Terça-feira, 30 de Junho de 2009

LICANTROPIA

 

            A Revue Spirite de 1865, página 343, insere um artigo com o título - "Um novo Nabucodonosor", da autoria de Allan Kardec, como é de supor-se, artigo que estuda um interessante caso de licantropia.
            De Charkow (Rússia) escrevem-lhe sobre o caso que tentaremos resumir, abaixo:
            Na família R... viviam dois irmãos, Alexandre e Voldemar. Este último, impressionava pelos seus olhos, produzindo em quem os mirasse uma sensação estranha e perturbadora; o mesmo acontecia com seu irmão, em cujos olhos negros havia também um certo magnetismo fascinador, embora em menor grau. Voldemar, na escola, sobressaia-se sobre Alexandre, assombrando seus mestres e colegas por aptidões fora do comum. Jactava-se disso, sobretudo diante do irmão, sobre quem despejava seus motejos e zombarias.
            Passam-se os tempos. Voldemar morre aos 16 anos. O irmão se transforma e passa a ter hábitos esquisitos, anormais, intercalados por atos e hábitos inteiramente normais, não sendo, pois, um doido comum.         
            Acreditando-se num desarranjo cerebral, foi Alexandre internado numa casa de saúde. Porém - coisa estranha! -, ele se alterou completamente e nada em sua conduta ou em suas palavras denotava um cérebro doentio, fazendo com que os médicos cressem até numa intriga de família.
            O rapaz dirigia-se muitas vezes para uma choupana que servia de galinheiro, despojava-se de suas vestes e ali permanecia insistentemente.
            Quiseram pôr os bens dele sob tutela; mas as comissões nomeadas, para esse fim, sempre que iam interrogá-lo recebiam respostas comedidas e bem sensatas, e se retiravam, por isso, desapontadas.
Esses acontecimentos começaram em 1842, a até, 1865 não haviam cessado.
As vezes, Alexandre ficava num pardieiro, completamente nu, em pé, exposto a todos os ventos e a temperaturas baixíssimas.
Poucas vezes se servia da palavra humana; à maneira dos animais, adquiriu-lhes o mugido especial.
"À força de ter a cabeça inclinada, ele não mais a pôde levantar; seus pés atingiram uma largura desmesurada, não lho permitindo caminhar" - declara o informante do caso, parente próximo da família R... o que conviveu com os irmãos R ...
A exceção do que falamos, e dos olhos, seu aspecto não apresentava nada de extraordinário. Apenas uma expressão de sofrimento lhe pesava sobre o semblante, e exclamava de vez em quando: "Quando afinal acabará isso?" Outras vezes, chega a pronunciar o nome do seu irmão falecido. Certo dia, ao lha perguntarem o motivo de sua conduta, respondeu: "Não me faleis nisso; é uma falta de vontade."
Tendo sido enviados seus cabelos a uma célebre sonâmbula, esta respondeu que se estava diante da doença de Nabucodonosor.
Das considerações feitas por Kardec, retiramos os trechos a seguir:
"Um fato salta evidentemente desse relato: é que este rapaz não é um louco, na acepção científica da palavra; ele goza da plenitude de sua razão, quando o quer. Mas qual pode ser a causa de semelhante esquisitice, nesta idade? Cremos que a Ciência, com suas fontes puramente materiais, levará muito tempo entes de achá-la.
"Há entretanto outra coisa que simples mania: é a assimilação da voz e dos gestos próprios dos animais. Têm-se visto, é verdade, indivíduos abandonados nos bosques, desde tenra idade, que vivem com os animais, a lhes adquirem as vozes o os costumes, por imitação; mas aqui o casa é diferente: esse rapaz realizou estudos sólidos, viva em suas terras e dentro de uma aldeia, está em contacto diário com seres humanos; portanto, tudo isso nada tem que ver com a seu isolamento e seus hábitos.
"É, disse a sonâmbula de Londres, a doença de Nabucodonosor; mas que é esta doença? A história deste rei não é uma lenda? É possível que um homem seja transformado em animal?(1) Contudo, se se relaciona a descrição bíblica com o fato recente de Alexandre R..., nota-se entre elas mais de um ponto de semelhança. Compreende-se que o ocorrido em nossos dias possa ter sucedido noutros tempos, e que o rei da Babilônia haja sido atingido de um mal semelhante. Se então o rei, dominado por influência análoga, abandonou seu palácio, como Alexandre R.. . abandonou sua casa; se ele viveu e imitou as vozes, ao modo dos animais, como Alexandre, pode dizer-se, na linguagem alegórica do tempo, que ele fora transformado em animal. Isto destrói, é certo, o milagre; mas quantos milagres tombam, hoje em dia, diante das leis da Natureza, descobertas diariamente!"
