Domingo, 9 de Janeiro de 2011

CENTRO ESPÍRITA NÃO É ESCOLA DE ILUSÕES - ACORDEMOS ENQUANTO HÁ TEMPO!

O assunto é recorrente, mas não há como ignorá-lo, até porque o exercício da mediunidade não comporta atitudes levianas, nem admite a insensatez nas suas expressões. Exige, sim, um estudo contínuo dos seus mecanismos, sobretudo quanto à necessidade de o médium filtrar as sugestões mentais exercidas pelo espírito comunicante. Em assim procedendo, conquistará, pela meditação e introspecção enobrecidas, amplos recursos de ordem psíquica, jamais se colocando a serviço de puerilidades e fantasias descabidas, fomentando a fascinação e o desequilíbrio em seus aficionados, que direcionam tudo para o campo da mediunidade.

Os desvirtuamentos, os embustes, as infiltrações de idéias e práticas exóticas são uma realidade em muitos "centros espíritas", de vez que o discernimento - o norte dos médiuns - está sendo preterido pelo "vedetismo", fruto da falta de conhecimento, da ignorância e, até, da irresponsabilidade de dirigentes e cúmplices (quase sempre, mal intencionados), que não visam outra coisa, a não ser o poder, a projeção, o destaque pessoal, colocando seus interesses particulares ou os da família consangüínea, o que é pior, (proprietários e herdeiros materiais dos centros) acima da Causa.

É lamentável a falta de bom senso na prática mediúnica, orientada por excessiva vaidade e arrogância dos dirigentes mandões. A adoção de práticas bizarras, ou não afinadas com a simplicidade e pureza dos trabalhos espíritas, comprometem a essência e o objetivo da organização Espírita, e desorientam seus freqüentadores e assistidos. Por isso, insistiremos nesse tema, quantas vezes forem necessárias, até que os ditos "centros espíritas" retomem a sua real finalidade, ao invés de ludibriarem os inocentes assistidos com luzes coloridas (cromoterapias), para higienizar auras humanas e, acreditem (!), para tratamento de: azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminose, frieiras, etc.. Têm centros que "engarrafam", literalmente, os obsessores. A que ponto chegamos! Não é sem razão que, lamentavelmente, vez ou outra, ouvimos dizerem: - Eu era espírita, mas...

Nas atmosferas planálticas (Brasília e arredores), o apelo místico é irresistível. Difunde-se, por aqui, uma tal desobsessão por "corrente magnética", com um rosário de extravagantes proposições (prática "inventada" em Brasília, por grupos que seduzem empolgados "filantrópicos de carteirinha", através do apelo assistencialista, inoculando estranhas práticas doutrinárias), como, por exemplo, a magnetização "desobsessiva" para afastar Espíritos, nos mesmos moldes como se espantam moscas varejeiras das feridas expostas. Para que se concretize esse objetivo, recorrem à varinha de condão do "choque anímico" (!?), através do qual os enfermos se "libertam" dos obsessores, consoante prometem seus praticantes. Tudo isso, nada mais é do que uma tremenda 'propaganda enganosa'!

Há as inusitadas piramideterapias; gatoterapia (?) (conheço uma pessoa que possui cinco gatos em casa e crê, fervorosamente, que os bichanos irão "atrair" as energias negativas, livrando-a dessas forças malignas, imaginem); cristalterapias; apometrias, e mais uma infinidade de pias, para todos os gostos. Isso, sem deixar de citar que, no mosaico místico de Brasília, aplica-se, até, passes magnéticos nas paredes dos centros para "descontaminá-las" dos maus fluidos.

Muitos "centros espíritas", do Distrito Federal, têm distribuído uma "milagrosa" pomada (cura tudo) do "vovô fulano-sicrano-beltrano de tal". O que se nota, a bem da verdade, é que ainda não há rigor suficiente das instituições espíritas para com a pulcritude doutrinária, tão-necessária. Há os sistemas divergentes, que teimam em se alojar aqui e ali, na tentativa de, pelo decurso do tempo, serem confundidos e aceitos como Espiritismo a saber: ramatisismo, ubaldismo, armondismo, umbandismo, que ganham coro na ala dos apômetras, cromoterapistas, pomadistas, cepistas (adeptos da CEPA). Etc..

Já que estamos desenterrando alguns ossinhos, continuemos: muitos "centros espíritas" promovem benzeduras de objetos, roupas e fotografias. Dedicam-se à hipnose, para pesquisas sobre vidas passadas, e fazem das reuniões mediúnicas um espetáculo ao público. Adotam o uso do defumador, para "espantar o mau e o mal", com hinos adequados às tais reuniões.

Há os que só trabalham na casa espírita com vestimenta branca (simbolizando "pureza d'alma") e o pior é que, quando indagados sobre a fonte de tais práticas, transferem a responsabilidade de seus hábitos, aos espíritos, afirmando não serem eles os autores das idéias, mas, sim, os "Guias" (filosofia do guiismo). "Até no quesito 'administração do Centro Espírita', encontramos casos circenses, em que os espíritos, através de "médiuns confiáveis do grupo", elaboram chapas eleitorais, para a votação de possíveis candidatos à direção da entidade, atestando a incompetência dos encarnados para conduzirem a obra.

Há, até, os centros (acreditem se puderem ou quiserem!) que, estatutariamente, elegem, em caráter vitalício, os seus presidentes, futuros "mentores" do Centro, após o desencarne. Tudo isso por inspiração de "Jesus".

Ainda não terminou! Há outras práticas, digamos - inacreditáveis: dirigentes que celebram casamentos, crismas, batizados, velórios (tudo no salão de reunião pública), além das sempre "justificadas" rifas e tômbolas nos centros, festival da caridade, tribuna para a propaganda político-partidária, churrasco-espírita (alcunham - "almoço beneficente"), preces cantadas, passes com bocejos, toques, ofegos, choques anímicos (?), o estalar dos dedos, palmas, diagnósticos durante o passe pela "vidência": sobre doenças, através de revelações sensacionalistas, provocando desajustes em pessoas psicologicamente despreparadas. "Visualizadores" do além, que não perdem a oportunidade de descrever "quadros" espirituais, diagnosticar obsessões, fazer previsões e outras esquisitices mais, tudo em nome da "doutrina". Porém, com um detalhe relevante: nunca conseguem visualizar os próprios obsessores! Há centros que promovem cursos e palestras sobre a "kundaline", sobre a força da "mandala", etc.. Ufa!

