Sábado, 30 de Janeiro de 2010

PLURARIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

 

“Há várias moradas na Casa de meu Pai” – João 14, 2.

O nosso conceito de que Deus fez a terra e tudo que nela há, o sol, a lua e as estrelas para nós é falso e é isto que vem nos deixando com idéias arraigadas não nos permitindo enxergar mais além. Esta visão é bastante egoísta e presunçosa, não há como admitir, nos dias de hoje, que Deus tenha criado tudo para o gozo, contemplação e delícia do ser humano, que na verdade não passa de mais um dos seres da criação divina, cuja diferença para com os animais é ter o raciocínio contínuo. Entretanto mostra, em algumas situações, mais irracional que os próprios animais. Para podermos nos situar, vejamos a grandeza do cosmo. Ao depararmos com sua magnitude chegaremos à conclusão de nossa extrema insignificância perante o Universo.

O cosmo conhecido tem por diâmetro 40.000.000.000 anos-luz. E para quem quiser mensurar o que representa este número, basta multiplicá-lo por 9.467.280.000.000 km, número este que equivale a um ano-luz. Ora, dentro desta extraordinária grandeza não há como pensar que somente a terra, talvez nem um minúsculo grão de areia neste contexto, tenha vida humana. A ciência avança gradativamente e algumas nações gastam fortunas para tentar captar sons de outras galáxias, instrumentos cada vez mais potentes e sensíveis são direcionados para o céu em busca do contato com inteligências extraterrestres. Pode até parecer ficção científica, mas é a nossa pura realidade nos dias de hoje.

Perguntaríamos: Dada a grandeza do cosmo com seus bilhões e bilhões de planetas porque pensar que apenas a terra teria vida? Não poderia Deus ter criado tantos planetas sem que tivessem alguma outra utilidade a não ser iluminar nossas noites escuras? Tem que haver forçosamente, dentro de um senso lógico, vidas em outros planetas. Para se ter uma idéia somente a Via Láctea possui cerca de 200.000 planetas semelhantes a terra. Se há vida na terra porque não poderia haver nestes outros planetas semelhantes ao nosso? Não podemos fugir desta grande possibilidade de que possa haver vidas em outros planetas.

Suponhamos que um homem é colocado num foguete e lançado à Marte, desce lá e se não vê vida humana não quer dizer necessariamente que não há vida em Marte, o que podemos afirmar é que em Marte não há vida igual ou semelhante à da terra. Poderia ocorrer, talvez, que a vida em Marte não seria captada pelos nossos sentidos, como por exemplo, numa gota d’água não enxergamos, a olho nu, os micróbios que nela vivem, mas se colocarmos esta gota diante de um microscópio veremos uma infinidade de seres vivendo nesta gota, ou seja, se tivermos um instrumento apropriado poderíamos deslumbrar com a vida naquele planeta.

E aí as palavras de Jesus, em João 14, 2, “há muitas moradas na casa de meu Pai”, parecem fazer sentido. Não estaria ele falando dos vários planetas habitados?

Preocupado com esta questão Allan Kardec questiona aos espíritos superiores, conforme consta do Livro dos Espíritos, o seguinte:

Pergunta 55 – Todos os globos que circulam no espaço são habitados?

Resposta – Sim, e o homem da terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se crêem muitos fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.

Pergunta 56 – A constituição física dos mundos é a mesma?

Resposta – Não, eles não se assemelham de modo algum.

Pergunta 67 – A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, seguir-se-ão tenham organização diferentes os seres que os habitam?

Resposta – Sem dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.

Vamos descrever como seriam estes mundos de acordo com as informações dos espíritos superiores a Kardec.

Classificação dos Mundos

  1. Quanto ao grau de adiantamento ou inferioridade dos seus habitantes
    1. Mundos Inferiores – a existência é toda material, reinam as paixões, quase nula é a vida moral;
    2. Mundos Intermediários – misturam-se o bem e o mal, predominando um ao outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam;
    3. Mundos Adiantados – a vida é por assim dizer toda espiritual;
  2. Quanto ao estado em que se acham e da destinação que trazem:
    1. Mundos Primitivos – destinados às primeiras encarnações da alma humana;
    2. Mundos de Expiação e Provas – onde domina o mal (Terra);
    3. Mundos de Regeneração – nos quais as almas ainda têm o que expiar, haurem novas forças repousando das fadigas da luta;
    4. Mundos Ditosos – onde o bem sobrepuja o mal;
    5. Mundos Celestes ou Divinos – habitações de espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem.

Os espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingirem a perfeição.

Os mundos estão, também, sob a lei do Progresso.

Características dos Mundos

a) Mundos Inferiores

  • seres rudimentares;
  • forma humana sem beleza;
  • instintos, não há sentimentos de delicadeza ou de benevolência;
  • não tem noção do justo e do injusto;
  • a força bruta é a única lei;
  • carentes de indústrias e de invenções;
  • passam a vida na conquista de alimentos.

b) Mundos Superiores

  • forma humana, mais embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada;
  • o corpo não tem a materialidade terrestre, não está sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que predominância da matéria provoca;
  • sentidos mais apurados;
  • leveza do corpo permite locomoção rápida e fácil, deslizando pela superfície, usando apenas a vontade;
  • é rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância;
  • vida mais longa do que na Terra;
  • a morte não causa pavor, é considerada uma transformação feliz;
  • a livre transmissão do pensamento;
  • relações amistosas entre os povos;
  • só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia;
  • a autoridade merece o respeito de todos, pois está estabelecida no mérito e na justiça;
  • amor e fraternidade prendem uns aos outros todos os homens;
  • possuem bens adquiridos mais ou menos por meio da inteligência;
  • o mal, nesses mundos, não existe;
  • os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer dos seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarmos a tais mundos.

c) Mundos Regeneradores

  • servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes;
  • encontra neles a calma e o repouso, acabando por depurar-se;
  • sujeição às leis que regem a matéria;
  • libertos das paixões, isentos do orgulho, da inveja e do ódio;
  • ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade;
  • o homem lá é ainda de carne;
  • ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação.

O que isto tudo representa para nós?

  • explica de onde vêem os espíritos que reencarnam na Terra;
  • nos dá a certeza de, conforme o progresso individual, irmos aos mundos mais elevados ou o “reino dos céus”;
  • pouca significância do tempo em que estamos aqui na terra;
  • passagem para o 3º milênio, depuração da terra dos espíritos inferiores, que não desejam progredir e não querem que os outros progridam.
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:44

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AVANÇANDO

Estando entre aqueles que desfrutaram a felicidade de trabalhar, quando o terreno se obstruía de pedrouços e espinheirais sem conto, volto a contemplar a construção da fé nova, rejubilando-se ante as realizações que o Espiritismo está consolidando em benefício das criaturas.
Dantes, era a excessiva preocupação do fenômeno, indefinível tortura intelectual, amontoando-se números e apontamentos em febril estatística; hoje, porém, uma compreensão mais sadia desponta, luminosa e providencial.
Indiscutivelmente, é força reconhecer que muitos círculos iniciais do nosso movimento, no Velho Mundo talado por guerras consecutivas, perderam de algum modo a fulguração primitiva, cedendo lugar ao marasmo expectante; contudo, o retrocesso aparente filia-se nas investigações ociosas e secas de inumeráveis estudiosos que fatigam o cérebro sem despertar o coração. Nesses acanhados redutos da inteligência, as críticas, descabidas convergiram sobre o esforço nobilitante de alguns poucos e o desânimo coagulou temporariamente infinitas reservas de energia.
A ciência, por si só, é como a terra preciosa sem a semente. De que nos valeria o suor a empapar o chão lavrado, sem a possibilidade de produzir? A verdade tem a balança da sabedoria para analisar os seres e as coisas, mas só o amor possui a chave da vida.
Recordamo-nos, ainda, do tempo em que sob indisfarçável encantamento nos enamorávamos dos médiuns, como se fossem ídolos do Céu milagrosamente animados na Terra, pelo simples fato de verem criaturas desencarnadas que, no fundo, não apresentavam evolução muito mais avançada que a nossa. E, com o ciúme dos amantes apaixonados reuníamo-nos em cardume, em torno do infeliz instrumento mediúnico, perturbando-lhe as peças preciosas ou trazendo-lhe muito cedo o desalento e a inutilização.
Admitíamos falsamente que a obra missionária pertenceria exclusivamente ao homem ou à mulher de virtudes psíquicas invulgares, esquecendo-nos de que, em muitos casos, semelhantes dons traduzem provação e sacrifício, que nos importa amparar, ao invés de explorar desapiedadamente.
Ainda existem muitos investigadores que não se compadecem com a realidade, examinando os Espíritos conscientes e livres, através da organização medianímica, como se observassem micróbios interessantes, por intermédio da lente dum laboratório. Para esses, o redescobrimento do mundo invisível é simples motivo para conceituosos pareceres, em que jamais atestam as verdades da Revelação; continuam acravados no estreito mundículo onde se agitam, entre a presunção e o temor, como autênticos exemplares do comodismo. Há, entretanto, cientistas exemplares do comodismo. Há, entretanto, cientistas e estudiosos, que, respeitáveis, descem à liça, abrindo brechas na velha Bastilha dos preconceitos, auxiliando o anseio popular de renovação. Grande exército de trabalhadores de boa-vontade marcha impávido e um novo entendimento se espalha, iluminando consciências e corações, em todas as linhas de fé redentora que o Espiritismo acende nas almas.
Pouco a pouco, as responsabilidades se descentralizam. Os médiuns já não se afiguram pajés de tribo, senão que, nos quadros da fraternidade e da cooperação, todos os consideram companheiros da boa luta, com difíceis obrigações a desempenhar, dignos, portanto, do carinho e do acatamento geral.
O conceito da doutrina Consoladora, como serviço do indivíduo à coletividade, vai-se ampliando para benefício desta; os antigos espectadores frios do fenômeno se incorporam ao trabalho ativo, permanecendo no esforço edificante que as bênçãos do alto e as necessidades do mundo nos conferem.
A obra de esclarecimento tem sido árdua. Combate incruento, no seio de todos os povos, tem reclamado a abnegação de muitos.
Julgou-se a princípio que os mensageiros da Espiritualidade pretendessem arrebatar o homem para o Céu, e vários servidores da primeira hora se embriagaram na perspectiva de ingresso definitivo nos mundos felizes, com absoluto esquecimento do trabalho que os retinha na carne. Esses companheiros desprevenidos, de braços cruzados e cabeça inquieta, sondavam outros lares do sistema e exigiam notícias da imensidade de Júpiter e de Saturno, inconformados com o nosso domicílio singelo na Corte Solar.
Agora, porém, vamos compreendendo que os emissários do Cristo não nos exoneram da responsabilidade, nem nos desatam os compromissos, e, longe de pretenderem violentar a inteligência humana, constrangendo-a a demandar um Édem que ela não pode entender por enquanto, buscam fortalece-la para que transforme a Terra em Paraíso.
Os ideais sublimes que albergamos na alma são forças vivas, que tentam sua própria materialização no plano em que residimos.
Uma grande fé representa uma grande luz.
Uma virtude firme é uma benção indiscutível.
Esclarece-nos, contudo, a experiência que a missão da luz é o socorrer as trevas, e que o prover de conforto e esperança dos deserdados é ministério da virtude.
Gradativamente estamos aprendendo, na tarefa de redenção e de aprendizado que fazemos, todos juntos, que o Espiritismo é claridade no indivíduo, a expandir-se deste para que as sombras da ignorância e do sofrimento sejam expulsas da Terra. Fazer algo pelo bem na extinção do mal é obrigação de todos, no apostolado comum.
Onde houver um raio de certeza na sobrevivência da alma, aí deve aparecer mais justiça e mais alegria de ser útil.
A vida não cessa. O burilamento continua além da morte. E os objetivos últimos do Universo, por enquanto, transcendem as nossas possibilidades de compreensão.
Baste-nos a certeza de que a Justiça está funcionando e de que, tanto agora quanto depois, aqui como além, receberemos de acordo com as nossas obras.
Se o Espiritismo aboliu o Inferno de tormentos inextinguíveis, modificou profundamente a paisagem do Céu.
Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
Graças a Deus, estamos avançando.
Convertamos, assim, a contemplação em atividade benfeitora, a fé em serviço ativo, e, como células harmoniosas do divino organismo do mundo, transitaremos entre a existência e a morte, do berço ao túmulo e da espiritualidade ao renascimento, como filhos conscientes da Eterna Sabedoria, crescendo, felizes, para a vida imortal.

