Terça-feira, 31 de Janeiro de 2012

INIMIGO REAL


Geralmente, todos os nossos adversários, no fundo, são nossos instrutores.

À maneira do martelo que, tangendo a pedra, acaba aperfeiçoando-lhe a beleza, aquele que se coloca em oposição à nossa maneira de crer, sentir ou pensar, freqüentemente é fator de estímulo à elevação de nossos dotes pessoais.

O invejoso, invariavelmente, ensina-nos a prudência, o despeitado nos induz ao aprimoramento próprio.

O caluniador nos auxilia a marchar no caminho reto e o perseguidor gratuito nos auxilia a perseverar no bem.

Assim, então, se um inimigo poderoso devemos identificar junto de nós, na estrada do mundo - inimigo que nos arma as piores ciladas e nos constrange a cair nas mais escuras armadilhas do remorso e da dor - esse é o nosso próprio Eu, adversário terrível de nossa verdadeira felicidade, sempre imantado à concha de sombras em que se refugia, sob as paredes da indiferença.

Combatamos a nós mesmos cada dia, em nome do bem que abraçamos.

Não vale afirmar sem exemplo, nem sonhar sem trabalho.

Adquirir conhecimentos superiores para adorá-los com o incenso de nosso personalismo é transformar a vida em êxtase delituoso, quando a Terra nos pede rendimento de esforço para a obra do Bem Infinito.

Guerreemos o inimigo que se oculta, armado de astúcias mil na fortaleza de nossa animalidade multissecular, dando caça às suas manifestações de inferioridade, com os dissolventes da compreensão, do trabalho, da bondade e do amor e asfixiando-lhe o ignominioso comando, que tantas vezes nos tem arrojado aos despenhadeiros do crime das reparações dolorosas, ouçamos, nas torres de nossa alma, a voz do Cristo, o único mentor capaz de conduzir-nos à bênção íntima da imperecível libertação.

Emmanuel
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 18:50

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Sexta-feira, 6 de Janeiro de 2012

SOBRE O CARNAVAL


Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.
Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.
Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.
Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.
Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.
É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.
Emmanuel
Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939.
(Encartado também na Revista Internacional de Espiritismo, exemplar de Janeiro de 2001 páginas 565 e 566 - Editora O Clarim).
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:01

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Sábado, 13 de Agosto de 2011

PAI E AMIGO


É possível que essa ou aquela falta te sombreie o coração, impelindo-te ao desânimo.

Anseias respirar a fé pura, entregar-te aos misteres do bem, contudo, trazes remorso e tristeza.

 Dissipaste as forças da vida, extraviaste votos santificantes, erraste, caíste na negação, qual viajor que perdesse a luz..

.Entretanto, recorda a Providência Divina a reerguer-te.

 O amor de Deus nunca falta.

 Para toda ferida haverá remédio adequado

.Para todo desequilíbrio aparecerá o reajuste

.Fixa-te no ensinamento do Cristo, enunciando o retorno do filho pródigo.

 O reencontro não se deu em casa, com remoques e humilhações para o moço em desvalimento.

 Assinalando-o no caminho de volta " e, quando ainda estava longe, o pai, ao ve-lo, moveu-se de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.

 O pai não esperou que o filho se penitenciasse o rojo, não exigiu excusas, não solicitou justificativas e nem impôs condições de qualquer natureza para estender-se os braços; apenas aguardou que o filho se levantasse e lhe desejasse o calor do coração.

 
  Psicografia de Francisco Cândido Xavier Emmanuel - Livro - Palavras de Vida Eterna 
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 00:14

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Quarta-feira, 1 de Julho de 2009

ANJOS DESCONHECIDOS

 

Emmanuel
 
Há guardais espirituais que te apóiam a existência no plano físico e há tutores da alma que te protegem a vida mesmo na Terra.
Freqüentemente centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pão. Admiras os artistas renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esquecem facilmente os braços humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras-primas da esperança e da paciência. Aplaudes os heróis e tribunos que se agigantam nas praças;todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te felicitam. Ouves, em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade doméstica, invariavelmente disposta a te estenderem generosidade e carinho.
                                                               *
Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram merecidas mente, à custa de inteligência e trabalho; contudo, reverenciam também aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao apreço de sacrifícios pungentes.
São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram à fé e irmãos que te ensinaram a confiar e servir... Vários deles jazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio do entardecer; alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo às gerações que retomam a lide terrestre, enquanto outros muitos embora enrugados e padecentes, quais cerídeos do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes.
Pensas nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de quando em quando, unge-lhes o coração de reconhecimento e alegria. Para isso, não desejam transfigurar-se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estímulo, uma prece ou uma flor.
 