É por essas e outras razões que muitos médicos da ala conservadora da psiquiatria consideram os médiuns neuróticos, psicóticos, com desvios de personalidade, ou esquizofrênicos. Precisamos acabar com as fantasias e muitas mistificações que andam denegrindo o bom nome da mediunidade e do Espiritismo. Devemos dar à mediunidade mais dignidade, pois, estando, por sua vez, tão barateada, tão vulgarizada, acaba por perder as características de nobreza, de sensatez, de pudor que deve revesti-la. Em razão disso, muito melhor, mais prudente, mais razoável, mais lógico e, obrigatoriamente, necessário será que esses centros intensifiquem as reuniões de estudo, meditação e debates racionais para, por fim, concluírem que o Espiritismo tem uma finalidade muitíssimo além do que pensam, é sublime por natureza. Caso contrário, deletem de seus estatutos a terminologia

ESPÍRITA.
Não custa lembrar que a prática espírita sem a devida base moral será, inevitavelmente, uma incursão permanente no mundo do erro e, conseqüentemente, das sombras.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 18:02

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O IDIOTA

 

ENTRE AS DOENÇAS MENTAIS avultam, pela sua gravidade, as oligofrenias - enfermidades devidas a lesões do cérebro e caracterizadas por graus diversos de deficiência mental. Os mais leves são representados pelos casos de simples debilidade mental; os graus médios - pelos de imbecilidade; e o máximo grau é representado pelos casos graves de idiotia.

Cabem dentro dessa classificação geral, constituindo formas clínicas especiais, os casos de mongolismo e de cretinismo, em que intervêm causas endócrinas ligadas a perturbações das glândulas pituitária e tireóide. Finalmente, há ainda a idiotia amaurótica, em que, num supremo requinte de mi­séria física e mental, ao déficit da mente vem juntar-se a cegueira ou amaurose.

A idiotia é, pois, o grau máximo de deficiência mental e realiza, em patologia da mente, aquilo que se poderia designar pela palavra amência (falta da mente).

Enquanto o louco ou demente levou uma boa parte da sua vida em atividade mental normal e equilibrada, somente mais tarde, na mocidade, na. maturidade ou mesmo na velhice, manifestando-se o desequilíbrio - o idiota, ao contrário, nunca teve atividade mental normal, pois já nasceu com o tremendo déficit que caracteriza o oligofrênico grave, ou adquiriu-o muito cedo, nos primeiros meses ou primeiros anos de vida, por traumatismo ou infecção, encefalite ou heredo-sífilis, ou por outras causas que, lesando grave e irremissivelmente o cérebro, comprometeram, no próprio instrumento da sua manifestação, o desenvolvimento da inteligência,, da afetividade e até da motilidade.

Os idiotas nada entendem e, por isso, nada aprendem. Não aprendem a escrever nem a falar, .isto é, não adquirem o maravilhoso instrumento da manifestação do Espírito, que é a linguagem, quer para fazer-se entender, quer para entender os semelhantes.

Seus sentimentos não podem manifestar-se adequadamente, dando, mesmo, a impressão de que nem existem. Pouco se movimentam e, se o fazem, seus movimentos são desconexos, desordenados, ineficientes para uma locomoção normal.

Se tentam falar, emitem apenas alguns sons guturais, ininteligíveis. São almas que não brilham, cuja inteligência não pode resplandecer, sem lampejos de razão ou de raciocínio. Não possuem autodeterminação e a sua inutilidade social é completa.

Pobres idiotas! Que destino tão trágico vos colheu em suas malhas? Por que existis, já que a Divina Bondade existe? Como se explica a vossa desventurada existência, totalmente destituída de luz?

— Só o Espiritismo é capaz de responder a estas angustiosas perguntas que brotam natural e espontaneamente da consciência de toda criatura sensível e racional. E a resposta que o Espiritismo dá é esta: O idiota é um Espírito em expiação dolorosa num corpo deficiente, cujo órgão mais nobre, aquele que coordena e governa as funções corporais, ao mesmo tempo que serve de instrumento apropriado ao exercício de todas as funções psicológicas — o cérebro —, é imperfeito, inacabado, impotente para receber e transmitir os estímulos de que resulta, inteira, a vida psíquica.

É o antigo sábio que empregou sua ciência para o mal, para enaltecer o seu orgulho e ofender o seu Criador; é o artista da pena ou do pincel, ou do som, que empregou o seu talento, ou quiçá o seu gênio, somente para perverter e alimentar as paixões inferiores da humanidade materializada; é o antigo esplêndido tribuno, que soube empregar a sua eloqüência somente para liderar movimentos de subversão e de maldade.

A existência, no mundo, do idiota, existindo um Deus todo bondade e todo justiça, é um sério argumento a opor a todos que, crendo em Deus e no Espírito, consideram herético e inadmissível o princípio da reencarnação e das vidas sucessivas, pois aceitar uma vida de escuridão e trevas como única imposta à alma que habita aquele disforme e estorvado corpo é, “ipso facto”, conceituar Deus como a expressão mesma da parcialidade e da injustiça, do sadismo e da maldade superlativa.

Ninguém há mais desgraçado que o idiota, pois ele tem uma alma e é como se não a tivesse; é, em essência, um Espírito, mas vive como se não o fosse; entre homens dotados de inteligência e razão e sentimentos, capazes de ações amplas e livres, vive sem tudo isso, como um ser inferior; um, animal biologicamente superior, é certo, mas psicologicamente da mais baixa e desconhecida espécie, bruto, bronco, quase inerte.

O idiota chegou a ser comparado pelos psiquiatras a um vegetal!

E, de fato, ele quase só tem vida vegetativa!

