Sábado, 29 de Novembro de 2008

SOCORRO ESPIRITUAL

-Precisa voltar mais cedo aos serviços? -Indagou Alexandre, assim que tomávamos à via pública.
-Posso dispor de mais tempo - respondi.
Meu interesse era enorme na continuidade das instruções. Alexandre possuía vastíssimas experiências médicas. Minhas aquisições nesse terreno, em comparação com as dele, representavam conhecimentos pálidos.
-Tenho ainda hoje uma assembléia de esclarecimentos a irmãos encarnados -continuou o orientador -e se você puder comparecer, teremos satisfação.
-Como não? Estou aprendendo e não devo perder a oportunidade.
Saímos.
As entidades perturbadas mantinham-se à porta, dando a idéia de alguém à espera de brecha para entrar.
Porque Alexandre prosseguia na palestra edificante, seguíamos, quase passo a passo, como quando na Crosta.
Estávamos nos primeiros minutos da madrugada. Os transeuntes desencarnados eram numerosíssimos. A maioria, de natureza inferior, trajava roupa escura, mas, de espaço a espaço, éramos defrontados por grupos luminosos que passavam, céleres, em serviços cuja importância se adivinhava.
-Há sempre quefazeres urgentes, no auxílio oportuno aos nossos irmãos da Crosta - comentou o instrutor, com afabilidade e doçura e, na maior parte das vezes, é mais eficiente o nosso concurso à noite, quando os raios solares diretos não desintegram certos recursos de nossa cooperação...
Não havia terminado, quando se acercou de nós, inesperadamente, uma velhinha simpática.
-Justina, minha irmã, que o Senhor a abençoe! -saudou-a o orientador, gentil.
A entidade amiga, que demonstrava muita inquietude no olhar, respondeu com afetuoso respeito e explicou-se:
-Alexandre, tenho necessidade de seu auxílio urgente e vim ao seu encontro. Desculpe-me.
E, antes que o instrutor pudesse sondar-lhe verbalmente a aflição, a interlocutora prosseguiu:
-Meu filho Antônio encontra-se em estado gravíssimo...
Agora era Alexandre que a interrompia:
-Adivinho o que se passa. Quando o visitei, no mês findo, notei-lhe as perturbações circulatórias.
-Sim, sim -continuou a mãe aflita. -Antônio vive no círculo de pensamentos muito desregrados, apesar do bom coração. E hoje trouxe para o leito de repouso tantas preocupações descabidas, tanta angústia desnecessária, que as suas criações mentais se transformaram em verdadeiras torturas. Embalde, auxiliei-o com os meus humildes recursos; infelizmente, é tão grande o seu desequilíbrio interior, que toda a minha colaboração resultou inútil, permanecendo-lhe o cérebro sob a ameaça dum derramamento mortífero.
E sentindo a gravidade do minuto, acrescentou, triste:
-Ó Alexandre, bem sei que devemos subordinar nossos desejos aos desígnios de Deus. Entretanto, meu filho necessita de mais alguns dias na Terra. Creio que, em dois meses, conseguirei dele, indiretamente, a solução de todos os problemas que lhe afetam a paz da família. Sua autoridade pode auxiliar-nos! Seu coração edificado em Cristo permanece em condições de fazer-nos semelhante bem!...
Reconhecendo a urgência do assunto, exclamou o orientador:
-A caminho! Não temos um segundo a perder!
Daí a poucos instantes, penetramos na residência confortável. A velhinha, aflita, conduzíu-nos a uma alcova espaçosa, onde o filho, chefe da casa, repousava metido em alvos lençóis, dando-me a impressão característica dum moribundo.
Antônio parecia próximo dos setenta anos e exibia todos os sinais do arterioesclerótico adiantado.
O quadro era agora profundamente educativo para mim, que entrara num círculo valioso de observações novas.
Identificava perfeitamente o estado pré-agônico, em todas as suas expressões físico-espirituais. A alma confusa, inconsciente, movimentava-se com dificuldade, quase que totalmente exteriorizada, junto do corpo imóvel, a respirar dificilmente.
Enquanto Alexandre se inclinava paternalmente sobre ele, observei que estávamos diante de uma trombose perigosíssima, por localizar-se numa das artérias que irrigam o córtex motor do cérebro. A apoplexia não se fizera esperar. Mais alguns instantes e a vítima estaria desencarnada.
Alexandre, que centralizara todas as atenções no enfermo, tocou-lhe o cérebro perispiritual e falou com autoridade serena:
-Antônio, mantenha-se vigilante! Nosso auxílio pede a sua cooperação!
O moribundo, desligado parcialmente do corpo, abriu os olhos fora do invólucro de carne, dando a entender vagas noções de consciência, e o instrutor prosseguiu:
-Você foi acidentado pelos próprios pensamentos em conflito injustificável. Suas preocupações excessivas criaram-lhe elementos de desorganização cerebral. Intensifique o desejo de retomar as células físicas, enquanto nos preparamos a fim de ajudá-lo. Este momento é decisivo para as suas necessidades.
O interpelado não respondeu, mas observei que Antônio compreendera a advertência, no imo das forças da consciência, colocando-se em boa posição para colaborar em favor de si mesmo.
Em seguida, o orientador iniciou complicadas operações magnéticas, no corpo inanimado, ministrando energias novas à espinha dorsal. Decorridos alguns instantes, colocou a destra ao longo do fígado e, mais tarde, demorando-a no cérebro físico, bem à altura da zona motora, chamou-me e disse: -André, mantenha-se em prece, cooperando conosco. Convocarei alguns irmãos em serviço, nesta noite, para auxiliar-nos.
E acentuou, após meditar por alguns segundos: -o grupo do Irmão Francisco não pode estar longe.
Dito isto, Alexandre assumiu atitude de profunda concentração de pensamento.
Não passou mais dum minuto e pequena expedição de oito entidades, quatro companheiros e quatro irmãs, penetrou o recinto doméstico, em religioso silêncio.
Saudamo-nos todos, ligeiramente, e o instrutor dirigiu-se, atencioso, à entidade que guardava atribuições de chefia.
-Francisco, precisamos aqui das emanações de algum dos nossos amigos encarnados, cujo veículo material esteja agora em repouso equilibrado. E ao passo que o novo irmão observava, cuidadoso, o agonizante, Alexandre acrescentava:
-Conforme observa, estamos diante dum caso gravíssimo. É preciso muito critério na escolha do doador de fluidos.
O dirigente dos socorristas pensou um momento e obtemperou:
-Temos um companheiro que nos atenderá razoavelmente. Trata-se de Afonso. Enquanto vou buscá-lo, nosso grupo auxiliará sua ação curativa, emitindo forças de colaboração magnética, através da prece.
Francisco ausentou-se imediatamente.
Nesse instante, a velhinha aproximou-se do instrutor e falou, respeitosa:
-Se há necessidade de fluidos de irmãos encarnados, quem sabe poderíamos empregar o concurso de minhas netas que repousam nos aposentos próximos?
-Não -respondeu Alexandre, delicadamente -, não atenderiam as exigências em curso. Precisamos de alguém suficientemente equilibrado no campo mental.
A mãe inquieta afastou-se, enxugando os olhos. Atendendo a sinal afetuoso do orientador, aproximei-me, observando o doente de mais perto, mantendo-me embora na íntima atitude de oração.
-Antônio é viúvo faz vinte anos -explicou Alexandre -e está nas vésperas de vir ter conosco, no plano espiritual. Nosso amigo, porém, necessita de mais alguns dias na esfera da Crosta para deixar alguns problemas sérios devidamente solucionados. O Senhor nos concederá a satisfação de colaborar no reerguimento provisório de suas forças.
E fosse porque me detinha a observar o grupo de entidades que oravam, silenciosas, ou em razão de pretender beneficiar-me com novos ensinamentos, o instrutor esclareceu:
-Temos aqui o grupo do Irmão Francisco. Trata-se de uma das inumeráveis turmas de serviço que nos prestam cooperação. Muitos companheiros consagram-se aos trabalhos dessa natureza, mormente à noite, quando as nossas atividades de auxílio podem ser mais intensas.
Verdadeiro mundo de interrogações assomava-me ao cérebro, a fim de solucionar as questões do momento; contudo, compreendendo a gravidade dos minutos, em face da tarefa para a qual fôramos chamados, resolvi silenciar.
Não decorreu muito tempo e Francisco voltava seguido de alguém. Tratava-se do companheiro encarnado a que Alexandre se referira.
Não houve oportunidade para saudações. O orientador, tomando-lhe a destra, conduziu-o imediatamente à cabeceira do moribundo, dizendo-lhe com autoridade afetuosa:
-Afonso, não temos um segundo a perder. Coloque ambas as mãos na fronte do enfermo e conserve-se em oração.
O interpelado não pestanejou. Dando-me a impressão dum veterano em semelhantes serviços de assistência, parecia sumamente despreocupado de todos nós, fixando-se tão somente na obrigação a cumprir.