Luís Olímpio Teles de Menezes
Livro “Falando à Terra” – Psicografia Francisco Candido Xavier – Espíritos Diversos
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:17

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Sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010

SELO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DE FRANCISCO CANDIDO XAVIER, LANÇADO PELO CORREIOS BRASILEIRO

PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:34

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SELO

SELO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO FRANCISCO CANDIDO XAVIER, LANÇADO PELOS CORREIOS


PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 20:42

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SOBRE O ADULTÉRIO E A PROSTITUIÇÃO



Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse Jesus. Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita. Do item 13, do Cap. X, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
É curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença: “aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Dir-se-ia que no rol das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afetivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da Terra haja escapado, no cardume das existências consecutivas, aos chamados “erros do amor”.
Penetre cada um de nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências. Quem não haja varado transes difíceis, nas áreas do coração, no período da reencarnação em que se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo, e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade.
Desses embates multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da coletividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia das doenças da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado, e a prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos. Qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham a comunidade terrestre, há milênios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra, por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida.
Note-se que o lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia notadamente na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, direta ou indiretamente adquiridas, à feição de alimárias, para misteres de aluguel. Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta – Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos – que decerto Jesus, personalizando na mulher sofredora a família humana, pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a primeira pedra.
Evidentemente, o mundo avança para mais elevadas condições de existência. Fenômenos de transição explodem aqui e ali, comunicando renovação. E, com semelhantes ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade. Quando cada criatura for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão distanciados do cotidiano, de vez que a compreensão apaziguará o coração humano e a chamada desventura afetiva não terá razão de ser.

Do livro “Vida e Sexo” - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia: Chico Xavier
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 12:53

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A CANDEIA E O ALQUEIRE

 

 
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Endereço Bíblico. 3. O Significado dos Termos. 4. Contexto Histórico dos Evangelhos: 4.1. O Evangelho de Jesus; 4.2. O Judaísmo e o Império Romano; 5. O Problema do Conhecimento: 5.1. Conceito de Conhecimento; 5.2. Tipos de Conhecimento; 5.3. A Linguagem Simbólica. 6. A Pedagogia de Jesus; 6.1. Educação; 6.2. As Parábolas; 6.3. O Mistério do Reino dos Céus. 7. A Candeia, o Alqueire e o Espiritismo. 6. Conclusão. 7. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
Os termos candeia e alqueire representam a simbologia da transmissão do conhecimento. Nosso propósito, neste texto, é mostrar que a transmissão conhecimento deve ser proporcional à compreensão do ouvinte. Para isso, debruçaremos o nosso pensamento sobre o conhecimento e a pedagogia utilizada por Jesus.
2. ENDEREÇO BÍBLICO
1. “Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na casa”. (São Mateus, cap. V., v. 15)
2. “Não há ninguém que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso ou a coloque sob uma cama; mas a põe sobre o candeeiro a fim de que aqueles que entrem veja a luz; porque não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada de oculto que não deva ser conhecido e manifestar-se publicamente”. (São Lucas, cap. VIII, v. 16 e 17)
3. “Seus discípulos, se aproximando, disseram-lhe: por que lhes falais por parábolas? E, lhes respondendo, disse: porque, para vós outros, vos foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, para eles, não foi dado. Eu lhes falo por parábolas, porque vendo não vêem, e escutando não ouvem nem compreendem. E a profecia de Isaías se cumprirá neles quando disse: vós escutareis com vossos ouvidos e não ouvireis; olhareis com vossos olhos e não vereis. Porque o coração deste povo está entorpecido e seus ouvidos tornaram-se surdos, e eles fecharam seus olhos de medo que seus olhos não vejam, que seus ouvidos não ouçam, que seu coração não compreenda, e que, estando convertidos, eu não os curasse”. (São Mateus, cap. XIII, v. de 10 a 15) (Kardec, 1984, p.283)
3. O SIGNIFICADO DOS TERMOS
Candeia - do lat. candela, "vela de sebo ou de cera" - significa pequeno aparelho de iluminação, que se suspende por um prego, com recipiente de folha-de-flandres, barro ou outro material, abastecido com óleo, no qual se embebe uma torcida, e de emprego em casas pobres.
Alqueire - do ár. al-kail -, antiga medida de capacidade para secos e líquidos, variável de terra para terra. Na Europa correspondia, pouco mais ou menos a 13 litros; na China, entre 10 e 31 litros. No Brasil, medida agrária que varia de acordo com a região: 48.400m2 (Rj, Go e Mg) e 24.400m2 (SP)
O uso simbólico do alqueire deve-se essencialmente a seu emprego pelas sociedades secretas: a idéia básica é tirar o que está oculto debaixo, mais propriamente, o que está no interior. Para isso, colocavam arroz vermelho, alimento da imortalidade, dentro do alqueire. E, se o alqueire contém esse alimento, é por causa da potência da luz, ou do conhecimento. Refere-se, também, à mitologia, em que o deus irlandês, Diancecht mata o seu filho Miach (alqueire). A filha de Diancecht, chamada Airmed, classificou as trezentas e sessenta e cinco plantas que cresceram sobre o túmulo de seu irmão, Miach. Diancecht, entretanto, colocou-os novamente em desordem, a fim de que ninguém pudesse utilizá-las. Miach (alqueire) simboliza a medida de equilíbrio cósmico, e Diancecht mata o próprio filho porque o conhecimento das plantas não deve ser divulgado. Ele põe esse conhecimento “debaixo do alqueire”. (Chevalier, 1992)
4. CONTEXTO HISTÓRICO DOS EVANGELHOS
4.1. O EVANGELHO DE JESUS
A palavra evangelho, do grego euangélion, quer dizer “boa-notícia”. O sentido mais antigo está relacionado com a gorjeta que se dava aos que traziam “boas-notícias”.
Nas cidades gregas, falava-se do Evangelho quando ecoava a notícia de uma vitória militar ou do nascimento do filho de um rei, de um imperador. Unia-se aos cânticos e às cerimônias festivas, dando uma conotação de alegria.
No Velho Testamento, Deus comunica os seus anúncios de alegria aos patriarcas, a Moisés, aos chefes e aos profetas de seu povo.
No Novo Testamento, Deus dá o maior dos “anúncios”, o anúncio de Jesus. O Evangelho torna-se então “o alegre anúncio” da vinda do Cristo salvador e a proclamação da sua missão. (Battaglia, 1984, p.19 a 21)
4.2. O JUDAÍSMO E O IMPÉRIO ROMANO
O judaísmo compreende as leis, costumes, práticas religiosas peculiares aos judeus a partir do cativeiro da Babilônia.
O povo judeu, ao qual Jesus e os apóstolos pertenciam fazia parte do grande império romano que estendia as asas das suas águias do Atlântico ao Índico. O jugo romano, porém, pesava de modo especial sobre a Palestina ao contrário dos outros povos.
“O ambiente histórico, em que o Evangelho nasceu, é o do judaísmo, formado e alimentado pelos livros sacros do Antigo Testamento, condicionado pelos acontecimentos históricos, pelas instituições nas quais se encontrou inserido e pelas correntes religiosas que o especificaram.
Embora o Cristianismo seja uma religião revelada, diferente da judaica, apareceu historicamente como continuação e aperfeiçoamento da revelação dada por Deus ao povo de Israel. Jesus era um judeu, que nasceu e viveu na Palestina. Os apóstolos eram todos da sua gente e da sua religião. Os primeiros ouvintes do Evangelho e os primeiros convertidos eram adoradores do Deus de Israel e seguidores da legislação mosaica”. (Battaglia, 1984, p. 118)
5. O PROBLEMA DO CONHECIMENTO
5.1. CONCEITO DE CONHECIMENTO
“No conhecimento encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre esses dois elementos, que nela permanecem eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento”. (Hessen, 1968, p. 26)
Desta forma:
- conhecer é reproduzir em nosso pensamento a realidade
- damos o nome de conhecimento à posse deste pensamento que concorda com a realidade.
- à concordância do pensamento com a realidade, chamamos verdade.
5.2. TIPOS DE CONHECIMENTO
a) Conhecimento “folk”, que é o processo pelo qual adquirimos conhecimento ao longo da vida quotidiana e através dos relacionamentos comuns na família, entre amigos, no grupo de iguais etc. Seu defeito maior é a dificuldade de ser acumulado, pois existe apenas nas cabeças dos viventes. Pode desfazer-se com uma simples epidemia.
b) Conhecimento literário, processo de conhecimento envolvendo o uso da escrita ou outras formas de registro de informações. Começou a partir mais ou menos do ano 3.000 a. C. e dura até os dias atuais. Isso veio tornar o problema da transmissão do estoque de conhecimentos de uma geração para a outra muito mais fácil e permitir maior especialização, visto que o estoque de conhecimentos não ficava confinado ao que uma cabeça individual pode guardar.
c) O conhecimento científico pode ser apontado como o terceiro processo de produzir conhecimento, e tem sido o característico dos últimos 300 anos. damo-lhe o nome de ciência. O progresso do conhecimento produzido por esse movimento praticamente dobrou a duração da vida humana, lançou o homem no espaço, explorou toda a superfície da Terra, liberou enorme fontes de energia, criou materiais inteiramente novos e provocou enorme acréscimo de produtividade e de riqueza. (Boulding, 1974, p. 12 a 15)
d) Conhecimento filosófico, como processo de autoconhecimento do homem. A maiêutica socrática encontra-se atualíssima na era moderna.
e) Conhecimento religioso, como processo de relacionamento entre criatura e criador, consubstanciando na Revelação, na intuição e outras formas.
5.3. A LINGUAGEM SIMBÓLICA
No símbolo, a pessoa se expressa. No símbolo a pessoa é conhecida. No símbolo encontra-se com outra no plano da comunicação e da confidência que une dois seres pessoais. Foi por isso, que, com razão, já se definiu o homem como um ser simbólico.
Toda a cultura é uma produção de símbolos dos quais os homens se expressam, se comunicam e se trocam a riqueza interior. (Idígoras, 1983)
A palavra símbolo presta-se a muitas significações. Confundimo-la com a metáfora, a alegoria, a parábola, o apólogo etc. Há, até um matéria filosófica, denominada simbólica, que estuda a gênese, o desenvolvimento, a vida, a morte e a ressurreição do símbolo.
Em se tratando dos ensinamentos de Jesus, precisamos extrair a essência daquilo que ele deixou velado, ou seja, a simbologia de sua linguagem.
6. A PEDAGOGIA DE JESUS
6.1. EDUCAÇÃO
A educação é um processo lento. O amadurecimento do ser requer consideração, reflexão e ponderação constantes.
Por sua própria natureza, a educação é um diálogo. Através desse diálogo, as gerações mais experimentadas transmitem às mais jovens a riqueza de seus conhecimentos e vivências.
Cristo é o grande educador da humanidade. Para educar o povo, recorreu à pedagogia da época: parábolas, hipérboles gráficas e alegorias.
6.2. AS PARÁBOLAS
Parábola é um relato que possui sentido próprio, destinado , porém, a sugerir, além desse sentido imediato, uma lição moral.
No fundo do parabole grego há a idéia de comparação, enigma, curiosidade.
As parábolas evangélicas contadas por Jesus são imagens tomadas das realidades terrestres para serem sinais das realidades reveladas por Deus. Elas precisam de uma explicação mais profunda.
O conhecimento exotérico e o conhecimento esotérico estão implícitos nas parábolas. O conhecimento exotérico refere-se à exposição que Jesus fazia publicamente, enquanto o conhecimento esotérico, refere-se às explicações que Jesus dava aos apóstolos, em particular.
6.3. O MISTÉRIO DO REINO DOS CÉUS
Mistério - do grego mysterion evoca a idéia de coisa secreta. É um dogma religioso cuja compreensão está acima da razão humana. Pode ser, também, o ensinamento dado à parte aos iniciados em uma doutrina ou religião. Temos, assim, o mistério eleusíaco, o mistério órfico, o mistério da encarnação, o mistério da Santíssima Trindade etc.
Reino dos Céus - é uma realidade misteriosa que só Jesus pode dar a conhecer. Jesus revela o reino dos céus às crianças, aos humildes e aos pobres de espírito. Nega-o, porém, aos prudentes. (Leon-Dufour, 1972)
7. A CANDEIA, O ALQUEIRE E O ESPIRITISMO
Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, com o auxílio dos Espíritos superiores, fornece-nos subsídios valiosos para a interpretação desta e de outras passagens evangélicas.
Analisemos, pois:
a) reino dos céus - não é um lugar circunscrito, nem governo ou Estado; é o governo do cada um pela obediência às leis naturais, inscritas por Deus em nossa consciência.
b) o falar por parábolas - Jesus falava, exotericamente, de modo obscuro, somente com relação aos aspectos mais abstratos de sua doutrina; quanto à caridade, falava claramente. Com os apóstolos, mais aptos a compreender o alcance de sua doutrina, falava mais abertamente. E, mesmo com estes, não disse tudo.
c) o mistério - é um instrumento valioso para as religiões, pois seus propagadores não podem fornecer uma luz mais intensa do que aquela que os seus adeptos possam absorver. Observe que a Ciência, descobrindo novas leis da natureza, já elucidou mistérios. Por isso, a necessidade da constante atualização dos conhecimentos.
“O Espiritismo vem hoje lançar luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideravelmente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessivamente e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-la sair da sombra”. (Kardec, 1984, p. 285)
6 - CONCLUSÃO
Todos podemos ser os arautos do Senhor. O Espiritismo nada inventou, apenas facilitou a nossa compreensão das verdades eternas. Cabe-nos, portanto, não só estudar os princípios fundamentais da doutrina, como também, penetrar no âmago do psiquismo humano. Tal empreendimento auxiliar-nos-á eficazmente no sentido de transmitirmos o conhecimento espiritual de acordo com a capacidade de entendimento daqueles que nos ouvem.
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BATTAGLIA, 0. Introdução aos Evangelhos — Um Estudo Histórico-crítico. Rio de Janeiro, Vozes, 1984.
BOULDING, K. E. O Impacto das Ciências Sociais. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 6. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1992.
HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. 4. ed., Coimbra, Armênio Amado, 1968.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.
LEON-DUFOUR, X. e OUTROS. Vocabulário de Teologia Bíblica. Rio de Janeiro, Vozes, 1972.
(Estudo reproduzido do site do Centro Espírita Ismael com a autorização do autor)
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:15