Oh! esse quadro, representando a só e única existência de uma alma, criada por Deus, não se coaduna com a Suprema Bondade e só por si seria a negação mais gritante da própria existência da Divindade! Mas não! O idiota não vive pela primeira vez neste mundo! É um Espírito em angustioso estágio expiatório, redimindo-se no calabouço tenebroso do seu corpo, ao mesmo tempo que aprendendo a lição tremenda de que acima do nosso mísero poder há um poder mais alto, que todo poder e liberdade do homem é outorga divina, e que importa à criatura saber como usar a liberdade plena que lhe é concedida pelo Criador, pois que, se abusivo e mau for esse uso, um dia vem em que o dedo de Deus se levanta sobre a orgulhosa cabeça e sua voz sentencia: Basta! Começa, então, a trajetória forçada de escravidão e de opróbrio, de um Espírito criado para ser livre e livremente manifestar as luminosas faculdades e poderes de que foi dotado: depois de ser luz passa a viver em trevas; sendo já águia para altear-se na amplidão, é forçado a rastejar como os répteis e a movimentar-se apenas na viscosa lentidão e inconsciência dos vermes!

Terrível é, vê-se, a sorte futura dos que mal empregam os divinos dons da inteligência, o raciocínio, a palavra, a pena, a ciência, a arte, pois que, abroquelando-se no orgulho e na vaidade, na perversão e na maldade, insensibilizando e enegrecendo a própria alma e as de seus semelhantes, preparam e alicerçam a horrenda escravidão da masmorra que representa o pobre corpo de um idiota!

Fonte: Reformador nº 4 – abril, 1972

PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:01

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Sábado, 8 de Janeiro de 2011

O ESPIRITISMO E SEUS CONTRADITORES

  Vive o mundo, com intensidade crescente, redobrados anseios e aflições multiplicadas. O medo impera por toda a parte e a insatisfação geral, principalmente no seio da juventude, demonstra que, apesar de tantas religiões, de tantos sistemas filosóficos, tantas ideologias que adulam as massas populares, a miséria continua a infelicitar os povos, que são conduzidos, em sua quase totalidade, por lideres espiritualmente cegos. O mundo continua pagando altos juros pela dominação materialista e pela esterilidade de igrejas que perderam já a sua autoridade verdadeiramente espiritual e hoje somente vivem de aparências, buscando em desespero a sobre­vivência que lhes escapa de ano para ano.

  Muito melhores seriam as condições da Humanidade se os princípios pregados e defendidos pela Doutrina espírita fossem mais amplamente aceitos e praticados. Entretanto, certas igrejas irracionalmente combatem o Espiritismo e, com isso, fazem aliança com os seus verdadeiros inimigos, quebrando um vínculo de espiritualidade que constitui a única razão de ser das religiões. Por outro lado, alguns cientistas comprometidos com os diferentes cleros e audaciosos pseudo­-cientistas se armam de absurdas prevenções, absurdas e ridículas, contra os médiuns e os fenômenos mediúnicos.

  Mesmo alguns daqueles que se entregaram a observações rigorosamente controladas por eles mesmos e por outras figuras insuspeitáveis, quer moral, quer cientificamente, temeram e temem confessar a verdade espírita, preferindo subterfúgios ou negativas que os afastem de complicações com as organizações ditas científicas e os grupamentos religiosos. O próprio Charles Richet, homem de ciência que todos os espíritas respeitam, não teve a coragem necessária de agir com o desassombro de William Crookes, Lombroso, Ernesto Bozzano, Camilo Flammarion, Victor Hugo, Gustavo Geley, etc.

  Semelhantes atitudes de dubiedade e fraqueza são responsáveis, em muitos casos, pela falta de esclarecimento de grande parte da Humanidade, pois têm estimulado o desenvolvimento do materialismo, o enfraquecimento do Espiritualismo em determinados setores, vigorizando a ação negativa dos inimigos do Espiritismo. Esses inimigos, beneficiários das mentiras que envenenam a civilização, atual, agem de má fé, socorrendo-se de falsidades e calúnias multiformes, com o fito de satisfazerem a conveniências pessoais ou de grupos. Embora não consigam deter a marcha ascendente do Espiritismo no mundo, conseguem impedir seja ela ainda mais acelerada. Mas serão vencidos fatal­mente. E’ questão de tempo, porque o homem, à força de desilusões tremendas, vai adquirindo experiência e compreendendo, à própria custa, onde deverá buscar a verdade que o fará feliz ou menos infeliz.

  Houve um certo Dr. A. Hesnard que teve o desplante de afirmar em livro que o médium é sempre um doente de “nevrose histérica”. Não é preciso esforço para se ver a maldade da afirmativa dogmática. Sem dúvida alguma, o médium é dotado de uma delicada sensibilidade. Admitamos mesmo, para argumentar, que seja um hiper-sensível. Se a sua sensibilidade não fosse maior que a dos não-médiuns, não estaria apto a exercer o seu papel importante no âmbito do mediunismo, pelo simples fato de não captar as vibrações sutis que essa sensibilidade especial lhe assegura colher e desenvolver.

  A Ciência somente começou a progredir desde quando pôde dispor de aparelhos mais delicados e sensíveis, capazes de lhe assegurar êxito nas pesquisas e experiências incomuns, sem os quais jamais teria alcançado novos progressos em seus diferentes ramos. Ora, o médium é também um aparelho sensível, até ultra-sensível, conforme o grau da sua natureza mediúnica. Dizer, entretanto, que ele é sempre um nevropata, um histérico, constitui ofensa à verdade e à própria Ciência, pois que a verdadeira Ciência não insulta, não calunia, não tergiversa, não mente, não trai, não engana; tem o dever de ser fria em Suas observações e imparcial em suas conclusões.