Kardec lê a narrativa, que lho remeteram da Rússia, na Sociedade Espírita de Paris, para objeto de estudo. Três comunicações mediúnicas foram então obtidas.
A primeira é de Voldemar, que confessa, irritado, ser ele a causa de todas aquelas perturbações, e fala de uma ligação íntima entre ele e Alexandre, ligação que deveria prosseguir até na morte. Mais além, declara. "Não podendo constrangê-lo a seguir-me, pela menos imediatamente, eu empreguei o poder magnético que possuo em grau extremo, a fim de forçá-lo a abandonar sua vontade e seu ser ao meu livre-arbítrío. Ele sofre nesta posição ... tanto melhor!"
Seque-se a segunda comunicação, obtida pelo mesmo médium, da autoria do Espírito protetor dos dois irmãos. Revela ter sido Alexandre, em outra existência, subordinado a Voldemar, em diversas ações más contra a sociedade, ações que são, hoje, a fonte de seus sofrimentos. Eles prometeram que jamais se trairiam ou se separariam. Morto Voldemar, Alexandre deveria, sob o império da promessa, seguir seu irmão ao túmulo, mas, cansado do jugo que há muito suportava, tomou a resolução de lutar. Seu irmão, revoltado com isso, não o podendo matar materialmente, o tem feito moralmente, envolvendo-o numa rede de influências perniciosas que determinaram a obsessão em foco.  
"O sonâmbulo que designou essa afecção pelo nome de doença de Nabucodonosor - declara o mesmo Espírito - não estava longe da verdade como se poderia crer, visto como Nabucodonosor não era senão um obsidiado que se persuadia de ter sido transformado em animal. É então uma obsessão, que não excluí, como vós o sabeis, a ação da inteligência e não a aniquila de maneira fatal; é um dos casos mais notáveis, cujo estudo só pode ser proveitoso para todos."
Quando Voldemar se afasta, o irmão recobra sua energia própria, podendo libertar-se. Como esse estado contraria a Voldemar, este não cessa de exercer sobra o irmão uma ação magnética contínua.
Por fim, citamos a terceira comunicação, recebida através de outro médium, do guia espiritual deste, assinada por São Benedito, que diz, entra outras coisas:
"Meus bem-amados, certos fatos relacionados nas Escrituras são olhados por muita gente como fábulas feitas para as crianças. Porque não são compreendidos, são desprezados, recusando-se dar-lhes crédito. Entretanto, desprendido da forma alegórica, o fundo ali é verdadeiro, o somente o Espiritismo poderia fornecer a chave."
"A punição de Nabucodonosor não é pois uma fábula; ela não esteve, como vós o dissesses muito judiciosamente, transformado em animal; ele estava, sim, como o paciente que vos ocupa no momento, privado por algum tempo do livre exercício de suas faculdades intelectuais, e isto, em condições que o assemelhavam ao selvagem, fazendo do déspota poderoso um objeto de piedade para todos: Deus o havia ferido em seu orgulho.
"Todas estas questões se prendem àquelas dos fluídos o do magnetismo. No rapaz, há obsessão e subjugação; ele é de grande lucidez no estado de Espírito, mas seu irmão exerce sobre ele uma influência magnética irresistível. Voldemar o atrai facilmente para fora de seu corpo, quando uma pessoa amiga e simpática lá não esteja para o reter; Alexandre sofre quando está desprendido: constituí para ele uma punição, e é então que faz ouvir seus bramidos ferozes.
"Não vos apresseis, pois, em condenar o que está escrito nos livros sagrados, como o fazem a maior parte daqueles que vêem apenas a letra e não o espírito.
"Todos os dias vós vos instruireis mais a mais, e novas verdades se desvendarão aos vossos olhos, visto estardes longo de haver esgotado todas as aplicações daquilo que sabeis de Espiritismo."
Terminando a interessante exposição, Kardec declara: "Resulta desta explicação, perfeitamente racional, que esse rapaz está sob o império de uma obsessão, ou melhor, de terrível subjugação, semelhante à que sofreu o rei Nabucodonosor."
Passa Kardec, em seguida, a considerar o motivo das obsessões, que muitas vezes são provas e punições, concluindo que o rei poderia muito bem estar sob a jugo de um Espírito malfazejo que o constrangeria a agir como um animal, sem entretanto metamorfoseá-lo em animal.  



