Sábado, 28 de Fevereiro de 2009
Organizado a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada.
520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos.
50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados.
200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico.
35 visitas de assistência a lares distantes.
150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes.
E devem ainda eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação.
*
Em troca, os componentes da assembléia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar.
*
Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se veste de sombras.
*
O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa.
Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando.
Consultando, em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente.
Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e imprestável.
Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz.
Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo.
*
Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos.
Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles.
Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso.
Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado.
Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia.
E quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim.
*
E a sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiram até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária.
*
Que entre nós, meus amigos, assim não aconteçam.
Espiritismo é amor e contentamento.
Sempre que desejardes a vitória do bem, auxiliai o bem e plantai-o.
Trazei até nós o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé.
Permutemos experiências e corações.
Amparemo-nos aos outros.
A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte.
Da Obra “Apostilas da Vida” -Espírito: André Luiz - Médium: Francisco Cândido Xavier.
Organizado a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada.
520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos.
50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados.
200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico.
35 visitas de assistência a lares distantes.
150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes.
E devem ainda eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação.
*
Em troca, os componentes da assembléia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar.
*
Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se veste de sombras.
*
O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa.
Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando.
Consultando, em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente.
Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e imprestável.
Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz.
Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo.
*
Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos.
Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles.
Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso.
Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado.
Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia.
E quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim.
*
E a sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiram até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária.
*
Que entre nós, meus amigos, assim não aconteçam.
Espiritismo é amor e contentamento.
Sempre que desejardes a vitória do bem, auxiliai o bem e plantai-o.
Trazei até nós o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé.
Permutemos experiências e corações.
Amparemo-nos aos outros.
A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte.
Da Obra “Apostilas da Vida” -Espírito: André Luiz - Médium: Francisco Cândido Xavier.
Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2009
EM HOMENAGEM AO NASCIMENTO EM 1853 DO DR. FRANCISCO DE MENEZES DIAS DA CRUZ
Conferência feita pelo Dr. Dias da Cruz, em 1885, na sede da Federação Espírita Brasileira(conclusão)
A alma é um espírito encarnado de que o corpo só é envoltório.
Há no homem três coisas:
1 - o corpo ou ser material análogo aos animais, e animado pelo mesmo princípio vital;
2 - a alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo;
3 — o laço que une a alma e o corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito.
Tem assim o homem duas naturezas: por seu corpo participa da natureza dos animais cujos instintos possui; por sua alma participa da natureza dos espíritos.
O laço ou perispírito que une o corpo e o espírito é uma espécie de envoltório semimaterial, o espírito conserva o segundo que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, podendo porém, tornar-se acidentalmente visível, e mesmo tangível, como tem lugar no fenômeno das aparições.
Assim pois o espírito não e um ser abstrato, indefinido, só concebível pelo pensamento; é um ser real, circunscrito, apreciável, em certos casos. pelos sentidos da vista, da ouvido e do tato.
Os espíritos pertencem a diferentes classes, e não são iguais nem em poder nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os espíritos superiores que dos outros se distinguem por sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, a pureza de seus sentimentos e seu amor do bem: são os anjos ou puros espíritos. As outras classes afastam-se de mais em mais desta perfeição; os das classes inferiores são inclinados à maior parte de nossas paixões: ódio, inveja, ciúme, orgulho etc.; eles se comprazem no mal.
Os espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos melhoram, passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Este melhoramento tem lugar pela encarnação que é imposta a uns como expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova pela qual têm de passar várias vezes, até atingirem a perfeição absoluta; é uma sorte de peneira ou alambique de onde eles saem mais ou menos purificados.
Deixando o corpo, a alma entra no mundo dos espíritos de onde tinha saído, para retomar uma nova existência material após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual ela se acha no estado de espírito errante.
Devendo o espírito passar por várias encarnações, resulta que temos todos tido diversas existências, e que teremos ainda outras mais ou menos aperfeiçoadas nesta terra ou em outros mundos.
A encarnação dos espíritos tem sempre lugar na espécie humana; seria um erro acreditar que a alma ou espírito pode se encarnar no corpo de um animal.
As diferentes existências corporais do espírito são sempre progressivas e nunca retrogradas; porém a rapidez do progresso depende dos esforços que fazemos para chegar à perfeição.
As qualidades da alma são as do espírito que em nós está encarnado; assim o homem de bem é a encarnação do bom espírito, e o perverso a de um espírito impuro.
A alma tinha sua individualidade antes da encarnação, e a conserva após sua separação do corpo.
No mundo dos espíritos a alma encontra todos aqueles que conheceu sua terra; e suas existências anteriores traçam-se em sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez.
0espírito encarnado está sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência pela elevação de sua alma aproxima-se dos bons espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e coloca todos os seus gozos na satisfação dos apetites grosseiros, aproxima-se dos espíritos impuros, dando preponderância à natureza animal.
Os espíritos encarnados habitam os diferentes globos do universo.
Os espíritos não encarnados, ou errantes, não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos, acotovelando-nos sem cessar; é uma assembléia invisível que se agita em torno de nós.
Os espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante; atuam sobre a matéria e o pensamento, e constituem uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até aqui inexplicados ou mal explicados, e que não acham uma solução racional senão no espiritismo.
As relações dos espíritos com os homens são constantes. Os bons solicitam-nos para o bem, sustentam-nos nas provações da vida, auxiliam-nos a suportá-la com coragem e resignação: os maus solicitam-nos para o mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a si.
As comunicações dos espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As comunicações ocultas têm lugar pela influência boa ou má que eles sobre nós exercem sem que a sintamos; é o nosso juízo que deve discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas dão-se por meio da escrita, da palavra, ou de outras manifestações materiais, o mais das vezes por via dos médiuns, que lhes servem de instrumento.
Os espíritos manifestam-se espontaneamente ou por evocação. Pode-se evocar todos os espíritos: aqueles que animaram homens obscuros, como os dos personagens os mais ilustres, qualquer que seja a época na qual tenham vivido; os dos nossos parentes, dos nossos amigos ou inimigos, e obter deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, ensinamentos sobre sua situação d’além túmulo, sobre seus pensamentos a nosso respeito, bem como as revelações que lhes é permitido fazer-nos.
Os espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os superiores comprazem-se nas reuniões sérias em que domina o amor do bem e o desejo sincero de se instruir, de melhorar. Sua presença afasta os espíritos inferiores, que acham ao contrário um livre acesso, e podem agir com plena liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas pela só curiosidade, e em toda a parte em que se encontram maus instintos. Longe de obter deles bons conselhos ou ensinos úteis, só se deve esperar futilidade, mentiras, zombarias ou mistificações, porque eles se adornam muitas vezes de nomes venerados para melhor induzir ao erro.
A distinção dos bons e dos maus espíritos é extremamente fácil; a linguagem dos espíritos superiores é constantemente digna, nobre, assinalada pela mais alta moralidade, despida de toda paixão baixa; seus conselhos respiram a mais pura sabedoria, e têm sempre por fim nosso melhoramento e o bem da humanidade. A dos espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, muitas vezes trivial e mesmo grosseira; se algumas vezes dizem coisas boas e verdadeiras, mais vezes dizem nas falsas e absurdas, por malícia ou ignorância; escarnecem da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam lisonjeando sua vaidade, acalentando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, em toda a acepção da palavra, só têm lugar nos centros sérios, naqueles cujos membros são unidos por uma comunhão íntima de pensamento com vista no bem.
A moral dos espíritos superiores resume-se, para com os outros conta quereríamos que obrassem como a do Cristo, nesta máxima evangélica: obrar para conosco, isto é, fazer o bem e nunca o mal. O homem acha neste princípio a regra geral de conduta para suas menores ações.
Eles nos ensinam que egoísmo, orgulho, sensualidade são paixões que nos assimilam à natureza animal, aferrando-nos à matéria; que o homem que já deste mundo se desliga da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e pelo amor ao próximo avizinha-se da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus colocou em suas mãos para prová-los; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, porque aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir o semelhante viola a lei de Deus. Eles ensinam, enfim que, no mundo dos espíritos nada podendo ser oculto, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas desvendadas; que a presença invisível e a todos os momentos daqueles aos quais se tiver feito mal é um dos castigos que lhes está reservado; que ao estado de inferioridade e de superioridade dos espíritos são relativos; penas e gozos que nos são desconhecidos na terra.
Porém eles nos ensinam também que não há faltas irremediáveis e que não possam ser apagadas pela expiação. O homem para tal encontra o meio nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conforme seu desejo e seus esforços, no caminho do progresso e para a perfeição que é o seu alvo final.
Pelo que acabais de ouvir, senhores, deveis estar convencidos de que Espiritismo não é este desconchavo, esta alucinação que aprazem-se em pintar os inimigos de todas as idéias novas. Se, pois, encontra propugnadores, mesmo entre homens os mais adiantados e progressistas é que ele, como todas as coisas, está sujeito às leis imutáveis de Deus: tem de lutar, para vencer, porque não há vitória sem luta.
Terminando, senhores, cumpre-me agradecer-vos a benévola atenção que me dispensastes, certo de que a honra não atingindo ao indivíduo insignificante que ousou alçar a voz em obediência ao mandato de que foi encarregado, mas sim à nobre e justa causa da caridade inata no Espiritismo.
Fonte: A Voz dos Espíritos – setembro e outubro, 1946
EM HOMENAGEM AO NASCIMENTO EM 1853 DO DR. FRANCISCO DE MENEZES DIAS DA CRUZ
Conferência feita pelo Dr. Dias da Cruz, em 1885, na sede da Federação Espírita Brasileira(conclusão)
A alma é um espírito encarnado de que o corpo só é envoltório.
Há no homem três coisas:
1 - o corpo ou ser material análogo aos animais, e animado pelo mesmo princípio vital;
2 - a alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo;
3 — o laço que une a alma e o corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito.
Tem assim o homem duas naturezas: por seu corpo participa da natureza dos animais cujos instintos possui; por sua alma participa da natureza dos espíritos.
O laço ou perispírito que une o corpo e o espírito é uma espécie de envoltório semimaterial, o espírito conserva o segundo que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, podendo porém, tornar-se acidentalmente visível, e mesmo tangível, como tem lugar no fenômeno das aparições.
Assim pois o espírito não e um ser abstrato, indefinido, só concebível pelo pensamento; é um ser real, circunscrito, apreciável, em certos casos. pelos sentidos da vista, da ouvido e do tato.
Os espíritos pertencem a diferentes classes, e não são iguais nem em poder nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os espíritos superiores que dos outros se distinguem por sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, a pureza de seus sentimentos e seu amor do bem: são os anjos ou puros espíritos. As outras classes afastam-se de mais em mais desta perfeição; os das classes inferiores são inclinados à maior parte de nossas paixões: ódio, inveja, ciúme, orgulho etc.; eles se comprazem no mal.
Os espíritos não pertencem perpetuamente à mesma ordem. Todos melhoram, passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Este melhoramento tem lugar pela encarnação que é imposta a uns como expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova pela qual têm de passar várias vezes, até atingirem a perfeição absoluta; é uma sorte de peneira ou alambique de onde eles saem mais ou menos purificados.
Deixando o corpo, a alma entra no mundo dos espíritos de onde tinha saído, para retomar uma nova existência material após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual ela se acha no estado de espírito errante.
Devendo o espírito passar por várias encarnações, resulta que temos todos tido diversas existências, e que teremos ainda outras mais ou menos aperfeiçoadas nesta terra ou em outros mundos.
A encarnação dos espíritos tem sempre lugar na espécie humana; seria um erro acreditar que a alma ou espírito pode se encarnar no corpo de um animal.
As diferentes existências corporais do espírito são sempre progressivas e nunca retrogradas; porém a rapidez do progresso depende dos esforços que fazemos para chegar à perfeição.
As qualidades da alma são as do espírito que em nós está encarnado; assim o homem de bem é a encarnação do bom espírito, e o perverso a de um espírito impuro.
A alma tinha sua individualidade antes da encarnação, e a conserva após sua separação do corpo.
No mundo dos espíritos a alma encontra todos aqueles que conheceu sua terra; e suas existências anteriores traçam-se em sua memória com a lembrança de todo o bem e de todo o mal que fez.
0espírito encarnado está sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência pela elevação de sua alma aproxima-se dos bons espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e coloca todos os seus gozos na satisfação dos apetites grosseiros, aproxima-se dos espíritos impuros, dando preponderância à natureza animal.
Os espíritos encarnados habitam os diferentes globos do universo.
Os espíritos não encarnados, ou errantes, não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos, acotovelando-nos sem cessar; é uma assembléia invisível que se agita em torno de nós.
Os espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante; atuam sobre a matéria e o pensamento, e constituem uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até aqui inexplicados ou mal explicados, e que não acham uma solução racional senão no espiritismo.
As relações dos espíritos com os homens são constantes. Os bons solicitam-nos para o bem, sustentam-nos nas provações da vida, auxiliam-nos a suportá-la com coragem e resignação: os maus solicitam-nos para o mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a si.
As comunicações dos espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As comunicações ocultas têm lugar pela influência boa ou má que eles sobre nós exercem sem que a sintamos; é o nosso juízo que deve discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas dão-se por meio da escrita, da palavra, ou de outras manifestações materiais, o mais das vezes por via dos médiuns, que lhes servem de instrumento.