  No capítulo da fraude, quanta coisa tem sido escrita! Entretanto, não há categoria de trabalho humano, seja de ordem prática, seja no ambiente do pensamento, que não haja sofrido a interferência de elementos perniciosos, simuladores, charlatanescos. Nem a Ciência, nem a Religião puderam livrar-se disso. Haja vista o que disse Jesus no Evangelho acerca dos “falsos profetas”. Portanto, em todas as classes e categorias humanas, a fraude, a mentira e a simulação têm feito incursões mais ou menos demoradas, sem que pudessem destruir a verdade. Quantos médicos charlatães vivem por aí a explorar a credulidade pública e a bolsa do próximo, desonrando uma classe digna e respeitável, onde imensa maioria de homens dedicados enobrecem cada vez mais a espinhosa e humanitária pro­fissão? Devemos enlameá-la toda, negando seus valores reais, porque os charlatães, mesmo formados, procurem tirar proveito do prestigio que essa classe justamente desfruta? E’ claro que não. Deveremos afirmar, por isso, que todos os médicos são charlatães? Leia-se, por exemplo, “A Cidadela”, do famoso médico-escritor, Cronin, na qual é desnudada a mentalidade rasteira, desonesta e viciada de um deles, assim como exaltada, em contraposição, o exemplo maravilhosamente belo de outro. O mesmo acontece com o Espiritismo.

  Á quantidade de médiuns ou falsos médiuns que mistificam e intrujam, buscando vantagens materiais, é mínima em relação ao número de médiuns honestos, corretos, abnegados e fiéis ao seu papel no mundo, pois se entregam com devotamento invulgar, gratuitamente, aos trabalhos mediúnicos, fazendo o bem, dando assistência aos necessitados de várias naturezas, sem olhar sacrifícios pessoais de nenhuma espécie.

  Temos conhecido médicos psiquiatras que são mais perturbados do que os enfermos que os procuram em busca de lenitivos... A generalização feita por Hesnard em seu livro «L’Incons­cient”, revela a sua falta de critério científico, o seu parti-pris”, a sua má intenção.

  Bem inspirado estava Georges Barbarin quando afirmou, em seu livro “Recherche de la N.e Dimension”: “Se, ao lado de homens sábios, probos, esclarecidos, não se aglomerassem também charlatães e imbecis, ninguém duvida que um número muito mais elevado de pesquisadores qualificados teria sido atraído para as manifestações espíritas.”

  Barbarin examina o procedimento dos cientistas europeus de determinada época, quando, em sessão espírita severamente controlada por eles próprios, buscavam apurar a realidade do deslocamento de objetos sem contacto humano. E comenta o cepticismo de outros que não tive­ram o mesmo escrúpulo, nem foram participar das experiências, embora negassem o fato “a priori”:  entretanto, um fato que tem sido observado milhares de vezes sob controle (fiscalização) organizado. Um dos mais antigos desses controles foi o constituído pelos Srs. Gas­parin, Foucault e Babinet, todos da Academia de Ciências, os quais, sem poder explicar, com­provaram em numerosas e repetidas sessões o fenômeno, em plena luz, havendo uma testemunha fiscalizado a superfície da mesa e outras espalhado licopódio em pó sobre o prato da ba­lança (sur le plateau).  E aduz: “Experiências menos antigas, mas idênticas, se efetuaram em 1905, 1906 e 1907, sob o controle de Branly, d’Arsonval, Langevin, Bergson e o casal Curie. O mesmo “fato antifísico” (fait antiphisique), para não falar senão nesse, foi observado por esses ilustres controladores.”

  Que respondeu o professor d’Arsonval, trinta anos depois, em 1936, a Jean Labadie, que lhe perguntara se mantinha o seu anterior testemunho?

  Isto:

  “O relatório de Couturier sobre Eusápia (a médium) foi aprovado por todos os membros da Comissão. No que me concerne, não tenho nada a modificar acerca do que vi. Quanto a explicar, esse é outro assunto. Mas, se eu fosse negar tudo quanto não compreendo!!..”

  Prossegue o comentário de Barbarin, ao pé do testemunho renovado de d’Arsonval: “Anti­físico, bem arranjada a palavra, e mesmo anti­lógico, de tal modo que o grande físico Fou­cault, convidado em 1854, pelos Gasparin, para ir com eles verificar o fato, recusou-se, declarando que, se visse um pedacinho de palha mexer-se sem causa mecânica, ficaria apavorado”...

  Muitos como Foucault, que já participara de uma experiência dessas anteriormente, preferem ficar de lado, recusando a oportunidade da observação própria, por medo do... desconhecido. Muitos vão mais longe, pois se metem a discutir o que ignoram, escorando-se em suposições, levados por analogia sem base ou raciocínios unilaterais, sem a nobreza de caráter que teve Foucault, ao confessar honestamente o seu desarrazoado temor. Então, optam pelo pior, ainda que mais fácil: negam a realidade do. fenômenos mediúnicos, contestam a mediunidade, insultam os médiuns, embarafustam pelo cipoal da fraude e se encastelam num radicalismo mórbido, convencidos de que estão servindo à causa da Ciência que dizem representar.

  Mas nem os verdadeiros cientistas puderam fugir à perseguição e ao preconceito estulto de homens de ciência superados pelo progresso. A História revela que muitos tiveram vicissitude. ao quebrarem tabus científicos e desvendarem novos conhecimentos. Recordemo-nos do que sucedeu a Copérnico, Giordano Bruno, Galileu, Wolff, Scbwann, Darwin, Pasteur, Lister, etc., ora insultados, agredidos, humilhados e perseguidos por cientistas estacionados, ora pelos cleros católico e protestante, que apoiavam os reacionários e levavam até à morte, em alguns casos, aqueles que, iluminados pela chama do pioneirismo, preferiram sacrificar a vida a renunciar à verdade.

  Se entre os mestres da Ciência as coisas correram (e correm) dessa maneira, como poderemos nós, os espíritas, esperar um tratamento diferente, maior compreensão, maior serenidade, maior equilíbrio? Se a ciência oficial tem sido madrasta com tantos vultos eminentes, que só mais tarde foram por ela reconhecidos e glorificados, como e porque devem os espíritas ter melhor sorte?

  Continuemos trabalhando com afinco e fé. Procuremos desenvolver cada vez mais os estudos do Espiritismo, quer no campo fenomênico, quer no campo filosófico-religioso. Devemos continuar sendo rigorosos na fiscalização de todos os nossos trabalhos, porque ao Espiritismo não interessa a mistificação, a fraude, o desrespeito. Somente a verdade, isenta de dúvidas, é que nos satisfaz. Para isto, basta continuemos fieis à Doutrina codificada por Allan Kardec.