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Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2010

SERÁ QUE TUDO QUE A BÍBLIA DIZ PODE SER ACEITO OU PRATICADO NO MUNDO MODERNO?...CLARO QUE NÃO. SOMENTE UMA ALMA INFANTIL

Você mandaria matar um filho, por ter-lhe faltado com o devido respeito? (Êxodo 21:17)

Alguma vez teve relações sexuais com outra pessoa que não o seu cônjuge? (Levítico 20:10)

Já fez sexo com mulher menstruada, ou estando menstruada? (Levítico 20:18)

Guarda o dia de sábado, não realizando nesse dia qualquer atividade? (Êxodo 20:8 a 11 e Levítico 23:3).

Pois, o Antigo Testamento determina pena de morte para todos estes itens e muitos outros, considerados como graves infrações contra a lei de Deus.

Vamos então analisar um pouco, pensar... apelar para o raciocínio.

Para que a verdade plena estivesse na Bíblia, esta teria de ser absolutamente coerente, sem contradições e de acordo com o bom senso, porque as contradições no corpo de uma doutrina tiram-lhe a credibilidade, a não ser que sejam vistas como contendo enfoques pessoais daqueles que a escreveram, assim como, também, refletirem a mentalidade e os conhecimentos peculiares à época em que foram registrados, ou seja, não poderia ser entendida “ao pé da letra”, mas dentro do contexto de época, condições, mentalidade, simbolismos etc.

Aí, você poderá dizer: “A Bíblia é a palavra de Deus e precisa ser obedecida e não compreendida”.

Mas foi Deus quem nos deu o raciocínio e um pouco de sabedoria, para que possamos discernir em nossa busca pela verdade. E lembramos que Jesus afirmou: “Conhecereis a Verdade e ela vos libertará”, deixando claro que Ele veio ensinar uma ética de vida, como realmente o fez, mas a Verdade viria mais tarde, quando o ser humano já estivesse suficientemente amadurecido para entendê-la e poder, assim, libertar-se dos condicionamentos milenares a que se vê manietado.

Além disso, quem nos garante que a Bíblia seja a palavra direta de Deus, e não um livro escrito por homens, embora sob inspiração superior?

Gostaria de analisar esta questão, sem preconceitos?

De princípio, queremos enfatizar nosso respeito pela Bíblia, pelo que ela representa. Mas nem por isso podemos ignorar as inúmeras contradições, incoerências e até mesmo “barbaridades“ que encontramos em seu corpo.

Vejamos em primeiro lugar algumas de suas contradições:

  1. A primeira se encontra logo no primeiro capítulo de Gênesis, com a criação das noites e dias, a separação das águas, a produção de relva e árvores frutíferas que davam frutos e sementes, para só depois, no quarto dia, serem criados o sol, a lua e as estrelas. Como poderia haver noites e dias, plantas frutificando, sem o sol?
  2. A humanidade inteira, durante milênios e até hoje, estaria pagando pelos pecados de Adão e Eva, embora Deus tenha afirmado em Ezeq. 18:20, Deut. 24:16, Jer. 31:29/30, que os filhos não pagam pelos pecados dos pais, nem o justo pelo pecador. E se o justo não paga pelo pecador, por que Jesus teria morrido na cruz para pagar pelos pecados da humanidade?
  3. Em Êxodo 9:1 a 7 vemos Deus mandando uma praga que matou todos os animais dos egípcios, inclusive os seus cavalos, mas dias mais tarde a cavalaria egípcia é afogada no Mar Vermelho. Que cavalaria, se todos os cavalos tinham sido mortos com a praga?
  4. Como conciliar (Ecles. 9:15): “Os vivos sabem que hão de morrer mas os mortos não sabem de cousa alguma”, com a parábola sobre o rico e Lázaro (Lucas 16:23); ou com a cena em que Moisés e Elias (mortos há séculos), conversaram com Jesus no monte, na presença de três apóstolos (Lucas 9:30), ou ainda, com a entrevista que teve Saul com o espírito de Samuel, já que este estava morto ( 1o Samuel 28:11/20)?
  5. Em Oséas 6:6 Deus diz: “Misericórdia quero e não sacrifícios e o conhecimento de Deus mais do que holocaustos”. No entanto, Ele próprio ordena oferendas, holocaustos e sacrifícios pelos mais insignificantes delitos.

Mas no Novo Testamento também há inúmeras incoerências e contradições:

1 - João afirma: “Se dissermos que não temos pecado, não existe verdade em nós” (1o João, 1:8), mas no cap. 5:18 afirma que “quem é nascido de Deus não peca”.