Os espíritos manifestam-se espontaneamente ou por evocação. Pode-se evocar todos os espíritos: aqueles que animaram homens obscuros, como os dos personagens os mais ilustres, qualquer que seja a época na qual tenham vivido; os dos nossos parentes, dos nossos amigos ou inimigos, e obter deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, ensinamentos sobre sua situação d’além túmulo, sobre seus pensamentos a nosso respeito, bem como as revelações que lhes é permitido fazer-nos.
Os espíritos são atraídos em razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os superiores comprazem-se nas reuniões sérias em que domina o amor do bem e o desejo sincero de se instruir, de melhorar. Sua presença afasta os espíritos inferiores, que acham ao contrário um livre acesso, e podem agir com plena liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas pela só curiosidade, e em toda a parte em que se encontram maus instintos. Longe de obter deles bons conselhos ou ensinos úteis, só se deve esperar futilidade, mentiras, zombarias ou mistificações, porque eles se adornam muitas vezes de nomes venerados para melhor induzir ao erro.
A distinção dos bons e dos maus espíritos é extremamente fácil; a linguagem dos espíritos superiores é constantemente digna, nobre, assinalada pela mais alta moralidade, despida de toda paixão baixa; seus conselhos respiram a mais pura sabedoria, e têm sempre por fim nosso melhoramento e o bem da humanidade. A dos espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, muitas vezes trivial e mesmo grosseira; se algumas vezes dizem coisas boas e verdadeiras, mais vezes dizem nas falsas e absurdas, por malícia ou ignorância; escarnecem da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam lisonjeando sua vaidade, acalentando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, em toda a acepção da palavra, só têm lugar nos centros sérios, naqueles cujos membros são unidos por uma comunhão íntima de pensamento com vista no bem.
A moral dos espíritos superiores resume-se, para com os outros conta quereríamos que obrassem como a do Cristo, nesta máxima evangélica: obrar para conosco, isto é, fazer o bem e nunca o mal. O homem acha neste princípio a regra geral de conduta para suas menores ações.
Eles nos ensinam que egoísmo, orgulho, sensualidade são paixões que nos assimilam à natureza animal, aferrando-nos à matéria; que o homem que já deste mundo se desliga da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e pelo amor ao próximo avizinha-se da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus colocou em suas mãos para prová-los; que o forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, porque aquele que abusa de sua força e de seu poder para oprimir o semelhante viola a lei de Deus. Eles ensinam, enfim que, no mundo dos espíritos nada podendo ser oculto, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas desvendadas; que a presença invisível e a todos os momentos daqueles aos quais se tiver feito mal é um dos castigos que lhes está reservado; que ao estado de inferioridade e de superioridade dos espíritos são relativos; penas e gozos que nos são desconhecidos na terra.
Porém eles nos ensinam também que não há faltas irremediáveis e que não possam ser apagadas pela expiação. O homem para tal encontra o meio nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conforme seu desejo e seus esforços, no caminho do progresso e para a perfeição que é o seu alvo final.
Pelo que acabais de ouvir, senhores, deveis estar convencidos de que Espiritismo não é este desconchavo, esta alucinação que aprazem-se em pintar os inimigos de todas as idéias novas. Se, pois, encontra propugnadores, mesmo entre homens os mais adiantados e progressistas é que ele, como todas as coisas, está sujeito às leis imutáveis de Deus: tem de lutar, para vencer, porque não há vitória sem luta.
Terminando, senhores, cumpre-me agradecer-vos a benévola atenção que me dispensastes, certo de que a honra não atingindo ao indivíduo insignificante que ousou alçar a voz em obediência ao mandato de que foi encarregado, mas sim à nobre e justa causa da caridade inata no Espiritismo.
Fonte: A Voz dos Espíritos – setembro e outubro, 1946
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009
Desde que Deus está em toda a parte, porque não o vemos? Vê-lo-emos ao deixar a Terra? Estas são também perguntas feitas diariamente. A primeira é fácil de resolver: nossos órgãos materiais têm percepções limitadas, que os tornam impróprios à visão de certas coisas, mesmo materiais. É assim que certos fluidos escapam totalmente à nossa vista e aos nossos instrumentos de análise. Vemos os efeitos da peste e não vemos o fluido que a transporta; vemos os corpos mover-se sob a influência da força da gravitação, e não vemos esta força.
As coisas de essência espiritual não podem ser percebidas pelos órgãos materiais; só pela visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e as coisas do mundo imaterial; assim, só a nossa alma pode ter a percepção de Deus. Ela o vê imediatamente após a morte? É o que só as comunicações de além-túmulo nos podem ensinar. Por elas, sabemos que a visão de Deus só é privilégio das almas as mais depuradas e que, assim, muito poucas ao deixar o invólucro terreno, possuem o grau de desmaterialização necessário. Algumas comparações vulgares o darão facilmente a compreender.
Aquele que está no fundo de um vale, cercado de espessa bruma, não vê o sol; contudo, à luz difusa, ele julga da presença do sol. Se subir a montanha, à medida que se eleva dissipa-se o nevoeiro, a luz se torna cada vez mais viva, mas ainda não vê o sol. Quando começa a percebê-lo ainda está velado, porque o mínimo de vapor basta para lhe enfraquecer o brilho. Só depois de se haver elevado completamente acima da camada brumosa é que, achando-se num ar perfeitamente puro, ele o vê em todo o seu esplendor.
Dá-se o mesmo com quem tivesse a cabeça envolta por diversos véus. De começo, não vê absolutamente nada; a cada véu que se retira, distingue um clarão cada vez maior; só quando desaparece o último véu é que vê as coisas nitidamente.
Também se dá o mesmo que comum licor carregado de matéria estranha: a princípio fica turvo; a cada destilação sua transparência aumenta até que, estando completamente purificado, adquire uma limpidez perfeita e não apresenta nenhum obstáculo à visão.
Assim é com a alma. O envoltório perispirital, posto que invisível e impalpável para nós, é para ela uma verdadeira matéria, ainda muito grosseira para certas percepções. Esse envoltório se espiritualiza à medida que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições da alma são como véus que obscurecem sua visão; cada imperfeição de que se desfaz é um véu a menos, mas só depois de ser depurado completamente é que goza da plenitude de suas faculdades.
Sendo Deus a essência divina por excelência, não pode ser percebido em todo o seu brilho senão pelos Espíritos chegados ao mais alto grau de desmaterialização. Se os Espíritos imperfeitos não o vêem, não é porque estejam mais afastados que os outros; como eles, como todos os seres da natureza, estão mergulhados no fluido divino; como nós estamos na luz, os cegos também estão na luz e, contudo, não a vêem. As imperfeições são véus que ocultam Deus à visão dos Espíritos inferiores; quando a cerração se dissipar, eles o verão resplandecer: para isto nem precisarão de subir, nem de ir procurá-lo nas profundezas do infinito; estando a vida espiritual desembaraçada das manchas morais que a obscurecem, eles o verão em qualquer lugar onde se encontrarem, ainda que na Terra, desde que está em toda a parte.
O Espírito só se depura lentamente, e as diversas encarnações são os alambiques, no fundo dos quais deixa, de cada vez, algumas impurezas. Deixando seu envoltório corporal, não se despoja instantaneamente de suas imperfeições; é por isso que alguns, após a morte, não vêem mais Deus do que em vida; mas, à medida que se depura, dele têm uma intuição mais distinta; se não o vêem, compreendem-no melhor; a luz é menos difusa. Assim, quando Espíritos dizem que Deus lhes proíbe de responder a determinada pergunta, não é que Deus lhes apareça ou lhes dirija a palavra para prescrever ou interditar isto ou aquilo. Não; mas eles o sentem, recebem os eflúvios de seu pensamento, como nos acontece com relação aos Espíritos que nos envolvem com seu fluido, posto não os vejamos.
Nenhum homem pode, pois, ver a Deus com os olhos da carne. Se esse favor fosse concedido a alguns, só o seria no estado de êxtase, quando a alma está tão desprendida dos laços da matéria quanto é possível durante a encarnação.
Um tal privilégio aliás seria apenas das almas de escol, encarnadas em missão e não em expiação. Mas como os Espíritos da mais elevada ordem resplandecem com um brilho deslumbrante, pode ser que Espíritos menos elevados, encarnados ou desencarnados, feridos pelo esplendor que os cerca, julgassem ter visto o próprio Deus. Tal como se vê, por vezes, um ministro tomado por seu soberano.
Sob qual aparência Deus se apresenta aos que se tornaram dignos desse favor? Sob uma forma qualquer? Sob uma figura humana ou como um foco resplendente de luz? É o que a linguagem humana é incapaz de descrever, porque para nós não existe nenhum ponto de referência que possa dar uma idéia. Somos como cegos a quem em vão procurassem fazer compreender o brilho do Sol. Nosso vocabulário é limitado às nossas necessidades e ao círculo de nossas idéias; o dos povos mais civilizados é muito pobre para descrever os esplendores dos céus, nossa inteligência muito limitada para os compreender, e nossa vista muito fraca ficaria por eles deslumbrada. (Allan Kardec - R. E. 1866).
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2009
I
A história do Espiritismo no Brasil é muito rica de fatos, de personagens e de realizações. Um vasto documentário esparso está à espera de quem o reúna e aprecie, com sensibilidade e conhecimento.
Ao contrário do que ocorreu nos países da Europa, nos quais os movimentos oriundos da Nova Revelação cresceram rapidamente, nas primeiras décadas que se seguiram aos trabalhos da Codificação, para depois estacionarem ou fenecerem, o Movimento Espírita no Brasil cresceu continuamente, apesar das muitas vicissitudes que teve de enfrentar.
II
É interessante observar que, antes do advento do Espiritismo, com a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, em 1857, já existiam idéias irradiadas a partir de 1847-1848, nos Estados Unidos, com os fenômenos de Hydesville.
III
Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos cultores da homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando curavam.
José Bonifácio, o patriarca da Independência, cultor da homeopatia, é também dos primeiros experimentadores do fenômeno espírita.
Em 1844, o Marquês de Marica publicou um livro com os primeiros ensinamentos de fundo espírita divulgados no Brasil (Reformador de 1944, p. 207).
IV
Entretanto, o grupo mais antigo que se constituíra no Rio de Janeiro, para cultivar o fenômeno espírita, foi o de Melo Morais, homeopata e historiados, por volta de 1853, conforme registrado em Reformador de 1o. de Maio de 1883.
Freqüentavam esse grupo o Marquês de Olinda, o Visconde de Uberaba e outros vultos do Império.
Os fenômenos das mesas girantes são noticiados pela primeira vez no Brasil em 1853, pelo jornal O Cearense.
V
Assim, quando “O Livro dos Espíritos”, em sua edição original francesa, chegou ao Brasil, encontrou meio favorável ao seu entendimento e divulgação, especialmente na elite social da Capital do Império.
VI
Em 1860 surgiram os dois primeiros livros espíritas em português: “Os tempos são chegados” do professor Casimir Lieutaud, francês radicado no Rio de Janeiro, e “O Espiritismo na sua expressão mais simples”, tradução do professor Alexandre Canu, cujo nome só aparece na terceira edição, em 1862.
VII
Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade.
O Jornal do Commercio, o maior órgão da imprensa da Capital do Império de então, publicava em 23 de setembro, artigo favorável à nova Doutrina.
No ano de 1865, surge a primeira contestação de espíritas a comentários desfavoráveis ao Espiritismo, O Diário da Bahia, de Salvador, transcrevera artigo extraído da Gazette Médicale. Esse artigo, desfavorável e mordaz, assinado pelo Dr. Déchambre, foi contestado pelos Drs. Luís Olímpio Teles de Menezes, José Álvares do Amaral e Joaquim Carneiro de Campos, em réplica publicada em 28 de setembro de 1865, artigo que mereceu comentários favoráveis de Allan Kardec na Revue Spirite (vol. 8, pág. 334).
VIII
Os primeiros centros espíritas nos moldes preconizados por Kardec surgem na Bahia (Grupo Familiar do Espiritismo), no Rio de Janeiro e em outros Estados, a partir de 1865.
IX
Em 1869 é editado em Salvador O Eco d’Além-Túmulo, “Monitor do Espiritismo no Brasil”, sob a direção de L. O. Teles de Menezes, que teve efêmera duração.
X
Em novembro de 1873 funda-se em Salvador, Bahia, a Associação Espírita Brasileira, continuação do Grupo Familiar de Espiritismo.
Alguns membros dessa Associação fundaram, em 1874, em Salvador, o Grupo Santa Teresa de Jesus.
XI
A 2 de agosto de 1873 é fundada a Sociedade Grupo Confúcio, primeira entidade jurídica do Espiritismo no Brasil, com estatutos impressos, amplamente noticiada na imprensa nacional e estrangeira.
Nomes como os dos Drs. Siqueira Dias, Silva Neto, Joaquim Carlos Travassos, Casimir Lieutaud, Bittencourt Sampaio fizeram parte dessa sociedade, cuja divisa era “Sem caridade não há salvação”.
A esse Grupo, de curta existência de menos três anos, deve o Espiritismo no Brasil: a primeira tradução das obras de Kardec, por Joaquim Carlos Travassos (Fortúnio); a primeira assistência gratuita homeopática; a primeira revelação do Espírito Guia do Brasil – o Anjo Ismael.
