhando, sendo operosos e fazendo a nossa parte enquanto espíritos encarnados, estaremos dando a nossa parcela de contribuição, somo singelos operários a serviço do Grande Arquiteto do Universo.

e) Ajudar a Desenvolver a Inteligência

A encarnação também tem como escopo o desenvolvimento intelectual do espírito. Todavia, essa gama de conhecimentos que se adquire através das várias existências deve servir para conduzir as inteligências retardatárias ao Criador. Como nos ensina o Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VII, a inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance.

Se o meio onde o espírito habita lhe favorece o aprimoramento de seus conhecimentos, ele deverá reparti-lo com aqueles que não tiveram as mesmas condições e oportunidades.

Por outro lado, cultura não é sinônimo de sabedoria. De nada adianta a alma acumular conhecimentos de toda espécie e não praticar o amor e a caridade em sua vida. Poderíamos comparar essa inteligência a um automóvel muitíssimo veloz e sofisticado, mas que não possui um hábil condutor: fatalmente se chocaria por não estar governado por mãos caridosas e amoráveis. Melhor seria possuir parcos recursos intelectivos, mas conduzindo os ditames da vida com bom senso e discernimento, auxiliando sempre aqueles menos afortunados do caminho.

6) CONSIDERAÇÕES FINAIS
Também se constitui como uma das finalidades da reencarnação o refazimento do corpo perispiritual. É cediço que o espírito desregrado, preso aos vícios e às paixões que envilecem o homem, ao desencarnarem, podem chegar a perder sua forma perispirítica. Assim como o suicida, que do mesmo modo compromete gravemente o seu corpo fluídico, é dada a oportunidade de uma nova existência tão-somente para o restabelecimento desse corpo. Geralmente, essas encarnações se dão de forma compulsória, sem a aquiescência do espírito encarnante, mas a discussão mais detalhada sobre esse assunto implicaria em delongar mais o nosso trabalho, o que não é o nosso objetivo.

Desejamos aqui apenas ressaltar a importância do conhecimento das finalidades da reencarnação para que possamos efetivamente aplicá-las em nossas vidas, em todas as suas nuances. Expiando nossas faltas, aprendendo com as provas a que somos submetidos, cumprindo rigorosamente a missão (tarefa) a que nos propomos na pátria espiritual, colaborando na grande obra da criação e desenvolvendo nossa inteligência, estaremos dando largos passos a caminho da evolução e, conseqüentemente, da nossa própria felicidade.

Que o bondoso Mestre Jesus possa nos amparar diante dessa caminhada, para que os fardos pesados se tornem mais leves e suportáveis em nossa atual existência.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:47

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REENCARNAÇÃO

1) CONCEITO DE REENCARNAÇÃO
Encontramos no Evangelho Segundo o Espiritismo, mais precisamente em seu capítulo IV, a definição de reencarnação como o retorno da alma ou do espírito à vida corporal, mas em um outro corpo novamente formado para ela, e que nada tem de comum com o antigo. Atualmente o referido vocábulo está presente até mesmo nos dicionários da língua portuguesa, que definem a palavra reencarnar como a possibilidade do espírito reassumir a sua forma material.

Reencarnar (prefixo “re” + encarnar, do latim incarnare) é voltar à carne, ou seja, tornar o espírito a habitar um corpo carnal com o objetivo de se burilar e se aperfeiçoar na senda do progresso a que todos estamos predestinados.

Nos dias de hoje a reencarnação é amplamente discutida e debatida entre todos os seguimentos da sociedade; até mesmo as religiões não-reencarnacionistas guardam enorme respeito aos adeptos da crença das vidas sucessivas do espírito. É cediço que nós espíritas constituímos o único seguimento que ainda se intitula como religião reencarnacionista-cristã. As demais congregações cristãs, como por exemplo o catolicismo ou o protestantismo, admitem a imortalidade da alma, mas não compactuam com a hipótese de o espírito ter a faculdade de renascer em um novo corpo. Entretanto, prosélitos de outras seitas desvinculadas do cristianismo, tais como a Seicho-No-Ie e o Budismo, as religiões afro-brasileiras como a Umbanda e o Candomblé, aceitam a reencarnação como forma natural do aprimoramento e amadurecimento do ser humano, assim como outras doutrinas espiritualistas que vislumbram no Cristo um ente iluminado, crêem na possibilidade da reencarnação, mas não possuem característica religiosa, como é o caso do racionalismo cristão, entre outros.