2 - Não há como conciliar: “Jesus é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos mas ainda pelos pecados do mundo inteiro” (1o João 2:2), com: “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no maligno” (1o João 5:19).

3 - Também os apóstolos nunca se entenderam quanto ao instrumento da salvação, se seria a graça, as obras ou a fé. E lembramos Jesus quando disse: “Não acabareis de percorrer as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem (Mateus 10:23), “alguns dos que aqui estão não verão a morte sem que vejam o Filho do Homem no seu reino” (Mateus 16:28), e, falando sobre o que é interpretado como sua segunda vinda, afirmou que não passaria aquela geração sem que tudo se cumprisse.

É bom lembrar que os Evangelhos foram escritos muitos anos depois da morte de Jesus, sofreram inúmeras traduções, interpretações e até mesmo modificações e enxertos em seus textos, visando acomodá-los às idéias da Igreja Católica que precisava ser aceita pelo paganismo de Roma. Como exemplo podemos citar a guarda do sábado, que foi transferida para o domingo.

4 - Outra contradição bíblica, e das mais gritantes, podemos encontrar entre o Velho Testamento, os Evangelhos e as Epístolas. O conteúdo da mensagem de Jesus está integralmente calcado na mais perfeita justiça, na mansuetude, no perdão e no amor: “A cada um será dado de acordo com suas obras”, “Tudo que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o também vós”, “Olhai as aves do céu...”, “Vinde a mim, vós que estais cansados e sobrecarregados, que eu vos aliviarei”, “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, “Perdoa 70 vezes 7”...

Já o discurso de alguns dos fundadores do cristianismo difere essencialmente dos ensinamentos de Jesus. Por exemplo: o Mestre coloca o amor e a prática do bem, como condições únicas para se alcançar o reino de Deus: “Ama a Deus sobre todas as coisas... Ama o próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mat.22:37/40). Ainda em Mateus, cap. 25, fala sobre o grande julgamento, no qual apenas as atitudes e ações irão pesar na decisão final, e, em inúmeras outras ocasiões, como em Mat. 16:27, afirmou e reafirmou que a cada um Deus retribuirá segundo as suas obras.

Enquanto isso, Paulo afirma que a salvação vem apenas pela fé: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Rom. 3: 28), ao passo que outros dos apóstolos ensinam que é pela graça e outros, pelas obras; não há consenso em seus ensinamentos.

Todos os ensinos de Jesus mostram Deus como o Pai justo e misericordioso, enquanto, em franca oposição, o discurso de Paulo é todo calcado na mentalidade judaica, cujo Deus é vingativo, parcial e injusto: “Logo, tem ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz” (Rom. 9:18), “Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer os vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus mas também dentre os gentios?”

Essas palavras de Paulo enfocam Deus como um grande ditador que rejeita e faz sofrer a uns e beneficia a outros (dentre os seres criados por ele próprio), ao sabor de seus caprichos. Onde a justiça? Onde a misericórdia e o amor sempre presentes nas palavras de Jesus, quando se referia a Deus, chamando-o de Pai?

Por esta pequena amostra já se pode observar que a elaboração da doutrina cristã sofreu profunda influência da mentalidade judaica, desfigurando drasticamente a mensagem do Cristo.

Quanto ao Antigo Testamento, vibra, em inúmeros momentos, com a força do açoite, da espada e da vingança, mostrando um Deus contraditório, quase sempre irado, às vezes furioso, muitas vezes injusto, rancoroso, cruel, e sem saber exatamente o que faz.

Em Deut. 10:18 se diz que Deus “faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes”, concluindo: “Amai pois o estrangeiro, porque fostes estrangeiro na terra do Egito”. Entretanto, ainda em Deut. 20:16, orientando a forma como seu povo deveria invadir e exterminar seis nações para apossar-se de suas terras, Jeová manda matar tudo que tenha fôlego.

Em 1o Samuel 28:17/19, o espírito de Samuel, por intermédio da médium de Em-Dor, diz a Saul que Jeová o castigaria, a ele e a seus filhos, com a morte, e entregaria o povo de Israel nas mãos dos filisteus (o que aconteceu de fato), por ter ele desobedecido a ordem que o Senhor, no furor da sua ira, lhe dera contra Amaleque: Saul teria de matar tudo que tivesse fôlego, inclusive os bebês e até mesmo os animais. A desobediência estava no fato dele ter deixado de matar alguns animais que pretendia oferecer em holocausto a Jeová.

Como poderia ser analisada tal atitude da parte de Jeová?

Num momento de furor manda matar tudo e, porque Saul deixa com vida alguns animais para oferecer-lhe como holocausto, castiga-o com a morte, e não só a ele, mas a toda a sua família, entregando ainda o povo de Israel nas mãos dos filisteus.

E em Num. 31:17/18, Moisés, que comandava o povo sob orientação direta de Jeová, enfureceu-se com os oficiais do Exército porque, ao invadirem as terras dos midianitas, mataram apenas os homens, deixando vivas as mulheres e as crianças. Ordenou-lhes então que matassem todos os meninos e as mulheres, poupando apenas as virgens, para que servissem de diversão aos soldados.

Além das contradições encontradas nesses textos, podemos também observar, estarrecidos, até onde chegaram a injustiça, o machismo e a crueldade patentes nas orientações dadas por Jeová a Moisés.

E esses casos estão ao longo de vários livros do Antigo Testamento, como, por exemplo, em Jos.11:20, quando Israel invadia outros países, para tomar-lhes as terras: “Porque do Senhor vinha que seus corações se endurecessem para saírem à guerra contra Israel, a fim de que fossem totalmente destruídos e não lograssem piedade alguma, antes fossem de todo destruídos, como o Senhor tinha ordenado a Moisés”. E é bom lembrar que aqueles povos invadidos por Israel iam à guerra apenas para defenderem suas famílias, suas vidas, seus bens, seus países.

5 – Outra contradição entre o Velho e o Novo Testamento: “Deus nunca foi visto por ninguém” (João 1:18) e “Ninguém jamais viu a Deus” (1a João 4:12); o que foi confirmado por Paulo: “aquele a quem nenhum dos homens viu nem pode ver” (1a Timóteo 6:16), e pelo próprio Jesus: “não que algum homem tenha visto o Pai” (João 6:46).

Mas lemos no Velho Testamento: “Eu apareci a Abraão, Isaac e Jacó” (Ex. 6:3). Lemos também que Moisés, Arão, Nadib e Abiu e mais 70 anciãos viram Deus (Ex. 24:9-11). Além disso “Deus falava a Moisés face a face, como qualquer homem fala a seu amigo” (Ex. 33:11), e em Num. 12:18, afirma: “Eu falo com Moisés boca a boca e ele vê a forma do Senhor”, e ainda, em 1a Reis 11:9, “Deus, por duas vezes apareceu a Salomão”.

6 – Como entender que Moisés, ao descer do monte com as tábuas da Lei, de cujos mandamentos, um dizia: “Não matarás”, tivesse ordenado à tribo de Levi: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: cada um cinja a espada sobre o lado; passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho”.

Naquele dia (Êxodo 32:28) foram executadas, por seus irmãos da tribo de Levi, mais de três mil pessoas do povo de Israel. E o mais terrível é que em seguida Deus abençoou os assassinos por haverem obedecido àquela ordem tão monstruosa, quanto atroz.

7 – Em Deut. 24:16 Deus afirmou: “Os pais não morrerão pelos filhos e nem os filhos pelos pais, mas cada qual morrerá pelo seu pecado”. Mas, em 2o Samuel cap. 21:1/14, vamos encontrá-lo tão enfurecido contra o ex-rei Saul, a ponto de assolar seu povo com uma fome de três anos, só se aplacando sua ira quando Davi mandou executar, em oferta ao Senhor, sete netos de Saul.

Neste caso, além da contradição, há ainda uma demonstração de furor da parte de Jeová e o sacrifício de seres humanos, em sua intenção, o que lhe aplacou a ira.

Certamente não é essa a imagem que se deve fazer do Criador do universo e da vida, que, se não fosse justo e perfeito em tudo, sua obra seria o caos.

Mas também alguns líderes da nação israelita (considerada pelo Senhor como o povo santo) praticavam feitos desonrosos, pecaminosos e injustos (endossados e apoiados por Jeová) que o Antigo Testamento narra com a maior simplicidade.

Em Gen. 12:10/20, vamos encontrar Abraão, no Egito, enganando o Faraó, dizendo que Sara era sua irmã e não sua mulher. Com isso o Faraó tomou-a para si, recompensando Abraão com muitos bens. E por causa desta perfídia de Abraão, Jeová castigou o inocente Faraó e toda a sua casa com terríveis pragas.

Além disso, o patriarca da nação israelita era incestuoso, porque em Gen. 20:12 confessa que Sara, sua mulher, era também sua irmã por parte de pai, e ainda aceitou presentes riquíssimos que lhe foram dados pelo rei Abimeleque que se havia encantado pela beleza de Sara.

Na verdade, não há o que argumentar, ante o exposto, que, aliás, é uma mínima parcela das contradições que encontramos no corpo da Bíblia e, se há contradições, o bom senso nos diz que não se pode erguê-la como bandeira ou roteiro, muito menos como palavra de Deus. Isto sem falar nas inúmeras barbaridades cometidas por ordem de Jeová, como vimos em vários dos itens apresentados.

Mais adiante expomos algumas hipóteses que explicariam tantas divergências e enfoques contraditórios ao longo do corpo da Bíblia.

Mas há mais, muito mais...

Aquele Deus revelado por Jesus, e que a razão nos diz extrapolar toda a nossa capacidade de entendimento em sabedoria, justiça, amor e poder, não poderia jamais estar sujeito às paixões humanas. No entanto, o escritor e estudioso da Bíblia, Jaime Andrade, contou mais de 60 acessos de cólera atribuídos a Jeová, entre os livros Êxodo e 2o Reis.

A Bíblia, em vários momentos, nos ensina que Deus é justo e a razão assegura que Ele só pode ser perfeito em tudo o que faz, senão, tudo seria o caos. Mas, apesar disso, ao longo dos textos bíblicos a injustiça que lhe é atribuída fere até mesmo as almas mais rudes, como naquele episódio no Egito, em que Jeová endureceu o coração do Faraó para que não libertasse os israelitas e pudesse assim ter um pretexto para massacrar aquele povo inocente com 10 terríveis pragas, inclusive com a morte de todos os primogênitos (até mesmo dos animais) quando “nenhuma casa houve que não tivesse um morto” (Ex. 12:30).