XII
Vale a pena rememorar, para a edificação das novas gerações, as previsões de Ismael, em rara e eloqüente mensagem de transcendente significação no Grupo Confúcio, eis que ela resume a orientação espiritual no que diz respeito à missão do Brasil:
“O Brasil tem a missão de cristianizar. É a Terra da Promissão. A Terra de todos. A Terra da fraternidade. A Terra de Jesus. A Terra do Evangelho...
Na Era Nova e próxima, abrigará um povo diferente pelos costumes cristãos. Cumpre ao que ouve os arautos do Espaço, que convocam os homens de boa-vontade para o preparo da Nova Era, reconhecer em Jesus o chefe espiritual. Com o Evangelho explicado à luz do Espiritismo, a moral de Jesus, semeada pelos jesuítas e alimentada pelos católicos, atingirá a sua finalidade, que é rejuvenescer os homens velhos, que aqui nascerão ou para aqui virão de todos os pontos do Globo, cansados de lutas fatricidas e sedentos de confraternidade. A missão dos espíritas no Brasil é divulgar o Evangelho em espírito e verdade. Os que quiserem cumprir o dever, a que se obrigaram antes de nascer, deverão, pois, reunir-se debaixo deste pálio trinitário: Deus, Cristo e Caridade.
Onde estiver esta bandeira, aí estarei eu, Ismael.”
XIII
Ao Grupo Confúcio seguiu-se a Sociedade Espírita “Deus, Cristo e Caridade”, fundada em março de 1876, com programação francamente evangélica cumprida até 1879.
Mas, cindida a Sociedade, passou a denominar-se Sociedade Acadêmica, em processo de seleção natural e de acordo com as inclinações dos elementos humanos. Uma ala da entidade, tendo à frente Bittencourt Sampaio, Antônio Luiz Sayão e Frederico Junior, destacou-se para fundar a “Sociedade Espírita Fraternidade”, em 1880.
A “Fraternidade” subsistiu com a orientação evangélica até transformar-se em “Sociedade Psicológica”, desaparecendo em 1893.
Observe-se a definição de rumos, com a preocupação de alguns adeptos desavisados, suprimindo o qualificativo “Espírita” e substituindo-o por “Acadêmica” e “Psicológica” nas duas Sociedades.
Em 6 de agosto de 1880 era criada, em Campos, Estado do Rio de Janeiro, a Sociedade Campista de Estudos Espíritas.
XXIV
É criado em janeiro de 1881, na cidade de Areias, São Paulo, o Grupo Espírita Areense, que lançou, no mesmo ano, o jornal União e Crença.
É no ano de 1881 que o Espiritismo é perseguido pela polícia, pela primeira vez, sendo proibidas as sessões da “Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade”, a Sociedade de maior prestígio à época.
XV
Em 6 de setembro de 1881, instalou-se, no Rio de Janeiro, o primeiro Congresso Espírita do Brasil, do qual resultou o Centro da União Espírita do Brasil, dentro da Sociedade Acadêmica.
XVI
Ainda em 1881, a 21 de novembro, instalou-se no Rio de Janeiro a “Associação Amor e Caridade”; em março de 1882, a “Sociedade Espírita Allan Kardec” e em setembro de 1882 o “Grupo Espírita Santo Antonio de Pádua”.
XVII
Augusto Elias da Silva, fotógrafo português radicado no Rio de Janeiro, observando as difíceis condições para se fazer a defesa do Espiritismo pela imprensa, contra os ataques impiedosos e insultuosos do Catolicismo, a religião oficial do Estado, funda, em 21 de janeiro de 1883, o jornal Reformador.
Esse órgão, que recebeu o apoio de espíritas militantes de grande prestígio na época, como Bezerra de Menezes e o Major Francisco Raimundo Ewerton Quadros, procedeu à análise serena e segura de uma Pastoral católica que pregava o ódio aos espíritas.
Por essa época já existia várias Sociedades Espíritas na Capital do Império e em algumas províncias.
XVIII
Em 2 de janeiro de 1884 é fundada a Federação Espírita Brasileira. A iniciativa coube a Augusto Elias da Silva, que recebeu o apoio de Ewerton Quadros, Xavier Pinheiro, Fernandes Figueira, Silveira Pinto e outros.
Instalada a novel Sociedade, com a eleição da primeira diretoria, uma das primeiras resoluções foi a incorporação do órgão Reformador à nova Sociedade.
É interessante frisar que, apesar de sua denominação – Federação – não contava a instituição com nenhuma filiação de qualquer outra entidade, inicialmente.
Torna-se, pois, evidente, que os objetivos da Sociedade, no campo federativo, projetava-se no futuro, sendo seus fundadores os instrumentos de uma planificação maior da Espiritualidade.
XIX
Ainda em 1883, surge em Campos (no atual Estado do Rio de Janeiro), em fevereiro, a “Sociedade Espírita Concórdia” e em outubro do mesmo ano, em Macaé, a “Sociedade Espírita Luz Macaense”.
O “Grupo Ismael” (Grupo de Estudos Evangélicos do Anjo Ismael), célula de ligação entre os trabalhadores dos dois planos da vida, funciona desde 15 de julho de 1880, fundado por Antônio Luiz Sayão e Bittencourt Sampaio. Dele fizeram parte Bezerra de Menezes, Frederico Junior, Domingos Filgueiras, Pedro Richard, Albano do Couto e muitos outros companheiros provindos de diversos núcleos.
Acedendo Bezerra de Menezes em aceitar a presidência da Federação em 1895, o “Grupo Ismael” acompanhou o apóstolo do Espiritismo no Brasil, apoiou-o na direção da Casa e integrou-se nela, até os dias atuais.
XX
Alguns grupos espíritas da Capital aderiram à Federação, a partir de 1885, como o “Grupo Espírita Menezes” (Reformador de 15-2-1885) e elementos prestigiosos na sociedade fluminense: o Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, homeopata, o Dr. Castro Lopes, filólogo e escritor, e vários outros.
XXI
Mas o fato de maior significação nos arraiais espiritistas foi, sem dúvida, a adesão ao Espiritismo do eminente político, médico e católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, perante um auditório de 2.000 pessoas, no salão de honra da Guarda Velha, no dia 16 de agosto de 1886.
A impressa registrou o acontecimento, o telégrafo levou a notícia às Províncias, a Federação recebeu muitas adesões e os círculos católicos agitaram-se.
De novembro de 1886 a dezembro de 1893, Bezerra escreveu ininterruptamente, aos domingos, sob o pseudônimo de Max, os célebres artigos sobre o Espiritismo, no jornal O Paiz, o mais lido no Brasil, na época.
Ao mesmo tempo que escrevia, Bezerra pregava a união dos espíritas e concitava os confrades à harmonia e à fraternidade.
É, por isso, considerado o campeão da unificação do Movimento Espírita, com base na união e na tolerância entre os espíritas.
XXII
Em meados de fevereiro de 1889, previamente anunciado pela Espiritualidade, o Espírito Allan Kardec viria “fazer uma análise da marcha da doutrina no Rio de Janeiro, dirigindo-se a todos os espíritas”.
Através do notável médium Frederico Junior, da Sociedade Fraternidade, Kardec ofereceu as conhecidas “Instruções” para o Movimento Espírita de então.
XXIII
Bezerra de Menezes vê na Federação, nos anos de 1888-89, então sob sua presidência, a organização ideal onde se poderia unificar o Movimento Espírita. Por isso nela instalou, em 1889, o Centro da União Espírita do Brasil, com a aprovação dos grupos espíritas então existentes no Rio de Janeiro.
Mas a união dos espíritas não foi conseguida, apesar dos esforços de Bezerra e do apelo do Espírito Allan Kardec.
Prevalecia a divergência entre “místicos” e “científicos”.
XXIV
Em São Paulo, Batuíra fundara, em 1890, o maior núcleo espírita do País, com sede própria, e um órgão de divulgação, o Verdade e Luz, de grande tiragem. Deu seu apoio à Federação e tornou-se o representante dela em São Paulo.
XXV
Em maio de 1887, foi fundada em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) a Sociedade Espírita Rio Grandense.
XXVI
Em fevereiro de 1890 surge em Maceió, Alagoas, o Centro Espírita das Alagoas.
XXVII
Em 1890, o Dr. Polidoro Olavo de São Thiago trouxe à Federação Espírita Brasileira uma iniciativa feliz: a criação da Assistência aos Necessitados, em moldes espíritas.
E o Dr. Pinheiro Guedes, em 1890, incorporou à pequena biblioteca da FEB um acervo importantíssimo de livros sobre todos os ramos do conhecimento.
XXVIII
Proclamada a República em 1889, em 1890 surge o novo Código Penal, no qual o Espiritismo era enquadrado como transgressão à lei, em alguns de seus dispositivos dúbios.
O fato serviu para que os espíritas de todas as tendências se unissem contra tais dispositivos, do que resultou a explicação do autor do Código, Dr. Antônio Batista Pereira, de que tais disposições não atingiam o Espiritismo filosófico, religioso, moral, educativo, mas o espiritismo criminoso, expressão infeliz então usada.
XXIX
Em compensação, o grande acontecimento que favoreceu o Espiritismo, como também a todas as religiões praticadas no Brasil, foi a Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891, que constituiu o Estado leigo, sem os liames que o ligavam à Igreja Católica Romana.
XXX
Já por essa época fundavam-se, por todos os Estados brasileiros, núcleos espíritas.
Em 1892 era fundada em Natal, Rio Grande do Norte, a Sociedade Natalense de Estudos Espíritas.
Em maio de 1893 surgiu, na Bahia Amor e Caridade.
Nesse mesmo ano funda-se em Cuiabá, Estado de Mato Grosso, a Sociedade Espírita Cristo e Caridade, com seu órgão A Verdade.
Em 1894 é criado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o Grupo Espírita Allan Kardec.
Em outubro de 1894 instala-se em Lavras, Estado de Minas Gerais, o Centro Espírita Luz e Caridade.
Em julho de 1897 instalou-se e, Cáceres, Mato Grosso, o Grupo Espírita Apóstolos de Cristo e da Verdade.
Nesse mesmo ano de 1897 é organizada a Livraria da FEB, por abnegados espíritas.
XXXI
Bezerra de Menezes, aceitando a presidência da Federação Espírita Brasileira, é empossado em 3 de agosto de 1895.
Começa uma nova fase para a Instituição, cuja influência se estende por todo o território nacional.
Em 1897 são transferidos à Federação os direitos autorais, para a língua portuguesa, de todas as obras de Allan Kardec, fato de suma importância para a difusão da Doutrina Espírita no Brasil.
XXXII
Os inimigos e dissidentes internos do Movimento Espírita no Brasil sempre se firmaram no divisionismo, no personalismo, no despreparo e nas interpretações pessoais de determinados adeptos e nas vaidades individuais, em contraposição aos princípios doutrinários.
Desde os primórdios do Espiritismo esses fatores estiveram presentes no seio de seus movimentos, por toda parte. No Brasil não seria diferente.
Já os inimigos externos são conhecidos por suas atuações, desde meados do século XIX, no Brasil: a) o positivismo, de grande influência nos primórdios da República; b) o materialismo, opositor permanente; c) a classe clerical obscurantista.
XXXIII
Enquanto a Europa recebeu o Espiritismo nas suas expressões fenomênicas e experimentais, não excluindo a remuneração pelos trabalhos mediúnicos, o que desvirtua o caráter e a índole da Doutrina Espírita, no Brasil cultiva-se o Espiritismo em seus múltiplos aspectos, mas com ênfase nos seus aspectos morais-religiosos, com base no Evangelho de Jesus.
A expressão “Pátria do Evangelho”, usada pelo Espírito Humberto de Campos em seu livro, é a reafirmação desse fato.
Para combater a tendência desagregadora do Movimento, de parte de alguns adeptos, o grande remédio é a transformação interior do espírita, através da educação do pensamento pela Mensagem do Evangelho do Cristo.
A grande tarefa a ser realizada pelo Movimento, antes da reforma das instituições, é a regeneração moral do espírita, para que suas instituições reflitam seu progresso individual e coletivo.
XXXIV
Desaparecendo Bezerra de Menezes do cenário dos encarnados, em 11 de abril de 1900, após quatro anos e meio de intenso trabalho de persuasão, de paciência e de exemplificação, deixava consolidada a Federação Espírita Brasileira, com a orientação doutrinária que as administrações posteriores seguiriam.
Ficaram superadas as divergências internas, o academicismo, para cuidar-se do estudo sério da Doutrina e do Evangelho, com o fortalecimento dos sentimentos de solidariedade e de fraternidade.
Findara o século, desencarnara o ínclito timoneiro, mas as bases da grande obra da união entre os espíritas ficaram delineadas.
É certo que um dos objetivos de Bezerra e de seus seguidores – a unificação de todas as entidades espírita em torno de uma instituição representativa dos ideais de fraternidade entre os espíritas – não pudera concretizar-se.
A união pela harmonia e coesão preconizada por Allan Kardec nas célebres mensagens de 1889 só seria conseguida quase meio século depois, em 1949.
XXXV
O sucessor de Bezerra de Menezes na presidência da FEB, um jovem de 30 anos, Leopoldo Cirne, seguiu o roteiro de seu antecessor, reajustando pormenores impostos pelas circunstâncias.