Foi então que vi Alexandre funcionar como verdadeiro magnetizador. Recordando meus antigos trabalhos médicos nos casos extremos de transfusão de sangue, via-lhe perfeitamente o esforço de transferir vigorosos fluidos de Afonso para o organismo de Antônio, já moribundo.
Na qualidade de discípulo, acentuando minhas faculdades de análise, junto de preciosa lição, observei que o semblante do enfermo transformava-se gradualmente. À medida que o instrutor movimentava as mãos sobre o cérebro de Antônio, este revelava sinais crescentes de melhoras. Verificava, sob forte assombro, que a sua forma perispiritual reunia-se devagarzinho à forma física, integrando-se, harmoniosamente, uma com a outra, como se estivessem, de novo, em processo de reajustamento, célula por célula.
Depois de um quarto de hora, segundo meu cálculo de tempo, estava finda a laboriosa intervenção magnética e Alexandre, chamando a velhinha, acentuou:
-Justina, o coágulo acaba de ser reabsorvido e conseguimos socorrer a artéria com os nossos recursos, mas Antônio terá, no máximo, cinco meses a mais, de permanência na Terra. Se você pleiteou o auxílio de agora para ajudá-lo a resolver negócios urgentes, não perca as oportunidades, porque os reparos deste instante não perdurarão por mais de cento e cinqüenta dias. E não se esqueça de preveni-lo, pelos processos intuitivos ao nosso alcance, quanto ao cuidado que deverá manter consigo mesmo no terreno das preocupações excessivas, mormente à noite, quando ocorrem os fenômenos desastrosos mais sérios de circulação, em vista da invigilância de muitas pessoas que se valem das horas sagradas do repouso físico para a criação de fantasmas cruéis, no campo vivo do pensamento. Se o nosso amigo despreocupar-se da autocorrigenda, talvez desencarne antes dos cinco meses. Toda a cautela é indispensável.
A genitora agradeceu, comovida, em lágrimas de contentamento.
Alexandre recomendou ao «socorrista» encarnado que retirasse as mãos de sobre a fronte do enfermo e vi, então, o inesperado. O doente grave, reintegrado nas funções orgânicas, com a harmonia possível, abriu os olhos físicos, como se estivesse profundamente embriagado, e começou a gritar estentoricamente:
-Socorro! Socorro!... Acudam-me por amor de Deus! Eu morro, eu morro!...
Algumas jovens acorreram, espantadas e trêmulas, em roupas brancas, percebendo-se que as filhas carinhosas e sensíveis vinham atender ao pai ansioso.
-Papai! Papai! -exclamavam, lacrimosas-que foi isto?
-Estou morrendo! -clamava o enfermo, em voz pungente -chamem o médico... Depressa!
-Mas que sente, papai? -perguntou uma delas, em pranto convulso.
-Sinto-me morrer, tenho a cabeça tonta, incapaz de raciocinar...
Grande era a azáfama dos encarnados que passavam por nós em bulha indescritível, atropelando-se uns aos outros, sem o mais leve traço de consciência a respeito da nossa presença ali.
Alexandre solicitou ao Irmão Francisco fornecesse instruções a Afonso para que este regressasse ao lar e, depois da providência, dispôs-se a retirar e disse-me sorrindo, diante da estranheza que a atitude alarmante das moças me causava:
-Geralmente, quando os nossos amigos encarnados gritam, chorosos, por socorro, nosso serviço de assistência já se encontra completo. Partamos
O doente, semilúcido, prosseguia inquieto, enquanto o telefone tilintava, cooperando para a imediata visita do médico.
A velhinha despediu-se de nós, comovedoramente, permanecendo junto do enfermo, velando, devotada e humilde.
Na via pública, pedi ao instrutor me pusesse em contacto mais íntimo com o Irmão Francisco, que nos acompanhava, solícito.
Alexandre, afável como sempre, atendeu-me aos desejos.
-Nossa pequena expedição -esclareceu o chefe do agrupamento, depois de trocar comigo palavras muito cordiais -é uma das inumeráveis turmas de socorro que colaboram nos círculos da Crosta. Somos milhares de servidores, nessas condições, ligados a diversas regiões espirituais mais elevadas.
-Seu núcleo -perguntei -procede de nossa colônia?
-Sim. E temos nossas atividades entrelaçadas com as tarefas de vários instrutores de Nosso Lar.
-E há tarefas especializadas para cada grupo dessa natureza?
-Perfeitamente. O nosso, por exemplo - acentuou Francisco, gentil -, destina-se ao reconforto de doentes graves e agonizantes. De modo geral, as condições de luta para os enfermos são mais difíceis à noite. Os raios solares, nas horas diurnas, destroem grande parte das criações mentais inferiores dos doentes em estado melindroso, não acontecendo o mesmo à noite, quando o magnetismo lunar favorece as criações de qual quer espécie, boas ou más. Em vista disso, o nosso esforço há de ser vigilante. Quase ninguém no círculo de nossos irmãos encarnados conhece a extensão de nossas tarefas de socorro. Permanecem eles num campo de vibrações muito diferentes das nossas e não podem apreender ou discriminar nosso auxílio. Isto, porém, não importa. Outros benfeitores, muito mais elevados que aqueles dos quais podemos guardar conhecimento direto, velam por nós e inspiram-nos, devotadamente, no campo das obrigações comuns, sem que vejamos a sua forma de expressão nos trabalhos referentes aos divinos desígnios.
E talvez porque eu sorrisse, admirando-lhe o: ideal de renúncia serena e santificante, o interlocutor também sorriu e acrescentou:
-Sim, meu amigo, reclamar compreensão e resultado de criaturas e situações, ainda incapacitadas para no-los dar, constitui exigência mais cruel que a solicitação de recompensas imediatas.
Era bem a verdade convincente. Mantinha-se o Irmão Francisco dentro da lógica mais elevada. Os que auxiliam alguém, interessados no reconhecimento ou na compensação, quase sempre permanecem de olhos cerrados para o concurso divino e invisível que de Mais Alto recebem. Exigem que outros lhes identifiquem a posição de benfeitores, mas nunca se recordam de que amigos sábios e desvelados lhes oferecem a melhor cooperação de planos superiores, sem deles reclamarem a mínima nota de gratidão pessoal.
-São muitos os irmãos afins -continuou o meu interlocutor, interrompendo-me as reflexões íntimas -que se reúnem, depois da morte do corpo, em tarefas de amparo fraternal, quando já alcançaram os primeiros degraus da escada de purificação. Do que me é possível ajuizar, semelhantes trabalhos são dos mais eficientes e dignos em favor dos homens. Raramente os companheiros encarnados, quando em excelentes condições de saúde física, podem compreender as aflições dos enfermos em posição desesperadora ou dos moribundos prestes a partir. Nós outros, porém, no quadro de realidades mais fortes, sabemos que, muitas vezes, é possível efetuar realizações deveras sublimes, de natureza espiritual, em poucos dias, nessas circunstâncias, depois de largos anos de atividades inúteis. No leito da morte, as criaturas são mais humanas e mais dóceis. Dir-se-ia que a moléstia intransigente enfraquece os instintos mais baixos, atenua as labaredas mais vivas das paixões inferiores, desanimaliza a alma, abrindo-lhe, em torno, interstícios abençoados por onde penetra infinita luz. E a dor vai derrubando as pesadas muralhas da indiferença, do egoísmo cristalizado e do amor-próprio excessivo. Então, é possível o grande entendimento. Lições admiráveis felicitam a criatura que, palidamente embora, percebe a grandeza da herança divina. Acentua-se-lhe o heroísmo e gravam-se-lhe no coração, para sempre, mensagens vivas de amor e sabedoria. Na noite espessa da agonia começa a brilhar a aurora da vida eterna. E aos seus clarões indistintos, nossos princípios são facilmente aceitos, a sensibilidade demonstra características sublimes e a luz imortal lança fontes de infinito poder nos recessos do espírito.
O interlocutor fez longa pausa e rematou:
-Desse modo, conseguimos efetuar um serviço de assistência eficaz, carreando novos valores no campo da fraternidade e do bem legítimo. Nunca observou a paciência inesperada de doentes graves, a calma de certos enfermos incuráveis e a suprema conformação da maioria dos moribundos? Muitas vezes, semelhantes edificações, incompreensíveis para os encarnados que os cercam, constituem o fruto do esforço de nossos grupos itinerantes de socorro.
Francisco enunciara sublimes verdades. De fato, a serenidade dos enfermos em condição desesperadora e a resignação inexplicável dos agonizantes, absolutamente distanciados da fé religiosa, não poderiam guardar outra origem. A bondade divina é infinita e, em todos os lugares, há sempre generosas manifestações da Providência Paternal de Deus, confortando os tristes, acalmando os desesperados, socorrendo os ignorantes e abençoando os infelizes.