   

Fonte: Reformador – fevereiro, 1964

 

PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 19:28

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A INFLUÊNCIA DOS SERES INVISÍVEIS NA VIDA HUMANA


A crença na influência de seres invisíveis na vida dos homens existe desde os princípios da história. Os povos antigos, como os romanos, gregos e egípcios acreditavam em deuses de forma humana, que interferiam diretamente em suas ações. Com o passar dos tempos, outras crenças se foram difundindo, como as figuras dos anjos e santos, capazes de promoverem os milagres e protegerem as pessoas, e o chamado diabo, feitor das tentações e do sofrimento da humanidade.
Com a chegada da Doutrina Espírita, uma nova interpretação foi colocada sobre os seres invisíveis. Ensina o Espiritismo que os homens que viveram na Terra, ao deixarem o corpo físico através da morte, continuam a viver num outro plano, chamado mundo espiritual, onde habitam as almas. Jesus sustenta esta tese quando afirma ser a verdadeira morada do espírito a vida espiritual.
Naquele lado invisível, as almas, ou espíritos, levam o que tiverem acumulado de virtudes ou defeitos adquiridos durante a existência material, ou encarnação. Os homens bons trazem consigo a caridade que praticavam, a paz de espírito e a benevolência. Vivem em um lugar feliz e trabalham constantemente pelo progresso de nosso planeta. Podem ajudar as pessoas encarnadas que lhes pedem auxílio. São o que o povo chama de anjos, santos ou simplesmente Espíritos bons ou superiores.
Quando dirigimos preces a Deus, Ele nos atende através desses seres bondosos, inspirando-nos coragem na vida, fortalecendo-nos nos bons propósitos e, às vezes, trazendo-nos a cura para uma doença ou desequilíbrio psíquico.
Já os homens que quando encarnados, se detiveram na prática do mal, levam para o plano espiritual suas más tendências. Continuam sua atividade perniciosa, inspirando naqueles que continuam na vida material, todos os vícios e defeitos que ainda estão apegados. São os chamados diabos, demônios ou simplesmente maus Espíritos. Podem, com sua maldade e ódio, atrapalhar a vida dos homens, perturbando o sono, a vida familiar, profissional e até causar doenças. Entre a classe dos bons e dos maus Espíritos está a categoria de Espíritos comuns. São seres que quando encarnados não se detinham nem muito no bem, nem tanto no mal. São em maior quantidade, já que assim age a maioria dos homens. Esta classe de Espíritos quase que não tem influência sobre os encarnados. Todo homem sofre constantemente as influências dos bons ou dos maus Espíritos. Porém, cada um tem a liberdade de ceder ou não às boas ou más inspirações. Depende do indivíduo, com seu livre-arbítrio, dar vazão à interferência dos Espíritos na sua vida. Aqueles que procuram fazer o bem, evitar o vício, praticar a caridade e, principalmente, cultivar bons pensamentos estão mais facilmente ligados aos bons Espíritos. Vivendo dessa forma, dificilmente um Espírito maldoso poderá prejudicá-lo. No entanto, aqueles que convivem normalmente em ambientes viciosos, com o excesso de bebida, cigarro, drogas, sexo desregrado, que se satisfazem na ociosidade terão mais afinidade com seres espirituais atrasados, apropriados a esses vícios materiais. Essas entidades poderão, inclusive, influenciá-los em defeitos mais graves, como o crime, a desonestidade, o adultério, a mentira, enfim, tudo o que leva o homem ao caminho da ruína. Palavras e pensamentos perniciosos, falta de apego a uma religião, o desinteresse pelos problemas alheios, o pessimismo, o orgulho são formas mentais que atraem interferências negativas. Com elas, o desequilíbrio espiritual e material não tardará a acontecer.
Quando temos esse posicionamento incorreto frente à vida, dificilmente os anjos,ou bons Espíritos, conseguem nos ajudar, por mais que tentem. Tudo é uma questão de afinidade. Se insistirmos em manter nossos pensamentos voltados para os vícios e prazeres exagerados estaremos impedindo que as boas influências cheguem até nossas mentes. Diante deste mecanismo de intercâmbio entre o visível e o invisível, onde cada um recebe de acordo com sua conduta diária, precisamos buscar a mudança de nosso comportamento, caso queiramos receber as boas inspirações do mais alto. Não precisamos, nem conseguiremos, transformarmo-nos em "santos" do dia para a noite. Imperfeições todos temos. Deus conhece nosso íntimo e sabe o quanto é difícil livrarmo-nos delas. Porém, para que estejamos aptos a ter a companhia dos bondosos amigos espirituais devemos nos pautar pelas orientações do Evangelho de Jesus Cristo, cultivar amizades sadias, sermos úteis à comunidade da qual fazemos parte e lutarmos contra os maus pensamentos que às vezes tentam nos levar a atitudes incorretas. Agindo assim, com certeza não deixaremos que influências espirituais perniciosas possam prejudicar nossas vidas.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 15:50

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Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011

CANDEIAS EM NOITE ESCURA

VENHO DUM TEMPO EM QUE doces babás culturalmente despreparadas mas espiritualmente graduadas nas divinas universidades do amor fraterno, nos contavam histórias - ainda eram histórias e não estórias - singelas, nas quais o bem recebia sempre o seu prêmio e o mal o seu castigo. Em muitas dessas histórias, os heróis anônimos se perdiam pelos caminhos e a noite chegava cheia

de terrores, mas tudo acabava bem quando, a distância, o viajante perdido descobria na escuridão um tímido ponto de luz em torno do qual viviam aqueles que o socorreriam.

Buscamos todos a luz. Mais que uma realidade energética no campo da física, a luz é o símbolo multimilenar do desenvolvimento espiritual. Dela dependemos para ver o mundo que nos cerca e o caminho que pisamos. Em espírito, buscamos as vibrações superiores do amor esse grande gerador de luzes fascinantes. E, a medida em que a luz se realiza em nós, desaparecem as sombras que nos envolvem e se iluminam não apenas as nossas veredas, mas também os caminhos dos que seguem ao nosso lado. Ainda que o desejássemos, não poderíamos guarda-la somente para nós, egoisticamente : ela se irradia por onde andamos e alcança os outros. Tudo no universo é solidário, porque vivemos e nos movemos em Deus, como dizia Paulo.