Em 1901, procedeu-se à revisão dos Estatutos, com inovações de alto interesse para o Movimento Espírita, destacando-se a filiação das instituições espíritas de todo o Brasil aos quadros da Federação Espírita Brasileira, com vistas à unificação, sob a forma federativa, plenamente aprovada na prática.
Multiplicaram-se desde então os atos de adesão, sem prejuízo da autonomia administrativa e patrimonial das entidades adesas – Centros, Grupos, Uniões, Federações – de todo o vasto território do País continental.
XXXVI
A 3 de outubro de 1904, a FEB organizou um intenso programa de três dias, comemorativo do centenário de nascimento de Allan Kardec.
O convite dirigido a todas as entidades espíritas do País foi bem recebido.
Reuniram-se na então Capital da República os representantes de Centros e Sociedades Espíritas do Amazonas, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além das Casas Espíritas da Capital Federal.
O ponto mais importante desse Congresso foi o congraçamento geral e a aprovação das “Bases de Organização Espírita”, documento que passou a orientar a marcha do Movimento Espírita de nosso País, até nossos dias.
O desenvolvimento do Movimento, sua expansão com a criação de inúmeras Instituições Espíritas, tornou-se notório, desde então.
As “Bases” preconizaram a criação de uma Instituição na Capital de cada Estado brasileiro, a qual ficaria incumbida de filiar os Centros e Associações estaduais, formando assim, com a FEB, uma rede de entidades fortalecidas na solidariedade e na fraternidade, sob a inspiração e a égide da Doutrina Espírita.
As obras de Allan Kardec, em edições especiais e populares, foram publicadas pela FEB nesse mesmo ano de 1904.
XXXVII
No período de 1905 a 1930, continuou expandindo-se o Movimento Espírita, por todo o Brasil, com a criação de Grupos, Centros e Federações nos Estados, além de periódicos espíritas, para a divulgação da Doutrina.
Queremos destacar, nesse período, dois fatos importantes, dentre os inúmeros acontecimentos ocorridos:
O primeiro foi a mensagem, de alta significação, recebida em 9 de março de 1920, do Espírito de Verdade, que se manifestou através do Anjo Ismael, pelo médium Albino Teixeira, então secretário da FEB.
Nela está prevista a missão do Brasil, antecedendo as páginas proféticas do Espírito Humberto de Campos em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, como se pode observar no pequeno trecho abaixo transcrito:
“A Árvore do Evangelho, plantada há dois mil anos na Palestina, eu a transplantei para o rincão de Santa Cruz, onde o meu olhar se fixa, nutrindo o meu espírito a esperança de que breve ela florescerá estendendo a sua fronde por toda a parte e dando frutos sazonados de amor perdão.”
(Grifos nossos.)
O segundo fato foi a convocação de uma “Constituinte do Espiritismo” para se reunir no Rio de Janeiro, idéia escrúxula pelo seu próprio conteúdo, que não vingou. Mas do encontro resultou a criação da Liga Espírita do Brasil, que se propôs a filiar Centros Espíritas em âmbito nacional, em trabalho semelhante e concorrente ao da FEB, dividindo o Movimento.
A Liga Espírita do Brasil subsistiu por mais de duas décadas, transformando-se em entidade estadual com o “Pacto Áureo”, em 1949.
XXXVIII
Era chegado o tempo de ampliar a divulgação da Doutrina Espírita pelo livro e pela imprensa.
Impunham-se novas traduções das obras da Codificação e de clássicos do Espiritismo.
A essa tarefa gigantesca dedicaram-se espíritas de escol, dentre os quais destacamos a figura de Guillon Ribeiro, o grande presidente da FEB no período de 1930 a 1943.
Suas traduções primorosas das obras de Allan Kardec continuam sendo as melhores na língua vernácula.
Inúmeras outras obras clássicas da Doutrina foram traduzidas para o português.
Ao mesmo tempo, a FEB cogitava da montagem de uma oficina gráfica própria para a edição das obras espíritas, o que conseguiria, por etapas, a partir de 1939.
XXXIX
A partir de 1930 o Movimento Espírita Brasileiro, que desde os fins do século XIX contou com médiuns notáveis, como Frederico Júnior, João Gonçalves do Nascimento, Bittencourt Sampaio, Zilda Gama, Albino Teixeira, e muitos outros, vê surgir o mais notável medianeiro do século XX: Francisco Cândido Xavier.
Sua primeira obra psicografada, lançada pela FEB em 1932 – “Parnaso de Além-Túmulo” – causou verdadeiro impacto nos meios culturais brasileiros. Essa obra de poetas brasileiros. Essa obra de poetas brasileiros e portugueses desencarnados, sui generis, confundiu os céticos e agraciou os adeptos e simpatizantes do Espiritismo.
O moço humilde de Pedro Leopoldo começava sua missão de médium espírita e de homem, que se prolongaria até nossos dias, contribuindo de forma extraordinária para que a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus fossem divulgados de forma correta, persistente, admirável.
Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e uma plêiade de Espíritos de escol lançaram-se a um trabalho de longo curso junto aos homens, de esclarecimentos e de fraternidade através do livro espírita.
XL
Em julho de 1944, a viúva de Humberto de Campos, D. Catarina Vergolino de Campos, ingressou em juízo com uma ação declatória contra a Federação Espírita Brasileira e o médium F. C. Xavier, visando a obter, por sentença judicial, a declaração de que a obra literária do Espírito Humberto de Campos era ou não brilhante escritor. O interesse era, no fundo, utilitarista, tendo em vista os direitos autorais.
A decisão judicial foi justa, precisa, e estabeleceu uma diretriz segura para a questão da psicografia, declarando a autora carecedora da ação, com ganho de causa para a Federação e o médium.
XLI
Autores espirituais como Emmanuel e André Luiz têm importância muito grande no desdobramento da Codificação Espírita, pelo fato de suas obras esclarecerem e complementarem as obras básicas da Doutrina Espírita, sem prejuízo ou contraposição dos princípios fundamentais da Terceira Revelação.
Sínteses históricas da Terra e do Brasil, ensaios sociológicos, romances históricos, comentários evangélicos à luz do Espiritismo e, a partir de 1943, toda a série de André Luiz, iniciada com “Nosso Lar”, enriqueceram extraordinariamente a literatura espírita no Brasil, que se vai expandindo para além-fronteiras em inúmeras traduções para diversas línguas.
XLII
Fato que não poderíamos deixar de mencionar nesta pequena resenha é o da instalação, em 1948, do Departamento Editorial da FE$B.
Já que a Espiritualidade realizava sua parte, fazendo chegar aos homens as lições mais belas, claras e úteis através de livros de grande importância para o esclarecimento e edificação da Humanidade, era necessário que alguém cuidasse da parte que competia aos encarnados.
O Presidente Wantuil de Freitas cuidou de dotar a FEB de uma editora à altura das necessidades.
Posteriormente, outras editoras seguiram o exemplo, ampliando-se enormemente a capacidade de editoração de livros, revistas e jornais no Movimento Espírita nacional.
XLIII
Não obstante o lado positivo do Movimento em constante expansão, o divisionismo no seu seio continuava, alimentado pelo personalismo, pelas vaidades e pelas interpretações infelizes da Doutrina.
Mas muitos espíritas estavam atentos à necessidade da união fraterna e da unificação do Movimento.
Surge então a oportunidade do entendimento entre correntes diversas, representadas por espíritas conscientes de seus deveres perante a Doutrina.
A ocasião para esse entendimento ocorreu no mês de outubro de 1949, por ocasião da realização de um Congresso da Confederação Espírita Pan-Americana.
Após tentativas de aproximação dos responsáveis por diversos segmentos do Movimento Espírita de diversos Estados brasileiros, encontram-se todos na sede da Federação Espírita Brasileira no Rio de Janeiro, no dia 5 de outubro de 1949.
Esse encontro, que ficou que ficou conhecido como a Grande Conferência Espírita do Rio de Janeiro, posteriormente denominado “Pacto Áureo”, pelos seus resultados e importância, é um marco decisivo na história do Espiritismo no Brasil, pelas suas conseqüências, pelas suas disposições e sobretudo pelo induzimento à concórdia, à fraternidade, ao trabalho útil, à tolerância, à solidariedade entre os cultores de uma Doutrina Superior, que precisa ser entendida em sua verdadeira índole e finalidade e que induz os homens aos sentimentos do Amor e da Justiça.
XLIV
Entendemos que os primórdios do Movimento Espírita no Brasil poderiam ser situados nos primeiros anos do Espiritismo em nossa Pátria, nos meados do século XIX.
Mas poderiam ser entendidos também em face de determinados acontecimentos marcantes.
Preferimos esta última hipótese, escolhendo o “Pacto Áureo” como o fato inconfundível que divide duas fases do Movimento.
Revista Reformador - Nº 2053 - Abril de 2000
I
A história do Espiritismo no Brasil é muito rica de fatos, de personagens e de realizações. Um vasto documentário esparso está à espera de quem o reúna e aprecie, com sensibilidade e conhecimento.
Ao contrário do que ocorreu nos países da Europa, nos quais os movimentos oriundos da Nova Revelação cresceram rapidamente, nas primeiras décadas que se seguiram aos trabalhos da Codificação, para depois estacionarem ou fenecerem, o Movimento Espírita no Brasil cresceu continuamente, apesar das muitas vicissitudes que teve de enfrentar.
II
É interessante observar que, antes do advento do Espiritismo, com a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, em 1857, já existiam idéias irradiadas a partir de 1847-1848, nos Estados Unidos, com os fenômenos de Hydesville.
III
Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos cultores da homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando curavam.
José Bonifácio, o patriarca da Independência, cultor da homeopatia, é também dos primeiros experimentadores do fenômeno espírita.
Em 1844, o Marquês de Marica publicou um livro com os primeiros ensinamentos de fundo espírita divulgados no Brasil (Reformador de 1944, p. 207).
IV
Entretanto, o grupo mais antigo que se constituíra no Rio de Janeiro, para cultivar o fenômeno espírita, foi o de Melo Morais, homeopata e historiados, por volta de 1853, conforme registrado em Reformador de 1o. de Maio de 1883.
Freqüentavam esse grupo o Marquês de Olinda, o Visconde de Uberaba e outros vultos do Império.
Os fenômenos das mesas girantes são noticiados pela primeira vez no Brasil em 1853, pelo jornal O Cearense.
V
Assim, quando “O Livro dos Espíritos”, em sua edição original francesa, chegou ao Brasil, encontrou meio favorável ao seu entendimento e divulgação, especialmente na elite social da Capital do Império.
VI
Em 1860 surgiram os dois primeiros livros espíritas em português: “Os tempos são chegados” do professor Casimir Lieutaud, francês radicado no Rio de Janeiro, e “O Espiritismo na sua expressão mais simples”, tradução do professor Alexandre Canu, cujo nome só aparece na terceira edição, em 1862.
VII
Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade.
O Jornal do Commercio, o maior órgão da imprensa da Capital do Império de então, publicava em 23 de setembro, artigo favorável à nova Doutrina.
No ano de 1865, surge a primeira contestação de espíritas a comentários desfavoráveis ao Espiritismo, O Diário da Bahia, de Salvador, transcrevera artigo extraído da Gazette Médicale. Esse artigo, desfavorável e mordaz, assinado pelo Dr. Déchambre, foi contestado pelos Drs. Luís Olímpio Teles de Menezes, José Álvares do Amaral e Joaquim Carneiro de Campos, em réplica publicada em 28 de setembro de 1865, artigo que mereceu comentários favoráveis de Allan Kardec na Revue Spirite (vol. 8, pág. 334).
VIII
Os primeiros centros espíritas nos moldes preconizados por Kardec surgem na Bahia (Grupo Familiar do Espiritismo), no Rio de Janeiro e em outros Estados, a partir de 1865.
IX
Em 1869 é editado em Salvador O Eco d’Além-Túmulo, “Monitor do Espiritismo no Brasil”, sob a direção de L. O. Teles de Menezes, que teve efêmera duração.
X
Em novembro de 1873 funda-se em Salvador, Bahia, a Associação Espírita Brasileira, continuação do Grupo Familiar de Espiritismo.
Alguns membros dessa Associação fundaram, em 1874, em Salvador, o Grupo Santa Teresa de Jesus.
XI
A 2 de agosto de 1873 é fundada a Sociedade Grupo Confúcio, primeira entidade jurídica do Espiritismo no Brasil, com estatutos impressos, amplamente noticiada na imprensa nacional e estrangeira.
Nomes como os dos Drs. Siqueira Dias, Silva Neto, Joaquim Carlos Travassos, Casimir Lieutaud, Bittencourt Sampaio fizeram parte dessa sociedade, cuja divisa era “Sem caridade não há salvação”.
A esse Grupo, de curta existência de menos três anos, deve o Espiritismo no Brasil: a primeira tradução das obras de Kardec, por Joaquim Carlos Travassos (Fortúnio); a primeira assistência gratuita homeopática; a primeira revelação do Espírito Guia do Brasil – o Anjo Ismael.