 
Livro “Justiça Divina”-Psicografia Francisco Cândido
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 19:54

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SOLIDÃO



"O presidente, porém, disse: - mas, que mal fez ele?
E eles mais clamavam, dizendo: - seja crucificado."
(Mateus, 27:23)

À medida que te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te constringe a alma sensível.
Onde se encontram os que sorriram contigo no parque da primeira mocidade? Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas horas de fantasia? Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras ridentes do início?
Certo, ficaram...
Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contato da menor chama de luz que se lhes descortine à frente.
Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio...
Dentro de ti, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não seres compreendido...
Tua voz grita sem eco e teu anseio se alonga em vão.
Entretanto, se realmente sobes, que ouvidos te poderiam escutar a grande distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de pronto, os teus ideais de altura?
Choras, indagas e sofres...
Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso?
A ave, para libertar-se, destrói o berço da casaca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida.
A solidão com serviço aos semelhantes gera a grandeza.
A rocha que sustenta a planícia costuma viver isolada e o Sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho.
Não te canses de aprender a ciência da elevação.
Lembra-te do Senhor, que escalou o Calvário, de cruz aos ombros feridos. Ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça.
Recorda-te dele e segue...
Não relaciones os bens que já espalhaste.
Confia no Infinito Bem que te aguarda.
Não esperes pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento. E não olvides que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Amigo dos Homens não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado.

Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 15:02

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Sexta-feira, 5 de Junho de 2009

ENTES AMADOS


Tema – No trato com os entes queridos

Referimo-nos aos entes amados como sendo tesouros do coração. Erigem-se na existência, por bênçãos de Deus que nos enriquecem de tranqüilidade e reconforto. São eles pais ou filhos, parentes ou companheiros, irmãos ou amigos que nos entretecem a alegria de viver com o doce magnetismo da afinidade. Para eles voam os nossos melhores pensamentos de carinho e previdência, tolerância e compreensão. Às vezes, supomos encontrar neles as mais nobres criaturas da Terra e, no afã de testemunhar-lhes a confiança e ternura, proclamamos o intento de subtraí-los às dificuldades educativas do mundo, sob o pretexto de livrá-los de sofrimento e tentação. Decerto, semelhante empresa é atenciosamente seguida na Vida Maior pelos instrutores devotados que nos patrocinam a inspiração e a segurança.
A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão-somente legítima, é indispensável. E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a frutescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos.
Habitualmente, contudo, um problema aparece na lavoura afetiva a que nos consagramos: - tranca-se-nos o afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, a pouco e pouco, se transformam em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber.
Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.
Cada um de nós traz consigo realizações inacabadas, objetivos por atingir, tarefas ou débitos diferentes que, na maioria das ocasiões, não nos permitem a comunhão imediata uns com os outros.
À vista disso, os que desejamos tanto a felicidade das criaturas que se nos fazem extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência – o dom da independência que a Lei Divina a todos nos conferiu.
Auxiliemos nosso entes amados a serem eles próprios, com as faculdades que lhes singularizam a alma. Devotemo-nos à construção da felicidade deles, com os mais entranhados sentimentos do coração, mesmo porque as Revelações Divinas nos conclamam incessantemente a amar-nos com entendimento recíproco, mas peçamos a Deus nos ajude a reconhecer-lhes a liberdade, a fim de que escolham os caminhos e experiências que lhes pareçam mais justos à jornada de progresso e elevação, sem que haja cativeiro na vida, nem para eles nem para nós.
Emmanuel
Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 23:44