"Ninguém acende a luz e a coloca debaixo do alqueire", ensinava o Mestre. Quanta sabedoria profunda e intemporal nos seus mais singelos pronunciamentos! Que maravilhoso poder de comunicação na sua capacidade de traduzir em imagens tão nítidas o pensamento mais transcendental...

Vejo ainda, com os olhos da saudade, a lamparina humilde da fazenda, colocada no lugar mais alto para que todos 9,. vissem e nunca debaixo do alqueire.- Pelas paredes - dançavam sombras grotescas, mas nenhuma das sombras chegava perto da luz.

Lembro disso agora, ao verificar' que, mesmo a nossa luzinha humílima de principiantes, quanta gente atrai! São os que vêm buscar consolo, principalmente. Os que "perderam" entes queridos, os que sofrem provações incompreensíveis, os que se consomem no remorso. Mas vêm também os que, sem grandes dores, desejam compreender melhor a vida; que não têm remorsos, mas estão vazios de esperança. Quase todos, senão todos, atrasaram-se pelos caminhos e a noite chegou e se fechou sobre eles. De repente, encontram aqueles que, sem muito brilho, dispõem, no entanto, de uma candeia modesta. São estes os que se iniciaram nas primeiras tarefas do amor, são os que, tendo ainda tão pouco, possuem já o suficiente para dar, têm em si bastante amor para distribuir em nome do Cristo.

É certo que neste crepúsculo dos tempos muitos continuarão extraviados por largo espaço e, infelizmente, não está em nosso poder sacudi-los de sua inconsciência, mas estamos igualmente certos de que não ficarão abandonados à própria sorte, porque Deus vela por todos nós indistintamente. Também a chuva e o sol caem sobre o justo e o pecador, sobre a boa semente e a outra. Que orem por eles os que aprenderam a conversar com Deus, mas aqueles que disponham de uma pequena chama espiritual, ainda que humilde, que cuidem de colocar a candeia sobre o alqueire e não debaixo dele. Não para exibir conhecimentos e alardear virtudes que ainda não temos, mas quem sabe se lá ao longe, na escuridão da noite que nos envolve, algum irmão extraviado não vai enxergar a luzinha e chegar-se exausto e faminto, pedindo pousada, ajuda e carinho. Isso mesmo, daremos na medida das nossas forças e limitações, porque é bom repartir o pouco que temos, "para que a felicidade se multiplique entre nós", como,, diz Agar na sua linda prece. A felicidade aumenta , quando repartida, ao passo que a dor partilhada diminui. Vamos, pois, distribuir a nossa alegria consciente de viver em Deus. Nós sabemos o que somos - espíritos imortais, temporariamente encarcerados num corpo físico. Sabemos de onde viemos - de um longo rosário de vidas que aprofundam suas raízes na escuridão de remotas idades. Sabemos para onde vamos - para os mundos cada vez mais perfeitos que luzem adiante de nós, nas muitas moradas do nosso Pai.

A mensagem que temos a transmitir é, pois, extremamente simples e fácil de entender. Para muitos é ainda difícil aceitá-la, porque se habituaram demais à opressiva aridez da descrença; lembremo-nos, entretanto, daqueles mais desgraçados para os quais não é apenas difícil aceitar a realidade do espírito, mas ainda é impossível.

Que brilhe, então, a nossa luz humilde, alimentada pelo combustível do conhecimento e da caridade que começa a arder em nós. A hora é de dores, muitas e grandes; de desorientação e desespero; de ódios e crueldades. Hora de ajustes aflitivos e desenganos dolorosos. Mas é também uma hora de revelações maravilhosas, de descobertas memoráveis, de conquistas deslumbrantes, de oportunidades raras se, com muito amor e humildade, procurarmos em nosso próprio território íntimo o rastro luminoso que o Mestre de todos nós deixou em nós. Há séculos que ouvimos a sua palavra, repetida insistentemente. Há séculos que muitos de nós a pregamos à nossa maneira, obscurecida pelas paixões e incompreensões que nos toldam a visão. É chegado o tempo de fazê-la florescer e frutificar. É, assim, muito bela a tarefa que temos diante de nós, os que começamos a soletrar o beabá do conhecimento espiritual: incumbe-nos a responsabilidade e a alegria de transmiti-lo, proclamando aos quatro cantos da Terra que somos espíritos sobreviventes a caminho de Deus. E que, por estranho que pareça, Deus está também em nós. "Vós sois deuses!", dizia Jesus. Que brilhe a nossa candeiazinha humilde que não ilumina mais que uns poucos palmos à volta. Há irmãos tão desesperados que anseiam até mesmo por essas migalhas de luz.

Um dia seremos um clarão de amor fraterno, tal como nos quer o Príncipe da Paz.

Revista Reformador – Agosto de 1971

 

PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 13:29

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EVOLUÇÃO: A LEI DA VIDA

Evolução é desenvolvimento, progresso, movimento regular, transformação.