2) ESQUECIMENTO DO PASSADO
Os críticos mais pertinazes do tema em debate atribuem a não existência da reencarnação ao fato de não nos recordarmos das vidas anteriores. Porém, um estudo superficial não nos daria condições de analisar com a devida clareza as finalidades e justificativas das vidas sucessivas. Talvez em razão disso seja a descrença encontrada no posicionamento de cépticos e censores.

O esquecimento do passado é uma bênção. Deus, na sua infinita sabedoria, permite aos seus filhos voltar à Terra, novamente encarnados, reunidos em um mesmo grupo ou família. Espíritos afins reencontram-se com o objetivo de se aprimorarem e as lembranças de vidas pretéritas prejudicariam o desempenho da criatura na atual existência. Ódios, rancores, amarguras, rusgas e desentendimentos poderiam vir à tona atrapalhando o exercício do amor fraternal no seio familiar ou no grupo de convívio.

A providência divina se encarrega de atender todas as necessidades do espírito encarnado na sua atual existência e as recordações do passado poderiam prejudica-lo em sua missão. O déspota, ao retornar à vida carnal, certamente iria envergonhar-se de sua condição e atravancar o seu progresso em busca da redenção. O soberbo renascido entre os miseráveis e estropiados não admitiria ser rebaixado da posição social em que outrora se encontrava. Inimigos e desafetos encarnados no mesmo círculo familiar, como pais, filhos ou irmãos, fatalmente se digladiariam na hipótese de se recordarem dos malefícios que fizeram um ao outro.

O ato de perdoar ainda é muito difícil de ser praticado em nossa condição evolutiva. Por isso, o esquecimento do passado vem de encontro com às necessidades do espírito. Algozes ferrenhos poderiam aprender o exercício do amor, da paciência e da tolerância, desde que não se recordem das feridas que foram provocadas e o perdão virá de forma natural a dissolver as intrigas existentes entre as criaturas.

Eis o significado da não recordação do que fomos, sentimos ou com quem nos relacionados em existências anteriores. O que deve permanecer tão-somente é a consciência imortal do espírito, que o levará a habitar moradas mais sublimas da Casa do Pai.

3) DIFERENÇA ENTRE RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO
A palavra ressurreição é oriunda do latim, resurrectione, e tem como significado o ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar.

Nos termos trazidos pelo Evangelho Segundo o Espiritismo, a ressurreição supõe o retorno à vida do corpo que morreu, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo estão, desde há muito, dispersos e absorvidos.

O dogma trazido pela igreja tem o condão de fazer seus fiéis acreditarem na possibilidade acima discutida, o que verificamos ser algo irrealizável.

Os ensinamentos cristãos, oriundos do nosso Mestre Jesus, diziam respeito à reencarnação e não à ressurreição, como veremos a seguir.

4) REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA
A bíblia possui inúmeras assertivas acerca da reencarnação, como por exemplo aquela em que Jesus afirma ser João Batista a reencarnação do profeta Elias.

Todavia, o trecho abaixo transcrito do evangelho de São João, nos parece mais adequado ao estudo ora desenvolvido:

Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodememos, senador dos judeus - que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele."

Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo."

Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"

Retorquiu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. - O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. - Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. - O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito."

Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?" - Jesus lhe observou: "Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?" (S. JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12).

Quando Jesus disse a Nicodemos que a carne procede da carne e o espírito procede do espírito, quis dizer que o corpo carnal nasce de um outro corpo carnal, como o filho que cresce no ventre de sua mãe, mas enfatizou que o espírito é imortal e a sua procedência é divina e nascerá em um novo corpo toda vez que houver necessidade de reparação, ajustamento ou evolução.