Talvez aquele tipo de procedimento fosse até adequado àqueles povos rudes e primitivos... Mas acha que Deus seria capaz de ordenar tais atrocidades?

Fica, assim, suficientemente claro que o Jeová do Antigo Testamento tinha profundas afinidades e semelhanças com o povo israelita, apresentando, inclusive, os mesmos defeitos, paixões, ambições e idiossincrasias. Tanto isto é verdadeiro que, dentre todos os povos da Terra só cuidou, protegeu e comandou aquela raça, não com a sabedoria, justiça e amor do Criador de todas as coisas, mas com as características que poderia ter o chefe de uma nação, no comando do seu povo. Aliás, um dos títulos que lhe foram conferidos no Antigo Testamento é “Senhor dos Exércitos”.

Lemos em Gênesis 1:31 que Deus, depois da criação, foi examinar se tudo estava perfeito (o Criador do universo e da vida, inteligência suprema, jamais faria algo imperfeito);

Em Gen. 6:6, vamos encontrá-lo arrependido por ter criado o homem .

Será que Deus, a infinita perfeição, poderia arrepender-se de ter feito algo, como se não soubesse bem o que fazer e acabasse errando em seus atos?

Aliás, os arrependimentos de Jeová, estão ao longo da história bíblica, como, por exemplo, em Ex. 32:14, por haver ameaçado o povo de Israel; em 1o Sam. 15:11 e 35, por haver feito rei a Saul; em 2o Sam., por ter dizimado 70 mil pessoas do seu povo; em Jonas 3:10, arrependeu-se do mal que prometera fazer a Nínive, etc.

Entretanto, em 1o Samuel 15:29, este diz, referindo-se a Deus: “Também a Glória de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é homem para que se arrependa”.

Na verdade,tais feitos e tal mentalidade, conforme a que foi mostrada até aqui, são até compreensíveis e compatíveis com uma época como aquela, em que a barbárie predominava, mas jamais poderiam originar-se de Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, perfeito em todos os seus atributos.

- o -

Nossa humanidade pode ser comparada a uma criança. Quando pequena, os pais lhe ensinam várias regras de conduta: não pode bater no irmãozinho, não deve tirar nada dos outros, não deve quebrar as coisas, nem botar o dedo na tomada; não deve dizer nomes feios etc. Se não obedece, os pais a castigam, a fim de corrigi-la.

Ao crescer mais um pouco já começa a seguir aquelas regras para fugir aos castigos, ou para agradar aos pais; por amor a eles.

Ao se aproximar da idade adulta, porém, já passa a guiar-se pelas leis comuns, não mais por temer castigos ou para agradar aos pais, mas por compreender que esse é o seu dever; que as leis existem para resguardar seus próprios direitos e preservar os alheios.

Também na infância da humanidade vários líderes espirituais, sob inspiração divina, criaram religiões com suas leis e preceitos, cada qual adequada à sua época e ao tipo psicológico da raça.

O mesmo ocorreu com o povo israelita, cujo grande líder, Moisés, recebeu no monte Sinai os Dez Mandamentos e criou uma série de leis complementares, muito severas, próprias para educar aquele povo orgulhoso e indisciplinado.

Assim, com medo dos castigos divinos, os israelitas cuidavam de obedecer às leis e, dessa forma, iam acostumando-se à idéia de que não deviam matar nem roubar; que deviam respeitar as coisas sagradas, adorando apenas a um Deus; que precisavam respeitar e honrar a seus pais, não deviam mentir, nem prejudicar o próximo, e assim por diante.

Quando aquele povo já havia assimilado as idéias de justiça e disciplina veio Jesus, trazendo a lei do AMOR. E para que sua mensagem pudesse abrir caminho em meio à mentalidade vigente, iniciando uma nova era para a humanidade, sua passagem pela Terra foi marcada por fatos incomuns, culminando em seu sacrifício na cruz.

Esse sacrifício não teve o significado que lhe deram, o de resgatar com o seu sangue os pecados do mundo. Isto não faz sentido, mesmo porque, sendo Deus onipotente, o máximo poder do universo, autor das leis universais, poderia Ele simplesmente perdoar os pecados do ser humano, sem necessidade de sacrificar alguém, muito menos um inocente. Aliás, essa idéia de sacrificar alguém em nosso lugar é muito cômoda e injusta, partida do egoísmo e hipocrisia humanos.

Mas hoje, com a humanidade entrando numa fase que poderia ser comparada à sua adolescência espiritual, já começam a surgir novos conceitos em termos de religiosidade. Conceitos esses que vigoram como normas de conduta, praticadas livremente pela criatura, mediante sua conscientização como ser cósmico que é, necessitado de conduzir-se dentro de uma ética de vida superior.

São muitos os que já começam a entender que se pode buscar a verdade por vários caminhos; que não há uma religião verdadeira, mas inúmeras facetas da verdade representadas por religiões, e que elas devem caminhar de mãos dadas, trabalhando intensamente para que o homem melhore sua conduta, seus sentimentos, tornando assim o mundo melhor.

Mas, voltando à Bíblia, podemos observar que muitas das suas passagens espelham realmente orientações superiores, reflexos das leis de Deus, como por exemplo, nos dez mandamentos e em outros textos, tipo: “Misericórdia quero, e não sacrifícios”. Há também profunda beleza e elevados sentimentos de religiosidade ao longo de incontáveis dos seus textos, assim como também conselhos e provérbios da mais elevada sabedoria.

Já em outros momentos fica patente a influência de espíritos identificados com o povo israelita, ou seja, seus Guias ou Mentores.

Os 5 primeiros livros da Bíblia (Pentateuco), além de narrarem a gênese da Terra e da vida que nela há, conforme entendimento de seu autor, historiam a saga do povo israelita até chegar às portas de Canaã, a terra prometida, e contém as leis ditadas por Moisés, além dos 10 mandamentos que recebeu no Monte Sinai.

Os outros livros como Josué, Juízes, Samuel, Reis, Crônicas etc., são também históricos, narrando detalhadamente a história da raça ao longo das gerações, contendo também orientações dadas por Jeová, através dos profetas. O livro de Jô conta seu drama, suas lamentações e ilações filosóficas, podendo-se observar que ele acreditava na reencarnação, através de afirmações e indagações que fazia:

“Pergunta às gerações passadas e examina as memórias de nossos pais; pois somos de ontem e o ignoramos” (Jó 8:8 e 9).

“Morrendo um homem tornará a viver?” (Jó 14:14)

“Quantas vezes se apagará a luzerna dos ímpios e lhes sobrevirá a destruição?” (Jô 21:17). Essa luzerna refere-se à vida. As idéias sobre reencarnação, que são muito antigas, diziam que os maus teriam de reencarnar tantas vezes quantas fossem necessárias para tornarem-se bons ou puros.

O livro dos Salmos traz os cânticos de Davi, retratando a glória de Deus, sua justiça e a beleza da sua obra, além de lamentos e petições.

O livro dos Provérbios é do rei Salomão, assim como os Cantares que refletem o amor entre marido e mulher.

Depois vêm os profetas com suas exortações, visões, narrativas e sentenças.

Para os judeus, certamente o Antigo Testamento deve ser um livro sagrado, por conter toda a sua história e as bases de sua vida religiosa.

Mas para nós que somos de outras raças e além do mais, nesta época, como poderíamos entendê-lo?

Pelas citações feitas até agora, que representam uma ínfima parcela das incongruências e absurdos encontrados no Antigo Testamento, podemos levantar algumas hipóteses:

  1. certamente Moisés, visando infundir respeito naquele povo rude e orgulhoso, atribuía à divindade todos aqueles rompantes de ira, ameaças e ordens cruéis de que o Antigo Testamento está repleto, assim como, também, de tantas outras leis e orientações, como as dos holocaustos, oferendas etc.;
  2. é bem provável que os seres espirituais responsáveis pela evolução do povo israelita se fizessem representar por Jeová, uma deidade tribal, talvez até mais de uma, como se pode inferir pela leitura de Gen. 3:22: “Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal”;
  3. o Protetor da nação israelita seria uma entidade mais ou menos identificada com a índole guerreira da raça, pois cada homem e cada povo tem um Guia espiritual compatível com seu próprio grau evolutivo; talvez fosse algum dos seus antepassados, dotado da autoridade necessária para impor-se e dominar.

Esta hipótese é confirmada em 2o Samuel 7:6, quando Jeová disse que habitava no tabernáculo, ou “de tenda em tenda” (1o Crôn. 17:5); em Números os capítulos 28 e 29 são dedicados às ofertas contínuas e às das festas solenes, ofertas essas constituídas de sacrifícios de bodes, cordeiros, novilhos, carneiros, além de manjares e bebidas alcoólicas. Em onze dessas orientações, quando se trata dos sacrifícios dos animais, há a referência ao aroma agradável ao Senhor, como no cap. 28, vers. 27: “Então oferecereis ao Senhor por holocausto, em aroma agradável, dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano”.

Também havia bebidas alcoólicas, conforme se lê no cap. 28, vers. 7: “A sua libação será a quarta parte de um him para um cordeiro; no santuário oferecerás a libação de bebida forte ao Senhor”. No Dicionário Aurélio se lê: “Libação: 1. Ato de libar. 2. Entre os pagãos, ritual religioso que consistia em derramar um líquido de origem orgânica (vinho, leite, óleo etc.) como oferenda a qualquer divindade. 3. Ato de libar ou beber, mais por prazer que por necessidade.”

Pense um pouco no absurdo dessa idéia: o Criador e mantenedor do universo e da vida, habitando nas tendas dos judeus e recebendo prazerosamente oferendas de álcool e sangue?

Esse tipo de procedimento pode ser encontrado, hoje, embora em mínimas proporções, nos terreiros que praticam rituais com bebidas alcoólicas e sacrifício de animais. Esses rituais geralmente são destinados a fazer o mal a alguém, ou a desmanchar um mal que já fora feito em formato semelhante.

E muitos perguntam: como pode um espírito beneficiar-se com esse tipo de coisas?

Muitos espíritos menos evoluídos, cujos corpos espirituais são mais adensados, por sua maior proximidade com a matéria física, procuram nutrir-se com energias animalizadas, a fim de poderem dar continuidade às sensações materiais, como se ainda tivessem o corpo carnal. E eles sugam as energias do sangue que é derramado em sua intenção, assim como de outros elementos que lhes são oferecidos, encontrando nisso grande prazer.