(1) A Bibila não diz expressamente que houve metamorfose em animal. (Nota do Tradutor.)  
 
Revista Reformador – Fevereiro 1978
 
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 02:27

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O RETORNO DO APÓSTOLO CHICO XAVIER


MENSAGEM DE JOANNA DE ANGELIS, CONFIRMANDO-NOS QUE CHICO XAVIER FOI RECEBIDO POR JESUS, APÓS O SEU DESENCARNE EM 30.06.2002



Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.
Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comporta-mento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa.
Por isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável.
...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:
- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.
JOANNA DE ÂNGELIS
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 01:30

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TRIBUTO A CHICO XAVIER


EM LEMBRANÇA AO SÉTIMO ANO DA DESENCARNAÇÃO DE FRANCISCO CANDIDO XAVIER.



As alegres apresentações de cantores e duplas sertanejas são, de vez em quando, entremeadas por frases-mensagens psicografadas por Chico Xavier.
Representam uma pausa na vertigem da vida imediata para a reflexão existencial.
São também um tributo de gratidão ao homem por cujas mãos abnegadas já passaram milhares de páginas de esperança e de consolo.
A mediunidade de Francisco Candido Xavier manifestou-se muito cedo, quando, ainda menino de cinco anos, conversava com a mãe, que a morte afastara de seu convívio.
Mas foi com o "Parnaso de Além-Túmulo" que o médium de Pedro Leopoldo (cidadezinha do interior de Minas Gerais), tornou-se conhecido em todo o Brasil.
Esta obra psicografada por Chico Xavier causou impacto nos meios literários e na imprensa do País.
Continha 56 Poemas assinados por nomes consagrados na Poesia Luso-Brasileira, como Antero de Quental, Antonio Nobre e Guerra Junqueiro, Castro Alves, Cruz e Souza e Augusto dos Anjos, a enviarem para a Terra as harmonias de sua lira eternal; enfim, quatorze poetas rompiam o silêncio da morte com o cântico da imortalidade.
Parnaso de Além-Túmulo, prefaciado por Manuel Quintão, Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, trazia também uma apresentação do próprio médium, com o titulo de Palavras Minhas.
Este texto já evidenciava a honestidade, a humildade e o desinteresse pelas glórias mundanas que iriam assinalar a sua trajetória mediúnica.
De Palavras Minhas, transcrevemos um fragmento para corroborar nossa afirmação: "Filho de pais pobres, órfão aos cinco anos, tenho experimentado toda a sorte de aborrecimentos e não venho ao campo da publicidade para fazer um nome, porque a dor há muito tempo já me convenceu da inutilidade das bagatelas tão estimadas no mundo."
O escritor Humberto de Campos, malgrado o ceticismo que abraçava, na crônica intitulada Poetas do Outro Mundo, reconheceu o estilo de seus colegas do Além, com a seguinte afirmação: "Eu faltaria ao dever que me é imposto pela consciência, se não confessasse que, fazendo versos pela pena do Sr. Francisco Cândido Xavier, os poetas de quem ele é intérprete, apresentam as mesmas características de inspiração e expressão que os identificavam neste planeta."
Falecido em 1934, não tardou muito para que o próprio autor de "Os Párias" viesse escrever pelas mãos de Chico Xavier.
O fato virou manchete em todos os jornais do Brasil e deu origem ao famoso processo movido pela família do escritor contra o médium e a Federação Espírita Brasileira.
Com a defesa brilhante do Dr. Miguel Timponi, o processo foi arquivado pelo juiz, que reconheceu a incompetência de a justiça humana julgar questões do outro mundo.
Desde então Humberto de Campos recolheu-se ao anonimato e sob o pseudônimo de Irmão X continuou a escrever, "lutando contra o terror da morte e glorificando a alegria da vida".
Chico prosseguiu no seu apostolado de renúncia, tornando-se uma figura de comunicação, conforme analisa Artur da Távola (O Globo, Rio de Janeiro, 26-6-1980), "(...) sem qualquer formulação política, sem qualquer mensagem diretamente relacionada com a exploração do homem, sem qualquer revolta institucionalizada contra a miséria e a injustiça, Chico Xavier emerge com a força do perdão, da tolerância e da fraternidade, da fraqueza-forte, da fé, da humildade e do despojamento, erigidos como regra de vida, como tributo efetivo da caridade pura da não-pompa, da não-hierarquia, da não-violência..."
Já se passaram sessenta e cinco anos desde que o jovem operário de Pedro Leopoldo traduziu a mensagem poética dos imortais do Parnaso.
O século XX envelheceu com ele e chega a última década marcado pela glória das conquistas tecnológicas e pelos dramas da violência e do extermínio.
E Francisco Cândido Xavier, com mais de trezentos títulos de obras psicografadas, é ainda o mesmo homem humilde e simples e tão pobre, como quando aos vinte e um anos, abraçou a tarefa da mediunidade.
O sentido de caridade, que emana das páginas que escreve, ele vivencia e testemunha com a sua própria existência.
Combalido pela idade e pelas doenças, o Missionário da Paz cumpre a última etapa de sua tarefa: a de consolar os que choram, diante do inexorável, a ausência de familiares queridos.