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ENTES AMADOS


Tema – No trato com os entes queridos

Referimo-nos aos entes amados como sendo tesouros do coração. Erigem-se na existência, por bênçãos de Deus que nos enriquecem de tranqüilidade e reconforto. São eles pais ou filhos, parentes ou companheiros, irmãos ou amigos que nos entretecem a alegria de viver com o doce magnetismo da afinidade. Para eles voam os nossos melhores pensamentos de carinho e previdência, tolerância e compreensão. Às vezes, supomos encontrar neles as mais nobres criaturas da Terra e, no afã de testemunhar-lhes a confiança e ternura, proclamamos o intento de subtraí-los às dificuldades educativas do mundo, sob o pretexto de livrá-los de sofrimento e tentação. Decerto, semelhante empresa é atenciosamente seguida na Vida Maior pelos instrutores devotados que nos patrocinam a inspiração e a segurança.
A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão-somente legítima, é indispensável. E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a frutescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos.
Habitualmente, contudo, um problema aparece na lavoura afetiva a que nos consagramos: - tranca-se-nos o afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, a pouco e pouco, se transformam em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber.
Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.
Cada um de nós traz consigo realizações inacabadas, objetivos por atingir, tarefas ou débitos diferentes que, na maioria das ocasiões, não nos permitem a comunhão imediata uns com os outros.
À vista disso, os que desejamos tanto a felicidade das criaturas que se nos fazem extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência – o dom da independência que a Lei Divina a todos nos conferiu.
Auxiliemos nosso entes amados a serem eles próprios, com as faculdades que lhes singularizam a alma. Devotemo-nos à construção da felicidade deles, com os mais entranhados sentimentos do coração, mesmo porque as Revelações Divinas nos conclamam incessantemente a amar-nos com entendimento recíproco, mas peçamos a Deus nos ajude a reconhecer-lhes a liberdade, a fim de que escolham os caminhos e experiências que lhes pareçam mais justos à jornada de progresso e elevação, sem que haja cativeiro na vida, nem para eles nem para nós.
Emmanuel
Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 23:44

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Sábado, 21 de Março de 2009

EM FAVOR DOS DESENCARNADOS


Tema – Meditação ante os que partiram

Não te encerres no passado, com a suposição de honrar a vida. Cada tempo da criatura na Terra se caracteriza por determinada grandeza, que não será lícito falsear. A infância tem a suavidade da semente que germina; a juventude guarda o encanto da flor que desabrocha e a madureza apresenta a glória tranqüila da árvore frutescente.
Não julgues que ames a alguém sem que lhe compreendas as necessidades de cada período da existência. A isso nos reportamos a fim de que ajudes positivamente aos seres queridos que te precederam na grande romagem da desencarnação. Sem dúvida, agradecem eles o carinho com que lhe conservas o retrato da forma física ultrapassada; contudo, ser-te-ão muito mais reconhecidos sempre que lhes reconstituas a presença através de algum ato de bondade a favor de alguém, cuja memória agradecida lhes recorde o semblante em momentos de alegria e de amor, que nem sempre no mundo puderam cultivar.
Decerto, sensibilizam-se ante a flor que lhes ofertas às cinzas, mas se regozijam muito mais com o socorro que faças a quem sofre, doado em nome deles, pelo qual se sentem mais atuantes e mais vivos, junto daqueles que ficaram...
Quando mentalizes os supostos desaparecidos na voragem da morte, pensa neles do ponto de vista da imortalidade e do progresso. Um coração materno tem o direito de guardar por relíquias as roupas enfeitadas e curtas dos filhinhos que acalentou no berço, mas seria loucura impor-lhes a obrigação de usá-las, depois de homens feitos, sob o pretexto de que somente assim lhe retribuirão devotamento e ternura.
Reverencia aqueles que partiram na direção da Vida Maior, mas converte saudade e pesar em esperança e serviço ao próximo, trabalhando com eles e por eles, em termos de confiança e reconforto, bondade e união, porquanto eles todos, acima de tudo, são companheiros renovados e ativos, aos quais fatalmente, um dia, te reunirás.

Livro: Encontro marcado - Emmanuel – Chico Xavier

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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:32