Do livro “Missionários da Luz”. Espírito André Luiz.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:36

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SOCORRO ESPIRITUAL

-Precisa voltar mais cedo aos serviços? -Indagou Alexandre, assim que tomávamos à via pública.
-Posso dispor de mais tempo - respondi.
Meu interesse era enorme na continuidade das instruções. Alexandre possuía vastíssimas experiências médicas. Minhas aquisições nesse terreno, em comparação com as dele, representavam conhecimentos pálidos.
-Tenho ainda hoje uma assembléia de esclarecimentos a irmãos encarnados -continuou o orientador -e se você puder comparecer, teremos satisfação.
-Como não? Estou aprendendo e não devo perder a oportunidade.
Saímos.
As entidades perturbadas mantinham-se à porta, dando a idéia de alguém à espera de brecha para entrar.
Porque Alexandre prosseguia na palestra edificante, seguíamos, quase passo a passo, como quando na Crosta.
Estávamos nos primeiros minutos da madrugada. Os transeuntes desencarnados eram numerosíssimos. A maioria, de natureza inferior, trajava roupa escura, mas, de espaço a espaço, éramos defrontados por grupos luminosos que passavam, céleres, em serviços cuja importância se adivinhava.
-Há sempre quefazeres urgentes, no auxílio oportuno aos nossos irmãos da Crosta - comentou o instrutor, com afabilidade e doçura e, na maior parte das vezes, é mais eficiente o nosso concurso à noite, quando os raios solares diretos não desintegram certos recursos de nossa cooperação...
Não havia terminado, quando se acercou de nós, inesperadamente, uma velhinha simpática.
-Justina, minha irmã, que o Senhor a abençoe! -saudou-a o orientador, gentil.
A entidade amiga, que demonstrava muita inquietude no olhar, respondeu com afetuoso respeito e explicou-se:
-Alexandre, tenho necessidade de seu auxílio urgente e vim ao seu encontro. Desculpe-me.
E, antes que o instrutor pudesse sondar-lhe verbalmente a aflição, a interlocutora prosseguiu:
-Meu filho Antônio encontra-se em estado gravíssimo...
Agora era Alexandre que a interrompia:
-Adivinho o que se passa. Quando o visitei, no mês findo, notei-lhe as perturbações circulatórias.
-Sim, sim -continuou a mãe aflita. -Antônio vive no círculo de pensamentos muito desregrados, apesar do bom coração. E hoje trouxe para o leito de repouso tantas preocupações descabidas, tanta angústia desnecessária, que as suas criações mentais se transformaram em verdadeiras torturas. Embalde, auxiliei-o com os meus humildes recursos; infelizmente, é tão grande o seu desequilíbrio interior, que toda a minha colaboração resultou inútil, permanecendo-lhe o cérebro sob a ameaça dum derramamento mortífero.
E sentindo a gravidade do minuto, acrescentou, triste:
-Ó Alexandre, bem sei que devemos subordinar nossos desejos aos desígnios de Deus. Entretanto, meu filho necessita de mais alguns dias na Terra. Creio que, em dois meses, conseguirei dele, indiretamente, a solução de todos os problemas que lhe afetam a paz da família. Sua autoridade pode auxiliar-nos! Seu coração edificado em Cristo permanece em condições de fazer-nos semelhante bem!...
Reconhecendo a urgência do assunto, exclamou o orientador:
-A caminho! Não temos um segundo a perder!
Daí a poucos instantes, penetramos na residência confortável. A velhinha, aflita, conduzíu-nos a uma alcova espaçosa, onde o filho, chefe da casa, repousava metido em alvos lençóis, dando-me a impressão característica dum moribundo.
Antônio parecia próximo dos setenta anos e exibia todos os sinais do arterioesclerótico adiantado.
O quadro era agora profundamente educativo para mim, que entrara num círculo valioso de observações novas.
Identificava perfeitamente o estado pré-agônico, em todas as suas expressões físico-espirituais. A alma confusa, inconsciente, movimentava-se com dificuldade, quase que totalmente exteriorizada, junto do corpo imóvel, a respirar dificilmente.
Enquanto Alexandre se inclinava paternalmente sobre ele, observei que estávamos diante de uma trombose perigosíssima, por localizar-se numa das artérias que irrigam o córtex motor do cérebro. A apoplexia não se fizera esperar. Mais alguns instantes e a vítima estaria desencarnada.
Alexandre, que centralizara todas as atenções no enfermo, tocou-lhe o cérebro perispiritual e falou com autoridade serena:
-Antônio, mantenha-se vigilante! Nosso auxílio pede a sua cooperação!
O moribundo, desligado parcialmente do corpo, abriu os olhos fora do invólucro de carne, dando a entender vagas noções de consciência, e o instrutor prosseguiu:
-Você foi acidentado pelos próprios pensamentos em conflito injustificável. Suas preocupações excessivas criaram-lhe elementos de desorganização cerebral. Intensifique o desejo de retomar as células físicas, enquanto nos preparamos a fim de ajudá-lo. Este momento é decisivo para as suas necessidades.
O interpelado não respondeu, mas observei que Antônio compreendera a advertência, no imo das forças da consciência, colocando-se em boa posição para colaborar em favor de si mesmo.
Em seguida, o orientador iniciou complicadas operações magnéticas, no corpo inanimado, ministrando energias novas à espinha dorsal. Decorridos alguns instantes, colocou a destra ao longo do fígado e, mais tarde, demorando-a no cérebro físico, bem à altura da zona motora, chamou-me e disse: -André, mantenha-se em prece, cooperando conosco. Convocarei alguns irmãos em serviço, nesta noite, para auxiliar-nos.
E acentuou, após meditar por alguns segundos: -o grupo do Irmão Francisco não pode estar longe.
Dito isto, Alexandre assumiu atitude de profunda concentração de pensamento.
Não passou mais dum minuto e pequena expedição de oito entidades, quatro companheiros e quatro irmãs, penetrou o recinto doméstico, em religioso silêncio.