5) FINALIDADES E JUSTIFICATIVAS
a) Expiação

O vocábulo expiação também é oriundo do latim, expiatione, e tem como significação o ato ou efeito de expiar, isto é, castigo, penitência, cumprimento de pena.

Todavia, sabemos que Deus não castiga ninguém e o sofrimento pelo qual estamos sendo infligidos é fruto dos nossos próprios erros. É bem verdade que a encarnação muitas vezes constitui um aprisionamento para o espírito e poderíamos comparar o planeta Terra, que ainda é um mundo de expiações e provas, a um grande presídio de almas, que padecem dos mais diversos problemas ligados às doenças, à miséria, à violência, etc. Porém, como podemos encontrar na apostila do Curso Básico de Espiritismo da Federação Espírita do Estado de São Paulo, tais sofrimentos, quando suportados com resignação, paciência e entendimento, apagam erros passados e purificam o espírito que assim vai, encarnação após encarnação, libertando-se das imperfeições da matéria.

Muitas pessoas ainda ficam estupefatas quando afirmamos que o sofrimento se faz necessário para a correção das falhas que possuímos. Obviamente, as almas possuem a faculdade de se melhorarem sem as dores e dificuldades infligidas na encarnação, isto quando despertam para uma nova consciência de trabalho em prol da reforma íntima e amor ao próximo. Entretanto, é sabido que muitos desses espíritos ainda relutam em se despojar dos vícios e das más inclinações. Endurecidos e cegos pelo egoísmo e pela vaidade, não conseguem se libertar dos sentimentos que aviltam o homem e, por isso, carecem da expiação terrena para compreenderem melhor os desígnios de Deus.

A expiação é, assim, a alavanca que move o espírito estacionário ao caminho da perfeição.

b) Prova

Entendemos aqui a acepção prova como sinônimo de aprendizado para o espírito. O Livro do Espíritos nos ensina que, em sentido amplo, cada nova existência corporal é uma prova para o espírito.

Prova não significa necessariamente sofrimento, como é o caso da expiação, mas sim a aquisição de novos conhecimentos em virtude de testes a que será submetido o espírito encarnado.

Exemplificativamente, em uma nova existência o espírito encarnado estará sujeito a provas de paciência, de tolerância, de amor, de fé, de perseverança, entre outras, para que possa se depurar e adquirir mais virtudes. É a reforma íntima operando no espírito para que este possa um dia atingir a perfeição.

c) Missão

Também oriunda do latim, missione, possui o sentido de encargo, incumbência de realizar alguma coisa. Ora, todos os espíritos, ao encarnarem, possuem uma missão pré-estabelecida que, segundo os ensinamentos trazidos pelo Colégio Allan Kardec, da cidade de Sacramento, em Minas Gerais, podemos denomina-la de planejamento encarnatório.

Os espíritos mais adiantamos vislumbram quais as possibilidades mais favoráveis ao adiantamento do espírito e, antes deste encarnar, traçam um planejamento de toda a sua existência, desde o nascimento até o desencarne. A família que o receberá, as pessoas de sua convivência, o emprego, a escola, as escolhas e as opções que deverá fazer em sua encarnação.

Tais missões, de modo geral, enquadram-se em papéis de maior ou menor intensidade, de acordo com a capacidade e a elevação do espírito reencarnante. Não podemos confundir a missão definida para cada espírito com a encarnação de espíritos missionários, que são os avatares incumbidos de grandes realizações no planeta, como é o caso dos espíritos sublimes que nos trazem tantos ensinamentos de conduta moral é ética. É por isso que preterimos a palavra missão pelo vocábulo tarefa, pois nossas realizações ainda são pequenas diante da grande responsabilidade assumida por um espírito missionário.

Mas, são essas pequenas tarefas que nos ajudarão a crescer moral e espiritualmente e que nos conduzirão ao reino de felicidade anunciado por Jesus.

d) Cooperação na Obra do Criador

Aprendemos no capítulo XI, item 24, da Gênese de Allan Kardec, que o trabalho inteligente realizado pelo espírito encarnado em seu proveito sobre a matéria, concorre para a transformação e o progresso material do globo em que habita; assim é que, progredindo ele mesmo, colabora na obra do Criador, de que é agente inconsciente.