XII
Vale a pena rememorar, para a edificação das novas gerações, as previsões de Ismael, em rara e eloqüente mensagem de transcendente significação no Grupo Confúcio, eis que ela resume a orientação espiritual no que diz respeito à missão do Brasil:
“O Brasil tem a missão de cristianizar. É a Terra da Promissão. A Terra de todos. A Terra da fraternidade. A Terra de Jesus. A Terra do Evangelho...
Na Era Nova e próxima, abrigará um povo diferente pelos costumes cristãos. Cumpre ao que ouve os arautos do Espaço, que convocam os homens de boa-vontade para o preparo da Nova Era, reconhecer em Jesus o chefe espiritual. Com o Evangelho explicado à luz do Espiritismo, a moral de Jesus, semeada pelos jesuítas e alimentada pelos católicos, atingirá a sua finalidade, que é rejuvenescer os homens velhos, que aqui nascerão ou para aqui virão de todos os pontos do Globo, cansados de lutas fatricidas e sedentos de confraternidade. A missão dos espíritas no Brasil é divulgar o Evangelho em espírito e verdade. Os que quiserem cumprir o dever, a que se obrigaram antes de nascer, deverão, pois, reunir-se debaixo deste pálio trinitário: Deus, Cristo e Caridade.
Onde estiver esta bandeira, aí estarei eu, Ismael.”
XIII
Ao Grupo Confúcio seguiu-se a Sociedade Espírita “Deus, Cristo e Caridade”, fundada em março de 1876, com programação francamente evangélica cumprida até 1879.
Mas, cindida a Sociedade, passou a denominar-se Sociedade Acadêmica, em processo de seleção natural e de acordo com as inclinações dos elementos humanos. Uma ala da entidade, tendo à frente Bittencourt Sampaio, Antônio Luiz Sayão e Frederico Junior, destacou-se para fundar a “Sociedade Espírita Fraternidade”, em 1880.
A “Fraternidade” subsistiu com a orientação evangélica até transformar-se em “Sociedade Psicológica”, desaparecendo em 1893.
Observe-se a definição de rumos, com a preocupação de alguns adeptos desavisados, suprimindo o qualificativo “Espírita” e substituindo-o por “Acadêmica” e “Psicológica” nas duas Sociedades.
Em 6 de agosto de 1880 era criada, em Campos, Estado do Rio de Janeiro, a Sociedade Campista de Estudos Espíritas.
XXIV
É criado em janeiro de 1881, na cidade de Areias, São Paulo, o Grupo Espírita Areense, que lançou, no mesmo ano, o jornal União e Crença.
É no ano de 1881 que o Espiritismo é perseguido pela polícia, pela primeira vez, sendo proibidas as sessões da “Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade”, a Sociedade de maior prestígio à época.
XV
Em 6 de setembro de 1881, instalou-se, no Rio de Janeiro, o primeiro Congresso Espírita do Brasil, do qual resultou o Centro da União Espírita do Brasil, dentro da Sociedade Acadêmica.
XVI
Ainda em 1881, a 21 de novembro, instalou-se no Rio de Janeiro a “Associação Amor e Caridade”; em março de 1882, a “Sociedade Espírita Allan Kardec” e em setembro de 1882 o “Grupo Espírita Santo Antonio de Pádua”.
XVII
Augusto Elias da Silva, fotógrafo português radicado no Rio de Janeiro, observando as difíceis condições para se fazer a defesa do Espiritismo pela imprensa, contra os ataques impiedosos e insultuosos do Catolicismo, a religião oficial do Estado, funda, em 21 de janeiro de 1883, o jornal Reformador.
Esse órgão, que recebeu o apoio de espíritas militantes de grande prestígio na época, como Bezerra de Menezes e o Major Francisco Raimundo Ewerton Quadros, procedeu à análise serena e segura de uma Pastoral católica que pregava o ódio aos espíritas.
Por essa época já existia várias Sociedades Espíritas na Capital do Império e em algumas províncias.
XVIII
Em 2 de janeiro de 1884 é fundada a Federação Espírita Brasileira. A iniciativa coube a Augusto Elias da Silva, que recebeu o apoio de Ewerton Quadros, Xavier Pinheiro, Fernandes Figueira, Silveira Pinto e outros.
Instalada a novel Sociedade, com a eleição da primeira diretoria, uma das primeiras resoluções foi a incorporação do órgão Reformador à nova Sociedade.
É interessante frisar que, apesar de sua denominação – Federação – não contava a instituição com nenhuma filiação de qualquer outra entidade, inicialmente.
Torna-se, pois, evidente, que os objetivos da Sociedade, no campo federativo, projetava-se no futuro, sendo seus fundadores os instrumentos de uma planificação maior da Espiritualidade.
XIX
Ainda em 1883, surge em Campos (no atual Estado do Rio de Janeiro), em fevereiro, a “Sociedade Espírita Concórdia” e em outubro do mesmo ano, em Macaé, a “Sociedade Espírita Luz Macaense”.
O “Grupo Ismael” (Grupo de Estudos Evangélicos do Anjo Ismael), célula de ligação entre os trabalhadores dos dois planos da vida, funciona desde 15 de julho de 1880, fundado por Antônio Luiz Sayão e Bittencourt Sampaio. Dele fizeram parte Bezerra de Menezes, Frederico Junior, Domingos Filgueiras, Pedro Richard, Albano do Couto e muitos outros companheiros provindos de diversos núcleos.
Acedendo Bezerra de Menezes em aceitar a presidência da Federação em 1895, o “Grupo Ismael” acompanhou o apóstolo do Espiritismo no Brasil, apoiou-o na direção da Casa e integrou-se nela, até os dias atuais.
XX
Alguns grupos espíritas da Capital aderiram à Federação, a partir de 1885, como o “Grupo Espírita Menezes” (Reformador de 15-2-1885) e elementos prestigiosos na sociedade fluminense: o Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, homeopata, o Dr. Castro Lopes, filólogo e escritor, e vários outros.
XXI
Mas o fato de maior significação nos arraiais espiritistas foi, sem dúvida, a adesão ao Espiritismo do eminente político, médico e católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, perante um auditório de 2.000 pessoas, no salão de honra da Guarda Velha, no dia 16 de agosto de 1886.
A impressa registrou o acontecimento, o telégrafo levou a notícia às Províncias, a Federação recebeu muitas adesões e os círculos católicos agitaram-se.
De novembro de 1886 a dezembro de 1893, Bezerra escreveu ininterruptamente, aos domingos, sob o pseudônimo de Max, os célebres artigos sobre o Espiritismo, no jornal O Paiz, o mais lido no Brasil, na época.
Ao mesmo tempo que escrevia, Bezerra pregava a união dos espíritas e concitava os confrades à harmonia e à fraternidade.
É, por isso, considerado o campeão da unificação do Movimento Espírita, com base na união e na tolerância entre os espíritas.
XXII
Em meados de fevereiro de 1889, previamente anunciado pela Espiritualidade, o Espírito Allan Kardec viria “fazer uma análise da marcha da doutrina no Rio de Janeiro, dirigindo-se a todos os espíritas”.
Através do notável médium Frederico Junior, da Sociedade Fraternidade, Kardec ofereceu as conhecidas “Instruções” para o Movimento Espírita de então.
XXIII
Bezerra de Menezes vê na Federação, nos anos de 1888-89, então sob sua presidência, a organização ideal onde se poderia unificar o Movimento Espírita. Por isso nela instalou, em 1889, o Centro da União Espírita do Brasil, com a aprovação dos grupos espíritas então existentes no Rio de Janeiro.
Mas a união dos espíritas não foi conseguida, apesar dos esforços de Bezerra e do apelo do Espírito Allan Kardec.
Prevalecia a divergência entre “místicos” e “científicos”.
XXIV
Em São Paulo, Batuíra fundara, em 1890, o maior núcleo espírita do País, com sede própria, e um órgão de divulgação, o Verdade e Luz, de grande tiragem. Deu seu apoio à Federação e tornou-se o representante dela em São Paulo.
XXV
Em maio de 1887, foi fundada em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) a Sociedade Espírita Rio Grandense.
XXVI
Em fevereiro de 1890 surge em Maceió, Alagoas, o Centro Espírita das Alagoas.
XXVII
Em 1890, o Dr. Polidoro Olavo de São Thiago trouxe à Federação Espírita Brasileira uma iniciativa feliz: a criação da Assistência aos Necessitados, em moldes espíritas.
E o Dr. Pinheiro Guedes, em 1890, incorporou à pequena biblioteca da FEB um acervo importantíssimo de livros sobre todos os ramos do conhecimento.
XXVIII
Proclamada a República em 1889, em 1890 surge o novo Código Penal, no qual o Espiritismo era enquadrado como transgressão à lei, em alguns de seus dispositivos dúbios.
O fato serviu para que os espíritas de todas as tendências se unissem contra tais dispositivos, do que resultou a explicação do autor do Código, Dr. Antônio Batista Pereira, de que tais disposições não atingiam o Espiritismo filosófico, religioso, moral, educativo, mas o espiritismo criminoso, expressão infeliz então usada.
XXIX
Em compensação, o grande acontecimento que favoreceu o Espiritismo, como também a todas as religiões praticadas no Brasil, foi a Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891, que constituiu o Estado leigo, sem os liames que o ligavam à Igreja Católica Romana.
XXX
Já por essa época fundavam-se, por todos os Estados brasileiros, núcleos espíritas.
Em 1892 era fundada em Natal, Rio Grande do Norte, a Sociedade Natalense de Estudos Espíritas.
Em maio de 1893 surgiu, na Bahia Amor e Caridade.
Nesse mesmo ano funda-se em Cuiabá, Estado de Mato Grosso, a Sociedade Espírita Cristo e Caridade, com seu órgão A Verdade.
Em 1894 é criado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o Grupo Espírita Allan Kardec.
Em outubro de 1894 instala-se em Lavras, Estado de Minas Gerais, o Centro Espírita Luz e Caridade.
Em julho de 1897 instalou-se e, Cáceres, Mato Grosso, o Grupo Espírita Apóstolos de Cristo e da Verdade.
Nesse mesmo ano de 1897 é organizada a Livraria da FEB, por abnegados espíritas.
XXXI
Bezerra de Menezes, aceitando a presidência da Federação Espírita Brasileira, é empossado em 3 de agosto de 1895.
Começa uma nova fase para a Instituição, cuja influência se estende por todo o território nacional.
Em 1897 são transferidos à Federação os direitos autorais, para a língua portuguesa, de todas as obras de Allan Kardec, fato de suma importância para a difusão da Doutrina Espírita no Brasil.
XXXII
Os inimigos e dissidentes internos do Movimento Espírita no Brasil sempre se firmaram no divisionismo, no personalismo, no despreparo e nas interpretações pessoais de determinados adeptos e nas vaidades individuais, em contraposição aos princípios doutrinários.
Desde os primórdios do Espiritismo esses fatores estiveram presentes no seio de seus movimentos, por toda parte. No Brasil não seria diferente.
Já os inimigos externos são conhecidos por suas atuações, desde meados do século XIX, no Brasil: a) o positivismo, de grande influência nos primórdios da República; b) o materialismo, opositor permanente; c) a classe clerical obscurantista.
XXXIII
Enquanto a Europa recebeu o Espiritismo nas suas expressões fenomênicas e experimentais, não excluindo a remuneração pelos trabalhos mediúnicos, o que desvirtua o caráter e a índole da Doutrina Espírita, no Brasil cultiva-se o Espiritismo em seus múltiplos aspectos, mas com ênfase nos seus aspectos morais-religiosos, com base no Evangelho de Jesus.
A expressão “Pátria do Evangelho”, usada pelo Espírito Humberto de Campos em seu livro, é a reafirmação desse fato.
Para combater a tendência desagregadora do Movimento, de parte de alguns adeptos, o grande remédio é a transformação interior do espírita, através da educação do pensamento pela Mensagem do Evangelho do Cristo.
A grande tarefa a ser realizada pelo Movimento, antes da reforma das instituições, é a regeneração moral do espírita, para que suas instituições reflitam seu progresso individual e coletivo.
XXXIV
Desaparecendo Bezerra de Menezes do cenário dos encarnados, em 11 de abril de 1900, após quatro anos e meio de intenso trabalho de persuasão, de paciência e de exemplificação, deixava consolidada a Federação Espírita Brasileira, com a orientação doutrinária que as administrações posteriores seguiriam.
Ficaram superadas as divergências internas, o academicismo, para cuidar-se do estudo sério da Doutrina e do Evangelho, com o fortalecimento dos sentimentos de solidariedade e de fraternidade.
Findara o século, desencarnara o ínclito timoneiro, mas as bases da grande obra da união entre os espíritas ficaram delineadas.
É certo que um dos objetivos de Bezerra e de seus seguidores – a unificação de todas as entidades espírita em torno de uma instituição representativa dos ideais de fraternidade entre os espíritas – não pudera concretizar-se.
A união pela harmonia e coesão preconizada por Allan Kardec nas célebres mensagens de 1889 só seria conseguida quase meio século depois, em 1949.
XXXV
O sucessor de Bezerra de Menezes na presidência da FEB, um jovem de 30 anos, Leopoldo Cirne, seguiu o roteiro de seu antecessor, reajustando pormenores impostos pelas circunstâncias.
Em 1901, procedeu-se à revisão dos Estatutos, com inovações de alto interesse para o Movimento Espírita, destacando-se a filiação das instituições espíritas de todo o Brasil aos quadros da Federação Espírita Brasileira, com vistas à unificação, sob a forma federativa, plenamente aprovada na prática.