Saudamo-nos todos, ligeiramente, e o instrutor dirigiu-se, atencioso, à entidade que guardava atribuições de chefia.
-Francisco, precisamos aqui das emanações de algum dos nossos amigos encarnados, cujo veículo material esteja agora em repouso equilibrado. E ao passo que o novo irmão observava, cuidadoso, o agonizante, Alexandre acrescentava:
-Conforme observa, estamos diante dum caso gravíssimo. É preciso muito critério na escolha do doador de fluidos.
O dirigente dos socorristas pensou um momento e obtemperou:
-Temos um companheiro que nos atenderá razoavelmente. Trata-se de Afonso. Enquanto vou buscá-lo, nosso grupo auxiliará sua ação curativa, emitindo forças de colaboração magnética, através da prece.
Francisco ausentou-se imediatamente.
Nesse instante, a velhinha aproximou-se do instrutor e falou, respeitosa:
-Se há necessidade de fluidos de irmãos encarnados, quem sabe poderíamos empregar o concurso de minhas netas que repousam nos aposentos próximos?
-Não -respondeu Alexandre, delicadamente -, não atenderiam as exigências em curso. Precisamos de alguém suficientemente equilibrado no campo mental.
A mãe inquieta afastou-se, enxugando os olhos. Atendendo a sinal afetuoso do orientador, aproximei-me, observando o doente de mais perto, mantendo-me embora na íntima atitude de oração.
-Antônio é viúvo faz vinte anos -explicou Alexandre -e está nas vésperas de vir ter conosco, no plano espiritual. Nosso amigo, porém, necessita de mais alguns dias na esfera da Crosta para deixar alguns problemas sérios devidamente solucionados. O Senhor nos concederá a satisfação de colaborar no reerguimento provisório de suas forças.
E fosse porque me detinha a observar o grupo de entidades que oravam, silenciosas, ou em razão de pretender beneficiar-me com novos ensinamentos, o instrutor esclareceu:
-Temos aqui o grupo do Irmão Francisco. Trata-se de uma das inumeráveis turmas de serviço que nos prestam cooperação. Muitos companheiros consagram-se aos trabalhos dessa natureza, mormente à noite, quando as nossas atividades de auxílio podem ser mais intensas.
Verdadeiro mundo de interrogações assomava-me ao cérebro, a fim de solucionar as questões do momento; contudo, compreendendo a gravidade dos minutos, em face da tarefa para a qual fôramos chamados, resolvi silenciar.
Não decorreu muito tempo e Francisco voltava seguido de alguém. Tratava-se do companheiro encarnado a que Alexandre se referira.
Não houve oportunidade para saudações. O orientador, tomando-lhe a destra, conduziu-o imediatamente à cabeceira do moribundo, dizendo-lhe com autoridade afetuosa:
-Afonso, não temos um segundo a perder. Coloque ambas as mãos na fronte do enfermo e conserve-se em oração.
O interpelado não pestanejou. Dando-me a impressão dum veterano em semelhantes serviços de assistência, parecia sumamente despreocupado de todos nós, fixando-se tão somente na obrigação a cumprir.
Foi então que vi Alexandre funcionar como verdadeiro magnetizador. Recordando meus antigos trabalhos médicos nos casos extremos de transfusão de sangue, via-lhe perfeitamente o esforço de transferir vigorosos fluidos de Afonso para o organismo de Antônio, já moribundo.
Na qualidade de discípulo, acentuando minhas faculdades de análise, junto de preciosa lição, observei que o semblante do enfermo transformava-se gradualmente. À medida que o instrutor movimentava as mãos sobre o cérebro de Antônio, este revelava sinais crescentes de melhoras. Verificava, sob forte assombro, que a sua forma perispiritual reunia-se devagarzinho à forma física, integrando-se, harmoniosamente, uma com a outra, como se estivessem, de novo, em processo de reajustamento, célula por célula.
Depois de um quarto de hora, segundo meu cálculo de tempo, estava finda a laboriosa intervenção magnética e Alexandre, chamando a velhinha, acentuou:
-Justina, o coágulo acaba de ser reabsorvido e conseguimos socorrer a artéria com os nossos recursos, mas Antônio terá, no máximo, cinco meses a mais, de permanência na Terra. Se você pleiteou o auxílio de agora para ajudá-lo a resolver negócios urgentes, não perca as oportunidades, porque os reparos deste instante não perdurarão por mais de cento e cinqüenta dias. E não se esqueça de preveni-lo, pelos processos intuitivos ao nosso alcance, quanto ao cuidado que deverá manter consigo mesmo no terreno das preocupações excessivas, mormente à noite, quando ocorrem os fenômenos desastrosos mais sérios de circulação, em vista da invigilância de muitas pessoas que se valem das horas sagradas do repouso físico para a criação de fantasmas cruéis, no campo vivo do pensamento. Se o nosso amigo despreocupar-se da autocorrigenda, talvez desencarne antes dos cinco meses. Toda a cautela é indispensável.
A genitora agradeceu, comovida, em lágrimas de contentamento.
Alexandre recomendou ao «socorrista» encarnado que retirasse as mãos de sobre a fronte do enfermo e vi, então, o inesperado. O doente grave, reintegrado nas funções orgânicas, com a harmonia possível, abriu os olhos físicos, como se estivesse profundamente embriagado, e começou a gritar estentoricamente:
-Socorro! Socorro!... Acudam-me por amor de Deus! Eu morro, eu morro!...
Algumas jovens acorreram, espantadas e trêmulas, em roupas brancas, percebendo-se que as filhas carinhosas e sensíveis vinham atender ao pai ansioso.
-Papai! Papai! -exclamavam, lacrimosas-que foi isto?
-Estou morrendo! -clamava o enfermo, em voz pungente -chamem o médico... Depressa!
-Mas que sente, papai? -perguntou uma delas, em pranto convulso.
-Sinto-me morrer, tenho a cabeça tonta, incapaz de raciocinar...
Grande era a azáfama dos encarnados que passavam por nós em bulha indescritível, atropelando-se uns aos outros, sem o mais leve traço de consciência a respeito da nossa presença ali.