Vemos assim, claramente, que a Bíblia realmente não pode ser a palavra de Deus, sagrada, intocável, inquestionável.

Esse enfoque de sacralidade, no entanto, tem sido usado ao longo dos séculos como recurso para alienar consciências, manietando-as aos ditames das religiões.

Por quê?

1 - Muitos acreditam honestamente nessa sacralidade;

2 - Há interesses em jogo;

  1. Toda uma árvore hierárquica de membros atuantes tem nas religiões o seu meio de vida;
  2. Há a busca do poder religioso, o mais extraordinário instrumento de domínio porque se apodera das consciências, do psiquismo das pessoas, invadindo-as pelos seus pontos mais fracos: o medo e as promessas de felicidade e até mesmo de bens materiais;
  3. Há ainda a ganância, com a possibilidade de enriquecimento para muitos dos seus líderes.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:18

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PUNIÇÃO NUNCA - O AMOR ETERNAMENTE



MENSAGEM SOBRE A QUEDA DO AVIÃO DA TAM, EM 17.07.2007, NO QUAL DESENCARNARAM 199 PESSOAS.

A noite começava a dar novas tintas ao céu de São Paulo. A fumaça negra ainda subia no ar, sinalizando a dor e o desespero.
Os bombeiros trocavam de turno, enquanto, ao longe, no horizonte, atrás dos edifícios que não deveriam estar ali, o sol recomeçava a brilhar, subindo avermelhado na linha do horizonte.
A esquadrilha dos socorristas levava junto, em silenciosas aeronaves espirituais, os funcionários da companhia de cargas. Eles também eram participantes do batalhão dos Leões. Por isso a lei suprema determinou que, dentre dezenas de prédios, o avião desgovernado atingisse exatamente aquele - o da companhia da aeronave.
As horas de dor exigem nos amemos uns aos outros, porque todos estamos comprometidos com a lei suprema. Cabe-nos ampararmo-nos uns aos outros, perdoando-nos e perdoando os que seguem ao nosso lado, vencendo nossos erros do passado. A lei da reencarnação não é feita para punir. Deus, Pai de amor, apenas ensina, não pune. Somos almas imortais. Nosso destino inapelável é a grandeza espiritual. A ela chegaremos quando nos reconciliarmos com nossa consciência manchada pelos erros do passado.
O mesmo amor que enviou os bombeiros encarnados enviou os espíritos especializados em socorrer tais acidentes. Assim, todas as vítimas foram cercadas pelo carinho de espíritos bondosos que as consolaram na difícil passagem da morte do corpo.
O sol começava a inundar São Paulo de luz e de alegria.
Alguns órgãos de notícias difundiam os fatos, às vezes tentando colocar a culpa pelo desastre nos ombros de quem não mais estava encarnado para poder se defender. Queriam manipular a opinião pública, isentando os governantes responsáveis. Cenas e sons se espalharam pelo Brasil, mostrando os horrores do maior acidente aéreo de nossa história.
As cores da alegria do brasileiro transformam-se em tons de tristeza. Ao lado da solidariedade às famílias das vítimas, um sentimento de decepção: o desastre foi uma prova da falta de amor ao país da parte de seus líderes.
O povo brasileiro, que tem a missão de iniciar a era de fraternidade em nosso planeta, segue oprimido e culturalmente alienado: escolas dão diplomas e não ensinam. O conceito de pátria é afogado na lama da corrupção. O abismo entre pobres e ricos se equipara ao de países muito mais pobres do que o nosso. Enquanto isso, homens que deveriam liderar o povo martelam as consciências, sem auxiliá-las a elevarem-se espiritualmente. Onde falta o indispensável para se viver, a moral e a dignidade são artigos dispensáveis.
Moços terminam cursos, sem aprender, em faculdades caras, e arrumam emprego em funções de subserviência. A liderança cultural do país desaparece sob leis que degeneram a cultura e a educação. Indústrias tradicionalmente brasileiras são esmagadas pela falta de preparo dos dirigentes. O poder econômico estrangeiro domina as estruturas básicas da nossa nação e o brasileiro, por justiça dono dos recursos naturais, transformou-se em servidor de organizações que drenam nosso sangue econômico para outras terras.
O aeroporto estava em silêncio, exceto por algumas máquinas que limpavam a pista. As chamas finalmente foram extintas.
Uma tela montada na dimensão espiritual mostrava magotes de sofredores andando sem rumo, na escuridão do umbral; caminhando entre substâncias fétidas e negras. Eram políticos e empresários que haviam falhado em suas missões.
Eles ouviam gemidos e sussurros de dor de velhos e crianças que foram vítimas indiretas da sua liderança, cuja missão deveria ser a de protegê-los. O remorso apunhalava os corações daqueles homens e mulheres que preferiram se esquecer da missão sacrossanta de guiar o povo para mergulharem na irresponsabilidade da corrupção.
Aquela história de dor não terminava ali com a transferência dos espíritos das vítimas: novos tormentos surgiram nos corações dos culpados pelo acidente.
O espírito humano não se libertará do sofrimento enquanto não adequar seu comportamento às leis divinas que regem o universo. O maior presente que a vida nos deu é a certeza de que somos eternos, indestrutíveis. Mesmo que o homem queira destruir-se, a vida continuará na grandeza do espírito humano. O espírito é fagulha divina e pode criar belezas indescritíveis.
Com esforço, nós brasileiros transformaremos esta pátria em imenso canteiro de amor. Nossas florestas brasileiras, rios, cachoeiras, nascentes, lagos e praias são verdadeiros centros de terapia, onde espíritos de todo o mundo podem ser trazidos para se tratarem e se refazerem. Aqui está planejado o surgimento da civilização do amor. No planalto Central está concentrada a força espiritual da civilização brasileira. No norte do país, estão as florestas que, se forem usadas com equilíbrio, protegerão todo o planeta. Porém, a destruição da flora e da fauna nos ataques ao meio ambiente pode alterar profundamente os planos do governo espiritual, interferindo na ascensão espiritual de todo o planeta.
Não foi o acaso que conservou as florestas da faixa do Norte, desde a época do descobrimento, apesar de estarem mais próximas da civilização européia mais de cinco mil quilômetros que o sul. A civilização brasileira floresceu, primeiro, nos estados sulistas.
Que paraíso seria o Brasil se todos retribuíssemos à vida as dádivas que recebemos de Deus na natureza! Nos céus do Brasil, nas cenas do futuro, eu vejo o país que deveríamos ser. A pátria das cidades civilizadas, escolas deslumbrantes, gente bem vestida e feliz, automóveis, barcos, navios, caminhões, trens e ônibus levados por combustíveis aqui produzidos; aviões fabricados por nós mesmos, com tecnologia nossa, já que somos o berço do Pai da Aviação.
Imagino o que seria o meu Brasil, pontilhado de escolas, faculdades de alto padrão científico, difundindo a grandeza humana.
O aeroporto, da noite trágica, ficou em silêncio. Lá fora, um monte de escombros e ferros retorcidos. Aqui dentro do meu coração, um mundo de tristeza e uma certeza: meu país não merece o que alguns dos seus maus filhos fazem à pátria, quando se esquecem da gratidão a Deus, por termos nascido no Brasil.
Cansado e comovido, termino aqui minha difícil tarefa de repórter da desgraça, elevando a Deus uma prece de amor ao meu país e às vítimas - brasileiros como eu.

ALBERTO SANTOS DUMONT
Inventor do Avião
São Paulo, seis horas da manhã  do dia 18 de julho de 2007
Mensagem constante no livro "O VOO DA ESPERANÇA"
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 18:27

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CONSOLADOR PROMETIDO

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO . ALLAN KARDEC
CAPÍTULO VI : O CRISTO CONSOLADOR
ITENS 3 E 4 : CONSOLADOR PROMETIDO

" Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. - Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito."
( João, XIV: 15 a 17 e 26 ).

Nessas palavras de Jesus, parece-me bem clara a idéia de que Jesus se dirigia a toda a humanidade e para todos os tempos, demonstrando como conhecia o futuro e suas necessidades.
Sabia que somente o amor a ele, impulsionaria seus discípulos a prosseguirem na divulgação de seus ensinos, através da palavra e do exemplo, por isso, diz "Se me amais, guardai os meus mandamentos", na mente, no coração e nas ações. E eles o fizeram, com tanto amor que seus ensinos não se perderam, chegando até nós, sendo hoje percebidos com mais clareza, para permanecerem para sempre conosco.
No item 4, desse capítulo, Kardec apresenta o espiritismo como sendo esse consolador, prometido por Jesus, consoante às revelações dos Espíritos, com argumentos comprobatórios.
Jesus promete um outro consolador , que é o Espírito de Verdade, que viria mais tarde, quando a humanidade estivesse mais desenvolvida, mais amadurecida para conhecê-lo. Esse outro, ensinaria todas as coisas e faria os homens lembrarem-se de tudo que ele ensinara.
Se esse outro consolador viria para ensinar todas as coisas, é porque Jesus não pudera ensinar tudo ou falar com mais clareza. E se faria os homens lembrarem-se de tudo que ele havia dito, só pode significar que muitos dos seus ensinos seriam esquecidos, ou mal compreendidos, ou adulterados.
O espiritismo, vindo, na segunda metade do século XIX, quando a Ciência estabelecera o uso da razão na aceitação das verdades possíveis, após uma explosão da mediunidade, trazendo revelações que poderiam ser comprovadas por métodos científicos, aceitas pelo raciocínio e pela lógica dos fatos, é esse consolador prometido.
O Espírito de Verdade preside todo esse acontecimento, conforme a promessa de Jesus.
Surgiram, assim, a ciência espírita que investiga e torna visível e clara a existência do mundo espiritual e seus habitantes e a filosofia espírita, explicando quem somos , de onde viemos, o que aqui fazemos e para onde vamos, desaguando suas descobertas na Moral Cristã, levando o homem a um sentimento religioso de amor a Deus e ao próximo.
Então, todos os ensinos de Jesus, podendo ser comprovados de forma racional, tornam-se claros, demonstrando se constituírem no ideal a ser atingido pela humanidade, conforme asseverou Jesus : " " Eu sou o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai senão por mim", ou seja pela vivência dos seus ensinos e não pelo rótulo religioso ou filosófico.
O espiritismo demonstra como e porquê devemos transformarmo-nos em melhores pessoas, através dessa vivência , sintetizada no amor a Deus acima de todas a coisas e ao próximo como a si mesmo.
Ensinos esses, não mais aceitos pela fé cega, mas pela razão e sensibilidade, pela lógica e pelo sentimento, para que o homem possa realizar seu desenvolvimento espiritual.
Por isso, Kardec escreve: " O espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu, propositadamente, lançado sobre certos mistérios e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores."
O espiritismo vem explicar porquê e como " Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados", demonstrando que a causa das aflições está nas infringências das leis divinas feitas pelos homens, levando-os a consolarem-se com a justiça de Deus, que lhes dá as oportunidades de, com as conseqüências das faltas, repararem as mesmas e corrigirem as imperfeições internas que deram origem a elas, levando esses homens a verem nessas dificuldades, oportunidades de quitação com a lei e de crescimento espiritual, que os levará ao determinismo divino, que é ser perfeito e feliz.
" O espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro, e a dúvida pungente não tem mais lugar na sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrenas se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem para ir até o fim do caminho."
Alguém, que estiver lendo, pode, neste momento, indagar: - Mas como manter essa perspectiva de perfeição e felicidade, sempre, se esse determinismo divino está tão distante de nós, habitantes da Terra?
A perfeição possível ao espírito imortal, realmente, está muito distante de nós. Por isso mesmo, precisamos tê-la como finalidade a ser alcançada através das reencarnações, pelo nosso esforço de desenvolver nosso potencial moral através dos ensinos de Jesus, mais esclarecidos hoje pelos princípios espíritas.
Mas a felicidade do dever cumprido, do perceber-se um pouco mais agradável e atencioso aos outros; do pegar-se em flagrante quando as emoções e os sentimentos negativos estão ainda dentro do ser, e corrigi-los antes de serem transformados ações negativas; do sentir pena do criminoso e pedir a Deus que o proteja, ao invés de pensar : - "Pena de morte para ele" ou " Deve sofrer muito para pagar"; do não mais sentir-se preso aos bens terrenos, procurando auxiliar quem precisa, às vezes até privando-se da compra de algo para si; do esforço das pequeninas renúncias dentro do lar em favor do próximo ou da tranqüilidade do ambiente familiar; do sentir-se contente e feliz, ao levantar da cama, pela manhã, com vontade de abraçar todo mundo... tantas outras inúmeras situações de alegria e prazer, que podemos sentir, em nosso viver, mostram que já podemos gozar de felicidade, aqui mesmo na Terra, e faz-nos pensar que quanto mais nos esforçarmos para desenvolver o amor dentro de nós, de mais felicidade gozaremos.

