Domingo, 1 de Janeiro de 2012
“Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mãos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai!” – Erasto (“O Evangelho segundo o Espiritismo” – capítulo 20, item 4).
Este ano vou recuperar o tempo que perdi, deixando de fazer coisas importantes para o meu coração.
Vou procurar o riso da criança e perdoar o riso sem paz daquele que me machuca, pensando que vou revidar.
Vou entender melhor o meu vizinho e lhe dizer bom dia, embora ele pense que estou fazendo ironia, porque ninguém o cumprimenta...
Eu vou perguntar àquela senhora triste se o neto dela está bem e se precisa de alguma coisa. Pode ser que eu seja útil, mas como vou saber se não perguntar?
Ficarei curioso em saber se o pai já beijou seu filho hoje, se o aconselhou e se ficou cúmplice de suas emoções...
Este ano vou responder ao bêbado que me aborda na rua, para que ele saiba que o vejo como um ser humano, ele pode estar precisando mais de mim do que da bebida!
Farei uma prece silenciosa para aquela mulher que fica parada nas esquinas da vida, pois, tanto quanto ela preciso ser convidado para a ceia do Senhor...
Este ano, prometo que não ficarei perto de qualquer monte de pedras, pois tão doloroso quanto atirá-las é recebê-las... Estenderei a minha mão além da medida linear dos meus braços e procurarei tocar no infinito das minhas esperanças, pois pior do que chorar, é não vislumbrar a esperança.
Este ano eu vou estudar mais, pois espero crescer e dividir com os outros o tesouro do conhecimento que não perderei, nem para a ferrugem, nem para as traças, pois representa aquisição do espírito imortal.
Espero poder encontrar bons amigos, que participem comigo da confortante jornada ao encontro da felicidade, da construção de um mundo melhor, de conviver no respeito mútuo, de viver em paz.
Eu quero trabalhar muito e quero que meus irmãos em Cristo também trabalhem, será muito bom ver a dignidade do suor consolidando lares, vidas, futuros.
Vou procurar ser um homem de bem, não para a glória do mundo, mas para merecer a caminhada junto de nosso modelo maior: Jesus. Para ser mais um a tentar responder às expectativas que Ele tem sobre o Seu rebanho... É certo que não será ainda este ano que terei esses méritos, mas se eu não começar logo, não poderei chegar lá tão cedo!
Estou decidido a pedir perdão, sem constrangimento, sempre que for necessário, e sei que será necessário muitas vezes, pequeno e desastrado como sou, mas sempre que for preciso, também perdoarei e Deus permita que sejam muitas vezes, não há nada melhor que perdoar, é como luz nas trevas.
Certamente vou sorrir mais vezes, porque pretendo expandir minha capacidade de amar e ser mais feliz, porque doarei mais e melhor, tudo o que puder oferecer... Pode ser que seja pouco, mas o pouco com Deus é muito...
Este ano espero ser ainda mais forte, para entender melhor as mensagens que a vida manda, trocar mais lágrimas por sorrisos, aceitar por entender e não por imposição...
E assim, que o Pai Maior, em sua infinita bondade, permita que nos encontremos, no final do ano, jubilosos por termos tido um ideal comum, atingindo nossos objetivos, sendo um pouquinho melhores, contribuindo para um mundo melhor.
SEI
Quinta-feira, 15 de Dezembro de 2011
Na proximidade do Natal, volta à pauta a questão do consumismo, que tira o sono de muita gente. Essa forma de descontrole foi, inclusive, tema da recente reportagem “Por que gastamos mais dinheiro do que temos?”, da jornalista Verônica Mambrini, para o portal IG.
“Costumo fazer shoppingterapia em situações de extrema ansiedade ou em liquidações imperdíveis. No momento, estou bem controlada, com alguns escorregões” – revela, na matéria, a consultora em relações internacionais Ana Paula Rassi, que cancelou o cartão de crédito para se proteger.
Segundo Sheila Maia, professora do curso de administração e especialista em finanças pessoais da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro, não há mal em realizar desejos, mas é preciso aprender a diferenciar o desejo e a necessidade, já que crédito é para emergências.
“Em fevereiro tem carnaval e as operadoras de turismo dividem em dez vezes os pacotes. Logo depois tem a Páscoa, com ovos parcelados. Em maio, Dia das Mães, mais parcelas. Dia dos Namorados em junho, Dia dos Pais em agosto, Dia das Crianças em outubro. No Natal, mais presentes.
Em janeiro, IPTU, IPVA. Não tem jeito, vira uma bola de neve” – diz Sheila.
Como ressalta a matéria, é preciso organização para saber quanto da renda pode ser comprometida e controle para não estender no prazo o pagamento de itens que podem ser quitados à vista. Como parcelas pequenas dão a falsa sensação de “caber no bolso”, a pessoa se ilude sobre o tamanho da dívida total e se endivida.
Embora não trate diretamente do tema consumismo, no capítulo “Excesso e você”, do livro “O Espírito da Verdade” (ed. FEB), psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, André Luiz, ao recordar que Espiritismo é caridade em movimento, tece alguns comentários igualmente oportunos aos que enfrentam o problema do consumismo. Adverte, por exemplo, que não devemos converter o próprio lar em museu.
“Utensílio inútil em casa será utilidade na casa alheia. O desapego começa das pequeninas coisas, e o objeto conservado, sem aplicação no recesso da moradia, explora os sentimentos do morador. A verdadeira morte começa na estagnação.
Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho” – diz o benfeitor, acrescentando que devemos transfigurar os apetrechos que nos sejam inúteis em forças vivas do bem. “Retire da despensa os gêneros alimentícios que descansam esquecidos, para a distribuição fraterna aos companheiros de estômago atormentado.
Reviste o guarda-roupa, libertando os cabides das vestes que você não usa, conduzindo-as aos viajores desnudos da estrada.
Estenda os pares de sapatos, que lhe sobram, aos pés descalços que transitam em derredor. Elimine do mobiliário as peças excedentes, aumentando a alegria das habitações menos felizes. Revolva os guardados em gavetas ou porões, dando aplicação aos objetos parados de seu uso pessoal. Transforme em patrimônio alheio os livros empoeirados que você não consulta, endereçando-os ao leitor sem recursos.
Examine a bolsa, dando um pouco mais que os simples compromissos da fraternidade, mostrando gratidão pelos acréscimos da Divina Misericórdia que você recebe.”
E prossegue na sua lição de desapego e fraternidade: “Ofereça ao irmão comum alguma relíquia ou lembrança afetiva de parentes e amigos, ora na Pátria Espiritual, enviando aos que partiram maior contentamento com tal gesto. Renovemos a vida constantemente, cada ano, cada mês, cada dia... Previna-se hoje contra o remorso amanhã. O excesso de nossa vida cria a necessidade do semelhante. Ajude a casa de assistência coletiva. Divulgue o livro nobre. Medique os enfermos. Aplaque a fome alheia. Enxugue lágrimas. Socorra feridas. Quando buscamos a intimidade do Senhor, os valores mumificados em nossas mãos ressurgem nas mãos dos outros, em exaltação de amor e luz para todas as criaturas de Deus.”
Boletim SEI 2206