REFORMADOR, FEVEREIRO, 1997
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:45

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Segunda-feira, 29 de Junho de 2009

SOBRE A PRÁTICA MEDIÚNICA ESPÍRITA E NÃO ESPÍRITA




Notamos uma grande necessidade de se esclarecer a diferença entre Espiritismo e Mediunismo, dado o aumento de pessoas que praticam a doutrina espírita, porém sem estudo crítico adequado, especialmente sem estudo das obras básicas de Kardec.
Ocorre também o afastamento de confrades mais experientes do movimento e falta de elementos dispostos à difusão sadia e clara da doutrina espírita cristã, codifica por Kardec.
Os “centenários” das obras do mestre de Lyon são comemorados por um reduzido grupo de adeptos fervorosos porém não atinge a massa popular que no momento está se interessando pelo Espiritismo.
Outro fato prejudicial que ocorre é de muitas pessoas conhecerem inicialmente as orientações e práticas deformadas e não realmente espíritas. Infelizmente as práticas espíritas mal orientadas e eivadas de erros se difundem rapidamente devido à falta de estudo metódico, pouca orientação por parte de órgãos competentes e às vezes devido à teimosia de dirigentes de entidades espíritas em não aceitar os princípios simples e profundos da Codificação Kardecista.
Por isso a USE em 1962 realizou a 1ª Reunião Centro-Sul do Brasil, com a participação de presidentes das federações dos estados sulinos (Ver “Unificação” — Jan. Fev. 1965) e aprovou os trabalho das Comissões de Doutrina Assistência, Mocidades e Educação — E das conclusões do cap. V (Doutrina) que destacamos os seguintes itens importantes:
PRATICA MEDIÚNICA ESPIRITA
Considerando:
a) que é tarefa de eleva­do alcance a relacionada com a prática mediúnica genuinamente espírita;
b) que se deve procurar a harmonia no setor da prática mediúnica;
c) que o estudo e a difusão da Doutrina estão intimamente relacionados com o setor mediúnico;
d) que a igualdade nesse setor é mera ilusão, não de­vendo ser procurada;
e) que há necessidade de tornar bem patente que nem todo trabalho mediúnico é trabalho espírita;
f) que o setor mediúnico é das mais largas portas de entrada para o Espiritismo;
g) que há necessidade de trabalho mediúnico bem orientado para haver produção e difusão eficiente da Doutrina espírita;
Propõe:
a) incentivar no meio espírita brasileiro, em face das sessões mediúnicas, o método usado por Kardec, assim sintetizado:
1º) — escolha de colabora­dores mediúnicos insuspeitos tanto no ponto de vista moral quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual;
2º) — análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser logicamente justificado;
3º) — controle dos Espíritos comunicantes através da coerência das suas comunicações e do teor de sua linguagem;
4º) — consenso universal, ou seja, concordância de vá­rias comunicações dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto;
b) esclarecer o meio espírita acerca da prática mediúnica confeccionando um trabalho sintético sobre “normas práticas” para o uso espírita da mediunidade;
c) fazer compreender ao meio espírita brasileiro que o fenômeno mediúnico sem Doutrina espírita não é Espiritismo;
d) para evitar a vaidade e o personalismo, difundir no meio mediúnico o caráter de devedor e de oportunidade de redenção em relação a cada médium;
e) pugnar para que, no movimento espírita brasileiro, as sessões mediúnicas vulgarmente intituladas “doutrinação de espíritos”, se tornem paulatinamente privativas, perdendo seu caráter público.



PRÁTICA MEDIÚNICA NAO ESPÍRITA
Considerando:
a) que se a solução de um problema não for encontrada ou permitida dentro da Doutrina, fora dela é que não o deverá ser, a bem do próprio interessado;
b) que via de regra, são a ignorância doutrinária ou os interesses imediatistas de certos espíritas menos avisa­dos e menos esclarecidos o que os leva à procura das práticas mediúnicas não espíritas;
c) que as soluções encontradas fora da Doutrina são apenas de efeitos paliativos, com resultados contra-producentes, para o futuro;
d) que a Doutrina espírita vem, para, com a aplicação adequada do Evangelho, esclarecer e facilitar a solução de todos os problemas humanos de acordo com as leis imutáveis que regem a vida;
e) que toda a doutrina praticada com sinceridade e boas intenções merece o nosso respeito e a nossa consideração;
f) que, embora com pontos de contacto ou semelhanças com outras doutrinas espiritualistas, a Doutrina espírita não deve com elas ser confundida;



Propõe:
a) o espírita deve saber que o Espiritismo esclarece ou soluciona os problemas humanos sempre conforme os méritos, as necessidades e as possibilidades e não conforme a vontade de cada um;
b) alertar os espíritas sobre o perigo de sintonia com vibrações menos elevadas de determinados trabalhos mediúnicos não espíritas;
e) alertar o meio espírita sobre os efeitos passageiros e as conseqüências indesejáveis de soluções imediatistas e fora do que a Dou­trina admite.