Quando falamos em evolução, vem à nossa mente a luz espiritual de algumas entidades ou uma longa e penosa escada que devemos subir para atingirmos o tão almejado reino dos céus.
Graças a doutrina espírita, hoje sabemos que o reino dos céus, ou até mesmo o inferno, é uma condição do nosso espírito, ou seja, o reino dos céus está dentro de cada um de nós em estado potencial.
Todas as qualidades que possamos imaginar estão dentro de nós, fazendo parte integrante do nosso ser.
Sendo assim, é fácil perceber que evolução é um processo de conscientização espiritual.
Evoluir é nos conscientizarmos do que somos na realidade, a expressão do amor de Deus, nosso Pai Criador.
Jesus quando se referiu ao reino dos céus, nos diz ser semelhante a um grão de mostarda que é a menor de todas as sementes, porém plantada e germinada, transforma-se na maior das hortaliças, a ponto de as aves do céu fazerem ninhos em seus galhos. Se observarmos, vamos verificar que todas as sementes trazem sua espécie em estado potencial.
Analisemos um simples grão de feijão. Podemos ver que ele traz dentro de si, em estado potencial, várias e várias sementes semelhantes.
Quando o observamos, é difícil perceber que isso é uma realidade, mas se plantarmos este mesmo feijão e esperarmos para que possa germinar, então o veremos nascer e produzir frutos, liberando neste desenvolvimento todas as suas potencialidades.
Um jovem raquítico que deseja desenvolver seus músculos, e resolve trabalhar para isso, entra numa academia de ginástica, passa a fazer exercícios disciplinadamente até conseguir, com espaço de meses ou anos, a musculação desejada.
Diante de nossos problemas temos a mania de nos autodesprezar. Quantas vezes não temos coragem de formular uma prece, porque achamos que Deus, Nosso Pai, ou Jesus não irá ouvi-las porque somos impuros, ou não merecemos as bênçãos do Alto.
Precisamos entender que Deus nos ama com amor infinito, independente de como estejamos, porque Ele sabe que as nossas inferioridades são resultantes de um processo de evolução, ou seja, de um processo de conscientização espiritual, e que chegaremos à meta para a qual fomos destinados.
Evolução, portanto, não é aumentar a nossa voltagem de luz, ou subir numa escada mística e imaginária. Evolução, é descobrir e conhecer o nosso mundo interior com todas as suas potencialidades para o bem, é descobrir que esse Deus, que muitas vezes procurávamos no infinito, está dentro de cada um de nós mantendo a nossa vida e o nosso ser.
André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, na primeira parte, falando do fluido cósmico, nos diz:
"O fluido cósmico é o plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano."
É interessante notarmos que as constelações, sóis, mundos e seres vivem no plasma divino como peixes no oceano. Ora, o peixe vive no oceano, para o oceano e pelo oceano, o que equivale a dizer que vivemos envolvidos pelo amor de Deus, Nosso Pai, como se fôssemos peixes no oceano. E é dentro desse Plasma Divino, dentro dessa providência divina que se processa o nosso desenvolvimento, a nossa evolução.
E para trilharmos esse caminho, essa trajetória, que chamamos de evolução, é indispensável não esquecermos o que Jesus nos ensina em João, cap. 14: 6:
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". Façamos dos ensinamentos de Jesus, nosso Mestre e Senhor, o nosso caminho, a nossa verdade que nos conduzirá à vida eterna.
Estejamos certos de que todos nós estamos na posição e na condição exata para o nosso bem, para a nossa evolução espiritual e cada dia é dia de crescer, de expandir o nosso ser, a nossa consciência pela lei do amor, única, que nos levará a edificar o reino divino em cada um de nós. a Lei de amarmos a Deus sobre todas as coisas e principalmente o nosso próximo. 
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 11:06

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Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2011

NINGUÉM SE CASA COM A PESSOA ERRADA


Com tristeza, verificamos no seio das atuais sociedades ocidentais de nosso planeta, e de modo já bastante arraigado no Brasil, a prática abusiva dos divórcios, dos ajuntamentos clandestinos, das separações irresponsáveis com o abandono da família e dos escândalos recheados de cinismo.

E mais: há até quem chega ao exagero de manifestar propósitos relacionados com a extinção ou abolição do casamento, como se tratasse de costume desnecessário.

A propósito, no momento em que rascunhamos este trabalho, somos chamados à atenção, por nossa esposa, para mais um escândalo através da mídia relacionado com o número excessivo de adolescentes grávidas entre 10 e 19 anos. São mães solteiras que, em sua maioria, terão de abandonar a escola para cuidar de filhos sem pais! O próprio Ministro da Saúde se mostra preocupado, achando que tal situação tão seriamente desoladora é conseqüência dos maus exemplos oferecidos pelos adultos. Aliás, a essa situação de se procurar pôr filhos no mundo, na condição de mães solteiras, o ministro cognominou de produção independente. Independente quanto ao arbítrio, sim; mas de modo algum quanto às conseqüências que acarreta às suas famílias, a esses filhos e ao próprio Estado.

O caso é citado aqui dada a oportunidade do assunto e em face de uma entrevista que acompanháramos, não faz muito tempo, quando um juiz da infância e da juventude orientava a uma mãe solteira, dizendo-lhe que filho vem ao mundo para ter pai e mãe, que a sua educação precisa contar com esse duplo apoio. Dava a entender a todos que estavam presentes àquela solene audiência ser essa a função primacial do casamento: assistência e educação aos filhos, com vistas ao bem-estar e defesa da própria sociedade.

Realmente, essa é a finalidade essencial do casamento num mundo que valoriza a civilização. Caso contrário, a Ciência Espírita, que se encontra na Terra por determinação divina, desde abril de 1857, não lhe daria enfoque tão elevado nas questões 695 a 699 de “O Livro dos Espíritos”, obra máxima do Espiritismo.

Não se trata de mero comentário. É manifestação dos Espíritos superiores por determinação divina, através da mediunidade, advertindo o homem planetário quanto à sua responsabilidade de criatura de Deus presa no escafandro carnal.

Já temos tido diversas oportunidades de tratar desse assunto em palestras nas casas espíritas. E, aqui, ele vem a propósito de uma interessante reportagem, na televisão, a respeito das causas de divórcios ou separações de casais, em que se tenta demonstrar que a razão dos fatos deve encontrar-se nos casamentos indevidos, quando alguém se consorcia com a pessoa errada. Se os homens atentassem bem nos ensinos do Evangelho, pensariam melhor antes de externar certos juízos relacionados com as separações no casamento.

Vejamos de que modo Jesus respondeu aos fariseus, quando, para tentá-lo, indagaram se era lícito ao homem abandonar a sua mulher por qualquer motivo. E como o Mestre respondesse em sentido contrário, citando a lei divina, eles perguntaram por que Moisés mandou dar-lhe carta de divórcio e abandoná-la?

E Jesus, Cristo de Deus, responde-lhes com estas palavras: “Moisés, por causa da dureza de vossos corações, vos permitiu repudiar as vossas mulheres; mas no princípio não foi assim” (Mateus, 19:3-8).