Alexandre solicitou ao Irmão Francisco fornecesse instruções a Afonso para que este regressasse ao lar e, depois da providência, dispôs-se a retirar e disse-me sorrindo, diante da estranheza que a atitude alarmante das moças me causava:
-Geralmente, quando os nossos amigos encarnados gritam, chorosos, por socorro, nosso serviço de assistência já se encontra completo. Partamos
O doente, semilúcido, prosseguia inquieto, enquanto o telefone tilintava, cooperando para a imediata visita do médico.
A velhinha despediu-se de nós, comovedoramente, permanecendo junto do enfermo, velando, devotada e humilde.
Na via pública, pedi ao instrutor me pusesse em contacto mais íntimo com o Irmão Francisco, que nos acompanhava, solícito.
Alexandre, afável como sempre, atendeu-me aos desejos.
-Nossa pequena expedição -esclareceu o chefe do agrupamento, depois de trocar comigo palavras muito cordiais -é uma das inumeráveis turmas de socorro que colaboram nos círculos da Crosta. Somos milhares de servidores, nessas condições, ligados a diversas regiões espirituais mais elevadas.
-Seu núcleo -perguntei -procede de nossa colônia?
-Sim. E temos nossas atividades entrelaçadas com as tarefas de vários instrutores de Nosso Lar.
-E há tarefas especializadas para cada grupo dessa natureza?
-Perfeitamente. O nosso, por exemplo - acentuou Francisco, gentil -, destina-se ao reconforto de doentes graves e agonizantes. De modo geral, as condições de luta para os enfermos são mais difíceis à noite. Os raios solares, nas horas diurnas, destroem grande parte das criações mentais inferiores dos doentes em estado melindroso, não acontecendo o mesmo à noite, quando o magnetismo lunar favorece as criações de qual quer espécie, boas ou más. Em vista disso, o nosso esforço há de ser vigilante. Quase ninguém no círculo de nossos irmãos encarnados conhece a extensão de nossas tarefas de socorro. Permanecem eles num campo de vibrações muito diferentes das nossas e não podem apreender ou discriminar nosso auxílio. Isto, porém, não importa. Outros benfeitores, muito mais elevados que aqueles dos quais podemos guardar conhecimento direto, velam por nós e inspiram-nos, devotadamente, no campo das obrigações comuns, sem que vejamos a sua forma de expressão nos trabalhos referentes aos divinos desígnios.
E talvez porque eu sorrisse, admirando-lhe o: ideal de renúncia serena e santificante, o interlocutor também sorriu e acrescentou:
-Sim, meu amigo, reclamar compreensão e resultado de criaturas e situações, ainda incapacitadas para no-los dar, constitui exigência mais cruel que a solicitação de recompensas imediatas.
Era bem a verdade convincente. Mantinha-se o Irmão Francisco dentro da lógica mais elevada. Os que auxiliam alguém, interessados no reconhecimento ou na compensação, quase sempre permanecem de olhos cerrados para o concurso divino e invisível que de Mais Alto recebem. Exigem que outros lhes identifiquem a posição de benfeitores, mas nunca se recordam de que amigos sábios e desvelados lhes oferecem a melhor cooperação de planos superiores, sem deles reclamarem a mínima nota de gratidão pessoal.
-São muitos os irmãos afins -continuou o meu interlocutor, interrompendo-me as reflexões íntimas -que se reúnem, depois da morte do corpo, em tarefas de amparo fraternal, quando já alcançaram os primeiros degraus da escada de purificação. Do que me é possível ajuizar, semelhantes trabalhos são dos mais eficientes e dignos em favor dos homens. Raramente os companheiros encarnados, quando em excelentes condições de saúde física, podem compreender as aflições dos enfermos em posição desesperadora ou dos moribundos prestes a partir. Nós outros, porém, no quadro de realidades mais fortes, sabemos que, muitas vezes, é possível efetuar realizações deveras sublimes, de natureza espiritual, em poucos dias, nessas circunstâncias, depois de largos anos de atividades inúteis. No leito da morte, as criaturas são mais humanas e mais dóceis. Dir-se-ia que a moléstia intransigente enfraquece os instintos mais baixos, atenua as labaredas mais vivas das paixões inferiores, desanimaliza a alma, abrindo-lhe, em torno, interstícios abençoados por onde penetra infinita luz. E a dor vai derrubando as pesadas muralhas da indiferença, do egoísmo cristalizado e do amor-próprio excessivo. Então, é possível o grande entendimento. Lições admiráveis felicitam a criatura que, palidamente embora, percebe a grandeza da herança divina. Acentua-se-lhe o heroísmo e gravam-se-lhe no coração, para sempre, mensagens vivas de amor e sabedoria. Na noite espessa da agonia começa a brilhar a aurora da vida eterna. E aos seus clarões indistintos, nossos princípios são facilmente aceitos, a sensibilidade demonstra características sublimes e a luz imortal lança fontes de infinito poder nos recessos do espírito.
O interlocutor fez longa pausa e rematou:
-Desse modo, conseguimos efetuar um serviço de assistência eficaz, carreando novos valores no campo da fraternidade e do bem legítimo. Nunca observou a paciência inesperada de doentes graves, a calma de certos enfermos incuráveis e a suprema conformação da maioria dos moribundos? Muitas vezes, semelhantes edificações, incompreensíveis para os encarnados que os cercam, constituem o fruto do esforço de nossos grupos itinerantes de socorro.
Francisco enunciara sublimes verdades. De fato, a serenidade dos enfermos em condição desesperadora e a resignação inexplicável dos agonizantes, absolutamente distanciados da fé religiosa, não poderiam guardar outra origem. A bondade divina é infinita e, em todos os lugares, há sempre generosas manifestações da Providência Paternal de Deus, confortando os tristes, acalmando os desesperados, socorrendo os ignorantes e abençoando os infelizes.