Multiplicaram-se desde então os atos de adesão, sem prejuízo da autonomia administrativa e patrimonial das entidades adesas – Centros, Grupos, Uniões, Federações – de todo o vasto território do País continental.
XXXVI
A 3 de outubro de 1904, a FEB organizou um intenso programa de três dias, comemorativo do centenário de nascimento de Allan Kardec.
O convite dirigido a todas as entidades espíritas do País foi bem recebido.
Reuniram-se na então Capital da República os representantes de Centros e Sociedades Espíritas do Amazonas, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além das Casas Espíritas da Capital Federal.
O ponto mais importante desse Congresso foi o congraçamento geral e a aprovação das “Bases de Organização Espírita”, documento que passou a orientar a marcha do Movimento Espírita de nosso País, até nossos dias.
O desenvolvimento do Movimento, sua expansão com a criação de inúmeras Instituições Espíritas, tornou-se notório, desde então.
As “Bases” preconizaram a criação de uma Instituição na Capital de cada Estado brasileiro, a qual ficaria incumbida de filiar os Centros e Associações estaduais, formando assim, com a FEB, uma rede de entidades fortalecidas na solidariedade e na fraternidade, sob a inspiração e a égide da Doutrina Espírita.
As obras de Allan Kardec, em edições especiais e populares, foram publicadas pela FEB nesse mesmo ano de 1904.
XXXVII
No período de 1905 a 1930, continuou expandindo-se o Movimento Espírita, por todo o Brasil, com a criação de Grupos, Centros e Federações nos Estados, além de periódicos espíritas, para a divulgação da Doutrina.
Queremos destacar, nesse período, dois fatos importantes, dentre os inúmeros acontecimentos ocorridos:
O primeiro foi a mensagem, de alta significação, recebida em 9 de março de 1920, do Espírito de Verdade, que se manifestou através do Anjo Ismael, pelo médium Albino Teixeira, então secretário da FEB.
Nela está prevista a missão do Brasil, antecedendo as páginas proféticas do Espírito Humberto de Campos em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, como se pode observar no pequeno trecho abaixo transcrito:
“A Árvore do Evangelho, plantada há dois mil anos na Palestina, eu a transplantei para o rincão de Santa Cruz, onde o meu olhar se fixa, nutrindo o meu espírito a esperança de que breve ela florescerá estendendo a sua fronde por toda a parte e dando frutos sazonados de amor perdão.”
(Grifos nossos.)
O segundo fato foi a convocação de uma “Constituinte do Espiritismo” para se reunir no Rio de Janeiro, idéia escrúxula pelo seu próprio conteúdo, que não vingou. Mas do encontro resultou a criação da Liga Espírita do Brasil, que se propôs a filiar Centros Espíritas em âmbito nacional, em trabalho semelhante e concorrente ao da FEB, dividindo o Movimento.
A Liga Espírita do Brasil subsistiu por mais de duas décadas, transformando-se em entidade estadual com o “Pacto Áureo”, em 1949.
XXXVIII
Era chegado o tempo de ampliar a divulgação da Doutrina Espírita pelo livro e pela imprensa.
Impunham-se novas traduções das obras da Codificação e de clássicos do Espiritismo.
A essa tarefa gigantesca dedicaram-se espíritas de escol, dentre os quais destacamos a figura de Guillon Ribeiro, o grande presidente da FEB no período de 1930 a 1943.
Suas traduções primorosas das obras de Allan Kardec continuam sendo as melhores na língua vernácula.
Inúmeras outras obras clássicas da Doutrina foram traduzidas para o português.
Ao mesmo tempo, a FEB cogitava da montagem de uma oficina gráfica própria para a edição das obras espíritas, o que conseguiria, por etapas, a partir de 1939.
XXXIX
A partir de 1930 o Movimento Espírita Brasileiro, que desde os fins do século XIX contou com médiuns notáveis, como Frederico Júnior, João Gonçalves do Nascimento, Bittencourt Sampaio, Zilda Gama, Albino Teixeira, e muitos outros, vê surgir o mais notável medianeiro do século XX: Francisco Cândido Xavier.
Sua primeira obra psicografada, lançada pela FEB em 1932 – “Parnaso de Além-Túmulo” – causou verdadeiro impacto nos meios culturais brasileiros. Essa obra de poetas brasileiros. Essa obra de poetas brasileiros e portugueses desencarnados, sui generis, confundiu os céticos e agraciou os adeptos e simpatizantes do Espiritismo.
O moço humilde de Pedro Leopoldo começava sua missão de médium espírita e de homem, que se prolongaria até nossos dias, contribuindo de forma extraordinária para que a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus fossem divulgados de forma correta, persistente, admirável.
Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e uma plêiade de Espíritos de escol lançaram-se a um trabalho de longo curso junto aos homens, de esclarecimentos e de fraternidade através do livro espírita.
XL
Em julho de 1944, a viúva de Humberto de Campos, D. Catarina Vergolino de Campos, ingressou em juízo com uma ação declatória contra a Federação Espírita Brasileira e o médium F. C. Xavier, visando a obter, por sentença judicial, a declaração de que a obra literária do Espírito Humberto de Campos era ou não brilhante escritor. O interesse era, no fundo, utilitarista, tendo em vista os direitos autorais.
A decisão judicial foi justa, precisa, e estabeleceu uma diretriz segura para a questão da psicografia, declarando a autora carecedora da ação, com ganho de causa para a Federação e o médium.
XLI
Autores espirituais como Emmanuel e André Luiz têm importância muito grande no desdobramento da Codificação Espírita, pelo fato de suas obras esclarecerem e complementarem as obras básicas da Doutrina Espírita, sem prejuízo ou contraposição dos princípios fundamentais da Terceira Revelação.
Sínteses históricas da Terra e do Brasil, ensaios sociológicos, romances históricos, comentários evangélicos à luz do Espiritismo e, a partir de 1943, toda a série de André Luiz, iniciada com “Nosso Lar”, enriqueceram extraordinariamente a literatura espírita no Brasil, que se vai expandindo para além-fronteiras em inúmeras traduções para diversas línguas.
XLII
Fato que não poderíamos deixar de mencionar nesta pequena resenha é o da instalação, em 1948, do Departamento Editorial da FE$B.
Já que a Espiritualidade realizava sua parte, fazendo chegar aos homens as lições mais belas, claras e úteis através de livros de grande importância para o esclarecimento e edificação da Humanidade, era necessário que alguém cuidasse da parte que competia aos encarnados.
O Presidente Wantuil de Freitas cuidou de dotar a FEB de uma editora à altura das necessidades.
Posteriormente, outras editoras seguiram o exemplo, ampliando-se enormemente a capacidade de editoração de livros, revistas e jornais no Movimento Espírita nacional.
XLIII
Não obstante o lado positivo do Movimento em constante expansão, o divisionismo no seu seio continuava, alimentado pelo personalismo, pelas vaidades e pelas interpretações infelizes da Doutrina.
Mas muitos espíritas estavam atentos à necessidade da união fraterna e da unificação do Movimento.
Surge então a oportunidade do entendimento entre correntes diversas, representadas por espíritas conscientes de seus deveres perante a Doutrina.
A ocasião para esse entendimento ocorreu no mês de outubro de 1949, por ocasião da realização de um Congresso da Confederação Espírita Pan-Americana.
Após tentativas de aproximação dos responsáveis por diversos segmentos do Movimento Espírita de diversos Estados brasileiros, encontram-se todos na sede da Federação Espírita Brasileira no Rio de Janeiro, no dia 5 de outubro de 1949.
Esse encontro, que ficou que ficou conhecido como a Grande Conferência Espírita do Rio de Janeiro, posteriormente denominado “Pacto Áureo”, pelos seus resultados e importância, é um marco decisivo na história do Espiritismo no Brasil, pelas suas conseqüências, pelas suas disposições e sobretudo pelo induzimento à concórdia, à fraternidade, ao trabalho útil, à tolerância, à solidariedade entre os cultores de uma Doutrina Superior, que precisa ser entendida em sua verdadeira índole e finalidade e que induz os homens aos sentimentos do Amor e da Justiça.
XLIV
Entendemos que os primórdios do Movimento Espírita no Brasil poderiam ser situados nos primeiros anos do Espiritismo em nossa Pátria, nos meados do século XIX.
Mas poderiam ser entendidos também em face de determinados acontecimentos marcantes.
Preferimos esta última hipótese, escolhendo o “Pacto Áureo” como o fato inconfundível que divide duas fases do Movimento.
Revista Reformador - Nº 2053 - Abril de 2000
Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2009
A maioria das pessoas, inclusive alguns que se dizem espiritualistas, ainda não conseguiu compreender este tema. Ora, considerando que se trata nada mais nada menos do que a própria Lei de Justiça do Universo, torna-se missão impossível compreender a Vida, e até a Deus, sem a compreensão da Lei de Causa e Efeito!--------------------------------------------------------------------------------MUITAS PESSOAS AFIRMAM
"Eu tenho temor a Deus porque isto é o certo. Porque é assim que deve ser!"
Temor a Deus!
Este completo absurdo, um dos maiores já engendrados pela mente humana, teve a maquiavélica finalidade de obrigar os fiéis a cumprirem, cegamente, os ditames de cada igreja, sob a veemente ameaça da "terrível ira divina".
Como dita a nossa experiência
Os bons pais terrenos, mesmo tendo as suas naturais limitações e imperfeições humanas, quando for indispensável, advertem e /ou repreendem e/ou punem até severamente seus filhos, mas nunca possuídos de "terrível ira". Muito pelo contrário, ama-os e ampara-os em quaisquer circunstâncias.
Agora responda
Sendo Deus o mais perfeito pai do universo, Ele poderia agir diferente?
Sendo assimQue seja aceito o esclarecimento do nosso bom senso que afirma, serenamente, que Deus ama infinitamente a todos os Seus filhos, e conseqüentemente não tem e nem consegue ter ira por eles.
Portanto
Se tem algo na vida que não precisamos temer é a Deus, e muito menos à tal (inexistente) "ira de Deus"...
OUTRAS PESSOAS QUESTIONAM
"Como a Lei de Causa e Efeito pode punir, se existe o Perdão de Deus?"
O perdão de Deus!
Cada uma de várias igrejas difunde os seus particulares critérios, segundo os quais Deus graciosamente "nos isentaria" da nossa responsabilidade pessoal pelas más ações praticadas por nós mesmos:
Para umas - Jesus teria vindo à Terra pagar pelos nossos pecados.
Para outras - A simples conversão aos seus credos anulariam as culpas e os dolos dos mais tenebrosos crimes praticados. Para outra - Através da confissão a um dos seus ministros, acrescida de uma determinada quantidade de orações, Deus perdoaria todas as atrocidades confessadas.
Se isto fosse verdadeiroSeria um excelente negócio cometer maldades e crimes porque, num determinado dia, de preferência quando já se estivesse cansado de causar tantos malefícios, bastaria atender a um daqueles "critérios particulares"... e então receber, de Deus, a completa e irrestrita anistia. Em verdade - Isto é tão irracional, ilógico, insensato, injusto, etc. que consegue contrariar até os princípios da imperfeita e falha justiça terrena.
Em relação ao perdão divino
O que o bom senso, a razão e a lógica nos ditam é o seguinte:
Em primeiro lugar - Deus não se ofende nem com o mais infame ato praticado pelos Seus filhos, mesmo que contra Ele. Deus perdoa sempre!
Em segundo lugar - Deus compreende todas as imperfeições humanas, e continuará a tudo fazer para o progresso e o bem-estar de todos os Seus filhos amados, inclusive daqueles que agirem contra Ele. Deus perdoa sempre!
Isto é o perdão divino!
E não aquela graciosa anistia dos legítimos débitos individuais, que fere frontalmente os princípios básicos de justiça.
OUTROS DESCRENTES QUESTIONAM
"Onde está o Amor de Deus, se Ele pune aos Seus filhos?"
Para esclarecer isto
Analisemos as seguintes hipóteses, para concluir qual das duas é a única verdadeiramente justa, lógica, racional e sensata:
Primeira hipótese - Deus, por amar demais a alguns dos Seus filhos privilegiados, deve anistiá-los a depender do prestígio, status ou "pistolão" que eles têm.
Segunda hipótese - Deus, por amar a todos os Seus filhos por igual e sem nenhuma distinção, faz com que cada um deles receba o similar efeito de cada ação praticada por eles mesmos.
Conclusão
As pessoas que acreditam que aquela primeira hipótese é a correta, ou então quem gostaria que aquela primeira hipótese correspondesse à verdade da vida, todas elas estão pretendendo a mesma coisa:-- Nivelar Deus à imperfeição humana!
Com urgência!
Esses indivíduos precisam ser avisados de que a justiça, para ser perfeita, deve ser absolutamente imparcial!
CRIAÇÃO E EXECUÇÃO
A Lei de Causa e Efeito
É uma Legislação criada por Deus, que tem a finalidade de manter a Justiça Perfeita no universo.
Os atributos dessa lei - É infalível, justa e perfeita porque, não sendo de origem humana, e sim divina, é isenta de falibilidade, imperfeição e corrupção.