Todas as almas estão obrigadas a esta cooperação de que fala a codificação kardequiana. Além daquilo que temos a expiar, além das provas a que somos submetidos e além de cumprir fielmente a missão ou tarefa a que nos propomos, devemos colaborar com esta grande obra, que é o alcance da perfeição humana.

Algumas almas mais preguiçosas poderiam esbravejar dizendo o seguinte: quer dizer então que, além de sofrer (expiação), ser submetido a testes (prova) e cumprir tarefas estipuladas em minha vida (missão), ainda devo ajudar a Deus? E a resposta é SIM. Obviamente que sim. Ninguém alcançará a perfeição sozinho. Ninguém estará plenamente feliz enquanto houver uma alma sequer sofrendo. A caridade trazida como o caminho para a salvação é a máxima cristã da mais pura beleza e veracidade. O capítulo XIII do Evangelho Segundo o Espiritismo contém pérolas de ensinamentos que trazem aos homens o real significado de uma existência: auxiliar ao próximo em suas carências sem ostentação. Eis a nossa verdadeira missão. A despeito da pergunta formulada acima, Jesus fatalmente nos responderia o que segue: se desejosos de atingires a perfeição, olhai primeiro para baixo de vós, e vereis quantos estão a sofrer e padecer das mais cruéis e inúmeras dificuldades da matéria. Auxiliai primeiro estes para serdes auxiliados depois.

Trabalhando, sendo operosos e fazendo a nossa parte enquanto espíritos encarnados, estaremos dando a nossa parcela de contribuição, somo singelos operários a serviço do Grande Arquiteto do Universo.

e) Ajudar a Desenvolver a Inteligência

A encarnação também tem como escopo o desenvolvimento intelectual do espírito. Todavia, essa gama de conhecimentos que se adquire através das várias existências deve servir para conduzir as inteligências retardatárias ao Criador. Como nos ensina o Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo VII, a inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance.

Se o meio onde o espírito habita lhe favorece o aprimoramento de seus conhecimentos, ele deverá reparti-lo com aqueles que não tiveram as mesmas condições e oportunidades.

Por outro lado, cultura não é sinônimo de sabedoria. De nada adianta a alma acumular conhecimentos de toda espécie e não praticar o amor e a caridade em sua vida. Poderíamos comparar essa inteligência a um automóvel muitíssimo veloz e sofisticado, mas que não possui um hábil condutor: fatalmente se chocaria por não estar governado por mãos caridosas e amoráveis. Melhor seria possuir parcos recursos intelectivos, mas conduzindo os ditames da vida com bom senso e discernimento, auxiliando sempre aqueles menos afortunados do caminho.

6) CONSIDERAÇÕES FINAIS
Também se constitui como uma das finalidades da reencarnação o refazimento do corpo perispiritual. É cediço que o espírito desregrado, preso aos vícios e às paixões que envilecem o homem, ao desencarnarem, podem chegar a perder sua forma perispirítica. Assim como o suicida, que do mesmo modo compromete gravemente o seu corpo fluídico, é dada a oportunidade de uma nova existência tão-somente para o restabelecimento desse corpo. Geralmente, essas encarnações se dão de forma compulsória, sem a aquiescência do espírito encarnante, mas a discussão mais detalhada sobre esse assunto implicaria em delongar mais o nosso trabalho, o que não é o nosso objetivo.

Desejamos aqui apenas ressaltar a importância do conhecimento das finalidades da reencarnação para que possamos efetivamente aplicá-las em nossas vidas, em todas as suas nuances. Expiando nossas faltas, aprendendo com as provas a que somos submetidos, cumprindo rigorosamente a missão (tarefa) a que nos propomos na pátria espiritual, colaborando na grande obra da criação e desenvolvendo nossa inteligência, estaremos dando largos passos a caminho da evolução e, conseqüentemente, da nossa própria felicidade.