Do livro “Missionários da Luz”. Espírito André Luiz.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:36

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Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008

PERANTE A NATUREZA


De alma agradecida e serena, abençoar a Natureza que o acalenta, protegendo, quanto possível, todos os seres e todas as coisas na região em que respire.
A Natureza consubstancia o santuário em que a sabedoria de Deus se torna visível.
Preservar a pureza das fontes e a fertilidade do solo.
Campo ajudado, pão garantido.
Cooperar espontaneamente na ampliação de pomares, tanto quanto auxiliar a arborização e o reflorestamento.
A vida vegetal é moldura protetora da vida humana.
Prevenir-se contra a destruição e o esbanjamento das riquezas da terra em explorações abusivas, quais sejam a queima dos campos, o abate desordenado das árvores generosas e o explosivo na pesca.
O respeito à Criação constitui simples dever.
Utilizar o tesouro das plantas e das flores na ornamentação de ordem geral, movimentando a irrigação e a adubagem na preservação que lhes é necessária.
O auxílio ao vegetal exprime gratidão naquele que lhe recebe os serviços.
Eximir-se de reter improdutivamente qualquer extensão de terra sem cultivo ou sem aplicação para fins elevados.
O desprezo deliberado pelos recursos do solo significa malversação dos favores do Pai.
Aplicar as forças naturais como auxiliares terapêuticos na cura das variadas doenças, principalmente o magnetismo puro do campo e das praias, o ar livre e as águas medicinais.
Toda a farmacopéia vem dos reservatórios da Natureza.
Furtar-se de mercadejar criminosamente com os recursos da Natureza encontrados nas faixas de terra pelas quais se responsabilize.
O mordomo será sempre chamado a contas.