O QUE SE DEVE EVITAR
Neste capítulo do tema geral “Doutrina”, deverão ser estudadas as várias atitudes que um adepto da Doutrina não deve tomar para não prejudicar o movimento espírita. Tanto se refere à atitude diante dos “movimentos paralelos” como do mediunismo ou das atitudes em sociedade. Neste sentido é preciso lembrar ainda uma vez que o Espiritismo vem para “reformar, revolver” e fazer desaparecer certos velhos hábitos da humanidade visando sempre à espiritualização progressiva e ao conseqüente afastamento do setor das crendices das superstições, das convenções sociais sem expressão real, do ilusório, do fictício, do apenas aparente. Neste sentido, além do já contido no Trabalho aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira e intitulado “Esclarecendo Dúvidas”,



Propõe:
a) o espírita deve evitar a adesão irrefletida ou menos avisada a movimentos ou a produções literárias que, direta ou indiretamente, colidam com o movimento espírita;
b) o espírita deve evitar a prática de quaisquer rituais como casamentos, batizados, crismas, bem como uso do luto, participação em apadrinhamentos e cerimônias ritualistas de qualquer natureza, e o aprisionamento a exterioridades;
c) o espírita deve evitar trazer luta política-partidária para dentro das agremiações espíritas;
d) o espírita deve evitar que as realizações espíritas vivam à sombra dos poderes públicos;
e) o espírita deve evitar que pessoas sem idoneidade moral ocupem postos de direção no Movimento;
f) o espírita deve evitar que, nos núcleos espíritas prevaleça a autoridade de um só elemento;
g) o espírita deve evitar o uso de distintivos e emblemas, no movimento doutrinário,
Curitiba, 21 de abril de 1962
Ass. LUIZ MONTEIRO DE BARROS — Presidente (USE — S. Paulo)
LAURO SCHLEDER — Relator (F. E. P. — Paraná) etc.
A USE (União das Sociedades Espíritas de S. Paulo) num trabalho pioneiro no Brasil e quiçá no mundo conseguiu reunir grande parte das entidades espíritas, com a finalidade de unificação doutrinária. Para a Assembléia Estadual a ter lugar em 13 e 14 de julho próximo em S. Paulo, todas entidades espíritas (Centros, Mocidades, Obras Assistenciais) devem apoiar as UMES e UDES, a fim de que estas indiquem seus representantes junto a USE.
Os grupos espíritas e demais entidades devem procurar as UMES de sua cidade para unidas trabalharem decididamente para levar bem alto o nome do Espiritismo. Notamos pelo Rádio, pela TV, pelos jornais que há ainda confusão entre Espiritismo Mediunismo, com conseqüências danosas para o progresso da nossa doutrina.
Fonte: Correio Fraterno – junho, 1968
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:12

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Sexta-feira, 26 de Junho de 2009

PEDI E OBTEREIS, MAS SABEI PEDIR E PARA QUEM PEDIR

o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes.(S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

 

Pedi e obtereis, mas sabei pedir e para quem pedir

Como nos assevera André Luiz em suas obras, principalmente no livro Entre a Terra e o Céu, qualquer pedido encontra ressonância.

Um pedido positivo é sempre uma prece, até mesmo quando não verbalizado. Um pedido maligno é uma invocação e infelizmente encontra retorno, mas tanto um quanto o outro ligam quem pede com os que respondem ao pedido.

Um pedido para corrigenda de um defeito, por exemplo, se eleva aos mais altos patamares espirituais, pois são de profunda importância para a vida atual e futura de quem requisita.

Com essa introdução quero dizer que, não devemos olvidar a prece, principalmente quando nos acharmos angustiados e, muitas vezes, sem rumo. Quando estivermos nesse estado peçamos a Deus que a nossa programação encarnatória se cumpra e aceitemos os seus desígnios.

Lembremo-nos, porém, de sempre nos proteger e proteger a nossa morada, conquistando para nós a companhia dos mensageiros Divinos através de atitudes dignas, principalmente o auxílio aos nossos irmãos.

Não nos esqueçamos também que Jesus nos recomendou orar sem mágoa no coração e peso na consciência quando nos disse para reconciliarmo-nos com nossos inimigos antes de orarmos, entre outras tantas recomendações.

Se ainda não conhece a novidade, leia o Evangelho do Cristo, a Boa Nova que ele trouxe com tanta boa vontade para nós, e que mais de um milhão de mártires regaram com suas lágrimas.