Pela lógica
Só a autoria divina já seria o suficiente para garantir a perfeição, a justiça e a infalibilidade da Lei de Causa e Efeito.
Como se isto não bastasse
A execução dessa Lei é administrada por espíritos das mais altas hierarquia, sabedoria e competência.
DUAS PERGUNTAS
Atenção! Estas perguntas não são dirigidas a você - caro(a) leitor(a) - e sim exclusivamente àqueles incrédulos da Lei de Causa e Efeito!
Primeira pergunta
Por algum acaso... será que o motivo de vocês não aceitarem, como verdadeiros e válidos, os retornos similares que a Lei de Causa e Efeito nos impõe para todas as nossas ações, é porque vocês gostariam que vocês próprios (e/ou outros seus entes queridos) fossem isentados das legítimas responsabilidades dos atos maus que vocês praticaram e/ou praticam e/ou praticarão?Segunda pergunta
Por algum acaso... se Deus procedesse daquela maneira que vocês gostariam que fosse, onde estaria a Justiça Divina?
PARECER DO MAIOR MESTRE DA TERRA!
Jesus!
Combinando a sua extraordinária sabedoria com o seu excepcional poder de síntese, ele definiu perfeitamente a Lei de Causa e Efeito, em pouquíssimas palavras:
-- A cada um conforme seus próprios atos!-- A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória!
-- O mal é necessário, mas ai daquele por quem vem o mal!
DOIS CONCEITOS ASSEMELHADOS
Uns, dizem que a Lei de Causa e Efeito só existe para uma única finalidade:
Punir os faltosos!
Outros, um pouquinho mais esclarecidos, afirmam que essa Lei tem dois objetivos:
Premiar os autores de boas ações e punir quem cometer más ações!
Tudo isto está complemente errado!
A Lei de Justiça no Universo não existe exclusivamente para punir, e nem para punir os maus e premiar os bons.
O correto!Inexoravelmente, invariavelmente, infalivelmente e sem exceção de nenhuma espécie, a Lei de Causa e Efeito faz retornar a cada indivíduo - seja bom ou mau, bonito ou feio, obsediado ou obsessor, rico ou pobre, encarnado ou desencarnado, soldado-do-bem ou soldado-do-mal, não importa! - exatamente o similar efeito de cada ação que ele mesmo praticou com outro/s ou consigo mesmo.
Portanto:
-- Se a ação for má, o efeito será similar, ou seja, será mau!
-- Se a ação for boa, o efeito será similar, ou seja, será bom!Realmente, a aparência engana!Da mesma maneira que a Lei de Causa e Efeito aparentemente, mas apenas aparentemente, "pune" os autores de atos nocivos, ela aparentemente, mas apenas aparentemente, também "premia" aqueles que cometeram boas ações. Na realidade - Ela faz retornar a cada um e a todos, seja quem for, o efeito similar de cada ação cometida.
-- Repetindo, se a ação foi boa, o retorno será bom, e se a ação foi má, a reação será má.
OUTROS DOIS CONCEITOS
Desta vez, ambos corretos!
Primeiro conceito
Alguns espiritualistas chamam a Lei de Causa e Efeito de "Lei de Retorno", o que está certo. No entanto, acredito que a denominação "Lei de Retorno Similar" seria ainda mais acertada.
Segundo conceito
Afirmam conceituados autores que, no tocante às más ações, a Lei de Causa e Efeito não pune, e sim retifica. É ponto de vista igualmente correto, considerando que a dor é a mestra-extrema da Escola da Vida.
O AMOR DE DEUS!
Isto pode ser comprovado através de todas as ações dEle no universo, das quais umas já percebemos, porém outras (talvez a maioria) não. Mas, para facilitar esta demonstração, relembremos apenas quatro escancaradas Ações Divinas que já conseguimos perceber no nosso dia-a-dia!
Primeira Ação Divina
Fomos criados por Ele, porque Ele quis - ou seja, sem que para tanto tivéssemos nenhum direito adquirido - e para o nosso próprio progresso.
Segunda Ação Divina
Ele criou, para habitarmos, trabalharmos, aprendermos e evoluirmos - e também, quando necessário, para quitarmos nossos débitos cármicos - todo o Universo Infinito, cujas magnitude e funcionamento cíclico, harmônico e perfeito no mínimo nos assombram e estarrecem, como vimos naquela outra matéria intitulada "Magnetismos Não Humanos".
Terceira Ação Divina
Utilizamos um corpo físico que, sendo a máquina mais perfeita deste mundo, foi espontânea e automaticamente gerado pelo corpo físico da nossa mãe, após ser fecundado pelo corpo físico do nosso pai.
Quarta Ação Divina
Todas as matérias-primas necessárias para a vida humana existem fartamente em nosso planeta, à nossa inteira disposição.
Eis alguns exemplos:
1 - O ar, o nosso principal alimento, é superabundante.
2 - Idem a água, o nosso segundo principal alimento.
3 - O solo, o calor e a luz do Sol, as chuvas, as sementes, etc., tudo está aqui, bastando ao homem trabalhar para obter tudo o que precisa para a sua sobrevivência e para os seus progresso e bem estar.
Observação - Por favor, não vamos confundir as coisas!
Se atualmente essa fartura não existe a contento, sabemos que a culpa não é do nosso tão abundante planeta, e sim dos milenares e sucessivos erros humanos, tais como poluição, desmatamento indiscriminado, desequilíbrio ecológico, ganância, injustiça social, etc.
Mas tem um "detalhe"
Por essas Dádivas Divinas que acabamos de relembrar, bem como por todas as demais, nada nos é cobrado, exigido ou solicitado! Nem mesmo agradecer a Ele, ou sequer acreditar na existência dEle!
Agora responda
Isto é, ou não é, amor no superlativo?
LEI DE CAUSA E EFEITO X DEUS
A Lei de Causa e Efeito está impregnada tanto pela Misericórdia quanto pelo Amor de Deus!Primeiro exemplo
Na prévia programação de cada vida física nossa, não é incluído o acerto de contas ("cobrança") da totalidade dos nossos débitos cármicos existentes, e sim apenas aquela parcela, meticulosamente calculada, que cada um seja capaz de suportar, por um lado, com o máximo esforço, e por outro lado, com chances de conseguir um positivo resultado evolutivo naquela encarnação.
Afinal de contas - A finalidade da vida é a nossa evolução constante, o que não ocorreria se fossem "cobrados" débitos cármicos acima da capacidade máxima de resistência do faltoso.
-- Portanto, se alguém reclamar da sua "excessiva" dose de resgates cármicos, em verdade estará de parabéns porque ele é mais forte do que pensa...
Tem mais!
- Isto também demonstra que o nosso progresso é a Prioridade 1 da Vida, enquanto os nossos acertos de contas com a Justiça do Universo constituem a Prioridade 2!
Segundo exemplo
A Lei de Causa e Efeito concederá, aos endividados cármicos, tantas oportunidades de reabilitação quantas sejam necessárias, principalmente através das reencarnações sucessivas.
-- Em palavras mais claras e diretas, nunca será concedida a "última chance" a nenhuma criatura divina!
Terceiro exemplo
Aqueles que quitarem débitos cármicos, serão considerados completamente reabilitados dos erros correspondentes, sem futuras seqüelas de qualquer espécie.
-- E não, como ocorre aqui no plano físico da Terra, o terrível estigma de "ex-presidiário" a acompanhar e a atrapalhar a vida do reabilitado.
Quarto exemplo
Numa verdadeira "contabilidade cármica", os débitos cármicos serão automaticamente atenuados na proporção dos novos créditos cármicos adquiridos. Deste modo, os "prêmios" das boas ações cometidas serão desviados para, proporcionalmente, atenuar as "cobranças" das más ações.
Quinto exemplo
O esquecimento dos males cometidos em vidas passadas, é ato misericordioso de Deus, que deseja que todos os Seus filhos se reabilitem com a Lei de Justiça do Universo, e não que sofram com remorsos improdutivos ou, pior ainda, auto-destrutivos.
-- Além disto, de que maneira os inimigos do passado poderiam se reconciliar, através das reencarnações, caso se lembrassem dos acontecimentos das vidas anteriores?
Você concorda?
-- A Lei de Causa e Efeito está visivelmente impregnada pela misericórdia e pelo amor de Deus!COMPARAÇÃO
Atenuantes e Agravantes!
A Lei de Causa e Efeito
À semelhança da justiça do plano físico da Terra, porém sem as humanas imperfeições desta, também leva em consideração todos os atenuantes e/ou agravantes de cada caso.
FINALIZANDO
Um cientista muito célebre, ao enunciar uma das mais famosas leis da ciência, pode ter dado um "tiro de misericórdia" nos que descrêem da Lei de Causa e Efeito!
O que foi?
A célebre 3ª Lei de Newton, obviamente aceita por todos, principalmente no meio científico, sem a menor contestação ou sequer a mínima dúvida, e que todos nós aprendemos na escola, descreve o funcionamento do Universo.
Qual é o "tiro de misericórdia"?
Ocorre que o enunciado da 3ª Lei de Newton é o mesmo da Lei de Causa e Efeito:
-- À toda ação corresponde outra igual e em sentido contrário!
Coincidência?
- Não! Absolutamente não! Trata-se apenas de uma confirmação, haja vista que Newton descobriu a maneira pela qual tudo no Universo funciona, aí incluído, evidentemente, o funcionamento da Lei de Causa e Efeito!
Por outro lado (irônico)Podemos concluir que todo indivíduo que não acredita na Lei de Causa e Efeito está, automaticamente, descrendo da 3ª Lei de Newton...--------------------------------------------------------------------------------
página da Web - disponível no site www.portaluz.com.br
Francisco de Carvalho
A maioria das pessoas, inclusive alguns que se dizem espiritualistas, ainda não conseguiu compreender este tema. Ora, considerando que se trata nada mais nada menos do que a própria Lei de Justiça do Universo, torna-se missão impossível compreender a Vida, e até a Deus, sem a compreensão da Lei de Causa e Efeito!--------------------------------------------------------------------------------MUITAS PESSOAS AFIRMAM
"Eu tenho temor a Deus porque isto é o certo. Porque é assim que deve ser!"
Temor a Deus!
Este completo absurdo, um dos maiores já engendrados pela mente humana, teve a maquiavélica finalidade de obrigar os fiéis a cumprirem, cegamente, os ditames de cada igreja, sob a veemente ameaça da "terrível ira divina".
Como dita a nossa experiência
Os bons pais terrenos, mesmo tendo as suas naturais limitações e imperfeições humanas, quando for indispensável, advertem e /ou repreendem e/ou punem até severamente seus filhos, mas nunca possuídos de "terrível ira". Muito pelo contrário, ama-os e ampara-os em quaisquer circunstâncias.
Agora responda
Sendo Deus o mais perfeito pai do universo, Ele poderia agir diferente?
Sendo assimQue seja aceito o esclarecimento do nosso bom senso que afirma, serenamente, que Deus ama infinitamente a todos os Seus filhos, e conseqüentemente não tem e nem consegue ter ira por eles.
Portanto
Se tem algo na vida que não precisamos temer é a Deus, e muito menos à tal (inexistente) "ira de Deus"...
OUTRAS PESSOAS QUESTIONAM
"Como a Lei de Causa e Efeito pode punir, se existe o Perdão de Deus?"
O perdão de Deus!
Cada uma de várias igrejas difunde os seus particulares critérios, segundo os quais Deus graciosamente "nos isentaria" da nossa responsabilidade pessoal pelas más ações praticadas por nós mesmos:
Para umas - Jesus teria vindo à Terra pagar pelos nossos pecados.
Para outras - A simples conversão aos seus credos anulariam as culpas e os dolos dos mais tenebrosos crimes praticados. Para outra - Através da confissão a um dos seus ministros, acrescida de uma determinada quantidade de orações, Deus perdoaria todas as atrocidades confessadas.
Se isto fosse verdadeiroSeria um excelente negócio cometer maldades e crimes porque, num determinado dia, de preferência quando já se estivesse cansado de causar tantos malefícios, bastaria atender a um daqueles "critérios particulares"... e então receber, de Deus, a completa e irrestrita anistia. Em verdade - Isto é tão irracional, ilógico, insensato, injusto, etc. que consegue contrariar até os princípios da imperfeita e falha justiça terrena.
Em relação ao perdão divino
O que o bom senso, a razão e a lógica nos ditam é o seguinte:
Em primeiro lugar - Deus não se ofende nem com o mais infame ato praticado pelos Seus filhos, mesmo que contra Ele. Deus perdoa sempre!
Em segundo lugar - Deus compreende todas as imperfeições humanas, e continuará a tudo fazer para o progresso e o bem-estar de todos os Seus filhos amados, inclusive daqueles que agirem contra Ele. Deus perdoa sempre!
Isto é o perdão divino!
E não aquela graciosa anistia dos legítimos débitos individuais, que fere frontalmente os princípios básicos de justiça.
OUTROS DESCRENTES QUESTIONAM
"Onde está o Amor de Deus, se Ele pune aos Seus filhos?"
Para esclarecer isto
Analisemos as seguintes hipóteses, para concluir qual das duas é a única verdadeiramente justa, lógica, racional e sensata:
Primeira hipótese - Deus, por amar demais a alguns dos Seus filhos privilegiados, deve anistiá-los a depender do prestígio, status ou "pistolão" que eles têm.