“Pois somos cooperadores de Deus” — Paulo. (I CORÍNTIOS, 3:9.)

Ditado Pelo Espírito - André Luiz - Psicografia Waldo Vieira
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 01:28

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PERANTE A NATUREZA


De alma agradecida e serena, abençoar a Natureza que o acalenta, protegendo, quanto possível, todos os seres e todas as coisas na região em que respire.
A Natureza consubstancia o santuário em que a sabedoria de Deus se torna visível.
Preservar a pureza das fontes e a fertilidade do solo.
Campo ajudado, pão garantido.
Cooperar espontaneamente na ampliação de pomares, tanto quanto auxiliar a arborização e o reflorestamento.
A vida vegetal é moldura protetora da vida humana.
Prevenir-se contra a destruição e o esbanjamento das riquezas da terra em explorações abusivas, quais sejam a queima dos campos, o abate desordenado das árvores generosas e o explosivo na pesca.
O respeito à Criação constitui simples dever.
Utilizar o tesouro das plantas e das flores na ornamentação de ordem geral, movimentando a irrigação e a adubagem na preservação que lhes é necessária.
O auxílio ao vegetal exprime gratidão naquele que lhe recebe os serviços.
Eximir-se de reter improdutivamente qualquer extensão de terra sem cultivo ou sem aplicação para fins elevados.
O desprezo deliberado pelos recursos do solo significa malversação dos favores do Pai.
Aplicar as forças naturais como auxiliares terapêuticos na cura das variadas doenças, principalmente o magnetismo puro do campo e das praias, o ar livre e as águas medicinais.
Toda a farmacopéia vem dos reservatórios da Natureza.
Furtar-se de mercadejar criminosamente com os recursos da Natureza encontrados nas faixas de terra pelas quais se responsabilize.
O mordomo será sempre chamado a contas.

“Pois somos cooperadores de Deus” — Paulo. (I CORÍNTIOS, 3:9.)

Ditado Pelo Espírito - André Luiz - Psicografia Waldo Vieira
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 01:28

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Quinta-feira, 27 de Novembro de 2008

ALGO MAIS - MEIMEI


Um crente sincero na Bondade do Céu, desejando aprender como colaborar na construção do Reino de Deus, pediu, certo dia, ao Senhor a graça de compreender os Propósitos Divinos e saiu para o campo.
De início, encontrou-se com o Vento que cantava e o Vento lhe disse:
- Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas.
Em seguida, o devoto surpreendeu uma Flor lhe contou:
- Minha missão é preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares mais impuros.
Logo após, o homem estacou ao pé de grande Árvore, que protegia um poço d’água, cheio de rãs, e a Árvore lhe falou:
- Confiou-me o Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente as fontes, os pássaros e os animais.
O visitante fixou os feios batráquios e fez um gesto de repulsa, mas Árvore continuou:
- Estas rãs são boas amigas, hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas próprias raízes, contra os vermes da destruição e da morte.
O devoto compreendeu o ensinamento e seguiu adiante, atingindo uma grande cerâmica.
Acariciou o Barro que estava sobre a mesa e o Barro lhe disse:
- Meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência do homem, dando forma a tijolos, telhas e vasos.
Então, o devoto regressou ao lar e compreendeu que para servir na edificação do Reino de Deus é preciso ajudar aos outros, sempre mais, e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer.
Espírito Meimei
Do livro “Pai Nosso”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 03:38

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ALGO MAIS - MEIMEI


Um crente sincero na Bondade do Céu, desejando aprender como colaborar na construção do Reino de Deus, pediu, certo dia, ao Senhor a graça de compreender os Propósitos Divinos e saiu para o campo.
De início, encontrou-se com o Vento que cantava e o Vento lhe disse:
- Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas.
Em seguida, o devoto surpreendeu uma Flor lhe contou:
- Minha missão é preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares mais impuros.
Logo após, o homem estacou ao pé de grande Árvore, que protegia um poço d’água, cheio de rãs, e a Árvore lhe falou:
- Confiou-me o Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente as fontes, os pássaros e os animais.
O visitante fixou os feios batráquios e fez um gesto de repulsa, mas Árvore continuou:
- Estas rãs são boas amigas, hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas próprias raízes, contra os vermes da destruição e da morte.
O devoto compreendeu o ensinamento e seguiu adiante, atingindo uma grande cerâmica.
Acariciou o Barro que estava sobre a mesa e o Barro lhe disse:
- Meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência do homem, dando forma a tijolos, telhas e vasos.
Então, o devoto regressou ao lar e compreendeu que para servir na edificação do Reino de Deus é preciso ajudar aos outros, sempre mais, e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer.
Espírito Meimei
Do livro “Pai Nosso”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 03:38

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ORAÇÃO POR HUMILDADE


... Deus de Misericórdia!
Se algum êxito me busca deixa-me perceber a tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou...

DEUS de Misericórdia!...
Auxilia-me a conservar o anseio de encontrar-te.
Quando haja tumulto, ao redor de mim, guarda-me o silêncio interior em que procure ouvir-te a voz.
Se algum êxito me busca, deixa-me perceber a tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou.
Diante dos outros, consente, oh! Pai, que te assinale o infinito amor, valorizando-me a insignificância, através daqueles que me concedam afeto.
Se aparecerem adversários em meu caminho, faze-me vê-los como sendo instrumentos de trabalho, dentre aqueles com que me aperfeiçoas.
Na alegria, induze-me a descobrir-te a proteção paternal, estimulando-me a seguir para a frente.
Na dor, fortalece-me os ouvidos para que te escutem os chamamentos de paz.
E, quanto mais possa conhecer, em minha desvalia, os recursos iluminados do oceano de mundos e de seres que construístes no Universo, concede-me, oh! Deus de Misericórdia, que eu tenha a simplicidade da gota d'água que, embora unicamente anônima gota d'água, se sente tranqüila e feliz porque se vê capaz de refletir-te a luz no brilho eterno da Criação.
pelo espírito de Meimei
(De “Amizade”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Meimei)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 03:19

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ORAÇÃO POR HUMILDADE


... Deus de Misericórdia!
Se algum êxito me busca deixa-me perceber a tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou...