Paz e Luz
Sérgio Ribeiro
 

 
MÚSICA: TEARS FOR FEARS
HOJE ESTOU: FELIZ
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 23:23

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SERMÃO DO MONTE


MATEUS: V. 1. Vendo a multidão, Jesus subiu a um monte, sentou-se e os discípulos o rodearam. - 2. Pôs-se então a lhes pregar, dizendo: - 3, "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. - 4. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. - 5. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. - 6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. - 7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. - 8. Bem-aventurados os de coração puro, porque verão a Deus. - 9. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. 10. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus. - 11. Bem-aven-turados sereis quando vos cobrirem de maldições, vos perseguirem e, mentindo, disserem de vós todo o mal por minha causa. - 12. Rejubilai então e exultai, porque grande recompensa vos está reservada nos céus; visto que assim também perseguiram os profetas, que existiram antes de vós."
LUCAS: V. 20. Jesus, dirigindo o olhar para seus discípulos, dizia: "Bem-aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o reino de Deus. -21. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados; bem-aventurados vós, que agora chorais, porque rireis. - 22. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, quando vos separarem, quando vos carregarem de injúrias, quando rejeitarem como mau o vosso nome por causa do filho do homem. - 23. Rejubilai nesse dia e exultai, que grande recompensa vos está reservada no céu, porquanto assim é que os pais deles trataram os profetas. - 24. Ai, porém, de vós, que sois ricos. pois que tendes a vossa consolação no mundo. - 25. Ai de vós, que estais saciados, pois que vireis a ter fome! Ai de vós os que rides agora, pois que gemereis e chorareis! - 26. Ai de vós quando vos louvarem os homens, porquanto é o que os pais deles faziam aos falsos profetas.