Segunda hipótese - Deus, por amar a todos os Seus filhos por igual e sem nenhuma distinção, faz com que cada um deles receba o similar efeito de cada ação praticada por eles mesmos.
Conclusão
As pessoas que acreditam que aquela primeira hipótese é a correta, ou então quem gostaria que aquela primeira hipótese correspondesse à verdade da vida, todas elas estão pretendendo a mesma coisa:-- Nivelar Deus à imperfeição humana!
Com urgência!
Esses indivíduos precisam ser avisados de que a justiça, para ser perfeita, deve ser absolutamente imparcial!
CRIAÇÃO E EXECUÇÃO
A Lei de Causa e Efeito
É uma Legislação criada por Deus, que tem a finalidade de manter a Justiça Perfeita no universo.
Os atributos dessa lei - É infalível, justa e perfeita porque, não sendo de origem humana, e sim divina, é isenta de falibilidade, imperfeição e corrupção.
Pela lógica
Só a autoria divina já seria o suficiente para garantir a perfeição, a justiça e a infalibilidade da Lei de Causa e Efeito.
Como se isto não bastasse
A execução dessa Lei é administrada por espíritos das mais altas hierarquia, sabedoria e competência.
DUAS PERGUNTAS
Atenção! Estas perguntas não são dirigidas a você - caro(a) leitor(a) - e sim exclusivamente àqueles incrédulos da Lei de Causa e Efeito!
Primeira pergunta
Por algum acaso... será que o motivo de vocês não aceitarem, como verdadeiros e válidos, os retornos similares que a Lei de Causa e Efeito nos impõe para todas as nossas ações, é porque vocês gostariam que vocês próprios (e/ou outros seus entes queridos) fossem isentados das legítimas responsabilidades dos atos maus que vocês praticaram e/ou praticam e/ou praticarão?Segunda pergunta
Por algum acaso... se Deus procedesse daquela maneira que vocês gostariam que fosse, onde estaria a Justiça Divina?
PARECER DO MAIOR MESTRE DA TERRA!
Jesus!
Combinando a sua extraordinária sabedoria com o seu excepcional poder de síntese, ele definiu perfeitamente a Lei de Causa e Efeito, em pouquíssimas palavras:
-- A cada um conforme seus próprios atos!-- A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória!
-- O mal é necessário, mas ai daquele por quem vem o mal!
DOIS CONCEITOS ASSEMELHADOS
Uns, dizem que a Lei de Causa e Efeito só existe para uma única finalidade:
Punir os faltosos!
Outros, um pouquinho mais esclarecidos, afirmam que essa Lei tem dois objetivos:
Premiar os autores de boas ações e punir quem cometer más ações!
Tudo isto está complemente errado!
A Lei de Justiça no Universo não existe exclusivamente para punir, e nem para punir os maus e premiar os bons.
O correto!Inexoravelmente, invariavelmente, infalivelmente e sem exceção de nenhuma espécie, a Lei de Causa e Efeito faz retornar a cada indivíduo - seja bom ou mau, bonito ou feio, obsediado ou obsessor, rico ou pobre, encarnado ou desencarnado, soldado-do-bem ou soldado-do-mal, não importa! - exatamente o similar efeito de cada ação que ele mesmo praticou com outro/s ou consigo mesmo.
Portanto:
-- Se a ação for má, o efeito será similar, ou seja, será mau!
-- Se a ação for boa, o efeito será similar, ou seja, será bom!Realmente, a aparência engana!Da mesma maneira que a Lei de Causa e Efeito aparentemente, mas apenas aparentemente, "pune" os autores de atos nocivos, ela aparentemente, mas apenas aparentemente, também "premia" aqueles que cometeram boas ações. Na realidade - Ela faz retornar a cada um e a todos, seja quem for, o efeito similar de cada ação cometida.
-- Repetindo, se a ação foi boa, o retorno será bom, e se a ação foi má, a reação será má.
OUTROS DOIS CONCEITOS
Desta vez, ambos corretos!
Primeiro conceito
Alguns espiritualistas chamam a Lei de Causa e Efeito de "Lei de Retorno", o que está certo. No entanto, acredito que a denominação "Lei de Retorno Similar" seria ainda mais acertada.
Segundo conceito
Afirmam conceituados autores que, no tocante às más ações, a Lei de Causa e Efeito não pune, e sim retifica. É ponto de vista igualmente correto, considerando que a dor é a mestra-extrema da Escola da Vida.
O AMOR DE DEUS!
Isto pode ser comprovado através de todas as ações dEle no universo, das quais umas já percebemos, porém outras (talvez a maioria) não. Mas, para facilitar esta demonstração, relembremos apenas quatro escancaradas Ações Divinas que já conseguimos perceber no nosso dia-a-dia!
Primeira Ação Divina
Fomos criados por Ele, porque Ele quis - ou seja, sem que para tanto tivéssemos nenhum direito adquirido - e para o nosso próprio progresso.
Segunda Ação Divina
Ele criou, para habitarmos, trabalharmos, aprendermos e evoluirmos - e também, quando necessário, para quitarmos nossos débitos cármicos - todo o Universo Infinito, cujas magnitude e funcionamento cíclico, harmônico e perfeito no mínimo nos assombram e estarrecem, como vimos naquela outra matéria intitulada "Magnetismos Não Humanos".
Terceira Ação Divina
Utilizamos um corpo físico que, sendo a máquina mais perfeita deste mundo, foi espontânea e automaticamente gerado pelo corpo físico da nossa mãe, após ser fecundado pelo corpo físico do nosso pai.
Quarta Ação Divina
Todas as matérias-primas necessárias para a vida humana existem fartamente em nosso planeta, à nossa inteira disposição.
Eis alguns exemplos:
1 - O ar, o nosso principal alimento, é superabundante.
2 - Idem a água, o nosso segundo principal alimento.
3 - O solo, o calor e a luz do Sol, as chuvas, as sementes, etc., tudo está aqui, bastando ao homem trabalhar para obter tudo o que precisa para a sua sobrevivência e para os seus progresso e bem estar.
Observação - Por favor, não vamos confundir as coisas!
Se atualmente essa fartura não existe a contento, sabemos que a culpa não é do nosso tão abundante planeta, e sim dos milenares e sucessivos erros humanos, tais como poluição, desmatamento indiscriminado, desequilíbrio ecológico, ganância, injustiça social, etc.
Mas tem um "detalhe"
Por essas Dádivas Divinas que acabamos de relembrar, bem como por todas as demais, nada nos é cobrado, exigido ou solicitado! Nem mesmo agradecer a Ele, ou sequer acreditar na existência dEle!
Agora responda
Isto é, ou não é, amor no superlativo?
LEI DE CAUSA E EFEITO X DEUS
A Lei de Causa e Efeito está impregnada tanto pela Misericórdia quanto pelo Amor de Deus!Primeiro exemplo
Na prévia programação de cada vida física nossa, não é incluído o acerto de contas ("cobrança") da totalidade dos nossos débitos cármicos existentes, e sim apenas aquela parcela, meticulosamente calculada, que cada um seja capaz de suportar, por um lado, com o máximo esforço, e por outro lado, com chances de conseguir um positivo resultado evolutivo naquela encarnação.
Afinal de contas - A finalidade da vida é a nossa evolução constante, o que não ocorreria se fossem "cobrados" débitos cármicos acima da capacidade máxima de resistência do faltoso.
-- Portanto, se alguém reclamar da sua "excessiva" dose de resgates cármicos, em verdade estará de parabéns porque ele é mais forte do que pensa...
Tem mais!
- Isto também demonstra que o nosso progresso é a Prioridade 1 da Vida, enquanto os nossos acertos de contas com a Justiça do Universo constituem a Prioridade 2!
Segundo exemplo
A Lei de Causa e Efeito concederá, aos endividados cármicos, tantas oportunidades de reabilitação quantas sejam necessárias, principalmente através das reencarnações sucessivas.
-- Em palavras mais claras e diretas, nunca será concedida a "última chance" a nenhuma criatura divina!
Terceiro exemplo
Aqueles que quitarem débitos cármicos, serão considerados completamente reabilitados dos erros correspondentes, sem futuras seqüelas de qualquer espécie.
-- E não, como ocorre aqui no plano físico da Terra, o terrível estigma de "ex-presidiário" a acompanhar e a atrapalhar a vida do reabilitado.
Quarto exemplo
Numa verdadeira "contabilidade cármica", os débitos cármicos serão automaticamente atenuados na proporção dos novos créditos cármicos adquiridos. Deste modo, os "prêmios" das boas ações cometidas serão desviados para, proporcionalmente, atenuar as "cobranças" das más ações.
Quinto exemplo
O esquecimento dos males cometidos em vidas passadas, é ato misericordioso de Deus, que deseja que todos os Seus filhos se reabilitem com a Lei de Justiça do Universo, e não que sofram com remorsos improdutivos ou, pior ainda, auto-destrutivos.
-- Além disto, de que maneira os inimigos do passado poderiam se reconciliar, através das reencarnações, caso se lembrassem dos acontecimentos das vidas anteriores?
Você concorda?
-- A Lei de Causa e Efeito está visivelmente impregnada pela misericórdia e pelo amor de Deus!COMPARAÇÃO
Atenuantes e Agravantes!
A Lei de Causa e Efeito
À semelhança da justiça do plano físico da Terra, porém sem as humanas imperfeições desta, também leva em consideração todos os atenuantes e/ou agravantes de cada caso.
FINALIZANDO
Um cientista muito célebre, ao enunciar uma das mais famosas leis da ciência, pode ter dado um "tiro de misericórdia" nos que descrêem da Lei de Causa e Efeito!
O que foi?
A célebre 3ª Lei de Newton, obviamente aceita por todos, principalmente no meio científico, sem a menor contestação ou sequer a mínima dúvida, e que todos nós aprendemos na escola, descreve o funcionamento do Universo.
Qual é o "tiro de misericórdia"?
Ocorre que o enunciado da 3ª Lei de Newton é o mesmo da Lei de Causa e Efeito:
-- À toda ação corresponde outra igual e em sentido contrário!
Coincidência?
- Não! Absolutamente não! Trata-se apenas de uma confirmação, haja vista que Newton descobriu a maneira pela qual tudo no Universo funciona, aí incluído, evidentemente, o funcionamento da Lei de Causa e Efeito!
Por outro lado (irônico)Podemos concluir que todo indivíduo que não acredita na Lei de Causa e Efeito está, automaticamente, descrendo da 3ª Lei de Newton...--------------------------------------------------------------------------------
página da Web - disponível no site www.portaluz.com.br
Francisco de Carvalho
Domingo, 22 de Fevereiro de 2009
Outrora, os mártires sofreram nos circos para doar ao mundo a Bênção da Revelação.
Através de fogueiras e sacrifícios, traçaram um roteiro de luz para o mundo paganizado.
Em seguida, quando as trevas da Idade Média consagravam a autocracia do poder, os cristãos livres experimentaram a perseguição, a morte e o anátema para restaurarem a senda luminosa, conferindo à Terra as Luzes da Verdade.
*
Hoje, porém, meus amigos, os seguidores do Mestre Divino, irmanados em torno da cruz redentora, foram chamados à doação da Fraternidade às criaturas.
Amparados pela evolução dos códigos que se tocaram das claridades sublimes da Boa Nova, através dos séculos, desfrutam de liberdade relativa pra concretizarem a divina missão de que foram cometidos.
*
Antigamente, dolorosa renunciação era exigida aos companheiros do Mestre Nazareno, de fora para dentro; agora, no entanto, é a luta renovadora do santuário íntimo para o mundo externo.
*
Não é o circo do martírio que esse abre não na praça pública, nem a fogueira dos autos-de-fé, instalada dentro de povos livres e robustos em nome das confissões religiosas.
Atualidade reclama corações consagrados ao Senhor na esfera de si mesmos.
*
A fraternidades constituir-nós-á abençoado colima de trabalho e realização, dentro do Espiritismo Evangélico, ou permaneceremos na mesma expectação inoperante do princípio quando o material divino da Revelação e da Verdade não encontrava acesso em nossos espíritos irredimidos.
*
Formemos não somente grupos de indagação intelectual ou de crítica nem sempre construtiva, mas, sobretudo, ergamos um templo interior à bondade, porque sem espírito de amor todas as nossas obras falham na base, ameaçadas pela vaga incessante que caracteriza o campo falível das formas transitórias.
*
“Amemo-nos uns aos outros,” segundo a palavra do Mestre que nos reúne, sem desarmonia, sem discussões ruinosas, sem desinteligências destrutivas, sem perda de tempo nos comentários vagos e inoportunos, amparando-nos, reciprocamente, pelo trabalho, pela tolerância salvadora, pela fé viva e imperecível.
*
Se nos encontramos realmente empenhados no Espiritismo que melhora e regenera, que eclarece e redime, que salva e ilumina, sob a égide de Jesus, recordemos a palavra do Código Divino, para vive-las na acústica de nossa alma, seguindo o Senhor em Sua exemplificação de sacrifício, de solidariedade e de amor: _ “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”; “ninguém irá até o Pai senão por Mim”.
Bezerra de Menezes
Fonte: Livro “Doutrina E Aplicação”. - Psicografia Chico Xavier - Espíritos Diversos.