Centro Espírita Batuíra
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 15:58

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AJUSTES DE DOGMAS

 

 
Ao longo do tempo a Bíblia vem sendo ajustada às conveniências dogmáticas das religiões tradicionais que dela fazem uso.
Todos sabemos, ou deveríamos saber, que, por exemplo, a Trindade foi cópia de tradições pagãs. Uma vez instituído tal dogma, foi necessário ajustar os textos e as interpretações bíblicas a esse, vamos dizer, aculturamento religioso, assim, o que era “um” Espírito Santo, se transformou em “o” Espírito Santo.
Mesmo sem possuirmos profundos conhecimentos que possam nos fornecer pistas de todas as interpolações, algumas saltam aos olhos de tão evidentes, que só não ver quem não quer. Nos textos que iremos analisar deixaremos a numeração dos versículos, para nos ajudar a localização dos trechos que vamos ressaltar.
Uma primeira que poderemos citar encontra-se em Gênesis, especificamente nos capítulos 10 e 11, vejamos:
Gênesis 10:
1. Esta é a descendência dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé, que tiveram filhos depois do dilúvio. 2. Filhos de Jafé: Gomer, Magog, Madai, Javã, Tubal, Mosoc e Tiras. 3. Filhos de Gomer: Asquenez, Rifat e Togorma. 4. Filhos de Javã: Elisa, Társis, Cetim e Dodanim. 5. Foi destes que se separaram as populações das ilhas, cadaqualsegundo o seupaís, língua, família e nação. 6. Filhos de Cam: Cuch, Mesraim, Fut e Canaã. 7. Filhos de Cuch: Saba, Hévila, Sabata, Regma e Sabataca. Filhos de Regma: Sabá e Dadã. 8. Cuch gerou Nemrod, que foi o primeiro valente na terra. 9. Foi um valente caçador diante de Javé, e é por isso que se diz: "Como Nemrod, valente caçador diante de Javé". 10. As capitais do seu reino foram Babel, Arac e Acad, cidades que estão todas na terra de Senaar. 11. Dessa terra saiu Assur, que construiu Nínive, Reobot-Ir, Cale 12. e Resen, entre Nínive e Cale. Esta última é a maior. 13. Mesraim gerou os de Lud, de Anam, de Laab, de Naftu, 14. de Patros, de Caslu e de Cáftor; deste último surgiram os filisteus. 15. Canaã gerou Sídon, seu primogênito, depois Het, 16. e também o jebuseu, o amorreu, o gergeseu, 17. o heveu, o araceu, o sineu, 18. o arádio, o samareu e o emateu. Em seguida, as famílias dos cananeus se dispersaram. 19. A fronteira dos cananeus ia de Sidônia, emdireção a Gerara, até Gaza; depois, em direção a Sodoma, Gomorra, Adama e Seboim, atéLesa. 20. Esses foram os filhos de Cam, segundo suas famílias e línguas, terras e nações. 21. Sem, antepassado de todos os filhos de Héber e irmãomaisvelho de Jafé, também teve descendência. 22. Filhos de Sem: Elam, Assur, Arfaxad, Lud e Aram. 23. Filhos de Aram: Hus, Hul, Geter e Mes. 24. Arfaxad gerou Salé, e Salé gerou Héber. 25. Héber teve dois filhos: o primeiro chamava-se Faleg, porque em seus dias a terra foi dividida; o seu irmão chamava-se Jectã. 26. Jectã gerou Elmodad, Salef, Asarmot, Jaré, 27. Aduram, Uzal, Decla, 28. Ebal, Abimael, Sabá, 29. Ofir, Hévila e Jobab; todos esses são filhos de Jectã. 30. Eles habitavam desde Mesaaté Sefar, a montanha do oriente. 31. Foram esses os filhos de Sem, conforme suas famílias e línguas, suas terras e nações. 32. Foram essas as famílias dos descendentes de Noé, conforme suas linhagens e nações. Foi a partir deles que as nações se dispersaram pela terra depois do dilúvio.
Gênesis 11:
1. O mundo inteiro falava a mesma língua, com as mesmas palavras. 2. Ao emigrar do oriente, os homens encontraram uma planície no país de Senaar, e se estabeleceram. 3. E disseram uns aos outros: "Vamos fazer tijolos e cozê-los no fogo!" Utilizaram tijolos em vez de pedras, e piche no lugar de argamassa. 4. Disseram: "Vamos construir uma cidade e uma torreque chegue até o céu, para ficarmos famosos e não nos dispersarmos pela superfície da terra". 5. Então Javé desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo. 6. E Javé disse: "Eles são um povo e falam uma língua. Isso é apenas o começo de seus empreendimentos. Agora, nenhum projeto será irrealizável para eles. 7. Vamos descer e confundir a língua deles, para que um não entenda a língua do outro". 8. Javé os espalhou daí porto da a superfície da terra, e eles pararam de construir a cidade. 9. Por isso, a cidade recebeu o nome de Babel, pois foi que Javé confundiu a língua de todos os habitantes da terra, e foi daí que ele os espalhou por toda a superfície da terra.
10. Esta é a descendência de Sem: Quando Sem completou cem anos, gerou Arfaxad, dois anos depois do dilúvio. 11. Depois do nascimento de Arfaxad, Sem viveu quinhentos anos, e gerou filhos e filhas. 12. Quando Arfaxad completou trinta e cinco anos, gerou Salé. 13. Depois do nascimento de Salé, Arfaxad viveu quatrocentos e três anos, e gerou filhos e filhas. 14. Quando Salé completou trinta anos, gerou Héber. 15. Depois do nascimento de Héber, Salé viveu quatrocentos e três anos, e gerou filhos e filhas. 16. Quando Héber completou trinta e quatro anos, gerou Faleg. 17. Depois do nascimento de Faleg, Héber viveu quatrocentos e trinta anos, e gerou filhos e filhas. 18. Quando Faleg completou trinta anos, gerou Reu. 19. Depois do nascimento de Reu, Faleg viveu duzentos e noveanos, e gerou filhos e filhas. 20. Quando Reu completou trinta e dois anos, gerou Sarug. 21. Depois do nascimento de Sarug, Reu viveu duzentos e seteanos, e gerou filhos e filhas. 22. Quando Sarug completou trinta anos, gerou Nacor. 23. Depois do nascimento de Nacor, Sarug viveu duzentos anos, e gerou filhos e filhas. 24. Quando Nacor completou vinte e noveanos, gerou Taré. 25. Depois do nascimento de Taré, Nacor viveu cento e dezenove anos, e gerou filhos e filhas. 26. Quando Taré completou setenta anos, gerou Abrão, Nacor e Arã. 27. Esta é a descendência de Taré: Taré gerou Abrão, Nacor e Arã. Arã gerou Ló. 28. Arã morreu em Ur dos caldeus, sua terra natal, quando seu pai Taré ainda estava vivo. 29. Abrão e Nacor se casaram: a mulher de Abrão chamava-se Sarai; a mulher de Nacor era Melca, filha de Arã, queera o pai de Melca e Jesca. 30. Sarai eraestéril e não tinha filhos. 31. Taré tomou seufilho Abrão, seu neto Ló, filho de Arã, e sua nora Sarai, mulher de Abrão. Ele os fez sair de Ur dos caldeus paraque fossem à terra de Canaã; mas, quando chegaram a Harã, se estabeleceram. 32. Ao todo, Taré viveu duzentos e cincoanos, e depois morreu em Harã.
Observar que em Gn 10,1 diz a que se propõe o autor bíblico, aqui ele vai falar da descendência dos filhos de Noé: Cam, Sem e Jafé; o que faz nos versículos 2, 6 e 22. No versículo 5 e reafirmado no 31, está se informando que cada uma desses povos tinham sua língua, o que significa que não se falava a mesma língua.
Mais à frente em Gn 11,10, pulamos propositalmente o trecho Gn 11, 1-9, a narrativa volta descrever a descendência de Sem, um dos filhos de Noé, que vai até o final desse capítulo. Assim, mesmo pulando um trecho o texto mantém-se coerente, sem perder a solução de continuidade, o que vem provar que houve uma interpolação. Fato que também se pode corroborar com a contradição em relação à questão da língua, que anteriormente foi afirmado que cada desses povos originados dos filhos de Noé já falavam cada um a sua língua, entretanto, agora esquecendo-se que foi tido, colocam que todos falavam a mesma língua.
Pode-se então concluir que a história da confusão de línguas ocorrida na construção da Torre de Babel, não ocorreu, está apenas, e muito fora de lugar, tentando-se dar uma explicação singela, bem ao nível intelectual da época, do porquê o homem possuía diferentes línguas: só mesmo por castigo de Deus!
Mateus 27:
1. De manhãcedo, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram umconselhocontra Jesus, para o condenarem à morte. 2. Eles o amarraram e o levaram, e o entregaram a Pilatos, o governador.
3. EntãoJudas, o traidor, ao verque Jesus fora condenado, sentiu remorso, e foi devolver as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e anciãos, 4. dizendo: "Pequei, entregando à mortesangueinocente." Eles responderam: "E o que temos nós com isso? O problema é seu." 5. Judas jogou as moedas no santuário, saiu, e foi enforcar-se. 6. Recolhendo as moedas, os chefes dos sacerdotes disseram: "É contra a Lei colocá-las no tesouro do Templo, porque é preço de sangue." 7. Então discutiram em conselho, e as deram em troca pelo Campo do Oleiro, para fazer o cemitério dos estrangeiros. 8. É por isso que esse campo até hoje é chamado de "Campo de Sangue." 9. Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias: "Eles pegaram as trinta moedas de prata - preço com que os israelitas o avaliaram - 10. e as deram em troca pelo Campo do Oleiro, conforme o Senhorme ordenou."