A humildade, - a doçura que tem por companheiras a afabilidade e a benevolência, - a resignação nos sofrimentos físicos e morais, que são sempre uma expiação justa, porquanto derivam ou de faltas e imprudências com que o homem agrava sua provações terrenas, ou de existências anteriores, todas solidárias entre si de modo que cada um traz consigo a pena secreta da sua precedente encarnação, - o amor ardente, sério, perseverante do dever por toda parte e sempre, - a tolerância também por toda parte e sempre, a indulgência para com os fracos e para com as faltas de outrem, a simpatia viva e delicada pelos sofrimentos e dores, físicos e morais, de seus irmãos, - o perdão, do íntimo d’alma, para as injúrias e ofensas, - o esquecimento, mas de maneira tal que o passado fique morto tanto no coração, como no pensamento, - a caridade e o amor, - a pureza de coração, que exclui não só todas as palavras e ações más, como ainda todos os maus pensamentos, e que só existe quando há abstenção de tudo que é mal, de par com a prática ativa e abnegada de tudo que é bem, assim na ordem física, como na ordem moral e na intelectual, - a moderação, a brandura, - a paciência, a obediência, - a resignação, - a fé, - a firmeza e a perseverança na fé e na prática da justiça, quaisquer que sejam as injúrias, as perseguições físicas e morais que venham dos homens, - o desinteresse, - a renunciação às coisas materiais, como determinantes do orgulho e do egoísmo, dos apetites materiais; das paixões e dos vícios que degradam a humanidade, - a aspiração da felicidade celeste, - o reconhecimento ao Criador que reserva grande recompensa aos que cumprirem esses deveres e praticarem essas virtudes, - eis o que encerram aquelas palavras do Cristo. Estudai-as, pois, e ponde-as em prática. Não vos fieis na felicidade terrena, não descanseis nas vossas riquezas, na vossa inteligência. Confiai unicamente no vosso Deus, de quem recebeis todas as coisas.
Que aquele que possui riquezas faça como se fora pobre, as reparta com seus irmãos e viva humildemente; que aquele que tem inteligência faça como a criancinha que espera ser guiada pela mãe, mas que ao mesmo tempo a partilhe com seus irmãos, dando-lhes conselhos salutares e brandos, tirados sobretudo do exemplo; que aquele que está saciado pense nos que têm fome e divida com eles o pão material que sustenta o corpo e o pão espiritual que alimenta a alma; que aquele que se acha alegre faça como se estivesse triste e associe à sua alegria o irmão que chora, prodigalizando-lhe consolações e tomando parte nas suas dores.
Aquelas palavras se resumem nisto: prática do trabalho, do amor e da caridade, tanto na ordem física ou material, como na ordem moral e intelectual.
Os pobres de espírito são os que só confiam no Senhor e não em si mesmos; são os que, reconhecendo dever tudo ao Criador, reconhecem que nada possuem. Despidos de orgulho, são como o pobre despojado dos bens mundanos. Podem caminhar mais livremente, pois não temem os ladrões que durante a noite assaltam a casa do rico. Apresentam-se nus diante do Senhor, isto é, sem se terem apropriado de coisa alguma, cônscios de que tudo devem à bondade do pai celestial. A humildade lhes aplaina o caminho a percorrer afastando os obstáculos que o orgulho faz surgir de todos os lados.
Tende o coração simples, oh! bem-amados, e humilde o espírito, porquanto a humildade, que é o princípio e a fonte de todas as virtudes, de todos os progressos, abre ao homem a estrada que leva à luz e às moradas felizes, ao passo que o orgulho conduz às trevas e à expiação, ao exílio em mundos inferiores.
Estas palavras de Jesus: "Bem-aventurados sereis quando os homens vos cobrirem de maldições, vos perseguirem e, mentindo, disserem de vós todo o mal par minha causa; - bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos separarem, vos carregarem de injúrias, quando rejeitarem como maus os vosso, nomes por causa do filho do homem." se aplicavam, como quase todas as que lhe saíram dos lábios, tanto ao presente, ao momento em que ele as dirigia aos discípulos, quanto aos tempos futuros.
Eram e são dirigidas a todos os que pela sua fé em Deus se tornaram alvo de quaisquer perseguições, físicas ou morais; aos que, perseguidos pelas suas crenças, sofrem pela sua fé e triunfam das provações por mais rudes que sejam. Efetivamente, enquanto o vosso mundo se não houver purificado, haverá homens perseguidos por causa da verdade. Os que triunfarem poderão considerar-se bem-aventurados, pois, sobretudo hoje, a defecção é fácil. Os que perseverarem até ao fim receberão grande recompensa.
Espíritas, armai-vos, portanto, de toda a vossa energia. Para o homem, a arma mais perigosa é o ridículo. É a que ele mais teme; é presentemente a que tendes de rebater. Dolorosas são as feridas que ocasiona. Mantende-vos, pois, em guarda e preparai de antemão o único bálsamo que as pode curar: - a fé.
Que a vossa fé vos sustente. Ela vos tornará surdos aos sarcasmos e vos fará achar doçura nos pérfidos processos que contra vós intentarem. A fé constitui a vossa égide; abrigai-vos nela e caminhai desassombradamente. Contra esse escudo virão embotar-se todos os dardos que vos lancem a inveja e a calúnia. Sede sempre dignos e caridosos no vosso proceder, no vosso falar, nos vossos ensinamentos, dando o exempIo do que pregais, e nós vos ampararemos.
Compreendei igualmente bem estas outras palavras de Jesus: "Mas, ai de vós, ricos, que tendes a vossa consolação no mundo!"
A maldição assim lançada pelo meigo e justo pastor não se aplica senão aos que, tudo sacrificando a posse dos bens terrenos, deleitando-se e confiando unicamente no que é material, rejeitam as verdades que se lhes ensinam, repelem seus guias protetores, repelem seus irmãos e se entregam aos maus Espíritos, que deles se apossam.
Jesus disse: - Ai! deles, porque terão que sofrer para resgatar suas faltas passadas e o remorso lhes será tanto mais cruel quanto mais voluntário tenha sido o endurecimento.
Ai! de vós que agora rides, disse também o Suave Mestre, pois que gemereis e chorareis.
Sim, os que riem das verdades lamentarão um dia o tê-las negado. Tudo vem a seu tempo. Deixai que ainda riam à vossa custa. Dia virá em que, arrependidos, os que agora riem pedirão para voltar ao meio de vós como apóstolos da verdadeira fé, da fé espírita, e não mais rirão.
Não vos agasteis, pois, com os risos; antes chorai pelos que zombam de vós, por isso que bem grandes serão suas penas!
Ai! de vós, disse ainda Jesus, quando os homens vos louvarem, porquanto é o que os pais deles faziam aos falsos profetas.
Quando essas palavras eram dirigidas aos discípulos, os falsos profetas tinham sido, eram e, dado o estado de inferioridade moral em que ainda se encontra a Terra, são neste momento aqueles que, impelidos por maus instintos, por más paixões, oriundas, seja do orgulho, do egoísmo, do interesse material, da cupidez, seja da intolerância ou do fanatismo, trabalham por incutir suas idéias nas almas simples e confiantes. São aqueles que, conhecendo a verdade, a ocultam do povo, a fim de o terem preso e submisso. São os que, compenetrados da verdade, recusam submeter-se a ela por orgulho e pregam o erro, conscientes do que fazem, mas receosos do "que dirão". "Ai! deles!"
Ai! de vós, quem quer que sejais, quando os que escutam as vozes desses falsos profetas e os bendizem, caminhando-lhes nas pegadas, vos louvarem e disserem bem de vós, porque então sereis atraídos pelos seus elogios e a vossa defecção já se deu ou está para dar-se, arrastando-vos para os caminhos do erro e da mentira voluntários, da hipocrisia e da perversão moral.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 18:25

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Terça-feira, 23 de Junho de 2009

ANJO SOLITÁRIO



Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso...
Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.
Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância...
O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoaram cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.
Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insufladores energias novas.
Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.
Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.
Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata.
Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento a reajuste em tempo devido.
Os Doadores de Carinho, em assembléia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue.
Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.
Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.
Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.
Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.
Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.
O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.
Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.
Esse, era o anjo divino da Caridade.