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EM FAVOR DOS DESENCARNADOS


Tema – Meditação ante os que partiram

Não te encerres no passado, com a suposição de honrar a vida. Cada tempo da criatura na Terra se caracteriza por determinada grandeza, que não será lícito falsear. A infância tem a suavidade da semente que germina; a juventude guarda o encanto da flor que desabrocha e a madureza apresenta a glória tranqüila da árvore frutescente.
Não julgues que ames a alguém sem que lhe compreendas as necessidades de cada período da existência. A isso nos reportamos a fim de que ajudes positivamente aos seres queridos que te precederam na grande romagem da desencarnação. Sem dúvida, agradecem eles o carinho com que lhe conservas o retrato da forma física ultrapassada; contudo, ser-te-ão muito mais reconhecidos sempre que lhes reconstituas a presença através de algum ato de bondade a favor de alguém, cuja memória agradecida lhes recorde o semblante em momentos de alegria e de amor, que nem sempre no mundo puderam cultivar.
Decerto, sensibilizam-se ante a flor que lhes ofertas às cinzas, mas se regozijam muito mais com o socorro que faças a quem sofre, doado em nome deles, pelo qual se sentem mais atuantes e mais vivos, junto daqueles que ficaram...
Quando mentalizes os supostos desaparecidos na voragem da morte, pensa neles do ponto de vista da imortalidade e do progresso. Um coração materno tem o direito de guardar por relíquias as roupas enfeitadas e curtas dos filhinhos que acalentou no berço, mas seria loucura impor-lhes a obrigação de usá-las, depois de homens feitos, sob o pretexto de que somente assim lhe retribuirão devotamento e ternura.
Reverencia aqueles que partiram na direção da Vida Maior, mas converte saudade e pesar em esperança e serviço ao próximo, trabalhando com eles e por eles, em termos de confiança e reconforto, bondade e união, porquanto eles todos, acima de tudo, são companheiros renovados e ativos, aos quais fatalmente, um dia, te reunirás.

Livro: Encontro marcado - Emmanuel – Chico Xavier

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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:32

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Domingo, 1 de Março de 2009

A VIDA E A MORTE



Por solicitação do amigo, sr. Murilo Jardim, Diretor do jornal “Lavoura e Comércio”, de Uberaba, realizamos para o Programa Olavo Marcos, do Jornal da Globo, em São Paulo, interessante entrevista com Chico Xavier, abordando temas de grande atualidade.
Sem maiores comentários de nossa parte, ouçamos a palavra dos Espíritos Superiores pelos lábios do nosso Chico.

IMORTALIDADE
P - O que é a vida? O que é a morte?
R - Estamos à frente de uma indagação que deve ser endereçada aos sábios do mundo e não a um imperfeito e pequeno servidor da fé religiosa, qual me acontece.
Ainda assim, posso dizer que me vejo, simbolicamente, na condição de um lagarto que conseguisse viver, durante longo tempo, e que, por isso enxergou muitos lagartos-companheiros se cadaverizarem na forma de casulos aparentemente secos e imóveis, a se transformarem, logo após, em borboletas que vencem alturas, surpreendendo-se, com o belo fenômeno sem possibilidades de explicá-lo.

AFASTAMENTO DA FÉ RELIGIOSA
P - Violência no mundo: estaríamos vivendo o fim dos tempos? Violência...sinal dos tempos?
R - Permitimo-nos uma contra-pergunta: não será a violência o resultado de nosso pretendido afastamento da fé religiosa, segundo o materialismo da inteligência deteriorada, que tenta convencer-nos de que não passamos de animais sadios ou doentes da civilização?

PORNOGRAFIA E EDUCAÇÃO
P - Erotismo e pornografia, qual a razão de tantas publicações sobre esses assuntos? A educação sexual é necessária?
R - A primeira pergunta a nosso ver, é assunto pertinente às autoridades da imprensa, às quais precisaria caber o encargo de fiscalizar a sanidade e o proveito dos artigos que a própria imprensa escrita ou radio-televisada fornece ao mercado das idéias para o consumo dos leitores.
Quanto à segunda indagação, cremos que a educação sexual é assunto a ser conduzido seriamente, no futuro, porque, no presente, em nosso âmbito pessoal, ignoramos onde os professores para semelhante disciplina.

ABORTO CRIMINOSO
P - Aborto: é a favor? Por que?
R - Acreditamos que tanto é um delito assassinar uma criança em via pública, quanto exterminá-la, em falso regime de impunidade no ventre materno.