Que o bondoso Mestre Jesus possa nos amparar diante dessa caminhada, para que os fardos pesados se tornem mais leves e suportáveis em nossa atual existência.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:47

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Domingo, 1 de Abril de 2007

DESENCARNE DE ALLAN KARDEC

O ESTILO É O HOMEM

OBSERVAÇÃO DO COMPILADOR: Trata-se do anúncio da morte de Kardec feito por um jornal de Paris.
Aquele que, por tanto tempo, figurou no mundo científico e religioso sob o pseudônimo de Allan Kardec, chamava-se Rivail e morreu aos 65 anos.
Vimo-lo deitado num simples colchão, no meio daquela sala das sessões que há longos anos presidia; vimo-lo com o rosto calmo, como se extinguem aqueles a quem a morte não surpreende, e que, tranqüilo quanto ao resultado de uma vida vivida honesta e laboriosamente, deixam como que um reflexo da pureza de sua alma sobre esse corpo que abandonam à matéria.
Resignados pela fé numa vida melhor e pela convicção da imortalidade da alma, numerosos discípulos foram dar um último olhar a esses lábios descorados que, ainda ontem, lhes falava a linguagem da Terra. Mas já tinham a consolação do além-túmulo; o Espírito de Allan Kardec viera dizer como tinha sido o seu desprendimento, quais as suas impressões primeiras, quais de seus predecessores na morte tinham vindo ajudar sua alma a desprender-se da matéria. Se “o estilo é o homem”, os que conheceram Allan Kardec vivo só podiam comover-se com a autenticidade dessa comunicação espírita.
A morte de Allan Kardec é notável por uma coincidência estranha. A Sociedade formada por esse grande vulgarizador do Espiritismo acabava de chegar ao fim. O local abandonado, os móveis desaparecidos, nada mais restava de um passado que devia renascer sobre bases novas. Ao fim da última sessão, o presidente tinha feito suas despedidas; cumprida a sua missão, ele se retirava da luta diária para se consagrar inteiramente ao estudo da Filosofia Espiritualista. Outros, mais jovens - os valentes - deviam continuar a obra, e fortes na sua virilidade, impor a verdade pela convicção.
Que adianta contar detalhes da morte? Que importa a maneira pela qual o instrumento se quebrou e porque consagrar uma linha a esses restos integrados no imenso movimento das moléculas? Allan Kardec morreu na sua hora. Com ele fechou-se o prólogo de uma religião vivaz que, irradiando cada dia, em breve terá iluminado a Humanidade. Ninguém melhor que Allan Kardec poderia levar a bom termo essa obra de propaganda, à qual era preciso sacrificar as longas vigílias que nutrem o espírito, a paciência que ensina continuamente, a abnegação que desafia a tolice do presente para só ver a radiação do futuro.
Por suas obras, Allan Kardec terá fundado o dogma pressentido pelas mais antigas sociedades. Seu nome, estimado como o de um homem de bem, é desde muito tempo vulgarizado pelos que crêem e pelos que temem. É difícil realizar o bem sem chocar os interesses estabelecidos.
O Espiritismo destrói muitos abusos; - também reergue muitas consciências doloridas, dando-lhes a convicção da prova e a consolação do futuro.
Hoje os espíritas choram o amigo que os deixa, porque o nosso entendimento, demasiado material, por assim dizer, não se pode dobrar a essa idéia da passagem. Mas, pago o primeiro tributo à inferioridade do nosso organismo, o pensador ergue a cabeça, e para esse mundo invisível, que sente existir além do túmulo, estende a mão ao amigo que se foi, convencido de que seu Espírito nos protege sempre.
O Presidente da Sociedade de Paris morreu, mas o número dos adeptos cresce dia a dia, e os valentes, cujo respeito pelo mestre os deixava em segundo plano, não hesitarão em se afirmar, para o bem da grande causa.
Esta morte, que o vulgo deixará passar indiferente, é um grande fato na história da Humanidade. Este não é apenas o sepulcro de um homem; é a pedra tumular enchendo o vazio imenso que o Materialismo havia cavado sob os nossos pés, e sobre o qual o Espiritismo espalha as flores da esperança.