Livro Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 05:02

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ANJO SOLITÁRIO



Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso...
Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.
Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância...
O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoaram cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.
Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insufladores energias novas.
Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.
Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.
Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata.
Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento a reajuste em tempo devido.
Os Doadores de Carinho, em assembléia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue.
Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.
Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.
Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.
Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.
Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.
O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.
Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.
Esse, era o anjo divino da Caridade.


Livro Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier
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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

CRISTO E VIDA






Meu amigo. Compreendendo a importância do Evangelho na seara espírita, você pergunta:
- “Já que os amigos espirituais não acreditam na salvação pela fé e sim pelas obras, sem as quais a fé se revestiria de quase nenhum valor, diga-nos, Irmão X, sem muitas palavras, que significa a influência de Jesus no mundo?”
Antes de tudo, queremos afirmar que o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o Excelso Modelo da Humanidade. Mas, a pouco e pouco, o homeme compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. E já que você nos pede uma síntese, dar-lhe-ei uma série de vinte definições do Senhor na experiência terrestre, por nós recolhidas em aula rápida de um instrutor da Espiritualidade Maior.
Cristo na Existência: Caridade.
Cristo no Lar: Harmonia.
Cristo no Templo: Discernimento.
Cristo na Escola: Educação.
Cristo na Palavra: Brandura.
Cristo na Justiça: Misericórdia.
Cristo na Inteligência: Proveito.
Cristo no Estudo: Orientação.
Cristo no Sexo: Responsabilidade.
Cristo no Trabalho: Eficiência.
Cristo na Profissão: Idoneidade.
Cristo na Alegria: Continência.
Cristo dna Dor: Resignação.
Cristo nas Relações: Solidariedade.
Cristo na Obrigação: Diligência.
Cristo no Cansaço: Refazimento.
Cristo no Repouso: Disciplina.
Cristo no Compromisso: Lealdade.
Cristo no Tempo: Serviço.
Cristo na Morte: Vida Eterna.
Aqui estão resultados da presença de Jesus em apenas alguns aspectos de nossos movimentos na Terra.
Você, contudo, provavelmente voltará à carga, indagando se nós, os espíritas desencarnados e encarnados, já atingimos semelhantes equações, e antecipo a resposta, informando a você que Jesus em nossa fraqueza é luz de esperança e, por isso mesmo, confiantes nele – o Mestre e Senhor -, estamos certos de que, um dia, nós todos faremos do evangelho o que devemos fazer.

Livro Estante da Vida – Pelo Espírito “Irmão X” - Psicografia Francisco C. Xavier
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 18:38

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CRISTO E VIDA






Meu amigo. Compreendendo a importância do Evangelho na seara espírita, você pergunta:
- “Já que os amigos espirituais não acreditam na salvação pela fé e sim pelas obras, sem as quais a fé se revestiria de quase nenhum valor, diga-nos, Irmão X, sem muitas palavras, que significa a influência de Jesus no mundo?”
Antes de tudo, queremos afirmar que o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o Excelso Modelo da Humanidade. Mas, a pouco e pouco, o homeme compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. E já que você nos pede uma síntese, dar-lhe-ei uma série de vinte definições do Senhor na experiência terrestre, por nós recolhidas em aula rápida de um instrutor da Espiritualidade Maior.
Cristo na Existência: Caridade.
Cristo no Lar: Harmonia.
Cristo no Templo: Discernimento.
Cristo na Escola: Educação.
Cristo na Palavra: Brandura.
Cristo na Justiça: Misericórdia.
Cristo na Inteligência: Proveito.
Cristo no Estudo: Orientação.
Cristo no Sexo: Responsabilidade.
Cristo no Trabalho: Eficiência.
Cristo na Profissão: Idoneidade.
Cristo na Alegria: Continência.
Cristo dna Dor: Resignação.
Cristo nas Relações: Solidariedade.
Cristo na Obrigação: Diligência.
Cristo no Cansaço: Refazimento.
Cristo no Repouso: Disciplina.
Cristo no Compromisso: Lealdade.
Cristo no Tempo: Serviço.
Cristo na Morte: Vida Eterna.
Aqui estão resultados da presença de Jesus em apenas alguns aspectos de nossos movimentos na Terra.
Você, contudo, provavelmente voltará à carga, indagando se nós, os espíritas desencarnados e encarnados, já atingimos semelhantes equações, e antecipo a resposta, informando a você que Jesus em nossa fraqueza é luz de esperança e, por isso mesmo, confiantes nele – o Mestre e Senhor -, estamos certos de que, um dia, nós todos faremos do evangelho o que devemos fazer.

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