A bem da verdade, ninguém casa com a pessoa errada, seja qual tenha sido o móvel do casamento. Enganam-se os que assim pensam. Os casamentos são sempre acertados ou melhor preparados na vida espiritual, em face dos desacertos, abusos, crimes ou incontinência moral praticados em encarnações anteriores. De modo que os Espíritos comprometidos com a lei divina, no passado, reencarnam com o fim de reparar esses males que envolveram, até mesmo, os que virão depois na condição de filhos.

A reencarnação é a grande e luminosa forma de aperfeiçoamento das almas e reparação dos erros em que se comprometeram por desatentas às leis que regem a Vida. Um dia, quando a Humanidade toda atentar no papel do Espiritismo no mundo, compreenderão que ele não veio para destruir as religiões, pelo contrário, veio para iluminá-las, esclarecendo-as, sobre a lei das vidas múltiplas como meio de purificação dos Espíritos. Nesse dia, todos compreenderão melhor a importante função do casamento.

Compreenderão todos que não há, e nunca houve, casamento errado, nem mesmo no tempo em que os casamentos eram determinados pela tirania dos pais, em face de interesses de ordem econômica e social; nem mesmo quando, ainda hoje, alguém se aproxima de uma mulher ou de um homem com intenções levianas!... Ah, homens do mundo como sois imperfeitos e atrasados, mesmo quando vos vangloriais de vossos títulos acadêmicos!

Cada indivíduo está casado ou vai casar-se com a pessoa certa, com quem se comprometeu na teia dos desatinos e das paixões, num passado distante. O que ocorre é que, após o enlevo das fantasias à qual dão o nome de paixão, caem as máscaras e cada um passa a ver o outro tal como ele é. Porque os casamentos, em nossas sociedades, ainda são provacionais em sua grande maioria. Estudai bem, homens do mundo, a Revelação Espírita.

Há os casamentos de almas que não se rebelam diante do realismo de suas provas ou expiações. E esses são tidos como felizes. E os filhos que deles se originam dispõem de melhor condição de se prepararem para a vida. São casamentos felizes, muitas vezes na aparência, porque representam uniões de almas um pouco mais evolvidas no processo de seu caminhar incessante na direção do infinito bem.

Naqueles lares, porém, onde os pais reagem ou se rebelam diante da prova ou da expiação, os filhos se sentem infelizes e correm riscos sérios em relação à sua formação social, por cujos desajustes os pais responderão mais tarde.

Os divórcios ou separações ocorrem em função do livre-arbítrio de cada casal ou do cônjuge responsável, mas não se encerram aí. Esses Espíritos deverão encontrar-se mais adiante, no roteiro da marcha evolutiva, depois de sofrerem bastante, no cumprimento dos compromissos que retardaram!...

INALDO LACERDA LIMA
Reformador Dez/99
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 13:45

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Domingo, 2 de Janeiro de 2011

OPORTUNIDADE E TEMPO – ANO NOVO

Todos querem iniciar mais um ano com esperanças renovadas. É um momento de alegria e confraternização.

As rogativas, em geral, são para que se tenha muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.

Mas será que se tivermos tudo isso teremos a garantia de um ano novo cheio de felicidade?

Se Deus nos dá saúde, o que normalmente ocorre é que tratamos de acabar com ela em nome das festas. Sejam com os excessos na alimentação, bebidas alcoólicas, tabaco, ou outras drogas não menos prejudiciais à saúde.

Não nos damos conta de que a nossa saúde depende de nós.

Dessa forma, se quisermos um bom ano, teremos que fazer a nossa parte.

Se pararmos para analisar o que significa a passagem do ano, perceberemos que nada se modifica externamente.

Tudo continua sendo como na véspera. Os doentes continuam doentes, os que estão no cárcere permanecem encarcerados, os infelizes continuam os mesmos, os criminosos seguem arquitetando seus crimes, e assim por diante.

Nós, e somente nós podemos construir um ano melhor, já que um feliz ano novo não se deseja, se constrói.

Poderemos almejar por um ano bom se desde agora começarmos um investimento sólido, já que no ano que se encerra tivemos os resultados dos investimentos do ano imediatamente anterior e assim sucessivamente.

Poderemos construir um ano bom a partir da nossa reforma moral, repensando os nossos valores, corrigindo os nossos passos, dando uma nova direção à nossa estrada particular.

Se começarmos por modificar nossos comportamentos equivocados, certamente teremos um ano mais feliz.

Se pensarmos um pouco mais nas pessoas que convivem conosco, se abrirmos os olhos para ver quanta dor nos rodeia, se colocarmos nossas mãos no trabalho de construção de um mundo melhor, conquistaremos, um dia, a felicidade que tanto almejamos.

Só há um caminho para se chegar à felicidade. E esse caminho foi mostrado por quem realmente tem autoridade, por já tê-lo trilhado. Esse alguém nós conhecemos como Jesus de Nazaré, o Cristo.

No ensinamento "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" está a chave da felicidade verdadeira.

Jesus nos coloca como ponto de referência. Por isso recomenda que amemos o próximo como a nós mesmos nos amamos.

Quem se ama preserva a saúde. Quem se ama não bombardeia o seu corpo com elementos nocivos, nem o espírito com a ira, a inveja, o ciúme etc.

Quem ama a Deus acima de todas as coisas, respeita sua criação e suas leis. Respeita seus semelhantes porque sabe que todos foram criados por ele e que ele a todos nos ama.

Enfim, quem quer um ano novo repleto de felicidades, não tem outra saída senão construí-lo.

Importa que saibamos que o novo período de tempo que se inicia, como tantos outros que já passaram, será repleto de oportunidades. Aproveitá-las bem ou mal, depende exclusivamente de cada um de nós.

***

O rio das oportunidades passa com suas águas sem que retornem nas mesmas circunstâncias ou situação.

Assim, o dia hoje logo passará e o chamaremos ontem, como o amanhã será em breve hoje, que se tornará ontem igualmente.

E, sem que nos dermos conta, estaremos logo chamando este ano que se inicia de ano passado e assim sucessivamente.

Que todos possam aproveitar muito bem o tesouro dos minutos na construção do amanhã feliz que desejamos, pois a eternidade é feita de segundos.•.

Autor: Equipe da Redação do Momento Espírita, com base no livro Repositório de sabedoria, verbetes: oportunidade e tempo.
PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 11:49

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