(Pagès de Noyez - Le Journal Paris - 3/4/1869)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 14:27

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DESENCARNE DE ALLAN KARDEC

O ESTILO É O HOMEM

OBSERVAÇÃO DO COMPILADOR: Trata-se do anúncio da morte de Kardec feito por um jornal de Paris.
Aquele que, por tanto tempo, figurou no mundo científico e religioso sob o pseudônimo de Allan Kardec, chamava-se Rivail e morreu aos 65 anos.
Vimo-lo deitado num simples colchão, no meio daquela sala das sessões que há longos anos presidia; vimo-lo com o rosto calmo, como se extinguem aqueles a quem a morte não surpreende, e que, tranqüilo quanto ao resultado de uma vida vivida honesta e laboriosamente, deixam como que um reflexo da pureza de sua alma sobre esse corpo que abandonam à matéria.
Resignados pela fé numa vida melhor e pela convicção da imortalidade da alma, numerosos discípulos foram dar um último olhar a esses lábios descorados que, ainda ontem, lhes falava a linguagem da Terra. Mas já tinham a consolação do além-túmulo; o Espírito de Allan Kardec viera dizer como tinha sido o seu desprendimento, quais as suas impressões primeiras, quais de seus predecessores na morte tinham vindo ajudar sua alma a desprender-se da matéria. Se “o estilo é o homem”, os que conheceram Allan Kardec vivo só podiam comover-se com a autenticidade dessa comunicação espírita.
A morte de Allan Kardec é notável por uma coincidência estranha. A Sociedade formada por esse grande vulgarizador do Espiritismo acabava de chegar ao fim. O local abandonado, os móveis desaparecidos, nada mais restava de um passado que devia renascer sobre bases novas. Ao fim da última sessão, o presidente tinha feito suas despedidas; cumprida a sua missão, ele se retirava da luta diária para se consagrar inteiramente ao estudo da Filosofia Espiritualista. Outros, mais jovens - os valentes - deviam continuar a obra, e fortes na sua virilidade, impor a verdade pela convicção.
Que adianta contar detalhes da morte? Que importa a maneira pela qual o instrumento se quebrou e porque consagrar uma linha a esses restos integrados no imenso movimento das moléculas? Allan Kardec morreu na sua hora. Com ele fechou-se o prólogo de uma religião vivaz que, irradiando cada dia, em breve terá iluminado a Humanidade. Ninguém melhor que Allan Kardec poderia levar a bom termo essa obra de propaganda, à qual era preciso sacrificar as longas vigílias que nutrem o espírito, a paciência que ensina continuamente, a abnegação que desafia a tolice do presente para só ver a radiação do futuro.
Por suas obras, Allan Kardec terá fundado o dogma pressentido pelas mais antigas sociedades. Seu nome, estimado como o de um homem de bem, é desde muito tempo vulgarizado pelos que crêem e pelos que temem. É difícil realizar o bem sem chocar os interesses estabelecidos.
O Espiritismo destrói muitos abusos; - também reergue muitas consciências doloridas, dando-lhes a convicção da prova e a consolação do futuro.
Hoje os espíritas choram o amigo que os deixa, porque o nosso entendimento, demasiado material, por assim dizer, não se pode dobrar a essa idéia da passagem. Mas, pago o primeiro tributo à inferioridade do nosso organismo, o pensador ergue a cabeça, e para esse mundo invisível, que sente existir além do túmulo, estende a mão ao amigo que se foi, convencido de que seu Espírito nos protege sempre.
O Presidente da Sociedade de Paris morreu, mas o número dos adeptos cresce dia a dia, e os valentes, cujo respeito pelo mestre os deixava em segundo plano, não hesitarão em se afirmar, para o bem da grande causa.
Esta morte, que o vulgo deixará passar indiferente, é um grande fato na história da Humanidade. Este não é apenas o sepulcro de um homem; é a pedra tumular enchendo o vazio imenso que o Materialismo havia cavado sob os nossos pés, e sobre o qual o Espiritismo espalha as flores da esperança.