CÓDIGO DE RESPEITABILIDADE
P - Como devem ser os Espíritos de pessoas que cometem atentado como os que feriram o Presidente dos Estados Unidos e agora o Papa? Qual o remédio para a Humanidade superar essa fase?
R - Líderes respeitáveis, quais sejam os papas e presidentes de nações são responsáveis diretos pela segurança de milhões de pessoas. Admitimos que a Justiça possuiu recursos para reprimir os abusos cometidos nas pessoas de semelhantes autoridades representativas.
Quanto às normas de acatamentos à personalidade humana, cremos com os Benfeitores Espirituais que opinam no assunto, que um código de respeitabilidade instituído pela imprensa escrita e radio-televisada, sob a regência de um conselho digno da própria imprensa, independentemente da Censura Oficial, patrocinadora das liberdades públicas, poderia efetuar a triagem dos temas e das imagens fornecidas ao público. Esse código de dignificação da cultura poderá prestar grande auxílio ao homem, na condução do respeito a si mesmo e à sua própria vida.

IDÉIA DE DEUS
P - Numa época de comunicação rápida e fácil, o homem experimenta momentos de frustrações, desespero, intranqüilidade. Por quê?
R - Não acreditamos que criaturas humanas e comunidades humanas consigam ser felizes sem a idéia de Deus e sem respeito aos semelhantes.

PROBLEMAS DAS GRANDES CIDADES
P - Os problemas das grandes cidades: as populações carentes geralmente são massacradas. A elas quase tudo é negado. Isso é um perigo?
R - Esta é uma questão para administradores e legisladores, sociólogos e economistas, aos quais compete a orientação da vida pública.

ERRADICAÇÃO DA POBREZA E DA IGNORÂNCIA
P - Apontando para o Prêmio Nobel da Paz, se lhe fosse imposto governar o Brasil, o que deveria ser feito visando a erradicação da pobreza e da ignorância em que vivem milhões de pessoas?
R - A indicação para o Nobel da Paz nasceu da bondade de amigos generosos, sem que, por mim mesmo, me reconheça detento méritos para qualquer honraria. Sem qualquer experiência de ordem política e respeitando na política uma das mais altas ciências do mundo, por envolver interesses comunitários, não posso imaginar o que me seria possível fazer se me fosse imposto determinado encargo representativo. Creio, no entanto, que a distribuição do trabalho, sem obstáculos de idade ou condição física, para o acesso às atividades profissionais e a obrigatoriedade da escola gratuita, pelo menos, em se tratando das bases de ensino primário às comunidades infanto-juvenis, poderiam colaborar decisivamente na erradicação da pobreza e do analfabetismo no campo de nossa vida coletiva.

ESPIRITISMO E CATOLICISMO
P - O Espiritismo confronta com o Catolicismo?
R - Não vemos luta competitiva entre a Doutrina Espírita e as religiões tradicionais que zelam pela memória e pelos ensinos de Jesus. Ante o Evangelho do Divino Mestre, a Doutrina Espírita é portadora de princípios que aclaram com segurança as lições do Cristo, sem qualquer pretensão de superioridade sobre as organizações cristãs, sempre dignas do maior respeito.

RIQUEZA E FELICIDADE
P - Para ser feliz o homem necessita da riqueza? O que é a felicidade?
R - Acreditamos que o Criador nos fez ricos a todos, sem exceção, porque a riqueza autêntica a nosso ver, procede do trabalho e todos nós, de uma forma ou de outra, podemos trabalhar e servir.
Quanto a felicidade, cremos que ela nasce na paz da consciência tranqüila pelo dever cumprido e cresce, no íntimo de cada pessoa, à medida que a pessoa procura fazer a felicidade dos outros, sem pedir felicidade para si própria.

VITÓRIA DA PAZ E DO AMOR
P - E finalmente: numa época de tanta violência, desamor, inquietude, ainda há esperança para a Humanidade?
R - Estamos certos de que nós, os cristãos de qualquer procedência, não podemos esquecer a promessa do Cristo:
- “Estarei convosco, até o fim dos séculos”. A violência, o desamor e a inquietude são estágios humanos, suscitados pela criaturas humanas, mas a vitória da paz e do amor, entre os homens, pertence a Jesus, o Cristo de Deus.
Uberaba, 15 de julho de 1981

*Entrevista concedida a Carlos A. Baceelli para o jornal Lavoura e Comércio, Uberaba, MG, publicada sob o título “Chico Xavier fala sobre o Prêmio Nobel da Paz”, na edição n.o 20.525, de 06/03/1980.

Livro “Entender Conversando” Psicografia: Franciso C. Xavier Autor Espiritual: Emmanuel
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PUBLICADO POR SÉRGIO RIBEIRO às 22:49

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