11. Jesus foi postodiante do governador, e este o interrogou: "Tu és o rei dos judeus?" Jesus declarou: "É vocêque está dizendo isso." 12. E nada respondeu quando foi acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos. 13. Então Pilatos perguntou: "Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?" 14. Mas Jesus não respondeu uma palavra, e o governador ficou vivamente impressionado. 15. Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16. Nessa ocasião tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17. Então Pilatos perguntou à multidão reunida: "Quem vocês querem que eu solte: Barrabás, ou Jesus, que chamam de Messias?" 18. De fato, Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: "Não se envolva com esse justo, porque esta noite, em sonhos, sofri muito por causa dele." 20. Porém os chefes dos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás, e que fizessem Jesus morrer. 21. O governador tornou a perguntar: "Qual dos doisvocês querem que eu solte?" Eles gritaram: "Barrabás." 22. Pilatos perguntou: "E o que vou fazer com Jesus, que chamam de Messias?" Todos gritaram: "Seja crucificado!" 23. Pilatos falou: "Mas que mal fez ele?" Eles, porém, gritaram commaisforça: "Seja crucificado!" 24. Pilatos viu que nada conseguia, e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: "Eu não sou responsável pelo sangue desse homem. É um problema de vocês." 25. O povo todo respondeu: "Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos." 26. Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e o entregou para ser crucificado.
         Ao lermos sequencialmente os versículos 1-2 e 11-25, veremos que a narrativa está perfeitamente inteligível, não perdendo sua solução de continuidade. Os versículos 3-10, que saltamos de início é o trecho que foi interpolado, que foi tão mal feito, que estranhamos que, em geral, as pessoas não percebem isso.
         Veja bem, o versículo 3, numa flagrante contradição com o desenrolar da narrativa, se diz que Judas sentiu remorso quando viu que Jesus havia sido condenado, entretanto, até aquele momento histórico, Jesus apenas tinha sido levado à presença do governador (v. 2). O que, na seqüência, aconteceu está no v. 11, onde diz que Jesus foi posto diante do governador, que passou a interrogá-lo, ou seja, não tinha ainda acontecido a condenação, que só ocorreu mais tarde, quando ele, Pilatos, pede ao povo para decidir entre “Barrabás ou Jesus”, aí sim, manda flagelar Jesus e depois o entrega para ser crucificado (v. 26).
         Há ainda nessa passagem uma outra contradição no que diz respeito ao campo do oleiro, pois aqui diz que os sacerdotes pegaram as moedas devolvidas por Judas e com elas compram o campo, entretanto, em Atos 1,18 se afirma que foi o próprio Judas quem o comprou.
         Aqui o objetivo foi criar um traidor para entregar Jesus, para se ajustar a uma suposta profecia que dizia isso. Entretanto, ao analisarmos a passagem que diz sobre a traição de um amigo (Sl 41,10), percebemos claramente que ela se refere ao rei Davi, autor do salmo, que foi traído pelo seu amigo e conselheiro Aquitofel (2Sm 15,12.31), que remoído se enforca (2Sm 17,23). A coincidência é que essa é exatamente umas das formas citadas na Bíblia sobre como Judas teria morrido, essa é a mais conhecida, a outra diz que ele teria se jogado num abismo (At 1,18).
João 11:
1. Um tal de Lázaro tinha caído de cama. Ele era natural de Betânia, o povoado de Maria e de sua irmã Marta. 2. Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com perfume, e que tinha enxugado os pés dele com os cabelos. Lázaro, que estava doente, era irmão dela. 3. Então as irmãs mandaram a Jesus um recado que dizia: "Senhor, aquele a quem amas está doente." 4. Ouvindo o recado, Jesus disse: "Essa doença não é para a morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela." 5. Jesus amava Marta, a irmã dela e Lázaro. 6. Quando ouviu que ele estava doente, ficou ainda dois dias no lugar onde estava. 7. então disse aos discípulos: "Vamos outra vez à Judéia." 8. Os discípulos contestaram: "Mestre, agorapouco os judeus queriam te apedrejar, e vais de novo para ?" 9. Jesus respondeu: "Não são doze as horas do dia? Se alguém caminha de dia, não tropeça, porque a luz deste mundo. 10. Mas se alguém caminha de noite, tropeça, porque nele nãoluz." 11. Disse isso e acrescentou: "O nosso amigo Lázaro adormeceu. Eu vou acordá-lo." 12. Os discípulos disseram: "Senhor, se ele está dormindo, vai se salvar."
13. Jesus se referia à morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que ele estivesse falando de sono natural. 14. Então Jesus falou claramente para eles: "Lázaro está morto. 15. E eu me alegro por não termos estado, para que vocês acreditem. Agora, vamos para a casa dele." 16. Então Tomé, chamado Gêmeo, disse aos companheiros: "Vamos nós também para morrermos com ele."
17. Quando Jesus chegou, fazia quatro dias que Lázaro estava no túmulo. 18. Betânia ficava perto de Jerusalém; uns três quilômetros apenas. 19. Muitos judeus tinham ido à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20. Quando Marta ouviu que Jesus estava chegando, foi ao encontro dele. Maria, porém, ficou sentada em casa. 21. Então Marta disse a Jesus: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22. Mas ainda agora eu sei: tudo o que pedires a Deus, ele te dará." 23. Jesus disse: "Seu irmão vai ressuscitar." 24. Marta disse: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia." 25. Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. 26. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre. Você acredita nisso?" 27. Ela respondeu: "Sim, Senhor. Eu acredito que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir a este mundo." 28. Dito isso, Marta foi chamar sua irmã Maria. Falou com ela em voz baixa: "O Mestre está , e está chamando você." 29. Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. 30. Jesus ainda não tinha entrado no povoado, mas estava no mesmo lugar onde Marta o havia encontrado. 31. Os judeus estavam com Maria na casa e a procuravam consolar. Quando viram Maria levantar-se depressa e sair, foram atrás dela, pensando que ela iria ao túmulo para chorar. 32. Então Maria foi para o lugar onde estava Jesus. Vendo-o, ajoelhou-se a seus pés e disse: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido." 33. Jesus viu que Maria e os judeus que iam com ela estavam chorando. Então ele se conteve e ficou comovido. 34. E disse: "Onde vocês colocaram Lázaro?" Disseram: "Senhor, vem e ." 35. Jesus começou a chorar. 36. Então os judeus disseram: "Vejam como ele o amava!" 37. Alguns deles, porém, comentaram: "Um que abriu os olhos do cego, não poderia ter impedido que esse homem morresse?" 38. Jesus, contendo-se de novo, chegou ao túmulo. Era uma gruta, fechada com uma pedra. 39. Jesus falou: "Tirem a pedra." Marta, irmã do falecido, disse: "Senhor, está cheirando mal. Faz quatro dias."
40. Jesus disse: "Eu não lhe disse que, se vocêa creditar, verá a glória de Deus?" 41. Então tiraram a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: "Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42. Eu sei que sempre me ouves. Mas eu falo por causa das pessoas que me rodeiam, para que acreditem que tu me enviaste." 43. Dizendo isso, gritou bem forte: "Lázaro, saia para fora!" 44. O morto saiu. Tinha os braços e as pernas amarrados com panos e o rosto coberto com um sudário. Jesus disse aos presentes: "Desamarrem e deixem que ele ande."
Lázaro estava doente, suas irmãs preocupadas mandam avisar a Jesus que afirma “essa doença não é para morte (v.4), e tranqüilo, ainda fica por lá mais dois dias (v.6). Disse aos discípulos que Nosso amigo Lázaro adormeceu, eu vou acordá-lo” (v.11), coerente com o que havia dito antes e também semelhante ao que disse da filha de Jairo “a criança não morreu. Ela está apenas dormindo” (Mc 5,39). Partindo do lugar onde estava, demorou ainda mais dois dias para chegar a Betânia (v. 17), chegando chama Lázaro de volta e ele ressuscita.
Como havia necessidade de fazer de Jesus um milagreiro era melhor ressuscitar um morto que curar um doente. Daí, colocam essas palavras na boca de Jesus: Lázaro morreu”, fazendo-o cair em contradição com o que havia dito antes e com um fato bem semelhante a esse – a filha de Jairo. Poder-se-ia até ser um outro motivo, o de quererem justificar a ressurreição de Jesus, como sendo uma ressurreição física e não espiritual, pois, se fosse espiritual, como explicar o sumiço do seu corpo?
O que é estranho nisso tudo é que sempre afirmam que os textos estão iguais aos originais, certamente isso não é verdade. É muito mais provável que, mesmo agindo de boa-fé, esses textos tidos como originais são copias alteradas que, após uma “queima de arquivo”, se transformaram em originais. Quem fez isso? Não sabemos e na verdade, a essa altura do campeonato, pouco importa, o que importa e sabermos separar o joio que cresceu junto ao trigo.
 
 
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:08

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