(Pagès de Noyez - Le Journal Paris - 3/4/1869)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 14:27

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DESENCARNE DE ALLAN KARDEC

O ESTILO É O HOMEM

OBSERVAÇÃO DO COMPILADOR: Trata-se do anúncio da morte de Kardec feito por um jornal de Paris.
Aquele que, por tanto tempo, figurou no mundo científico e religioso sob o pseudônimo de Allan Kardec, chamava-se Rivail e morreu aos 65 anos.
Vimo-lo deitado num simples colchão, no meio daquela sala das sessões que há longos anos presidia; vimo-lo com o rosto calmo, como se extinguem aqueles a quem a morte não surpreende, e que, tranqüilo quanto ao resultado de uma vida vivida honesta e laboriosamente, deixam como que um reflexo da pureza de sua alma sobre esse corpo que abandonam à matéria.
Resignados pela fé numa vida melhor e pela convicção da imortalidade da alma, numerosos discípulos foram dar um último olhar a esses lábios descorados que, ainda ontem, lhes falava a linguagem da Terra. Mas já tinham a consolação do além-túmulo; o Espírito de Allan Kardec viera dizer como tinha sido o seu desprendimento, quais as suas impressões primeiras, quais de seus predecessores na morte tinham vindo ajudar sua alma a desprender-se da matéria. Se “o estilo é o homem”, os que conheceram Allan Kardec vivo só podiam comover-se com a autenticidade dessa comunicação espírita.
A morte de Allan Kardec é notável por uma coincidência estranha. A Sociedade formada por esse grande vulgarizador do Espiritismo acabava de chegar ao fim. O local abandonado, os móveis desaparecidos, nada mais restava de um passado que devia renascer sobre bases novas. Ao fim da última sessão, o presidente tinha feito suas despedidas; cumprida a sua missão, ele se retirava da luta diária para se consagrar inteiramente ao estudo da Filosofia Espiritualista. Outros, mais jovens - os valentes - deviam continuar a obra, e fortes na sua virilidade, impor a verdade pela convicção.
Que adianta contar detalhes da morte? Que importa a maneira pela qual o instrumento se quebrou e porque consagrar uma linha a esses restos integrados no imenso movimento das moléculas? Allan Kardec morreu na sua hora. Com ele fechou-se o prólogo de uma religião vivaz que, irradiando cada dia, em breve terá iluminado a Humanidade. Ninguém melhor que Allan Kardec poderia levar a bom termo essa obra de propaganda, à qual era preciso sacrificar as longas vigílias que nutrem o espírito, a paciência que ensina continuamente, a abnegação que desafia a tolice do presente para só ver a radiação do futuro.
Por suas obras, Allan Kardec terá fundado o dogma pressentido pelas mais antigas sociedades. Seu nome, estimado como o de um homem de bem, é desde muito tempo vulgarizado pelos que crêem e pelos que temem. É difícil realizar o bem sem chocar os interesses estabelecidos.
O Espiritismo destrói muitos abusos; - também reergue muitas consciências doloridas, dando-lhes a convicção da prova e a consolação do futuro.
Hoje os espíritas choram o amigo que os deixa, porque o nosso entendimento, demasiado material, por assim dizer, não se pode dobrar a essa idéia da passagem. Mas, pago o primeiro tributo à inferioridade do nosso organismo, o pensador ergue a cabeça, e para esse mundo invisível, que sente existir além do túmulo, estende a mão ao amigo que se foi, convencido de que seu Espírito nos protege sempre.
O Presidente da Sociedade de Paris morreu, mas o número dos adeptos cresce dia a dia, e os valentes, cujo respeito pelo mestre os deixava em segundo plano, não hesitarão em se afirmar, para o bem da grande causa.
Esta morte, que o vulgo deixará passar indiferente, é um grande fato na história da Humanidade. Este não é apenas o sepulcro de um homem; é a pedra tumular enchendo o vazio imenso que o Materialismo havia cavado sob os nossos pés, e sobre o qual o Espiritismo espalha as flores da esperança.

(Pagès de Noyez - Le Journal Paris - 3/4/1869)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 14:27

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