DEUS de Misericórdia!...
Auxilia-me a conservar o anseio de encontrar-te.
Quando haja tumulto, ao redor de mim, guarda-me o silêncio interior em que procure ouvir-te a voz.
Se algum êxito me busca, deixa-me perceber a tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou.
Diante dos outros, consente, oh! Pai, que te assinale o infinito amor, valorizando-me a insignificância, através daqueles que me concedam afeto.
Se aparecerem adversários em meu caminho, faze-me vê-los como sendo instrumentos de trabalho, dentre aqueles com que me aperfeiçoas.
Na alegria, induze-me a descobrir-te a proteção paternal, estimulando-me a seguir para a frente.
Na dor, fortalece-me os ouvidos para que te escutem os chamamentos de paz.
E, quanto mais possa conhecer, em minha desvalia, os recursos iluminados do oceano de mundos e de seres que construístes no Universo, concede-me, oh! Deus de Misericórdia, que eu tenha a simplicidade da gota d'água que, embora unicamente anônima gota d'água, se sente tranqüila e feliz porque se vê capaz de refletir-te a luz no brilho eterno da Criação.
pelo espírito de Meimei
(De “Amizade”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Meimei)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 03:19

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Quarta-feira, 26 de Novembro de 2008

FATALIDADE E LIVRE ARBÍTRIO

id="BLOGGER_PHOTO_ID_5272805567478945650" />
Antes do regresso à experiência no Plano Físico, nossa alma em prece roga ao Senhor a concessão da luta para o trabalho de nosso próprio reajustamento.

Solicitamos a reaproximação de antigos desafetos.

Imploramos o retorno ao círculo de obstáculos que nos presenciou a derrota em romagens mal vividas...

Suplicamos a presença de verdugos com quem cultiváramos o ódio, para tentar a cultura santificante do amor...

Pedimos seja levado de novo aos nossos lábios o cálice das provas em que fracassamos, esperando exercitar a fé e a resignação, a paciência e o valor...

E com a intercessão de variados amigos que se transformam em confiantes avalistas de nossas promessas, obtemos a bênção da volta.

Efetivamente em tais circunstâncias, o esquema de ação surge traçado.

Somos herdeiros do nosso pretérito e nessa condição, arquitetamos nossos próprios destinos.

Entretanto, imanizados temporariamente ao veículo terrestre, acariciamos nossas antigas tendências de fuga ao dever nobilitante.

Instintivamente, tornamos, despreocupados, à caça de vantagens físicas, de caprichos perniciosos, de mentiroso domínio e de nefasto prazer.

O egoísmo e a vaidade costumam retomar o leme de nosso destino e abominamos o sofrimento e o trabalho, quais se fossem duros algozes,quando somente com o auxílio deles conseguimos soerguer o coração para a vitória espiritual a que somos endereçados.

É,por isso, que fatalidade e livre arbítrio coexistem nos mínimos ângulos de nossa jornada planetária.

Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou enfermidade em variados momentos de nossa vida.

O mapa de regeneração volta conosco ao mundo, consoante as responsabilidades por nós mesmo assumidas no pretérito remoto e próximo: contudo, o modo pelo qual nos desvencilhamos dos efeitos de nossas próprias obras facilita ou dificulta a nossa marcha redentora na estrada que o mundo nos oferece.

Aceitemos os problemas e as inquietações que a Terra nos impõe agora, atendendo aos nossos próprios desejos, na planificação que ontem organizamos, fora do corpo denso, e tenhamos cautela com o modo de nossa movimentação no campo das próprias tarefas, porque, conforme as nossas diretrizes de hoje, na preparação do futuro, a vida nos oferecerá amanhã paz ou luta, felicidade ou provação, luz ou treva, bem ou mal.

Emmanuel
Do livro Nascer e Renascer - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 01:35

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FATALIDADE E LIVRE ARBÍTRIO

id="BLOGGER_PHOTO_ID_5272805567478945650" />
Antes do regresso à experiência no Plano Físico, nossa alma em prece roga ao Senhor a concessão da luta para o trabalho de nosso próprio reajustamento.

Solicitamos a reaproximação de antigos desafetos.

Imploramos o retorno ao círculo de obstáculos que nos presenciou a derrota em romagens mal vividas...

Suplicamos a presença de verdugos com quem cultiváramos o ódio, para tentar a cultura santificante do amor...

Pedimos seja levado de novo aos nossos lábios o cálice das provas em que fracassamos, esperando exercitar a fé e a resignação, a paciência e o valor...

E com a intercessão de variados amigos que se transformam em confiantes avalistas de nossas promessas, obtemos a bênção da volta.

Efetivamente em tais circunstâncias, o esquema de ação surge traçado.

Somos herdeiros do nosso pretérito e nessa condição, arquitetamos nossos próprios destinos.

Entretanto, imanizados temporariamente ao veículo terrestre, acariciamos nossas antigas tendências de fuga ao dever nobilitante.

Instintivamente, tornamos, despreocupados, à caça de vantagens físicas, de caprichos perniciosos, de mentiroso domínio e de nefasto prazer.

O egoísmo e a vaidade costumam retomar o leme de nosso destino e abominamos o sofrimento e o trabalho, quais se fossem duros algozes,quando somente com o auxílio deles conseguimos soerguer o coração para a vitória espiritual a que somos endereçados.

É,por isso, que fatalidade e livre arbítrio coexistem nos mínimos ângulos de nossa jornada planetária.

Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou enfermidade em variados momentos de nossa vida.

O mapa de regeneração volta conosco ao mundo, consoante as responsabilidades por nós mesmo assumidas no pretérito remoto e próximo: contudo, o modo pelo qual nos desvencilhamos dos efeitos de nossas próprias obras facilita ou dificulta a nossa marcha redentora na estrada que o mundo nos oferece.

Aceitemos os problemas e as inquietações que a Terra nos impõe agora, atendendo aos nossos próprios desejos, na planificação que ontem organizamos, fora do corpo denso, e tenhamos cautela com o modo de nossa movimentação no campo das próprias tarefas, porque, conforme as nossas diretrizes de hoje, na preparação do futuro, a vida nos oferecerá amanhã paz ou luta, felicidade ou provação, luz ou treva, bem ou mal.

Emmanuel
Do livro Nascer e Renascer - Psicografia de Francisco Cândido Xavier
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 01:35

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